Porto Alegre nasceu e cresceu às margens do Guaíba. Durante muitos anos sua vida dependeu do rio. E Porto Alegre também sofreu com as enchentes do mesmo rio. Entre 1873 e 1941 a cidade sofreu doze enchentes significativas.
Em outubro de 1873 a cidade foi assolada pelas chuvas entre o dia 3 e o dia 8. A linha de bondes do Menino Deus foi interrompida e o Caminho Novo (atual Voluntários da Pátria) e a Estrada da Azenha ficaram embaixo d'água.
Em junho de 1897 novamente chuvas fortes por dias seguidos inundaram a Azenha, o Menino Deus e a Rua Voluntários da Pátria. O Prado Navegantes foi inundado e suas corridas transferidas para o Prado Rio-Grandense, no Menino Deus, onde igualmente não puderam ser realizadas. A centenária ponte de pedra da Azenha não resistiu à cheia do Dilúvio e ruiu.
Na madrugada de 3 de agosto de 1905 começava nova chuvarada que levaria a uma enchente na capital. No mesmo dia as ruas da Margem, Venezianos, Demétrio Ribeiro e Lopo Gonçalves já estavam alagadas. Na noite seguinte a Polícia Municipal já recolhia flagelados nas ruas Vicente da Fontoura, Marcílio Dias e Getúlio Vargas. No dia 4 a estrada de ferro para Novo Hamburgo foi interrompida e as ruas Sertório e Frederico Mentz inundadas. No dia 5 as águas começaram a baixar, mas a enchente voltou entre os dias 11 e 15. Para piorar o quadro, a cidade enfrentava uma epidemia de varíola, com os doentes isolados no barco Horizonte, que estava no Guaíba.
Em 1912 ocorreram três enchentes, em maio, agosto e setembro. E essas enchentes influíram na história colorada. Em 1909, chuvas que não chegaram a constituir uma enchente levaram o clube a abandonar o campo da Rua Arlindo, que alagava com facilidade. Em 1912 a enchente convenceria a direção a mudar-se da Várzea da Redenção. No dia 4 de abril, aniversário de três anos do Internacional, o clube inaugurou um chalé e pavilhão para sóciosno Campo da Redenção, que nunca seriam usados em partidas. Em 18 de maio começaram as chuvas que levaram a uma enchente do chamado Riacho (arroio Dilúvio), que invadiu as ruas Livramento, Larga, Santana, São Francisco e São João. O Campo da Redenção também sofreu com as inundações. Mesmo depois de encerradas as chuvas, o local continuava impróprio para a prática de esportes. A partida contra o Fussball, marcada para 2 de junho, que deveria ser jogada na Redenção, foi transferida para o Turner Bund. Entre 10 e 14 de agosto as chuvas voltaram, inundando o Navegantes, Praia de Belas e a avenida Ceará. O Campo da Redenção, segundo o Correio do Povo, foi "transformado em vários e longos lençóis d'água". No início de setembro as chuvas voltaram, somadas ao vento sul. A Praia de Belas e o Areal da Baronesa foram inundados. As carroças que levavam as matérias fecais da cidade para o Cristal, sem conseguir deslocar-se para o sul, jogaram suas cargas na Praia de Belas, esquina com a rua Botafogo, e as mesmas foram levadas para dentro das casas pela cheia. No centro da cidade as águas ameaçaram a Praça da Alfândega e o prédio dos Correios e Telégrafos.
Em setembro de 1914 a cidade sofreu a maior enchente até então registrada. Velhos moradores relembravam a grande enchente de 1873. A inundação começou em 7 de setembro. A Praia de Bela e a rua Voluntário da Pátria logo ficaram abaixo d'água. No centro, as obras do prédio da Alfândega foram paralisadas e a rua 7 de Setembro também ficou alagada. No Menino Deus, as ruas Getúlio Vargas e Venâncio Aires também ficaram cobertas pelas águas do Dilúvio, enquanto as linhas de bondes para Navegantes e São João foram suspensas. Somente no dia 11 de setembro as águas começariam a baixar.
Depois de alguns anos de sossego, Porto Alegre voltou a sofrer com uma enchente em setembro de 1926. As chuvas torrenciais começaram em 24 de setembro. Em poucas horas o nível do Guaíba subiu 1,87m, inundando as ilhas, os bairros de São João e Navegantes, a Várzea do Gravataí, o Areal da Baronesa e toda a área banhada pelo arroio Dilúvio. Em 30 de setembro mais de 40 ruas estavam completamente alagadas. Somente na madrugada de 2 para 3 de outubro as águas começaram a baixar.
