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terça-feira, 25 de outubro de 2022

Nossos títulos - campeonato estadual de 1942

Além dos jogadores, está na foto o técnico Orlando Cavedini

Entre 1919 e 1960 o campeonato gaúcho foi disputado pelos campeões municipais, que se enfrentavam em jogos eliminatórios. E foi assim em 1942.

O Internacional, tricampeão porto-alegrense e bicampeão estadual, estreou no campeonato gaúcho em 11 de outubro de 1942, no estádio da Timbaúva, enfrentando o Internacional de Santa Maria. Era o primeiro confronto entre os dois clubes. A temporada de 1942 foi a única da escalação clássica do Rolo Compressor, mas nessa partida o time jogou desfalcado de seu lateral-direito Assis. Mesmo assim, a equipe santamariense não conseguiu fazer frente ao clube da capital. Russinho, Tesourinha e Villalba construíram boa vantagem no 1º tempo. Na 2ª etapa Abigail, Russinho, Villalba e Carlitos (2) ampliaram o placar, restando a Tumbia, dois minutos antes do final, diminuir. Placar final: Internacional 8x1.
Equipe colorada: Ivo; Alpheu e Nena; Arno, Ávila e Abigail; Tesourinha, Russinho, Villalba, Rui e Carlitos

No dia 18 de outubro o adversário era o Armour, de Santana do Livramento, novamente na Timbaúva. O Internacional ainda continuava sem Assis e também deixou de contar com Villalba e Carlitos. Mas outra vez o adversário não foi páreo para o Colorado. Ruy, Russinho, Tesourinha, Castillo e novamente Russinho fizeram 5x0 no 1º tempo. O Armour tentou reagir na 2ª etapa, com gols de Pedro Quim e José Argemiro, mas Castillo Abigail trataram de reforçar a vantagem colorada. Restou a Pedro Quim, no final da partida, diminuir a diferença. Placar final: Internacional 7x3.
Equipe colorada: Ivo; Alpheu e Nena; Arno, Ávila e Abigail; Tesourinha, Russinho, Zizinho, Rui e Castillo

Com estas duas vitórias, o Internacional classificou-se para a final, contra o Floriano, de Novo Hamburgo. A final seria disputada em duas partidas.

O primeiro jogo da decisão ocorreu em 21 de outubro de 1942, no estádio da Montanha. E agora o Internacional contaria com sua potência máxima, com todos os titulares de volta. O Floriano, melhor equipe do interior, foi massacrado. Villalba (3), Russinho (2) e Carlitos (2) construíram um placar de 7x0 ainda no 1º tempo. Na 2ª etapa Miguel ainda diminuiu, Villalba voltou a ampliar a vantagem, Bruno diminuiu mais uma vez e Carlitos, marcando duas vezes, encerrou o marcador. Placar final: Internacional 10x2.
Equipe colorada: Ivo; Alpheu e Nena; Assis, Ávila e Abigail; Tesourinha, Russinho, Villalba, Rui e Carlitos

No dia 25 de outubro as duas equipes voltaram a se enfrentar, na Baixada. O regulamento não previa saldo de gols e em caso de vitória do Floriano, por qualquer placar, ocorreria um jogo-extra. Mas novamente completo, o Internacional não deu chances ao Floriano sequer de sonhar com uma vitória. No 1º tempo Villalba marcou duas vezes, aos 21' e 23'. Ivo Schmidt ainda diminuiu, aos 11' do 2º tempo, mas Russinho aos 26' e Tesourinha aos 37' deram números finais ao jogo. Internacional 4x1. O Colorado tonava-se o primeiro clube tricampeão gaúcho da história.

INT: Ivo; Alpheu e Nena; Assis, Ávila e Abigail; Tesourinha, Russinho, Villalba, Rui e Carlitos
Técnico: Orlando Jerônymo Cavedini

FLO: Nílson; Crespo e Marreco; Renato, Oscar e Libório; Nonô, Luís, Neco, Miguel e Ivo Schmidt
Alfredo Poisl

Os campeões:
IVO João Wink
goleiro
27/12/1920
4 partidas
7 gols sofridos

ALPHEU Cachapuz Baptista
zagueiro
11/06/1914
4 partidas

Olavo Rodrigues Barbosa (NENA)
zagueiro
11/06/1923
4 partidas

ARNO
lateral-direito
2 partidas

ASSIS Lucas Ferreira
lateral-direito
17/02/1917
2 partidas

Oswaldo ÁVILA
centromédio
04/12/1919
4 partidas

ABIGAIL Conceição de Souza
lateral-esquerdo
10/04/1921
4 partidas
2 gols

Osmar Fortes Barcellos (TESOURINHA)
ponteiro-direito
03/10/1921
4 partidas
3 gols

David Russowski (RUSSINHO)
meia-direita
01/09/1917
4 partidas
7 gols

José VILLALBA
centroavante
08/08/1919
3 partidas
8 gols

Wilson Paulo Escobar (ZIZINHO)
meia
25/12/1926
1 partida

RUY Castro dos Santos
meia-esquerda
30/09/1915
4 partidas
1 gol

Alberto Zolim Filho (CARLITOS)
ponteiro-esquerdo
27/11/1921
3 partidas
6 gols

Fábio CASTILLO
ponteiro-esquerdo
1 partida
2 gols


sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Um clássico - Internacional 4x3 Grêmio - 20/10/1940


O Gre-Nal de 20 de outubro de 1940 valia pelo turno neutro (3º turno) do campeonato municipal, e estava marcado para o estádio da Timbaúva.

