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terça-feira, 22 de abril de 2014

Trabalho que compensa

Nem tudo é futebol, na vida de um ser humano. Trabalho costuma tomar boa parte do tempo da gente.

E eu tenho a felicidade de trabalhar no que gosto, atuando como professor de história na rede municipal de Viamão, em uma escola da zona urbana e outra da zona rural. Por mais críticas que se façam ao ensino público (muitas delas justas, outras não), existem ótimos alunos, com excelente capacidade criativa.

No dia 4 de abril (coincidentemente aniversário de 105 anos do glorioso o Sport Club Internacional), propus aos alunos da turma de 7º ano da escola da zona urbana que imaginassem como seria um dia de sua vida durante a Idade Média, tema que estávamos trabalhando em aula. Um pouco antes, havia passado aos alunos um arquivo de powerpoint mostrando várias imagens do período, entre elas algumas referentes à Peste Negra, e várias referentes aos conflitos medievais.

E entre os vários trabalhos que recebi, dois destacaram-se, mostrando mais uma vez que vale a pena apostar na educação e no futuro do país.

Abaixo, seguem os textos:

"A cidade está agitada por causa da peste negra.

Minha família está trancada há dias dentro de casa, janelas e portas trancadas por causa da peste. Nas ruas e becos muita gente morta.

Já estou ficando preocupada, a comida da despensa está quase acabando. Nas ruas, só guerra e a maioria das pessoas estão contaminadas por causa da peste negra. Poucas pessoas sobreviveram a essa doença.

Como vou conseguir comida para mim e minha família, pois não podemos mais sair de casa, por causa da peste negra? Estou achando que 90% das pessoas da aldeia morreram. Aonde quer que eu vá as ruas e becos estão cheios de mortos.

Não vejo a hora dessa guerra acabar, quero poder sair para a rua com minha família e brincar, pois nessa hora não podemos nem se divertir.

Só quero que a aldeia volte a ser cheia de alegria e festas e que a guerra vire a paz!"

Emilly

"A cidade está agitada, metade da população já está contaminada pela peste negra. Todos estão tentando se proteger ao máximo que podem. Toda minha família está trancada dentro de casa, portas e janelas estão fechadas há dias, para termos a certeza que todos estaremos a salvo.

Vários mortos já estão espalhados pelas ruas e becos da cidade.

Aqui em casa o estoque de comida está no fim, estamos ficando preocupados.

Não vejo mais alegria, só tristeza, choro e morte! Não sei mais quanto tempo iremos sobreviver.

Só espero que isso passe logo, para que possamos viver em paz!"

Salese

Parabéns, meninas! São momentos assim que mostram o quanto vale a pena trabalhar na educação.

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