Em 1928 Porto Alegre voltou a ser assolada por enchentes. A primeira delas começou em 22 de julho. O bairro São João foi alagado. E o Dilúvio colocou sob suas águas as ruas Jacinto Gomes, São Luiz, São João, Arlindo e a Praça Garibaldi. No dia 25 apareceu o vento sul, que represava as águas, impedindo que elas baixassem. O Guaíba invadiu o bairro Navegantes, mas a chuva parou, o vento enfraqueceu e as águas baixaram. Em 15 de setembro, porém, as chuvas voltaram. As águas ultrapassaram em 20 centímetros a amurada do porto, alagando as novas avenidas Mauá e Júlio de Castilhos e alcançando a rua 7 de Setembro. No dia 18 de Setembro a cidade já 30 mil desalojados. A Usina da Energia Elétrica, na esquina das ruas João Manoel e 7 de Setembro, foi atingida pelas águas e o fornecimento de luz e energia passou a ser racionado: do escurecer até as 22:30 não havia iluminação das ruas, para atender à iluminação das casas, e depois das 22:30 as casas ficavam sem luz, para iluminação das ruas. As águas do Guaíba subiram 3,20m acima do nível normal, superando os 2,80 de 1873. A enchente chegou ao quarteirão bancário, atingindo a antiga agência do Sul-Brasileiro. O tráfego da Viação Férrea com o interior foi interrompido, só voltando a ser reestabelecido no dia 22.
Em 1928 Porto Alegre voltou a ser assolada por enchentes. A primeira delas começou em 22 de julho. O bairro São João foi alagado. E o Dilúvio colocou sob suas águas as ruas Jacinto Gomes, São Luiz, São João, Arlindo e a Praça Garibaldi. No dia 25 apareceu o vento sul, que represava as águas, impedindo que elas baixassem. O Guaíba invadiu o bairro Navegantes, mas a chuva parou, o vento enfraqueceu e as águas baixaram. Em 15 de setembro, porém, as chuvas voltaram. As águas ultrapassaram em 20 centímetros a amurada do porto, alagando as novas avenidas Mauá e Júlio de Castilhos e alcançando a rua 7 de Setembro. No dia 18 de Setembro a cidade já 30 mil desalojados. A Usina da Energia Elétrica, na esquina das ruas João Manoel e 7 de Setembro, foi atingida pelas águas e o fornecimento de luz e energia passou a ser racionado: do escurecer até as 22:30 não havia iluminação das ruas, para atender à iluminação das casas, e depois das 22:30 as casas ficavam sem luz, para iluminação das ruas. As águas do Guaíba subiram 3,20m acima do nível normal, superando os 2,80 de 1873. A enchente chegou ao quarteirão bancário, atingindo a antiga agência do Sul-Brasileiro. O tráfego da Viação Férrea com o interior foi interrompido, só voltando a ser reestabelecido no dia 22.
Às 7:30 do dia 1º de outubro de 1936 as águas desabaram sobre a cidade. Em 24 horas os galpões da Limpeza Pública já recebiam 300 flagelados da Ilhota, da Rua Arlindo e do Areal da Baronesa. No dia 3 a chuva diminuiu, mas voltou com força no dia 5, atingindo seu ponto mais alto no dia 8, quando o Guáiba chegou a 3,12m acima do seu nível normal. Flagelados foram alojados em vagões ferroviários, repartições públicas e quartéis da Brigada Militar. A partir do dia 9 as águas começaram a baixar, mas só no dia 13 os flagelados começaram a voltar para casa.
A maior enchente, porém, aconteceu em 1941. As chuvas começaram a cair em 10 de abril e avançaram até 14 de maio. Porto Alegre recebeu nesse período 619,4 mm de chuva (na enchente de 1936 haviam sido 316mm). Boa parte do centro da cidade ficou embaixo da égua: a Rua dos Andradas até a Rua Uruguai, a Praça da Alfândega, a Avenida Otávio Rocha, entre outros pontos. Nos bairros a água chegou quase na Avenida Benjamin Constant e cobriu boa parte do Menino Deus, Azenha e Santana.
Quando a chuva parou, o vento sul represou as águas ainda por mais alguns dias.
Com o fim das chuvas, o futebol voltou a ser assunto na cidade. O último jogo do Internacional na capital acontecera em 6 de abril. O campeonato municipal foi paralisado. O Grêmio, com seu “ground” localizado em uma área menos afetada, ainda chegou a disputar três amistosos durante o período das chuvas. Mas a cidade estava com mais de 40 mil flagelados e o futebol foi chamado a dar sua contribuição social.
A dupla Gre-Nal ia disputar a Taça Irmãos Foernges em dois clássicos, marcados para o estádio da Timbaúva. O primeiro deles foi marcado para 18 de maio e teve sua renda destinada aos flagelados da cidade.
O jogo foi marcado pelo equilíbrio. Carlitos abriu o marcador aos 41’ do 1º tempo, mas Ivo empatou para o Grêmio um minuto depois. Na 2ª etapa, Russinho colocou o Internacional na frente outra vez, aos 10’. Alguns minutos depois o Colorado teve um pênalti a seu favor, mas Brandão desperdiçou a cobrança. E aos 44’ Malaquias, cobrando pênalti, estabeleceu a igualdade no Gre-Nal da solidariedade.
INT: Rubens; Alpheu e Borges; Assis, Ávila e Nickelagem; Tesourinha, Russinho, Brandão, Rui e Carlitos
Técnico: Wolmy das Missões Bocorny
GRE: Edmundo; Dario e Walter; Juvêncio, Noronha e Poroto (André); Sório, Ivo, César (Malaquias), Foguinho e Ochotorena
Técnico: Telêmaco Frazão de Lima
No final de semana seguinte os dois clubes voltaram a se enfrentar. O Internacional venceu por 3x2 e ficou com a Taça Irmãos Foernges.
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