O Internacional dominava o futebol da capital desde 1913, conquistando um inédito pentacampeonato, sem perder uma única partida. Após ser derrotado na sua primeira partida da temporada de 1913, o clube jogou 73 partidas, vencendo 63, empatando 7 e perdendo apenas três, duas delas para o Guarany de Bagé, em 1913 e 1914, e uma para a Seleção Uruguaia, em 1916. O Internacional perdia para uma equipe da capital desde 8 de junho de 1913, e não saía derrotado de campo desde 21 de setembro de 1916.
Na abertura da temporada de 1918, jogando contra o Juvenil, em Caxias do Sul, o Internacional venceu por 2x1, gols de Miller e Oswaldo. Mas o grande time que havia dominado a cidade estava se desmanchando. Silva, o goleiro em 1917, não estava mais no clube. Bendionda havia se mudado para Santana do Livramento, cidade para a qual logo Simão também iria. O atacante Túlio era outro que não estava mais no clube. Mesmo assim, o Internacional aparecia como o grande favorito na partida contra o Cruzeiro. Nas 12 partidas já ocorridas entre os dois clubes, o Cruzeiro havia conseguido apenas um empate. Das 11 vitórias coloradas, 8 haviam sido por goleada.
Então, às 16:00 horas daquele domingo, 21 de abril de 1918, os dois times entraram em campo na Chácara dos Eucaliptos com as seguintes formações:
IN: Bicca; Simão e Bello; Cary, Bitú e Evódio; Guimarães, Plínio Chaves, Ribas, Bento e Maia
CR: Barreto; Rafael e Osório; Lassance, Tyndaro e Paulo; Prunes, Candiota, Léo, Januário e Fontoura
E, para a surpresa de todos, Januário abriu o placar, aos 25' do 1º tempo. Na 2ª etapa, quando todos esperavam a reação colorada, Candiota fez 2x0, aos 17'. O Cruzeiro venceu por 2x0, sua primeira vitória sobre o Internacional, e encerrou um ciclo. O clube alvi-azul anunciava na abertura do campeonato que tomaria a hegemonia do futebol da capital. Naquele ano, o Cruzeiro seria campeão municipal pela primeira vez, evitando o hexa colorado.
Segundo a revista Máscara, o Internacional sentiu a falta de Mário Cunha, Oswaldo e Lúcio Assumpção, todos titulares em 1917. Mário Cunha e Oswaldo haviam atuado contra o Juvenil, mas Lúcio Assumpção, recuperando-se de duas cirurgias, só voltaria a jogar em junho. Mário Cunha voltou na partida seguinte, mas Oswaldo não jogaria mais pelo Internacional. A revista também noticiou o impacto que a vitória surpreendente do Cruzeiro causou nos meios esportivos da capital.
A seguir, fotos da partida publicadas pela revista:
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