Em meados do ano de 1969 o empresário argentino Jorge Boloquer, acostumado a organizar excursões de clubes sul-americanos e torneios, planejava montar uma grande copa.
Em 18 de junho o Correio da Manhã anunciava que o projeto inicial era de um torneio hexagonal, contando com Internacional, Grêmio, Fluminense, Flamengo, Racing (ARG) e um clube italiano, Internazionale ou Milan. Os jogos seriam disputados no Beira-Rio e no Maracanã.
No dia 28 de junho, o gaúcho Diário de Notícias anunciava um novo formato: seriam 8 clubes divididos em dois grupos, classificando os dois primeiros para a semifinal. Os grupos teriam a seguinte formação:
Grupo A: Internacional, Fluminense, Estudiantes (ARG) e Racing (ARG).
Grupo B: Flamengo, Vasco da Gama, Atlético MG e Peñarol (URU).
No dia 4 de julho o torneio parecia definitivamente formatado. Seria um pentagonal com Internacional, Atlético MG, Racing (ARG), Estudiantes (ARG) e River Plate (ARG), com todos os jogos disputados no Brasil. O Grêmio não foi convidado na versão final. Seu presidente, Flávio Obino, anunciou que faria um "Torneio dos Campeões", com Fluminense, Vélez Sarsfield, Independiente e Cruzeiro. Jamais ocorreu sequer uma reunião para discutir tal competição.
A abertura do torneio ficou marcada para 6 de julho, entre Internacional e Racing, no Beira-Rio.
Mas no sábado, véspera da abertura da competição, o jornal Diário de Notícias apresentava cinco clubes, com o San Lorenzo no lugar do Estudiantes.
Com a bola rolando, o Internacional foi amplamente superior ao adversário, que só conseguiu igualar as ações nos 15 minutos finais do 1º tempo. Logo aos 7' de jogo, Dorinho passou para Sérgio Galocha, que driblou Perfumo e vendo a aproximação de Cejas, que deixava o gol, rolou para Urruzmendi chutar forte para o fundo das redes. Internacional 1x0. Aos 44' do 1º tempo, Rabbito driblou Laurício e cruzou para a área. Pontes e Valmir falharam ao tentar cortar o cruzamento e a bola chegou até Basile, que cabeceou para as redes. No 2º tempo o Internacional pressionou, mas Cejas fez grande partida, com defesas monumentais que evitaram a derrota de seu clube. Marcador final: 1x1.
Um dia depois da partida, Boloquer anunciava mais dois clubes no torneio, Vasco da Gama e Chacarita Juniors, e sonhava em formar outro grupo com mais clubes. Na nova tabela o River Plate estava fora da competição.
O torneio continou no dia 9 de julho. No Maracanã o Racing bateu o Vasco da Gama por 1x0. No dia 13 de julho, rodada dupla: no Mineirão, Atlético MG 3x1 Racing. No Beira-Rio, o Colorado massacrou o campeão da Final Intercontinental, o Estudiantes. Logo aos 4', Rudzki aproveitou-se da indecisão do goleiro Schneider no lance e marcou: Estudiantes 1x0. No 2º tempo, aos 19', Medina derrubou Valdomiro na área. Gílson Porto cobrou o pênalti e marcou. Aos 25', Veron driblou Pontes, Schneider, novamente Pontes, e marcou. Estudiantes novamente na frente. Mas a resposta colorada foi rápida. Aos 28', Valdomiro cruzou para Bráulio marcar. Aos 31', Sadi cruzou e Tovar marcou, virando o jogo. E aos 44', Valdomiro completou o placar. Internacional 4x2.
No dia 20 de julho, no Mineirão, o Internacional foi derrotado pelo Atlético. Dario abriu o placar no final do 1º tempo. Aos 13' da 2ª etapa, Valdomiro, de cabeça, empatou. Mas Dario marcou dois gols e Carlinhos fechou o placar com Atlético 4x1.
Boloquer havia tentado organizar um grande torneio, mas não conseguiu todos os recursos esperados. Com uma tabela e participantes mudando o tempo todo, o público que compareceu aos jogos também não foi numeroso: 10 mil viram Internacional x Racing, 24 mil assistiram Internacional x Estudiantes e 18 mil foram ao Mineirão ver Galo x Colorado. Sem recursos, o torneio foi abandonado. No dia 10 de agosto, no Minerão, ocorreu a partida Atlético MG 2x1 Vélez Sarsfield, que costuma ser apontada como válida pelo torneio.
Por motivos desconhecidos, alguns pesquisadores mineiros apontam o Atlético como campeão do torneio, "disputado com equipes argentinas".
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