Em 19 de novembro de 1965 masceu em Santa Rita do Passa Quatro (SP) o menino Nílson Esídio Mora.
Nílson começou a jogar futebol profissional no Sertãozinho, do interior paulista, em 1983. Ele trabalhava como bóia-fria em uma usina, cujo dono era o presidente do clube. Vendo ele jogar com os outros funcionários, decidiu levá-lo para o Sertãozinho. Em 1985 Nílson jogou na Platinense e no ano seguinte transferiu-se para o XV de Novembro de Jaú. Suas boas atuações renderam um empréstimo à Ponte Preta. Voltou ao XV em 1988, onde foi o terceiro artilheiro do campeonato paulista. Esse desempenho atraiu o interesse do Internacional, que o contratou.
Contratado na época em que Chiquinho ainda era o técnico colorado, estreou junto com o novo técnico, Abel Braga, em 02/10/1988. No Beira-Rio, o Internacional fez 2x1 no Coritiba, de virada, e Nílson marcou o gol da vitória. Ele entrou no time durante a partida, substituindo Dadinho. No jogo seguinte, em São Januário, o Internacional voltou a vencer por 2x1, e Nílson, já como titular, fez o primeiro gol. Na sua terceira partida pelo campeonato brasileiro, nova vitória, 2x0 sobre o América RJ, com mais um gol de Nílson. Algumas rodas depois, contra o Corinthians, no Morumbi, empate em 2x2, com dois gols de Nílson. Contra o Bahia, no Beira-Rio, ele fez os três gols da vitória por 3x0. Nílson continuou fazendo gols pelo Brasileiro, mas os mais importantes foram os dois gols da vitória de virada no Gre-Nal do Século, em 12/02/1989. O campeonato brasileiro de 1988 avançou pelo ano seguinte e a partida decidia uma vaga na final. Com um jogador a menos, o Colorado bateu seu rival. Mas depois o time perdeu a decisão para o Bahia.
A temporada de 1989 já começou com a disputa da Taça Libertadores e do Campeonato Gaúcho. Depois de uma fase inicial muito ruim, onde o Internacional só avançou na Libertadores graças ao regulamento, que previa a classificação dos três primeiros em um grupo de quatro clubes, o time deslanchou. No mata-mata, o Colorado bateu o Peñarol por 6x2, na maior goleada que o clube uruguaio já havia sofrido em competições internacionais. Nílson, que fez os dois primeiros gols colorados, foi expulso no 2º tempo. Depois de eliminar o Bahia, o Colorado chegou à semifinal contra o Olimpia. Depois de uma vitória em Assunção (1x0), a classificação parecia garantida.
Em 17/05/1989 o Internacional recebe o Olímpia, no Beira-Rio, jogando por um empate para chegar à sua segunda final de Libertadores. A parrtida começou tensa, o Olimpia saiu na frente, o Colorado empatou, mas ainda no 1º tempo o Olimpia fez 2x1. Na 2ª etapa, logo aos 7', Luís Fernando Flores empatou. E aos 22', Nílson invadiu a área e foi derrubado pelo goleiro Ever Almeida: pênalti!
Nílson era o artilheiro colorado, e tinha um alto aproveitamento em pênaltis. Das quatro cobranças que havia feito pelo Internacional, desde que chegara ao clube, converteu todas. Na época, muitos campeonatos adotavam desempate por pênaltis, em caso de partidas empatadas. O campeonato brasileiro de 1988 e o campeonato gaúcho de 1989 tiveram esse regulamento. No campeonato brasileiro, Nílson cobrou sete pênaltis, convertendo todos. Mas no campeonato gaúcho surgiu um sinal de alerta ignorado por todos. Das três cobranças, Nílson não converteu nenhuma. E naquela noite, quando todos esperavam o gol que sacramentaria a classificação colorada, Nílson cobrou fraco, com certa displicência, colocado, no canto direito, e Ever Almeida espalmou para escanteio. Dois minutos depois o Olimpia marcou seu 3º gol, que levou a partida para a decisão por pênaltis. Leomir errou sua cobrança, enquanto o Olimpia converteu todas suas penalidades, ficando com a vaga.
Ídolo da torcida, Nílson teve sua imagem bastante arranhada pelo pênalti perdido. Assim, quando o Celta demonstrou interesse pelo meia-atacante, a torcida não sentiu muito sua perda. No dia 16/07/1989 Nílson fez sua despedida, em uma vitória por 2x0 sobre o Brasil de Farroupilha, em um amistoso no Beira-Rio. Foi a única partida pelo Internacional em que não treinado por Abel Braga. Era a estreia de Paulo César Carpegiani no comando do time.
Nílson não ficou muito tempo na Europa. No início de 1990 voltou a Porto Alegre, para jogar no Grêmio. Pelo Tricolor conquistou seus únicos títulos; campeão gaúcho e da Supercopa do Brasil em 1990 (nessa última fez um dos gols da vitória de 2x0 sobre o Vasco da Gama). Nos seus dois primeiros Gre-Nais pelo Grêmio, foi derrotado. No segundo clássico, em 03/06/1990, teve um gol anulado por impedimento. Aos 41' do 2º tempo, Nílson cobrou um pênalti, mas Maisena defendeu. Ele jogou mais quatro Gre-Nais, vencendo três e marcando gol em dois.
No meio do ano de 1991 Nílson foi negociado com a Portuguesa, seguindo sua carreira de cigano do futebol: Corinthians (1992), Flamengo (1993), Fluminense (1993), Albacete ESP (1993/1994), Valladolid ESP (1995), Palmeiras (1995), Vasco da Gama (1996), Tigres MEX (1997), Atlético PR (1997), Sporting Cristal PER (1998), Atlético MG (1999), Santo André (1999/2000), Universitário PER (2000), Santa Cruz (2001), Rio Branco SP (2001), Portuguesa Santista (2002), Atlético Sorocaba (2003), Flamengo SP (2004) e Nacional SP (2005).
No Peru, foi artilheiro do campeonato nacional em 1998.
Seus números pelo Internacional:
51 partidas
26 vitórias
15 empates
10 derrotas
26 gols marcados
Suas vítimas:
Bahia e Passo Fundo - 3 gols
Grêmio, Sport, Flamengo, Corinthians, Caxias, Peñarol URU e Operário MS - 2 gols
Coritiba, Vasco da Gama, América RJ, Atlético MG, Novo Hamburgo e Glória - 1 gol
Seus gols por competições:
Campeonato Brasileiro - 15 gols
Campeonato Gaúcho - 7 gols
Taça Libertadores - 2 gols
Amistosos - 2 gols
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