O campeonato, em pontos corridos, teve três turnos. O Colorado venceu o clássico do 1º turno, na Baixada, por 3x2. O Grêmio venceu o clássico do 2º turno, nos Eucaliptos, por 5x2. E o clássico do 3º turno prometia ser decisivo. O Internacional, vencendo, ficava muito perto da taça. O Grêmio vencendo empatava em pontos com o rival.

Os técnicos colorados (Orlando Jerônymo Cavedini e Carlos De Lorenzi) tinham dúvidas para montar a equipe que iria a campo. Alpheu, que vinha sendo improvisado na lateral-direita, não estava bem fisicamente e era dúvida. Os técnicos também não haviam decidido quem jogaria na lateral-esquerda, Assis ou Pedrinho. Nesse caso a dúvida era técnica: qual dos dois era mais indicado para jogar um clássico. E havia o centrovante Marques, fora do time a três partidas, por lesão, que poderia voltar no Gre-Nal. A imprensa não estava nada contente com o "mistério" sobre a escalação colorada.

Mas mesmo com essas dúvidas, o Internacional, que já era chamado de "Rolo Compressor", era apontado como o favorito do clássico contra seu rival, que era treinado pelo seu próprio presidente, Telêmaco Frazão de Lima.

O técnico, escolhido de comum acordo entre os clubes, seria Alfredo Cesaro. Os assistentes escalados foram Antônio Estima de Castro e Guilherme Sroka. A preliminar seria disputada entre Porto Alegre e Renner, na decisão do campeonato da Série B. O preço dos ingressos ia de dois mil réis a dez mil réis.

A Agência Vitória ofereceu um bilhete inteiro da Loteria do Estado ao time vencedor, podendo render 500:000$000 (quinhentos contos de réis, ou 500 milhões de réis) na extração do dia 7 de novembro. O Departamento de Propagande e Cooperação, liderado por Vicente Rao, iria distribuir flâmulas do Internacional aos torcedores, antes da partida.

E apesar das dúvidas da imprensa, na tradicional nota lançada pelo clube antes da partida, Marques não estava convocado para a partida, nem Rubim, o reserva de Alpheu. Apenas Assis e Pedrinho mantinham uma dúvida.

Um grande público compareceu ao estádio, totalizando a renda de 31:875$000 (trinta e um contos e oitocentos e setenta e cinco mil réis), a maior já registrada em Porto Alegre, até então.

Na preliminar, o empate em 3x3 deu o título da Série B e o acesso à Série em 1941 ao veterano Porto Alegre.

No clássico, as equipes foram assim a campo:
IN: Júlio; Álvaro e Risada; Alpheu, Magno e Assis; Tesourinha, Russinho, Carlitos, Ruy Motorzinho e Castillo
Técnicos: Orlando Jerônymo Cavedini e Carlos De Lorenzi
GR: Edmundo; Dario e Luiz Luz; André, Noronha e Walter; Mário, Alexandre, César Basílio, Foguinho e Duarte
Técnico: Telêmaco Frazão de Lima

A partida principal começou equlibrada. Mas logo aos 9', Foguinho passou para César Basílio, que passou para Alexandre, que por sua vez serviu a Mário. O atacante chutou para as redes. Grêmio 1x0.

Mas a torcida gremista não teve tempo de comemorar. Aos 11', Carlitos cruzou para Tesourinha, que ganhou de Walter e na saída de Edmundo tocou por cima do goleiro. Estava empatado o clássico.

Aos 25', Magno cobrou falta lançando a bola para a área. Russinho e Tesourinha avançam nela e o ponteiro-direito tocou nela levemente. Edmundo pulou atrasado e engoliu um frango. Internacional 2x1.

Mas ainda no 1º tempo, aos 45', Risada, Assis e Álvaro se atrapalharam e a bola ficou com Mário, que atrasou para César Basílio chutar para as redes. Estava novamente empatado o clássico. A partida nem recomeçou, após o gol encerrou a etapa.

Logo que a partida recomeça, aos 3', Magno desceu ao ataque e passou para Russinho marcar. Internacional novamente na frente.

Aos 14', Foguinho lançou Mário pela esquerda, que ganhou de Assis na velocidade e chutou para as redes. Mais uma vez o clássico estava empatado.

Mas aos 26', Magno chutou para o gol, Noronha cortou de cabeça e a bola caiu nos pés de Russinho, que chutou forte para as redes. Internacional 4x3!

Após o quarto gol, Tesourinha recuou para a lateral-direita, deixando Alpheu, já sem condições físicas, na ponta. Pouco depois, no Grêmio, o zagueiro Luiz Luz também sentiu uma lesão e foi para a lateral, enquanto Valter passava a atuar na zaga. Na época não haviam substituições. Aos 45', a partida foi encerrada com a vitória colorada por 4x3. O Colorado ficou com uma mão na taça e sobrou corneta para o presidente/técnico gremista, que havia ironizado a imprensa esportiva da cidade alguns dias antes, dizendo que os jovens jornalistas ainda não conheciam futebol.

Na noite do dia 21 de outubro, o Departamento de Propaganda e Cooperação organizou um jantar para homenagear os atletas vencedores.

No jogo seguinte, em 30 de outubro, o Internacional venceu o Força e Luz por 5x1 e conquistou o campeonato municipal, o primeiro título do Rolo Compressor.

quinta-feira, 20 de outubro de 2022

Maiores sequências invictas do Internacional em campeonatos brasileiros


Maiores sequências invictas do Internacional em campeonatos brasileiros. Para calcular o aproveitamento, considerou-se todas as partidas valendo três pontos, independente do regulamento da época. Foram considerados apenas os resultados de campo, não levando em conta o WO sobre o Atlético Mineiro, em 1979.

