Paulo de Almeida Ribeiro nasceu em Porto Alegre, em 15 de abril de 1932.
Paulinho começou jogando nos juvenis do Internacional, em 1948. Como usava óculos na escola, para corrigir uma pequena deficiência, um de seus técnicos na base lhe aconselhou a abandonar o futebol e seguir nos estudos, chegando mesmo a alertar a direção para a condição do atleta, recomendando sua dispensa.
Mas Paulinho continuou jogando e em 1950 subiu para os aspirantes. Nos juvenis e aspirantes Paulinho não tinha posição definida. Jogou de zagueiro, lateral e meia. Sua estreia no time principal ocorreu em 23 de julho de 1950, em um amistoso contra o São José. O Colorado venceu por 4x1 e o técnico argentino Alfredo Gonzalez decidiu testá-lo. Paulinho começou de titular depois foi substituído por Maravilha.
Paulinho só voltaria a jogar em 3 de janeiro de 1951, em um Gre-Nal válido pela Taça Cidade de Porto Alegre. Na Montanha o Internacional venceu por 3x0. Paulinho começou jogando e depois foi substituído por Odorico. Alfredo Gonzalez o utilizou em vários amistosos de início de temporada, as vezes como titular, as vezes entrando durante o jogo. Atuou de lateral, centromédio, meia e zagueiro.
Quando Teté assumiu o comando do Internacional, em seu primeiro jogo colocou Paulinho de ponta-direita, contra o Cruzeiro, pelo Torneio Extra. Esperava-se uma partida equilibrada, mas o Internacional venceu com facilidade, por 5x0. Paulinho marcou o primeiro e o último gol, esse no goleiro tcheco Peter, que estreava no Cruzeiro, substituindo Borracha. Paulinho passaria a temporada atuando na ponta ou na meia direita. Mas em 25 de novembro de 1951, quando o Internacional bateu o Renner por 4x1 e conquistou o título da cidade, Teté o escalou de lateral. Em 1951 Paulinho conquistou a Taça Cidade de Porto Alegre, o Campeonato Municipal e o Campeonato Gaúcho. Atuando mais avançado, foi artilheiro do Internacional na temporada com 15 gols, ao lado de Canhotinho.
Em 1952 Paulinho já estava afirmado na lateral-direita. Lateral extremamente firme na marcação, arriscava pouco e errava menos ainda. Mas tinha um apoio qualificado. Possuía excelente domínio de bola e técnica refinada. Por sua liderança, tornou-se o capitão do time. Por ter dentes salientes, recebeu o apelido de "Capitão Piranha". Na temporada de 1952 conquistou novamente três títulos: campeão do Torneio Extra, campeão municipal e campeão estadual. Na decisão do título municipal, em 7 de dezembro, o Internacional goleou o Grêmio por 5x1.
Na temporada de 1953 o Internacional coemçou conquistando o Torneio Régis Pacheco, na Bahia, sua primeira taça interestadual. Nesse quadrangular o Colorado goleou o Bahia (7x1) e Vitória (4x1) e empatou com o Flamengo (2x2). Na sequência o clube seguiu por uma excursão ao interior da Bahia e Pará, com direito a uma goleada de 8x0 no Paysandu. Na decisão do título metropolitano, vitória por 2x0 sobre o Grêmio. E no estadual, duas vitórias sobre o Brasil: 2x1 em Pelotas e 3x2 em Porto Alegre. O jogo do título estadual, em 20 de dezembro de 1953, foi a última partida de Paulinho pelo Internacional.
Paulinho não disputou os amistosos iniciais da temporada de 1954. Mossoró o substituiu nos cinco primeiros jogos do ano. Em 27 de março de 1954 Paulinho foi negociado com o Vasco da Gama por 700 mil cruzeiros, uma fortuna na época.
No Rio, Paulinho jogaria até 1964, sempre no Vasco da Gama. Foi campeão carioca em 1956 e 1958 e campeão do Torneio Rio-São Paulo em 1958. No Vasco, Paulinho chegou à seleção brasileira, sendo convocado para a Copa do Mundo de 1954, ficando na reserva de Djalma Santos. No Mundial de 1958 não foi convocado por ter quebrado a perna em um clássico contra o Flamengo. Em 1964 Paulinho de Almeida encerrou a carreira e passou a trabalhar como técnico das categorias de base do Vasco.
Em 1966 o Internacional buscava mudanças. A temporada de 1965 foi uma das piores da história do clube, que teve como técnicos Sérgio Moacyr Torres, Abílio dos Reis e Larry Pinto de Faria. E então alguém sugeriu o nome de Paulinho de Almeida para comandar o time. O ex-lateral trocou a base do Vasco pelo Colorado. Sua estreia ocorreu em 26 de janeiro de 1966, na vitória de 3x0 sobre o Cruzeiro, um amistoso nos Eucaliptos. Nos três primeiros jogos o clube bateu seus adversários, mas a surpreendente derrota por 1x0 para o Celupa, de Guaíba, abalou a imagem do técnico. Em seguida, porém, uma sequência de vitórias, incluindo um 2x0 no Palmeiras, deram respaldo ao seu trabalho. Mas quando começou o campeonato gaúcho a situação mudou. Em quatro jogos o Internacional venceu apenas um e empatou os outros três. A última partida de Paulinho de Almeida dirigindo o Internacional ocorreu em 14 de agosto de 1966, um empate em 2x2 com o Brasil de Pelotas, nos Eucaliptos, em jogo que a equipe do interior teve um jogado expulso. Paulinho foi substituído por outro ex-jogador, o uruguaio Félix Magno.
Na condição de técnico, Paulinho de Almeida trabalhou por 29 anos. Dirigiu clubes como Vasco, Fluminense, Botafogo e Grêmio. Pelo Tricolor gaúcho foi campeão estadual em 1980, sem vencer um único clássico. Perdeu um Gre-Nal por 1x0 e empatou os outros dois por 0x0. Bem ambientado no Rio de Janeiro, treinou além de Vasco, Fluminense e Botafogo, os seguintes clubes: Olaria, Bangu, América, Campo Grande e Volta Redonda. Seu último clube foi o Joinville, em 1995.
Nos últimos anos de sua vida Paulinho sofreu do Mal de Alzheimer. Em 10 de junho de 2007 ele faleceu, em São Paulo.
Seus números no Internacional:
Como jogador:
116 partidas
72 vitórias
23 empates
21 derrotas
17 gols
Campeão estadual em 1951, 1952 e 1953
Campeão municipal em 1951, 1952 e 1953
Campeão do Torneio Extra em 1952
Campeão da Taça Cidade de Porto Alegre em 1951
Campeão do Torneio Régis Pacheco em 1953
Suas vítimas:
Cruzeiro (Porto Alegre) - 3 gols
Nacional (Porto Alegre) e Corinthians (Porto Alegre) - 2 gols
Flamengo RJ, Portuguesa de Desportos, Renner, Floriano, Flamengo (Caxias do Sul), Internacional SM, Pelotas, Uruguaiana, Guarany (Bagé) e 14 de Julho (Santana do Livramento) - 1 gol
Como técnico:
35 partidas
24 vitórias
7 empates
4 derrotas
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