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terça-feira, 20 de setembro de 2022

Jogadores do passado - Márcio Rossini


Márcio Antônio Rossini nasceu em 20 de setembro de 1960, em Marília (SP).

O zagueiro Márcio Rossini começou a carreira de jogador nas categorias de base do Marília, sagrando-se campeão da Copa São Paulo de Juniores em 1979.

Atuando nos profissionais do Marília desde 1978, Márcio Rossini foi contratado pelo Santos em 1980, quando viveria sua melhor fase na carreira. Em 1983 foi vice-campeão brasileiro com o Santos e eleito para a Bola de Prata da revista Placar. Também chegou à Seleção Brasileira. Disputou seis amistosos, marcando um gol em 22 de junho de 1983, no empate em 3x3 com a Suécia, em Gotemburgo. Depois, foi titular na Copa América de 1983, formando a zaga com Mozer, jogando mais sete partidas. Em 1984 foi campeão paulista pelo Santos.

Em 1986 o Bangu, vice-campeão brasileiro no ano anterior, estava disposto a montar uma grande equipe. Seu patrono, o bicheiro Castor de Andrade, abriu o bolso. E para a zaga o clube trouxe Márcio Rossini, do Santos (no segundo semestre contrataria Mauro Galvão). O técnico do Bangu, Moisés, foi um ex-zagueiro que fez fama (merecida) de violento. Foi um dos "xerifes" do futebol brasileiro. E o estilo de Márcio Rossini, outro "xerife", o agradava. Rossini compensava o que faltava em técnica em uma marcação forte, muitas vezes desleal. Mas uma fama que o persegue é equivocada: a de ser o zagueiro que quase tirou Zico da Copa do Mundo de 1986. Na verdade foi outro zagueiro do Bangu, Márcio Nunes, em partida no dia 29 de agosto de 1985, quando Rossini ainda atuava no Santos, que lesionou Zico com gravidade.

Após o campeonato estadual de 1989, o Fluminense tentou contratá-lo, mas o Bangu acabou negociando Márcio Rossini com o Flamengo, onde o zagueiro chegou com a missão de substituir Aldair. Apesar de ser indicado por Telê Santana, o jogador não aprovou no rubro-negro. No final da temporada era um dos nomes citados em brigas políticas do clube como péssima contratação e estava na lista das torcidas organizadas de jogadores que deveriam ir embora. No início de janeiro de 1990 quase foi negociado com o América Mineiro. No final do mês conseguiu comprar seu passe do Flamengo, com o plano de alugá-lo ao Bangu, clube onde já estava treinando. Mas no início de fevereiro recebeu uma oferta melhor do Santos e voltou para o "Peixe".

O retorno ao Santos não foi feliz. Em maio, descontente com o salário que recebia, ameaçou romper o contrato, caso o Santos não cobrisse uma oferta que ele recebeu do Atlético Paranaense. Após o fim do campeonato paulista, Rossini deu declarações fortes contra a direção do clube e foi multado em 40% do salário. O presidente santista Antônio Aguiar Filho o chamou de "mercenário" e declarou que ele não jogaria mais no clube. Em meio a essa crise o zagueiro foi contratado pelo Internacional.

Mário Rossini estreou no Internacional em 26 de agosto de 1990, na abertura do campeonato brasileiro. O estreante Márcio Rossini já chegou como capitão do time. No Beira-Rio, o Colorado perdeu o Gre-Nal por 1x0. Gomes, o goleiro gremista, foi escolhido o melhor em campo pela imprensa. No dia 30 de agosto, contra o Palmeiras, em São Paulo, nova derrota por 1x0, em jogo que a bola que resultou no tento alvi-verde não chegou a ultrapassar a linha de gol.

Na véspera do terceiro jogo, contra o Fluminense, Márcio Rossini deu a seguinte declaração à imprensa: "Não resta dúvida que o time está se formando, mas é preciso também ter um pouco mais de tranquilidade para concluir. Não podemos chutar de qualquer ponto, sem rumo. Precisamos ter mais calma." (1) No Rio, o Internacional saiu perdendo mas empatou em 1x1 com o Flu. Edu Lima marcou um segundo gol colorado, legal, anulado pelo árbitro Antero Borges de Lima. Na quarta partida, no Beira-Rio, o Internacional ficou no 3x3 com o Flamengo e Márcio Rossini foi expulso aos 38' do 1º tempo, quando o Colorado vencia por 2x1. No final da partida o técnico Orlando Bianchini foi vaiado pela torcida.

Na partida seguinte, contra o Cruzeiro, no Mineirão, a zaga colorada mudou. Além de Márcio Rossini, suspenso, saiu também o paraguaio Zabala. A zaga foi formada por Sandro Becker e Eliseu e o Internacional perdeu por 2x0. A derrota ameaçou o cargo de Orlando Bianchini, mas após uma reunião com o presidente José Asmuz, o vice-presidente Luís Fernando Záchia e o diretor de futebol Cláudio Sebenello, o técnico foi mantido. Mas na zaga teve mudança, Sandro Becker passou a ser titular ao lado de Márcio Rossini.O jogo seguinte era contra o São Paulo, no Beira-Rio, em 20 de setembro, aniversário de 30 anos de Márcio Rossini. O Colorado voltou a perder 1x2, com dois gols de falta são paulinos, o primeiro deles em falha de Maisena. Márcio Rossini, lesionado, foi substituído por Eliseu durante o jogo. Novamente a torcida cobrou a queda do técnico.

No dia 23 de setembro o Internacional enfrentou o Náutico, em Recife. Márcio Rossini era dúvida mas jogou. O Colorado abriu o marcador no 1º tempo, mas ao sofrer o empate no início da 2ª etapa se desorganizou e por pouco não sofreu a virada. No dia 30 o adversário foi o Vitória, no Beira-Rio. O Colorado teve uma atuação fraca, quase perdendo o jogo, que terminou 0x0. Novamente Márcio Rossini lesionou-se e foi substituído por Sandro Becker. A torcida, indignada, pediu a demissão do técnico, a renúncia de Asmuz e tentou agredir alguns jogadores na saída do estádio. No dia seguinte Orlando Bianchini foi demitido.

Ênio Andrade foi contratado para técnico, mas Márcio Rossini não jogou em sua estréia pois ainda se recuperava de lesão. E na segunda partida sob o comando de Ênio, Márcio Santos estreou. Márcio Rossini perdeu espaço, e mesmo recuperado não voltou a atuar pelo Internacional. No final da temporad foi dispensado.

Depois de sair do Internacional, Márcio Rossini jogou no Noroeste (1991), Portuguesa de Desportos (1992), Tigres MEX (1993), Sãocarlense (1994) e Marília (1995). Após encerrar a carreira de jogador tornou-se técnico, trabalhando em vários clubes do interior paulista, e também dirigente.

Seus números no Internacional:
7 partidas
4 empates
3 derrotas

(1) O Pioneiro, 1º w 2 de setembro de 1990, página 72.

2 comentários:

  1. Caro Raul, acho podes me acabar com uma dúvida: teve algum jogador que participou de todas as campanhas dos 4 títulos estaduais dos anos 1990? Onde participar pode ter sido um único jogo.

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    1. Olá, Sandro. Nenhum atleta participou de todas as 4 conquistas estaduais dos anos 1990.

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