23 partidas
1978/1979
15 vitórias e 8 empates
76,81%
Cláudio Duarte (1 jogo) e Ênio Andrade (22 jogos)

14 partidas
1972
9 vitórias e 5 empates
76,19%
Dino Sani

13 partidas
1997
9 vitórias e 4 empates
79,48%
Celso Roth

1972
4 vitórias e 9 empates
53,84%
Dino Sani

12 partidas
2020
9 vitórias e 3 empates
83,33%
Abel Braga

2022
8 vitórias e 4 empates
77,77%
Mano Menezes (10) e Sidnei Lobo (2)

1973
7 vitórias e 5 empates
72,22%
Dino Sani

1988
7 vitórias e 5 empates
72,22%
Chiquinho (4 jogos) e Abel Braga (8 jogos)

1981
4 vitórias e 8 empates
55,55%
Mário Juliato (4 jogos) e Cláudio Duarte (8 jogos)

1983/1984
4 vitórias e 8 empates
55,55%
Dino Sani


terça-feira, 18 de outubro de 2022

Jogadores do passado: Nílson Aragão

 

Nílson Alves de Aragão nasceu em 18 de outubro de 1962, em Nova Andradina (MS).

Começou sua carreira no Juventus, de São Paulo, em 1979. Em 1983 transferiu-se para o Moto Club, jogando no Linense em 1984. Na temporada de 1985 e 1986 jogou na Platinense, chegando ao Atlético Paranaense em 1987. No mesmo ano jogou no Sãocarlense. Após passar pelo União Bandeirante em 1988 e 1989, jogou no Caxias em 1990.

Após o campeonato gaúcho de 1990 o Internacional contratou o técnico Orlando Bianchini, vice-campeão estadual pelo Caxias, e o centroavante Nílson Aragão. A estreia do atacante pelo Colorado ocorreu em 11 de agosto de 1990, em um amistoso com o Araranguá, que terminou 1x1. Em 20 de agosto de 1990, em um amistoso com o Atlético Paranaense, o Internacional venceu por 2x0 e Nílson Aragão marcou seus dois primeiros gols pelo clube. Mas no jogo seguinte, estreia no campeonato brasileiro, o Internacional perdeu o clássico Gre-Nal por 1x0. Embora o técnico colorado tivesse indicado a contratação de Nílson Aragão, após o Gre-Nal ele perdeu a posição para Hamílton, embora entrasse no time em vários jogos.

Em 26 de setembro de 1990 o Internacional foi a Taquari, enfrentar o Taquariense em um amistoso. O Clube do Povo venceu a partida por 8x1 e Nílson Aragão fez todos os oito gols, tornando-se o maior artilheiro colorado da história em uma única partida. Mas com a chegada do técnico Ênio Andrade ao clube, no início de outubro, Nílson Aragão perdeu espaço. Ele jogaria apenas uma partida com o novo técnico, só voltando a campo do Abel Braga, em 13 de junho de 1991, amistoso com o Novo Hamburgo vencido por 1x0. No amistoso seguinte, contra o Igrejinha, o Colorado venceu por 4x0 e Nílson Aragão marcou dois gols. No jogo seguinte, 1x0 no Aimoré e mais um gol de Nílson Aragão. Em 4 de agosto de 1991 participou da vitória por 2x0 sobre o São Luiz, que rendeu a conquista da Copa Governador do Estado. Foi seu último jogo pelo Colorado.

Depois do Internacional, Nílson Aragão jogou no Olímpia SP (1991), SENA MS (1993), Chapecoense (1993), Fortaleza (1993), São Luiz (1994) e Taquariense (1994). Encerrou a carreira no mesmo clube em que marcou 8 gols.

Seus números no Internacional:
16 partidas
7 vitórias
5 empates
4 derrotas
13 gols marcados
Campeão da Copa Governador do Estado em 1991

Jogadores do passado: Goycochea



Sérgio Javier Goycochea nasceu em Zárate (ARG), em 17 de outubro de 1963.

O goleiro Goycochea começou a jogar futebol no Defensores Unidos, clube de sua cidade natal, em 1979. Durante a temporada de 1982 foi contratado pelo River Plate, onde estrearia apenas em agosto de 1983. No River, Goycochea foi campeão argentino em 1985, da Copa Libertadores e da Copa Intercontinental em 1986, mas sempre como reserva de Nery Pumpido. Em seu período no River Plate disputou menos de 60 partidas.

Em 1988 Goycochea foi jogar no Millonarios, da Colômbia, sagrando-se campeão colombiano no mesmo ano. Suas atuações pelo Millonarios o levaram à Seleção Argentina, onde novamente foi reserva de Pumpido. Mas teria seu grande momento na Copa do Mundo de 1990. Na segunda rodada da 1ª fase, Pumpido quebrou a perna e Goycochea assumiu a posição. Destacou-se defendendo pênaltis contra a Iugoslávia, nas quartas de final, e Itália, na semifinal. Mas não conseguiu segurar a forte seleção alemã, na final.

