Em 1924, a seleção gaúcha deveria enfrentar a seleção
paulista, em 23 de novembro. Mas devido à situação política do estado, a
Federação Rio Grandense de Desportos (FRGD) desistiu de formar um selecionado.
Em 1925, porém, novamente a FRGD formou uma seleção para
enfrentar os paulistas, em jogo eliminatório. A seleção foi formada exclusivamente
com jogadores da capital. O jornal A Federação não publica a relação dos
convocados, mas os atletas que são citados já em São Paulo e no Rio de Janeiro
são:
Goleiros: Lara (Grêmio) e Pareja (Cruzeiro)
Zagueiros: Py (Grêmio) e Espir (Cruzeiro)
Médios: Ribeiro (Internacional), Lampinha (Internacional),
Moreno (Internacional), Almo (Cruzeiro) e Hugo (Americano)
Atacantes: Coró (Grêmio), Coi (Grêmio), Oliverio (Grêmio),
Danico (Porto Alegre) e Odorico (Porto Alegre)
A seleção viajou com desfalques. Luiz Carvalho, atacante
gremista, não conseguiu liberação do Colégio Militar, onde era aluno, mesmo com
a FRGD recorrendo ao Ministério da Guerra. O zagueiro Darcy, do Cruzeiro,
também não conseguiu liberação. Havia divergência quanto à formação da equipe.
O técnico e capitão do time, Jorge Py, escolheu um esquema mais defensivo,
improvisando o médio Hugo na ponta-esquerda, e passando o ponteiro-esquerdo
Danico para a direita, onde rendia muito menos. A imprensa cobrava a manutenção
de Danico na esquerda e o ingresso de Odorico na direita. Também era cobrado o
fato do zagueiro colorado Grant não ter sido convocado, quando era o defensor
que melhor saía jogando na capital. Os convocados, inclusive Darcy, eram
exclusivamente marcadores. Com todos esses problemas, a delegação gaúcha
embarcou no navio “Comandante Alvim”, em 23 de julho, rumo a São Paulo, onde
chegou no dia 29.
No dia 2 de agosto de 1925, diante de quase 30 mil pessoas
presentes no Parque Antártica, a seleção gaúcha apresentou-se diante dos
paulistas. O árbitro do jogo foi Joaquim Antônio Leite de Castro. As equipes
estavam assim formadas:
RS: Lara; Py e Espir; Ribeiro, Lampinha e Moreno; Coró, Coi,
Oliverio, Danico e Hugo
SP: Tuffy; Clodoaldo e Barthô; Abbate, Amílcar e
Arthurzinho; Filó, Mário, Friedenreich, Neco e Feitiço
A equipe gaúcha começou jogando atrás, preocupando-se com a
marcação. A imprensa do centro do país reclamou da demora em cada reposição de
bola e da falta de ímpeto ofensivo. No 1º tempo Tuffy não fez uma única defesa,
enquanto Lara se esforçava para manter o placar em branco. Mas aos 15’, Amílcar
lançou Friedenreich, que driblou os zagueiros e Lara, antes de chutar para o
fundo das redes. Ainda na 1ª etapa, Feitiço cobrou escanteio, a bola foi aos
pés de Neco e o atacante chutou para as redes gaúchas: paulistas 2x0. E aos 35’,
Neco serviu a Filó, que marcou o 3º gol de São Paulo. No 2º tempo, a seleção
gaúcha tentou ser mais ofensiva, sem muito sucesso. Tuffy chegou a fazer três
defesas na partida. E os paulistas marcaram mais um gol, após Friedenreich
passar a bola para Mário. Placar final: São Paulo 4x0 Rio Grande do Sul.
Após a eliminação, a seleção gaúcha viajou ao Rio de
Janeiro, para enfrentar o Vasco da Gama. No dia 9 de agosto, nas Laranjeiras, a
Seleção Gaúcha perdeu para o Vasco por 1x0, com a seguinte equipe:
RS: Lara; Py e Espir (Hugo); Ribeiro, Almo e Moreno; Coi,
Odorico Oliverio, Danico e Coró
Na preliminar, uma seleção “B”, formada por jogadores convocados
e atletas gaúchos residentes no Rio, perdeu para o Andarahy por 3x1. Essa
seleção foi assim formada:
RSB: Pareja; Octacílio e Léo; Gazippo, Lampinha e Honorino;
Doca, Candiota, Lagarto, Ribeiro e Chagas
Pareja e Lampinha faziam parte da seleção gaúcha. Candiota
(Flamengo) e Lagarto (Fluminense) eram titulares de seus clubes e da seleção
carioca. Octacílio era titular do Botafogo. Os outros atletas eram jogadores do
2º quadro do Flamengo, Fluminense e São Cristóvão, além de três atletas sem clube,
um deles Honorino, ex-zagueiro do Internacional.
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