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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Jogadores do passado: Emílson

Origem da foto: https://1909emcores.blogspot.com/
 
Em 10 de fevereiro de 1932 nasceu na cidade de Campos (RJ) o menino Emílson Barbosa Pessanha.

O centromédio Emílson começou sua carreira no Americano, em 1948. Suas boas atuações o levaram ao Fluminense em 1949, indicado pelo zagueiro Pinheiro, que também viera do Americano um ano antes.

No Fluminense, Emílson voltou à condição de amador, jogando no time juvenil até 1950. Foi campeão carioca juvenil em 1949 e campeão sul-americano juvenil pela Seleção Brasileira no mesmo ano, em torneio disputado no Chile. Nas duas conquistas esteve acompanhado de Jerônimo, atacante que reencontraria mais tarde no Internacional. Em 1951 Emílson passou a atuar nos aspirantes do Fluminense, fazendo parte do time que ficou 50 jogos invicto, em 1953. Nessa equipe atuou ao lado de outro jogador que reencontraria no Colorado: Larry.

Emílson estreou no time principal do Fluminense em 24 de janeiro de 1950, mas era utilizado principalmente em amistosos, ficando a maior parte do tempo na equipe de aspirantes. Na época atuava de lateral-esquerdo. No início de 1955 o centromédio recebeu oportunidades em amistosos e no Torneio Rio-São Paulo. Mas Emílson queria mais. Em maio, começou a negociar a renovação de contrato com o Flu. O Jabaquara de Santos demonstrou interesse em contar com o jogador. Mantendo contato com Larry, Emílson passou a negociar com o Internacional. Emílson comprou seu passe do Fluminense por 40 mil cruzeiros e o revendou para o Colorado por 75 mil, assinando por 9 mil mensais, entre salário e luvas. Sua contratação foi efetivada em 17 de junho de 1955. A saída de Emílson para o Internacional e João Carlos para o Botafogo levou o diretor de futebol do Fluminense, João Coelho Neto (o ex-craque Preguinho) a pedir demissão, por não concordar com a liberação dos atletas.

Dois dias depois de ser contratado oficialmente, Emílson estreou no Colorado, na vitória de 8x2 sobre o Internacional de Lajes, em Santa Catarina. No mesmo dia, na edição do Diário de Notícias, Emílson aproveitou para "enviar a minha primeira saudação à grande torcida do Internacional, esperando contar com o seu apoio e o seu incentivo, a fim de que eu possa dar tudo aquilo de que sou capaz em defesa de suas cores. Aliás, o clube colorado possui imenso cartaz no Rio de Janeiro, sendo considerado um dos grandes esquadrões brasileiros." 

A linha média colorada (laterais e centromédio) passou a ser formada por Mossoró, Emílson e Lula. Emílson tinha a dura missão de substitui o craque Salvador, negociado com o Peñarol. Em sua estreia em Porto Alegre, no dia 26 de junho, o Colorado empatou com o Renner (campeão de 1954) no Tiradentes, por 1x1. A imprensa considerou Emílson bom controlador de bola, mas pouco aguerrido. No dia 3 de julho, porém, o Internacional bateu o Coritiba por 4x2, no Paraná, e Emílson foi um dos melhores da partida, sendo apontado como sereno, bom destruidor e ótimi apoiador. Em sua 5ª partida pelo clube garantiu a vitória colorada sobre o Nacional por 2x1, quando aos 35' do 2º tempo, após Luizinho cobrar uma falta para área, Emílson cabeceou para as redes, marcando o gol decisivo do jogo.

O Gre-Nal do 1º turno (24/07) seria um marco na passagem de Emílson pelo Internacional. O Colorado perdeu por 2x1 e Emílson teve uma atuação muito ruim. Segundo o Diário de Notícias, ele e Lula foram bisonhos. Emílson foi poupado dos treinos seguintes, e Mossoró, Odorico e Lindoberto passaram a formar a linha média. Em 1º de agosto Emílson ainda foi punido com um jogo de suspensão, pelo TJD.