Depois da Copa, Goycochea voltou à Argentina, para atuar no Racing. Poucos meses depois foi negociado com o Brest, da França. Mas o clube francês estava em graves dificuldades financeiras e ao final da temporada de 1991 foi rebaixado administrativamente para a 3ª divisão. Em 1992 foi jogar no Cerro Porteño, do Paraguai, como reforço para a Taça Libertadores. Com a eliminação no torneio, acabou indo atuar no rival Olimpia. No ano de 1993 voltou ao River Plate, vencendo o campeonato argentino da temporada. Mas logo entrou em uma fase negativa. Em setembro de 1993 era o goleiro da Argentina na humilhante derrota sofrida para a Colômbia por 5x0, em pleno Monumental de Núñez. No início de 1994 perdeu inclusive a condição de primeiro reserva do River, mesmo sendo titular da Seleção Argentina. Pouco depois deixou o gol da seleção e acabou negociado com o pequeno Deportivo Mandiyú.



Em 6 de junho de 1995 o Internacional anunciava a contratação de Goycochea. O jogador era dono do próprio passe e o alugou ao Colorado por um ano. Mas somente nos últimos dias do mês de junho se apresentou ao clube, após encerrar seus compromissos com o Mandiyú. E a pesar de se apresentar dia 21 de junho, só ficaria em condições legais de jogo um mês depois. Sua estreia ocorreu em 30 de julho de 1995, na partida de volta da semifinal do campeonato gaúcho. No Beira-Rio, o Internacional bateu o São Luiz por 4x0. Os dois jogos seguintes foram os Gre-Nais decisivos (1x1 e 1x2), que deram o título estadual ao rival.

Na estreia do campeonato brasileiro, no Beira-Rio, o Internacional vencia o Criciúma por 2x1 quando, no último minuto, Goycochea não conseguiu defender firme uma cobrança de falta de Luís Carlos Oliveira e o zagueiro Wilson aproveitou o rebote para marcar. No jogo seguinte o Internacional bateu o Bahia por 2x1, mas Goycochea foi substitído no intervalo por André, devido a uma contratura muscular. Ficaria fora da partida seguinte, mas retornaria contra o Santos (4x2). Ao sair para jogar fora, o Colorado perdeu para o Sport (0x2), mas venceu o Vasco da Gama (2x0). No jogo seguinte, na estreia de Gamarra, diante de quase 60 mil torcedores no Beira-Rio, o Internacional ficou no 1x1 com o Goiás. No jogo seguinte o Internacional venceu o Fluminense por 1x0 e assumiu a liderança do seu grupo, em grande atuação de Goycochea. No jogo seguinte, no Mineirão, nova vitória, 1x0 sobre o Galo, em outra grande atuação de Goycochea. Na rodada seguinte, que poderia garantir a classificação do Internacional para a semifinal. Mas em casa o Colorado foi derrotado pela Portuguesa por 1x0. Na rodada seguinte, precisando vencer para se classificar, o Internacional ficou no 1x1 com o São Paulo.

No 2º turno, o Internacional estreou batendo o Vitória por 3x1, em casa. No jogo seguinte, enfrentando o Botafogo carioca na Paraíba, empate em 0x0, com mais uma grande atuação do goleiro argentino. No Biera-Rio, vitória de 2x0 sobre o Palmeiras. Mas no jogo seguinte, em Campinas, o Internacional empatava com o Guarani em 1x1 quando, aos 47' do 2º tempo, Gamarra e Goycochea se atrapalharam e a bola sobrou para Neto marcar. A situação piorou com a derrota por 1x0 no Gre-Nal, contra um Grêmio que lutava para não cair. No jogo seguinte, empate em 0x0 com o Flamengo, em casa, com direito a coro de "burro, burro" para Abel Braga, técnico colorado. Em São Paulo, derrota para o Corinthians por 2x1, sofrendo gol aos 44' do 2º tempo. Em seguida, com um time desfalcado, o Internacional empata em 0x0 com o Paysandu, em Belém. Com chances remotas de classificação, o Internacional foi a Curitiba precisando vencer, mas o empate em 2x2. O Internacional vencia até os 32' do 2º tempo, quando sofreu o empate. O placar de 2x2 se repetiria contra o Bragantino, no Beira-Rio. A seguir, em Chapecó, para onde o Internacional transferiu seu jogo, buscando mais renda, vitória de 2x0 sobre o Cruzeiro. E por fim, derrota para o Juventude, em Caxias do Sul, por 2x1. No primeiro gol do Ju, Goycochea soltou uma cobrança de falta nos pés do atacante Toni.

Em 1996 a temporada começou com um empate em 2x2 com o Universidad de Chile, no qual Goycochea foi substituído por André durante a partida. Na estreia do Gauchão, vitória por 1x0 sobre o Ypiranga. Depois, Copa do Brasil e excursão à Colômbia. Goycochea seguiu como titular até 21 de março, quando se lesionou em um amistoso, ficando de fora de três partidas. Retornou no empate com o São Paulo em 1x1, pela Copa do Brasil. No jogo seguinte o Internacional perdeu para o Caxias, por 2x1. Em seguida ficou duas partidas fora, por suspensão, retornando na vitória por 2x0 sobre o Esportivo. Pela Copa do Brasil, contra o Flamengo, no Maracanã, Goycochea defendeu um pênalti cobrado por Romário, mas falhou em um chute de Sávio. O Flamengo venceu por 3x1 e eliminou o Colorado. No campeonato gaúcho, o time fez uma fraca campanha. No quadrangular semifinal, em 9 de junho de 1996, o Internacional perdeu por 2x1 para o Ypiranga e perdeu as chances de chegar à final, com uma rodada de antecipação. Foi a última partida do goleiro pelo Internacional. Goycochea terminou a partida lesionado e ficaria de fora da última partida, contra o Brasil de Pelotas. Mas no dia 14 de junho a direção colorada liberou o goleiro para procurar novo clube.

