Cedenir de Almeida Machado nasceu em 14 de abril de 1954, em São Jerônimo (RS).
Em 1969 o pai de Cedenir arranjou um emprego em Canoas e a família se mudou de cidade. Na nova cidade começou a jogar futebol na várzea e foi levado para o Atlético Lansul, de Esteio. Em um amistoso dos juniores do Internacional, o futebol do zagueiro Cedenir chamou a atenção e ele foi parar no Beira-Rio, em 1970.
Ao lado de Falcão e Jair, Cedenir foi vice-campeão da Taça São Paulo de Juniores, em 1972. No ano seguinte foi titular e capitão da Seleção Brasileira de Novos que disputou o Torneio de Cannes. Na estreia o Brasil venceu a Juventus de Turim por 4x1. Na semifinal, empate em 1x1 com a Argentina e classificação obtida nos escanteios (4x3). na final, vitória sobre a Holanda por 3x2 e o título da competição.
De volta ao Brasil, foi campeão da Taça São Paulo de Juniores em 1974, ao lado de Jair e Batista. Na final, em 25 de janeiro de 1974, o Internacional bateu a Portuguesa de Desportos por 2x1.
Impressionado com seu futebol, Dino Sani o levou a treinar com os profissionais em 1973. Mas sua estreia na equipe principal só ocorreria no ano seguinte. No dia 29 de maio de 1974 o Internacional enfrentou a Seleção do Chile, no Beira-Rio. Com Figueroa atuando pela Seleção Chilena, Cedenir foi chamado para o banco por Rubens Minelli. Durante a partida, vencida pelo Internacional por 2x0, Cedenir entrou no time, substituindo Pontes.
Com Figueroa na Seleção Chilena que disputaria o Mundial, Cedenir recebeu oportunidades nas três partidas seguintes do campeonato brasileiro: foi titular contra o Coritiba (1x1), entrou no time no lugar de Hermínio contra o América de Natal (3x0) e foi novamente titular contra o Vasco da Gama (1x3). Mas apesar de ser um jogador técnico e com boa saída de jogo, Minelli o considerava baixo (1,76m) para ser titular. Figueroa era incontestável na zaga colorada, e Minelli preferiu o alto e forte Pontes para ser seu companheiro. Os dois raramente ficavam de fora de uma partida, e como reserva Hermínio vinha na frente de Cedenir. O zagueiro só voltaria a atuar mais uma vez no time principal, em 11 de dezembro de 1974, no amistoso em que o Colorado venceu o Cachoeira por 2x1 e Cedenir entrou no time no lugar de Figueroa.
Em 1975 Marco Eugênio, que havia treinado Cedenir nos juniores do Internacional, assumiu o Caxias e pediu a contratação do zagueiro. E em janeiro de 1975 Cedenir chegava ao Caxias por empréstimo. O clube fez um grande campeonato gaúcho, ficando em 3º lugar e chegando a decidir o 2º turno em jogo-extra com o Internacional. Cedenir, que formou a dupla de zaga ao lado de Luís Felipe Scolari, foi o destaque do Caxias. Bem entrosado em Caxias do Sul, Cedenir queria continuar no clube e até participou da primeira rodada da Copa Governador, mas no final de agosto o Internacional o emprestou ao Botafogo, para disputar o campeonato brasileiro.