Nos jogos seguintes o Internacional engrenou no campeonato e a nova linha média foi aprovada. Emílson só voltaria a jogar em 18 de setembro, quando marcou mais um gol importante. Na Taba Índia o Internacional enfrentava o bom time do Aimoré e vencia por 1x0, quando o futuro colorado Alfeu empatou o jogo, aos 34' do 1º tempo. Logo na saída de bola Bodinho lançou Emílson na entrada da área. O centromédio avançou até próximo a pequena área e fuzilou para as redes. O Colorado venceria a partida por 3x1. Nessa partida Emílson atuou na meia, substituindo Bodinho, que foi para o lugar de Larry, que desfalcava a equipe. Ainda jogaria um amistoso contra o Peñarol, em 1955, novamente substituindo Larry.

Com cinco partidas e dois gols pelo campeonato metropolitano, Emílson fez parte do grupo campeão de 1955. Mas não participou dos jogos do campeonato gaúcho.

No início de 1956, enquanto a maioria dos titulares colorados estavam no México, disputando o Campeonato Pan-Americano, foi organizado o Torneio da ACEPA (Associação dos Cronistas Esportivos de Porto Alegre), com a participação de Internacional, Renner, Cruzeiro e Floriano. Emílson, na função de meia-esquerda, atuou contra Floriano (1x1) e Cruzeiro (2x2), marcando o gol de empate contra a equipe de Novo Hamburgo. Também disputou vários amistosos, inclusive contra Flamengo e Fluminense.

O último jogo de Emílson pelo Colorado foi um amistoso com seu ex-clube, o Fluminense, em 3 de junho de 1956. Os cariocas venceram por 3x1. No final de julho, era noticiado seu interesse de voltar ao Rio e que estaria negociando com Vasco e Fluminense. O jogador reclamava do frio gaúcho, ao qual não se adaptara.

Com passe livre, Emílson voltou ao Rio de Janeiro, mas não acertou-se com nenhum clube carioca. Em setembro de 1956 assinou um contrato de seis meses com o América de Recife. Ele receberia 45 mil de luvas e 10 mil de salários.

Em janeiro de 1957 Emílson aparecia como ex-jogador, na imprensa carioca. E causou constrangimento ao surgir em uma comemoração de atletas do Fluminense, em janeiro. No mesmo mês ele treinou no Botafogo, sem assinar com o clube.

Emílson passou o resto do ano de 1957 fora dos noticiários. Volta a ser lembrado em junho de 1958, quando treinava no Canto do Rio e estava negociando um contrato com o clube de Niterói.

Em outubro de 1958 surgiu uma oportunidade de jogar na Europa, fato raro, na época. Wilson Moreira, filho de Zezé Moreira, tornou-se o primeiro brasileiro a jogar no Betis. E 15 dias depois, por intermédio do pai de Wilson, ex-técnico de Emílson no Flu, o centromédio desembarcou em Sevilha. Mas Emílson não fez sucesso no Betis. Na sua estreia, a imprensa espanhola repetiu as críticas da gaúcha. Sua técnica foi bastante elogiada, mas foi muito criticado pela falta de agressividade. E também sofreu com o frio.

No Betis, Emílson disputou apenas 3 amistosos. Em março de 1959 foi emprestado ao Sabadell, onde dsputaria 4 partidas pelo campeonato, marcando um gol. No final da temporada, Emílson retonou ao Brasil. Chegou a treinar no Botafogo novamente, mas preferiu encerrar a carreira.

Em 1969 Emílson concluiu o curso de Educação Física e de Técnico de Futebol, na UFRJ, tornou-se técnico do São Cristóvão. Em 1970 assumiu como técnico da equipe de aspirantes do Fluminense e, posteriormente, assumiu a coordenação de futebol do clube, cargo que ocupou até 1974.

Emílsou foi técnico do Rio Negro AM (1975), Americano RJ (1976), Avaí SC (1977 e 1984), Juventude RS (1977/1978) e Al Ahli da Arábia Saudita (1979). Emilson também foi supervisor técnico do Vasco da Gama (1979) e do Fluminense (1980). Em 1986 foi à Copa do Mundo no México como auxiliar técnico de Telê Santana.

Emílson faleceu em 24 de abril de 2014.

Seus números no Internacional:
23 partidas
10 vitórias
7 empates
6 derrotas
3 gols marcados
campeão gaúcho em 1955 (fazia parte do grupo, mas não jogou)
campeão metropolitano em 1955



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