Depois de sair do Internacional, Goycochea jogou no Vélez Sarsfield (1996/1997) e Newell's Old Boys (1997/1998), onde encerrou a carreira.

Seus números no Internacional:
46 partidas
19 vitórias
16 empates
11 derrotas

sexta-feira, 14 de outubro de 2022

Média de público colorada no campeonato brasileiro


As médias de público do Internacional no Beira-Rio, no campeonato brasileiro:

1971
13 partidas
Maior público: 71.523 (05/09/1971 2x2 Corinthians)
Menor público: 9.645 (08/08/1971 0x0 Fluminense)
Média: 33.340

1972
Não disponho dos números

1973
Não disponho dos números

1974
Não disponho dos números

1975
Média: 51.962

1976
Não disponho de números

1977
Não disponho de números

1978
Não disponho de números

1979
12 partidas
Maior público: 69.575 (16/12/1979 1x1 Palmeiras)
Menor público: 3.774 (07/11/1979 1x0 Goytacaz)
Média: 28.760

1980
Não disponho de números

1981
Não disponho de números

1982
8 partidas
Maior público: 43.527 (07/03/1982 0x2 Corinthians)
Menor público: 10.513 (06/02/1982 6x1 Taguatinga)
Média: 28.317

1983
7 partidas
Maior público: 19.656 (06/03/1983 0x0 Botafogo)
Menor público: 1.055 (02/04/1983 2x1 Atlético MG)
Média: 11.152

1984
7 partidas
Maior público: 36.044 (18/03/1984 4x0 Flamengo)
Menor público: 3.723 (01/02/1984 5x0 Anapolina)
Média: 14.412

1985
13 partidas
Maior público: 57.803 (21/07/1985 1x2 Bangu)
Menor público: 7.779 (10/07/1985 1x0 Mixto)
Média: 24.080

1986
13 partidas
Maior público: 35.627 (14/12/1986 0x2 Atlético MG)
Menor público: 1.812 (05/11/1986 3x1 Sobradinho)
Média: 14.339

1987
10 partidas
Maior público: 63.228 (06/12/1987 1x1 Flamengo)
Menor público: 6.198 (15/11/1987 0x0 Coritiba)
Média: 25.021

1988
14 partidas
Maior público: 79.598 (19/02/1989 0x0 Bahia)
Menor público: 2.094 (11/09/1988 0x0 Santos)
Média: 26.860

1989
9 partidas
Maior público: 15.222 (29/11/1989 2x0 Grêmio)
Menor público: 3.981 (18/11/1989 2x0 Goiás)
Média: 9.777

1990
10 partidas
Maior público: 23.022 (26/08/1990 1x2 Grêmio)
Menor público: 3.994 (07/10/1990 1x1 São José)
Média: 9.929

1991
8 partidas
Maior público: 37.163 (21/04/1991 2x2 Atlético MG)
Menor público: 2.860 (18/05/1991 1x0 São Paulo)
Média: 17.958

1992
10 partidas
Maior público: 35.065 (02/05/1992 0x2 Botafogo)
Menor público: 6.855 (27/01/1992 0x1 Bragantino)
Média: 18.717

1993
7 partidas
Maior público: 30.741 (30/10/1993 2x0 Flamengo)
Menor público: 15.301 (20/09/1993 1x1 Bragantino)
Média: 22.771

1994
12 partidas
Maior público: 37.827 (21/08/1994 0x2 Palmeiras)
Menor público: 1.530 (26/11/1994 0x1 Botafogo)
Média: 9.262

1995
11 partidas
Maior público: 43.538 (20/09/1995 1x1 Goiás)
Menor público: 773 (26/11/1995 2x2 Bragantino)
Média: 20.971

1996
11 partidas
Maior público: 39.621 (22/09/1996 1x2 Grêmio)
Menor público: 2.251 (10/11/1996 2x1 Paraná)
Média: 13.011

1997
15 partidas
Maior público: 47.429 (22/11/1997 2x0 Atlético MG)
Menor público: 1.583 (06/12/1997 0x1 Palmeiras)
Média: 20.382

1998
12 partidas
Maior público: 28.769 (22/08/1998 2x2 Corinthians)
Menor público: 7.678 (05/08/1998 0x3 São Paulo)
Média: 17.272

1999
10 partidas
Maior público: 47.392 (31/10/1999 1x0 Ponte Preta)
Menor público: 6.295 (02/10/1999 1x2 Santos)
Média: 17.057

2000
15 partidas
Maior público: 42.016 (29/11/2000 1x1 Cruzeiro)
Menor público: 3.886 (14/10/2000 3x2 Bahia)
Média: 22.287

2001
13 partidas
Maior público: 33.866 (15/11/2001 3x0 Santos)
Menor público: 6.520 (01/08/2001 0x2 Juventude)
Média: 15.096

2002
13 partidas
Maior público: 44.676 (28/10/2002 0x1 Grêmio)
Menor público: 6.072 (16/10/2002 1x2 Goiás)
Média: 16.015

2003
23 partidas
Maior público: 45.997 (07/12/2003 1x1 São Paulo)
Menor público: 8.215 (09/07/2003 2x1 Vasco da Gama)
Média: 18.547

2004
23 partidas
Maior público: 21.088 (17/10/2004 3x1 Botafogo)
Menor público: 6.539 (03/07/2004 3x0 Criciúma)
Média: 11.728