Em janeiro de 1976 Cedenir foi contratado em definitivo pelo Caxias, após o Botafogo não exercer o direito de comprar seu passe. No estadual, o Caxias ficou em 4º lugar, atrás apenas da dupla Gre-Nal e do Esportivo. Com vaga no campeonato brasileiro, o Caxias ficou em 15º lugar, na frente de equipes tradicionais como o Botafogo, Santos, São Paulo e Cruzeiro. O bom futebol de Cedenir chamou a atenção do São Paulo, mas o clube contratou o técnico Rubens Minelli para a temporada de 1977 e o negócio esfriou. No estadual de 1977, uma curiosidade: Pontes, de quem Cedenir foi reserva no Internacional em 1975, chegou ao Caxias para ser o suplente de Cedenir. No estadual, o Caxias ficou novamente em 4º lugar, atrás da dupla Gre-Nal e do Juventude. No campeonato brasileiro o Caxias classificou-se para a 3ª fase, que seria disputada no início de 1978. Internacional e Fluminense já estavam eliminados. No final de 1977 Cedenir foi escolhido o craque do ano da dupla Ca-Ju, pelo jornal O Pioneiro. Ao mesmo tempo noticiava-se o interesse de Flamengo e Palmeiras no seu futebol. Na 3ª fase o Caxias não foi bem, ficando em último em seu grupo e em 23º no campeonato, mas ao empatar em 1x1 com o Flamengo, em pleno Maracanã, eliminou o rubro-negro carioca, com Cedenir sendo um dos destaques da partida. Mas o ambiente no clube não estava bom. Na estreia na 3ª fase o Caxias havia perdido para o Londrina por 2x0 e Cedenir deu uma entrevista polêmica, reclamando dos companheiros de ataque, que não marcavam. Nos dois últimos jogos o Caxias perdeu para o Vasco por 5x1 e empatou com o Santos em 3x3. O atacante Bebeto revidou, declarando que o ataque fazia gols, mas a defesa levava mais.
Mal terminou o campeonato brasileiro de 1977 e começou o de 1978. E novamente o Caxias de Cedenir estava na competição. Em maio, Cedenir foi convocado para a Seleção Gaúcha que enfrentaria a Seleção da Serra, em comemoração do aniversário da FGF. Mas o jogador passou a acumular suspensões por cartões amarelos e vermelhos. Também se desgastou com o grupo em situações como a do dia 28 de maio quando, após vencer o Brasília por 1x0, na Capital Federal, Cedenir pediu folga para visitar a cidade à noite e o técnico Carlos Froner negou, gerando um clima ruim entre ambos. No início de julho, no aeroporto, esperando a viagem para enfrentar o Corinthians, Cedenir discutiu acaloradamente com um dirigente. Como resultado foi afastado do grupo. Alguns dias depois, após pedir desculpas, foi reintegrado ao grupo. O Guarani de Campinas tentou contratá-lo, mas Cedenir continuou no Caxias. Em setembro, em meio ao campeonato gaúcho, Cedenir foi vendido ao Juventus de São Paulo por um milhão e quatrocentos mil cruzeiros. No início de 1979 chegou a ser noticiada a possível contratação de Cedenir pelo Juventude, mas ele continuou no Juventus e ainda ganhou na justiça o direito a receber os 15% de sua negociação com o clube paulista, que o Caxias alegava que ele não tinha direito.
Em 1980 o Atlético Paranaense tentou contratar Cedenir, mas o Juventus pediu alto. Em 1982 Cedenir disputou o campeonato mineiro pelo Democrata de Governador Valadares, emprestado, após atuar no Juventus no primeiro semestre. Retornou ao Juventus em 1983, mas disputou novamente o campeonato mineiro de 1983 pelo Democrata. Em 1984 voltou a jogar pelo Juventus. Em 1985 Cedenir jogou pelo Internacional de Lajes (SC). Em 1986 jogou no Cascavel. Em 1987 atuou pelo Avenida de Santa Cruz do Sul, quando encerrou a carreira. A partir de 1988 participou de alguns jogos da equipe de veteranos do Internacional.
Em 30 de abril de 2022 Cedenir sofreu um AVC em sua residência, em Canoas, e faleceu. Cedenir pertencia a uma família de jogadores. Seu pai, Jerônimo, foi zagueiro do Santanense e Juventude, seu irmão Dejair atuou no meio-campo do Internacional e do Grêmio, e seu tio Osmar Gauchão foi zagueiro do Intrnacional.
Seus números no Internacional:
5 partidas
3 vitórias
1 empate
1 derrota
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