Em 4 de novembro de 1981 foi disputado no Beira-Rio o Gre-Nal que encerrava o primeiro turno do Octogonal Final do Gauchão. O Colorado chegava ao clássico um ponto na frente do rival, que por sua vez estava invicto a 42 partidas, a maior sequência da sua história.
O resultado da partida podia apontar um novo líder do campeonato ou aumentar a vantagem colorada. Em caso de vitória do Internacional, o clube abriria três pontos de vantagem sobre o rival (na época vitória valia dois pontos). Em caso de vitória gremista, o Tricolor poderia assumir a liderança, desde que o Internacional de Santa Maria não vencesse o São Borja. Em caso de empate no clássico, o Internacional seguiria líder, também caso o Coloradinho da Boca do Monte não vencesse o São Borja.
Na véspera, as tradicionais dúvidas que surgem antes de um clássico. Rodrigues Neto e Mauro Pastor, com suspeita de lesão, eram dúvidas. No Grêmio, De Léon, poupado do treino anterior por uma batida na coxa, também era dúvida. Os três jogaram.
O Grêmio tinha uma estreia, Geraldão, centroavante emprestado pelo Juventus de São Paulo. E havia uma tradição no Rio Grande do Sul: centroavante que estreava em Gre-Nal fazia gol. O Internacional também tinha novidades: Cláudio Duarte modificou a equipe pouco antes da partida, retirando Jaiminho do time e passando Mauro Galvão para o meio-campo, a fim de reforçar a marcação no setor.
O Gre-Nal atraiu 47.401 torcedores, que proporcionou a maior renda da história dos Gre-Nais, até então: Cr$ 12.007.450,00 (102.706,78 dólares, na cotação da época).
Quando a bola começou a rolar, logo aos 2' e 40 segundos o estreante Geraldão confirmou a tradição e abriu o placar para o Tricolor. O esquema de Claudião diminuiu o poder ofensivo do Internacional e não conseguia impedir os ataques gremistas.
Mas apesar de dominar a partida, o Grêmio não conseguia criar oportunidades de gol. Aos 15', o atacante colorado Sílvio chutou a gol, obrigando o goleiro gremista Leão a fazer grande defesa. A partir daí as ações começaram a se equilibrar. Cláudio Duarte ajustou a marcação colorada sobre os ponteiros gremistas Tarciso e Héber, dificultando a assistência a Geraldão e diminuindo o ímpeto ofensivo do adversário.
Aos 21', Bira cabeceou a gol e novamente Leão fez grande defesa. Aos 28', novamente Geraldão assusta a torcida colorada, acertando um chute no travessão de Benítez. A torcida colorada, descontente com a produção ofensiva do time, passou a gritar o nome de Jaiminho, nos quinze minutos finais da 1ª etapa.
Logo no começo do 2º tempo, porém, o Internacional mostrou que a história ia ser diferente. Aos 4', Cléo quase marcou, de cabeça. Aos 8', Bira foi lançado, disputou a bola com a zaga e tocou de cabeça, vencendo Leão e acertando as redes adversárias. Estava empatada a partida.
Com Jaiminho no lugar de Sílvio, o Internacional tinha o controle da partida, embora não criasse grandes chances. Mas aos 30' Silvinho ficou sozinho na cara de Leão, mas foi afoito no lance e perdeu o gol. Aos 42', entretanto, a situação foi diferente. Jaiminho roubou a bola de China e cruzou para Bira. De cabeça, o centroavante tocou para Cléo, que emendou um chute violento no canto esquerdo. Internacional 2x1!
Escalações:
INT: Benítez; Betão, Mauro Pastor, André Luís e Rodrigues Neto; Ademir, Mauro Galvão e Cléo; Sílvio (Jaiminho), Bira e Silvinho
Técnico: Cláudio Duarte
GRE: Leão; Paulo Roberto, Vantuir, De León e Dirceu; China, Paulo Isidoro e Vílson Tadei; Tarciso, Geraldão (Baltazar) e Héber (Odair)
Técnico: Ênio Andrade
Nos minutos restantes o Internacional controlou a partida e garantiu a vitória. No início do returno a vantagem colorada chegaria a cinco pontos. O Grêmio conseguiu diminuir para um ponto, mas no último Gre-Nal um empate em 1x1 garantiu o título colorado. Geraldão não aprovou no Grêmio e foi devolvido ao Juventus. Rapidamente o Internacional foi buscá-lo e o centroavante se consagraria no Colorado.
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