2005
21 partidas
Maior público: 65.284 (05/10/2005 3x0 São Paulo)
Menor público: 9.231 (16/10/2005 3x1 Vasco da Gama)
Média: 22.128

2006
19 partidas
Maior público: 36.824 (10/09/2006 2x0 Athlético PR)
Menor público: 16.446 (23/07/2006 0x0 Botafogo)
Média: 25.375

2007
19 partidas
Maior público: 38.928 (30/09/2007 1x2 São Paulo)
Menor público: 3.901 (10/06/2007 1x0 Santos)
Média: 21.060

2008
19 partidas
Maior público: 42.590 (28/09/2008 4x1 Grêmio)
Menor público: 7.481 (23/11/2008 0x2 Fluminense)
Média: 21.910

2009
19 partidas
Maior público: 40.027 (25/10/2009 1x0 Grêmio)
Menor público: 7.297 (15/07/2009 4x2 Fluminense)
Média: 20.932

2010
21 partidas
Maior público: 38.149 (26/09/2010 3x2 Corinthians)
Menor público: 6.483 (18/07/2010 2x1 Ceará)
Média: 19.692

2011
19 partidas
Maior público: 38.142 (06/11/2011 1x2 Fluminense)
Menor público: 8.541 (16/11/2011 1x0 Bahia)
Média: 21.114

2012
19 partidas
Maior público: 22.039 (20/05/2012 2x0 Coritiba)
Menor público: 4.088 (10/10/2012 3x0 Atlético MG)
Média: 10.819

2013
Em virtude das obras de reforma do Beira-Rio para a Copa do Mundo, o Internacional mandou seus jogos no Centenário (Caxias do Sul) e no Vale (Novo Hamburgo).
Estádio Centenário
11 partidas
Maior público: 15.273 (20/10/2013 2x2 Grêmio)
Menor público: 3.549 (07/07/2013 5x3 Vasco da Gama)
Média: 9.031
Estádio do Vale
8 partidas
Maior público: 10.134 (18/08/2013 0x0 Atlético MG)
Menor público: 2.174 (25/08/2013 3x3 Goiás)
Média: 6.770
Média Geral: 8.079

2014
Em virtude da Copa do Mundo, o Internacional mandou dois jogos no Centenário (Caxias do Sul).
Estádio Centenário
2 partidas
Maior público: 7.541 (25/05/2014 1x3 Cruzeiro)
Menor público: 3.483 (28/05/2014 2x0 Chapecoense)
Média: 5.512
Estádio Beira-Rio
17 partidas
Maior público: 41.148 (29/11/2014 3x1 Palmeiras)
Menor público: 15.096 (25/10/2014 2x0 Bahia)
Média: 28.221
Média Geral: 25.830

2015
19 partidas
Maior público: 41.954 (07/06/2015 2x0 Coritiba)
Menor público: 11.415 (12/08/2015 1x0 Fluminense)
Média: 22.374

2016
19 partidas
Maior público: 40.686 (03/07/2016 0x1 Grêmio)
Menor público: 12.092 (15/05/2016 0x0 Chapecoense)
Média: 28.339

2018
19 partidas
Maior público: 45.263 (14/10/2018 3x1 São Paulo)
Menor público: 17.740 (21/05/2018 3x0 Chapecoense)
Média: 31.853

2019
19 partidas
Maior público: 40.588 (01/05/2019 2x1 Flamengo)
Menor público: 9.962 (31/08/2019 3x2 Botafogo)
Média: 22.881

2020
19 partidas
Devido à pandemia de COVID-19 não teve público nos estádios.

2021
19 partidas
Devido à pandemia de COVID-19 não teve público nos estádios nos primeiros dez jogos do ano.
Maior público: 25.971 (06/11/2021 1x0 Grêmio)
Menor público: 8.506 (10/10/2021 5x2 Chapecoense)
Média: 13.618

2022
16 partidas (até agora)
Maior público: 39.541 (31/07/2022 3x0 Atlético MG)
Menor público: 11.050 (30/05/2022 1x1 Atlético GO)
Média: 24.050


sábado, 8 de outubro de 2022

Jogadores do passado: Augusto Bulcão


Augusto Luchsinger Bulcão nasceu em 8 de outubro de 1902, em Caçapava do Sul (RS).

Sua família mudou-se para a capital quando ele ainda era criança. Em 1916 Augusto Bulcão estudava no Ginásio Júlio de Castilhos, onde estudaria até 1920. Em seguida ingressou na Faculdade de Farmácia. Em 1922, seu irmão João Bulcão aparece no 2º quadro da equipe da Medicina, que disputava o campeonato acadêmico, e Augusto aparece como reserva do 2º quadro.

Em 1923 os irmãos ingressaram no Internacional em 1923. Ponteiro-esquerdo, Augusto Bulcão era conhecido como Bulcão II, para diferenciar do irmão. E também ingressou no time mais tarde, sempre atuando com seu irmão. A estreia de Augusto Bulcão ocorreu em 1º de novembro de 1923, na derrota para o Grêmio por 1x0, em um Gre-Nal amistoso na Chácara dos Eucaliptos. Também na Chácara dos Eucaliptos, Augusto Bulcão enfrentaria, pelo campeonato municipal, São José (3x0) e Ypiranga (4x0). Seu último jogo pelo Internacional ocorreu em 2 de dezembro de 1923, quando, na Bela Vista, o Internacional venceu o Ruy Barbosa por 2x1.

