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domingo, 29 de dezembro de 2013

O primeiro colorado campeão sul-americano


Muito antes do time comandado por Fernandão conquistar a América, em 2006, um colorado já havia obtido o título de campeão sul-americano. E engana-se quem pensa que estou falando de Tesourinha, campeão sul-americano em 1949.

Em abril e maio de 1941 Buenos Aires sediou o campeonato sul-americano de atletismo. No dia 3 de maio de 1941 o colorado Carlos Eugênio Pinto disputou a final do salto triplo. Campeão gaúcho representando o Internacional, Carlos sagrou-se campeão sul-americano ao saltar 15,10 metros, marca espetacular para a época. Assim, superou o argentino Nestor Tenorio (14,90 metros), o brasileiro Jorge Richard (14,50 metros) e o chileno Hector Forradas (14,10 metros).

A vitória de Carlos Eugênio Pinto ainda foi importante para que o Brasil conquistasse o título sul-americano de atletismo, na contagem geral. O atleta colorado também foi recordista brasileiro de salto triplo.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Clube do Povo!


No dia em que o Sport Club Internacional completava 50 anos de história, o Correio do Povo publicou o seguinte texto:

"Fundado em 1909, quando o futebol recém engatinhava entre nós, por um grupo de idealistas, a quem hoje, diante da obra que empreenderam, já se pode chamar de visionários, dois ou três anos após já gozava de popularidade e prestígio a rivalizarem com os do Grêmio e Porto Alegre, fundados seis anos antes.

Mas o grande surto de progresso surgiu, mesmo, depois de 1920. A cor encarnada representava, naqueles tempos, o símbolo da luta contra o despotismo e a tirania. E, misturando política com futebol, a mocidade aderia, aos borbotões, ao clube que reluzia ao sol, nas tardes de jogos, uma camisa da mais pura cor de sangue.

Desde aí a imensa popularidade do Internacional.

Mas essa popularidade ainda subiria alguns degraus, quando o clube da camisa vermelha se tornasse, em nosso meio, a mais pujante entidade esportiva a lutar contra o preconceito de cor. Ganhou, então, um novo apelido: 'Clube dos Negrinhos' - o qual evoluiu, rapidamente, para 'Clube do Povo', com o qual é conhecido em nossos dias, num justo preito à sua condição de agremiação essencialmente popular, a ter sua grande força nas camadas mais humildes da população gaúcha."

Uns dias antes, na edição de 01.04.1959, o mesmo jornal já havia publicado o discurso de Fernando Schneider, no ato que abriu as comemorações do Cinquentenário colorado. Desse discurso, vale ressaltar:

"(...) é, igualmente, o Internacional do negrinho moleque e maltrapilho e do banqueiro austero e circunspecto, do colono alemão e italiano, trabalhador da serra e das missões, é do gaúcho altaneiro e indomável perdido nas quebradas das coxilhas do Rio Grande, é o Internacional do Charuto e de Ildo Meneghetti - é o Internacional de sempre o Clube do Povo, ontologicamente considerado, como símbolo de uma grande alma coletiva, formada da maior parcela do nosso organismo social (...)"

A foto publicada no início do texto é de Telmo Curcio, copiada do site oficial do Sport Club Internacional.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

O fim de uma era

04.12.1949

Há exatos 64 anos Tesourinha disputava sua última partida pelo Internacional. Era o fim de uma era, que havia começado dez anos antes. Nesse período, Tesourinha venceu 8 campeonatos municipais e estaduais, foi eleito o melhor ponteiro-direito da América do Sul, o "Melhoral dos Cracks" do Brasil, e foi campeão sul-americano pela seleção brasileira, além de ser figura certa na Copa do Mundo de 1950.

A partida de despedida foi um tanto melancólica. O Colorado disputou um amistoso com o Santa Cruz, em Santa Cruz do Sul. Com um time recheado de reservas, o Internacional empatou em 1x1. Amaro marcou para o Santa Cruz. Herculano, que entrou no time no lugar de Ghizzoni, fez o gol colorado.

Escalações:
IN: Ewerton; Nena e Ilmo; Vianna, Raul Díaz e Ruaro; Tesourinha, Ghizzoni (Herculano), Adãozinho, Malinho e Brusco
SC: Júlio; Fogareiro e Edi; Tesoura, Bibi e Geraldo; Nico, Nelsinho, Amaro, Joãozinho e Dreher

Dias depois desta partida, Tesourinha foi negociado com o Vasco da Gama. No Rio de Janeiro ganhou títulos, mas uma lesão no joelho o tirou da Copa do Mundo. Em 1952 voltaria ao sul, para tornar-se o primeiro negro a jogar no Grêmio, não sem resistência de sócios e torcedores do clube. Em 1954 transferiu-se para o pequeno Nacional, onde encerrou a carreira em 1957.