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domingo, 16 de janeiro de 2022

Jogadores do passado: Ezequiel


Ezequiel Carneiro nasceu em Cruz Alta, em 10 de abril de 1935, filho de Antônio Carneiro e Horizontina Carneiro. Seu pai era militar e servia, na época, em Cruz Alta. Quando Ezequiel tinha um ano de idade, a família Carneiro mudou-se para Cachoeira do Sul. E em 1945 a família chegava a Porto Alegre, em mais uma das transferências de guarnição de Antônio.

Em Porto Alegre, Ezequiel foi estudar na Escola Presidente Roosevelt, na avenida Getúlio Vargas. Estudava de manhã e à tarde ia jogar bola na Redenção. Aos 13 anos ele começou a jogar no Atlanta, clube que tinha um campo próximo ao arroio Dilúvio, atuando de meia esquerda. Em seguida foi para o Marcelino, clube da Praça Cônego Marcelino. Em 1949 foi campeão juvenil da cidade, defendendo o Marcelino. O clube disputava o Campeonato da 2ª Categoria, que reunia clubes menores da cidade. Ao mesmo tempo, estudava no Colégio Anchieta e depois no Rosário. Seu pai queria que Ezequiel fosse contador.

No início de 1951 seu irmão Antônio, apaixonado torcedor do Internacional, levou Ezequiel para treinar no Colorado. O técnico Alfeu Costa o avaliou e aprovou. Em 1952, atuando de meia-esquerda, Ezequiel foi campeão municipal juvenil. Em 1954, já atuando de lateral-esquerdo, foi novamente campeão municipal. Nessa época já recebia 750 cruzeiros mensais.

Em 1955 Ezequiel assinou seu primeiro contrato como profissional, passando a receber 3 mil cruzeiros mensais. Seu pai foi ferrenho opositor de que ele seguisse a carreira de jogador, e Ezequiel decidiu morar nos Eucaliptos, para fugir às broncas paternas. Sua etsreia no time principal ocorreu em 19 de março de 1955. O Internacional enfrentou o Força e Luz, na Timbaúva, e venceu por 4x3. Era um amistoso e Ezequiel jogou de zagueiro, sendo depois substituído por Lindoberto.

Ezequiel subiu para ser o reserva de Oreco na lateral-esquerda. Mas com a venda de Salvador, Teté, o técnico colorado, colocou Oreco de centromédio e Ezequiel assumiu a titularidade. Mas logo Odorico foi deslocado para centromédio e Oreco voltou à esquerda, indo Ezequiel para a equipe de aspirantes. Mesmo assim, jogou as duas primeiras partidas do campeonato metropolitano, que acabaria vencido pelo Internacional.

No início de 1956, com os principais jogadores colorados na Seleção Brasileira que disputava o Campeonato Pan-Americano no México, Ezequiel disputou o Torneio da ACEPA e vários amistosos. Mas com o retorno dos jogadores do México, Ezequiel novamente voltou aos aspirantes.

Em 1957 Oreco foi negociado com o Corinthians. Mas Ezequiel, seu substituto natural, estava suspenso, por ter chutado um juiz em uma partida de aspirantes. Assim Paulistinha, contratado junto ao Renner, ganhou o posto. Quase no final da temporada Paulistinha decidiu encerrar a carreira, mas foi Joel, vindo do Caxias de Joinville, quem herdou a posição. Ainda em 1957, Ezequiel casou com a excelente cantora porto-alegrense Lourdes Rodrigues, a famosa "Dama da Noite", uma das melhores intérpretes Lupicínio Rodrigues.

Em 1958 Ezequiel finalmente assumiu a titularidade, com o técnico Martim Francisco. Mas em junho o técnico trocou o Internacional pelo futebol espanhol e o novo técnico, Luiz Engelke, optou por Barradas, jogador vindo do Bagé. Mas na reta final da temporada, em novembro, Ezequiel voltou ao time titular.

Ezequiel começou como titular na temporada de 1959, com Sylvio Pirillo de técnico. Mas no final de fevereiro o técnico optou por Ney, contratado junto ao Botafogo. Em julho, já com Selviro Rodrigues de técnico, Ezequiel voltou ao time titular, mantendo a poisção até março de 1960. No início da temporada de 1960 o técnico Teté decidiu optar por uma formação com Zangão, Louro, Osmar, Gago e Barradas.

Em dezembro de 1960 Ezequiel voltou ao time titular e manteve a posição até janeiro de 1962. Foi o lateral-esquerdo titular do Internacional campeão do primeiro campeonato gaúcho unificado. Em 1962, com a chegada de um novo técnico, Carlos Froner, Ezequiel perdeu a posição. Mas em abril, ainda com Froner de técnico, Ezequiel voltou á titularidade, que manteve até o fim da temporada, sendo titular no campeonato gaúcho e na Taça Brasil, onde teve que marcar Garrincha em três partidas.

No início de 1963 Ezequiel pediu para ser liberado. A direção colorada aceitou o pedido e Ezequiel começou a buscar novos rumos. Após quase se transferir para o futebol argentino, acabou acertando-se com a Ferroviária de Araraquara. A seguir ele jogaria no São José (1964), Metropol (1964) e Rio Grande (1965/1967), quando encerrou a carreira.

Ezequiel faleceu em 27 de junho de 1981, aos 41 anos, em um acidente automobilístico.

Seus números no Internacional:
213 partidas
135 vitórias
39 empates
39 derrotas
2 gols marcados
Campeão Gaúcho em 1961
Campeão Metropolitano em 1955
Campeão Municipal Juvenil em 1952 e 1954

Suas vítimas:
1 gol
Cruzeiro e Torrense


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