Augusto casou-se com Electra Freitas Rodrigues, filha de Nilmar Rodrigues da Silva e Leonor de Freitas Rodrigues, em 25.051929, em Lavras do Sul, cidade onde se estabeleceu.

Seus números no Internacional:
4 partidas
3 vitórias
1 derrota

domingo, 2 de outubro de 2022

Técnicos: Abel Braga


Abel Carlos da Silva Braga nasceu no Rio de Janeiro (RJ) em 1º de setembro de 1952.

Abel começou a carreira no futebol como zagueiro, revelado pelas categorias de base do Fluminense em 1971. No Tricolor carioca Abel foi campeão estadual em 1971, 1973, 1975 e 1976. Mas no Fluminense Abel nem sempre era titular. Em 1972 chegou a atuar no Figueirense, por empréstimo. Assim, em 1977 ele foi jogar no Vasco da Gama, embora nos primeiros meses do ano tenha jogado por empréstimo no San Diego Sockers (EUA). Na volta ao Vasco, foi campeão estadual de 1977.

Abel foi convocado para a Copa do Mundo de 1978 e no ano seguinte foi contratado pelo Paris Saint-Germain. O zagueiro voltaria ao Brasil em 1981, para atuar no Cruzeiro. De 1982 a 1984 Abel defendeu o Botafogo e ainda em 1984 jogou no Goytacaz, onde encerrou a carreira.

Abel começou a carreira de técnico no próprio Goytacaz, em 1985. Depois de uma rápida passagem pelo Botafogo, ainda em 1985 Abel foi trabalhar em Portugal, no Rio Ave. De volta ao Brasil no segundo semestre de 1986, treinou o Vitória. Em 1987 começou o ano no Galícia, sendo contratado depois pelo Santa Cruz, onde conquistou o título estadual.

Durante o campeonato brasileiro de 1988 o Internacional não teve um bom começo. Em 5 partidas, tinha uma vitória, uma derrota e três empates. No dia 28 de setembro de 1988, quatro dias depois do último empate, contra o Botafogo, o técnico Chiquinho foi demitido e foi anunciada a contratação de Abel Braga. Mas estando muito bem no Santa Cruz, surgiu uma situação inusitada: os jogadores do clube pernambucano pediram que Abel os comandasse em uma última partida, dia 1ª de outubro. Assim, Abel tornou-se provavelmente o único técnico a comandar dois times em uma mesma rodada do campeonato brasileiro: no sábado (01/10) comandou o Santa Cruz, no Rio, contra o Fluminense, no domingo (02/10) dirigiu o Internacional contra o Coritiba, no Beira-Rio. Perdeu no Rio e venceu em Porto Alegre pelo mesmo placar: 2x1.

Na estreia, o Colorado de Abel saiu perdendo, logo aos 3' de jogo, mas virou a partida na 2ª etapa. Nos sete jogos seguintes, o Internacional venceu cinco e empatou dois, entrando na briga por uma das vagas na próxima fase. Sob o comando de Abel, na 1ª fase o Internacional só perderia dois jogos, para São Paulo e Palmeiras, ambos fora de casa. Na 2ª fase, disputada apenas no início de 1989, empate em 0x0 com o Cruzeiro, no Mineirão, e vitória por 2x0 em casa. Na semifinal, o adversário era o Grêmio. No Olímpico, 0x0. No Beira-Rio, diante de mais de 78 mil pessoas, o Grêmio abriu o placar no 1º tempo, e o Internacional ainda teve Casemiro expulso. Tudo parecia perdido. Mas no intervalo Abel cobrou forte dos atletas e tirou o volante Leomir para colocar o atacante Diego Aguirre. Em grande atuação de Nílson, o Colorado virou o jogo para 2x1 e classificou-se para a final, naquele que ficou conhecido como o "Gre-Nal do Século". A grande final foi contra o Bahia. O primeiro jogo ocorreu em 15 de fevereiro de 1989. Na Fonte Nova, Leomir abriu o marcador aos 19' do 1º tempo, mas Bobô virou o jogo para o Bahia. Mesmo assim, bastava uma vitória simples no Beira-Rio, para a torcida colorada comemorar o tetra, no dia 19. Diante de 79.598 torcedores, o Bahia segurou o 0x0 e garantiu o título brasileiro.

Dois dias depois da final do campeonato brasileiro, já começava a disputa da Taça Libertadores, com derrota para o Bahia (1x2). Na 1ª fase o Colorado sofreu contra o Bahia e os venezuelanos Marítimo e Unión Táchira. Mas nos jogos eliminatórios a situação muda. No dia 5 de abril, contra o Peñarol, o Internacional venceu por 6x2. No dia 11, nova vitória, 2x1, em Montevidéu.Nas quartas de final o adversário era o Bahia. Com um gol de Diego Aguirre o Internacional venceu no Beira-Rio e depois segurou o 0x0 em Salvador. Na semifinal, o adversário era o Olimpia. No dia 10 de maio, em Assunção, o Colorado venceu por 1x0, gol de bicicleta de Luís Fernando Gomes. No dia 17 de maio, a catástrofe: jogando pelo empate, o Internacional perdeu por 3x2, sendo novamente derrotado nos pênaltis.

