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segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Jogadores do passado: Bira

Origem da foto: ClicRBS
 
Em 20 de maio de 1955 nascia em Macapá o menino Ubiratan Silva do Espírito Santo.

No futebol, ele ficaria conhecido como o centroavante Bira. Começou sua carreira no Macapá, onde jogou em 1975 e 1976. Em 1977 foi contratado pelo Paysandu, mas ficou pouco tempo, transferindo-se no mesmo ano para o rival Remo. Campeão paraense em 1978 e 1979, Bira também foi o artilheiro nas duas temporadas, marcando 25 e 32 gols, respectivamente.

Seus gols pelo Remo chamaram a atenção do futebol do sul e sudeste. Flamengo e Internacional disputaram sua contratação, e o Colorado levou a melhor, trazendo o centroavante para disputar o campeonato brasileiro. Estreou no Internacional em 26 de setembro de 1979, contra o Santa Cruz, no Arruda. O Colorado venceu por 2x1 e Bira marcou o 1º gol, mas saiu lesionado.

Bira retornou ao time em 28 de outubro de 1979, após cinco jogos fora. O Internacional venceu o Rio Branco por 5x1, no Beira-Rio. Bira marcou dois gols e ainda teve um outro gol injustamente anulado. Ainda em recuperação Bira foi substituído antes do fim do jogo e não jogou a partida seguinte. Bira voltaria a marcar contra o São Paulo de Rio Grande. Mas o jogo que marcaria sua participação naquele campeonato foi em 25 de novembro de 1979. Logo aos três minutos de jogo, Bira disputou uma bola de cabeça com o lateral Zé Rios. Os dois jogadores chocaram-se de cabeça. Bira marcou o gol, mas Zé Rios teve convulsões, quase morreu e nunca mais jogou futebol. Bira ainda marcaria mais dois gols naquela partida, na vitória de 4x0 sobre a Desportiva, no Beira-Rio. Em 23 de dezembro de 1979, Bira conquistava o título brasileiro invicto com o Internacional.

Na pré-temporada de 1980, Bira foi destaque em 13 de fevereiro de 1980, quando em pleno Morumbi o Internacional bateu o São Paulo por 3x1, com três gols dele. Dez dias depois, em uma das maiores zebras da história do campeonato brasileiro, o Internacional estreou no campeonato brasileiro perdendo em casa para o Itabaiana por 2x1, mas Bira deixou sua marca.

No campeonato brasileiro de 1980, Bira seria o artilheiro colorado, com 14 gols. Marcou contra o Mixto (2), Ferroviário (2), Botafogo PB, Ponte Preta, Bahia e Atlético MG (3). Seus últimos gols foram contra o Galo. Em 9 de abril de 1980, o Colorado enfrentava o Atlético, considerado o melhor time do campeonato, no Mineirão. O Galo saiu na frente, mas Bira marcou duas vezes e virou o jogo. No dia 23, no Beira-Rio, o Internacional perdeu por 3x1 para o Galo, mas Bira deixou o seu gol. Com 14 gols em 13 jogos do campeonato brasileiro, Bira sofreu uma lesão e teve que operar os meniscos. Depois da vitória sobre o Deportivo Táchira, em 27 de abril de 1980, quando marcou um gol, só voltaria a jogar em 3 de agosto de 1980, na equipe reserva que enfrentou o Caxias, entre as duas partidas decisivas da Taça Libertadores.

Na temporada de 1980, o Internacional caiu na semifinal do campeonato brasileiro e foi vice-campeão da Taça Libertadores. Na competição sul-americana, Bira jogou apenas três partidas na 1ª fase, marcando um gol.

Bira voltou a ter mais chances no campeonato gaúcho, mas no final de agosto de 1980, enquanto o grupo principal excursionava pela Europa, o centroavante ficou no Brasil, junto com os juniores e mais alguns reservas, disputando o estadual. Em 21 de setembro, Bira envolveu-se em um acontecimento curioso: o Internacional empatava com o Novo Hamburgo em 0x0, no Beira-Rio, e aos 46' do 2º tempo Bira fez o gol da vitória. Na comemoração, entusiasmado, ele tirou a camisa. Ao perceber que seria expulso, correu para o vestiário, mas não escapou da punição. O Internacional acabaria vice-campeão gaúcho, mas Bira reconquistou a titularidade.

Na estreia do campeonato brasileiro de 1981, em 18 de janeiro, Bira deixou sua marca, na vitória de 4x2 sobre a Ponte Preta. Na rodada seguinte, voltaria a marcar, de bicicleta, na vitória de 2x0 sobre o Vila Nova. Mas seriam os únicos gols de Bira naquele campeonato. Logo perdeu a titularidade para Jones e no final de fevereiro foi trocado por empréstimo por Nílson Dias, com o Universidad Guadalajara, onde atuaria por seis meses.

Em agosto de 1981, retornou ao Internacional, tornando-se o artilheiro colorado no campeonato gaúcho, com 11 gols. Um dos mais importantes ocorreu no Gre-Nal de 4 de novembro de 1981, no Beira-Rio. O Grêmio havia saído na frente, com gol de Geraldão, mas aos 8' do 2º tempo Bira foi lançado em velocidade, invadiu a área e, na saída de Leão, tocou por cobertura para marcar. Depois Cléo viraria a partida. No final do campeonato, o Internacional ficou com a taça.

Na estreia do campeonato brasileiro de 1982, novamente Bira deixou sua marca na vitória de 3x0 sobre o Grêmio Maringá. Novamente Bira seria o artilheiro colorado na competição, marcando 8 gols. Bira marcaria contra a Ponte Preta, contra o Taguatinga (3) e na estreia de Ruben Paz faria mais 3 na goleada de 5x0 sobre o Goiás. Estes seriam os últimos gols de Bira pelo clube. O centroavante despediu-se do Colorado em 14 de março de 1982, na antepenúltima partida do Internacional no campeonato brasileiro. No Morumbi, o Colorado perdeu por 1x0 para o Corinthians, e Bira foi substituído por aquele que também ficaria em seu lugar como artilheiro do time, nas próximas competições: Geraldão.

Seus números no Internacional:
99 partidas
55 vitórias
24 empates
20 derrotas
53 gols
Campeão brasileiro em 1979
Campeão gaúcho em 1981

Suas vítimas no Internacional:
3 gols
São Paulo, Desportiva, Ponte Preta, Atlético MG, Taguatinga, Goiás, São Paulo RG e Novo Hamburgo
2 gols
Rio Branco, Mixto, Ferroviário, Atlético GO, São Borja, São Gabriel, Caxias e Brasil de Pelotas
1 gol
Santa Cruz, Chapecoense, Itabaiana, Botafogo PB, Bahia, Vila Nova, Grêmio Maringá, Bagé, Lajeadense, Caxias, Internacional SM, Grêmio e Deportivo Táchira VEN

Após sair do Internacional, Bira jogou no Atlético MG, Juventus SP, Novo Hamburgo, Náutico, Remo, Chivas Guadalajara MEX, Aimoré, Central, Juventus SP e novamente Remo, onde encerrou a carreira, em 1988.

Em 14 de setembro de 2020, em Macapá, Bira foi vencido por um câncer de fígado.

Colaboração: Luiz Pissuti

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