Encerrada a participação na Taça Libertadores, restava o Gauchão. Na última rodada do Hexagonal Final o Grêmio chegou um ponto à frente no Gre-Nal disputado no Olímpico. O clássico terminou 0x0 e o regulamento definia que partidas empatadas eram decididas nos pênaltis. Se o Grêmio vencesse a disputa, seria campeão. Se o Internacional vencesse, teriam que ocorrer dois Gre-Nais extras para decidir o título. O Grêmio venceu por 4x3 e ficou com a taça. Depois do jogo Abel Braga anunciou que estava deixando o Internacional e indo treinar o Famalicão, de Portugal. O Famalicão estava na 2ª divisão e Abel o levou para a elite. Na temporada 1990/1991 o Famalicão não fez uma boa campanha na 1ª divisão, escapando do rebaixamento por detalhes. O contrato de Abel Braga iria até junho de 1991. 

No final de abril de 1991, com o Internacional fazendo uma campanha fraca no campeonato brasileiro, já se comentava sobre a possibilidade de Abel Braga ser contratado para substituir Ênio Andrade, ao final do torneio. O contrato de Ênio iria até junho, assim como o de Abel, e nem o técnico, nem o presidente Asmuz, pareciam interessados em renová-lo. No início de maio de 1991 o Grêmio, que lutava para escapar do rebaixamento, também chegou a sonhar com Abel para substituir Dino Sani. Mas em 15 de maio a imprensa já dava como certa a contratação de Abel, fato que estava sendo negado pelo técnico e pela direção colorada por respeito aos contratos em vigor (de Abel com o Famalicão e do Internacional com Ênio Andrade). No dia 21 de maio, três dias depois da última partida do Internacional no campeonato brasileiro, Ênio Andrade assinou a recisão do seu contrato, que iria até 30 de junho. Em 23 de maio Abel Braga foi anunciado oficialmente como novo técnico, devendo se apresentar em 10 de junho. Dias depois a apresentação foi antecipada para 4 de junho.

Abel Braga estreou no Internacional, em seu retorno, no dia 11 de junho de 1991. No Heriberto Hulse, o Internacional enfrentou o Criciúma, em um amistoso de colocação de fiaxas de campeão da Copa do Brasil na equipe catarinense. O Criciúma, treinado por Luiz Felipe Scolari, venceu por 3x1. No dia 27 de junho o Internacional empatou com a Seleção do Paraguai em 1x1 e nos pênaltis conquistou a Taça Malboro. Em seguida veio a disputa da Copa Governador do estado. Em 28 de julho, no primeiro jogo da decisão, o Internacional empatou em 0x0 com o São Luiz, em Ijuí. No dia 4 de agosto, no Beira-Rio, o Internacional venceu por 2x0 e Abel Braga conquistou seu primeiro título oficial pelo clube. Na rápida excursão à Europa, em agosto, o Internacional perdeu para o Olympique de Marseille (1x2), venceu o Rapid Viena (2x0) e empatou com o Valladolid (2x2). No campeonato gaúcho, depois de alguns resultados empolgantes no início, o clube perdeu alguns pontos preciosos. No dia 22 de setembro de 1991, no Gre-Nal da fase de classificação, o Internacional perdeu por 2x1 e Abel Braga pediu demissão no dia seguinte.

Saindo do Internacional, Abel retornou a Portugal, onde trabalhou no Belenenses, Famalicão, Rio Ave e Vitória de Setúbal. Em 1995 voltou ao Brasil para treinar o Vasco da Gama. Mas Abel ficou pouco tempo no Vasco e em 12 de julho de 1995 assumiu novamente o comando do Internacional, em um empate em 0x0 com o Juventude, pelo campeonato gaúcho. No estadual, Abel chegou à final com o Grêmio, empatando em 1x1 no Beira-Rio e perdendo por 2x1 no Olímpico. No campeonato brasileiro, o time teve altos e baixos e não conseguiu se classificar para a 2ª fase e o contrato do técnico não foi renovado. O último jogo de Abel ocorreu em 3 de dezembro de 1995, quando o Colorado foi derrotado pelo Juventude por 2x1, no Alfredo Jaconi.

Ao sair do Internacional, Abel treinou Atlético Paranaense, Bahia, Coritiba, Paraná e Vasco da Gama, conquistando os campeonatos paranaenses de 1998 (Atlético) e 1999 (Coritiba). Em julho de 2000, após sair do Vasco Abel foi contratado pelo Olympique de Marseille. De volta ao Brasil, treinou Atlético Mineiro, Botafogo, Atlético Paranaense e Ponte Preta, sem grandes resultados. Em 2004, treinando o Flamengo, foi campeão carioca e vice-campeão da Copa do Brasil. Em 2005, comandando o Fluminense, repetiu o vice da Copa do Brasil.

Em 2006 Abel Braga retornou ao Internacional. Pela primeira vez ele chegava no início da temporada. Sua estreia ocorreu em 13 de janeiro de 2006, quando o Internacional bateu o Esportivo por 5x1, em amistoso. O time do Internacional fazia boas apresentações no campeonato gaúcho e na Taça Libertadores, empolgando a torcida. No início de abril chegou o momento da decisão do campeonato gaúcho, em dois Gre-Nais. O primeiro, em 1º de abril, no Olímpico, terminou 0x0. O segundo, no Beira-Rio, teve novo empate, 1x1. Como marcou gol fora, o Grêmio ficou com o título. Mas a perda do estadual não abateu a equipe, que continuou fazendo boa campanha na Taça Libertadores e também no campeonato brasileiro. Nos jogos eliminatórios da Taça Libertadores, o primeiro adversário foi o Nacional. O Colorado venceu em Montevidéu por 2x1 e em Porto Alegre, em uma atuação fraca, segurou o 0x0. Contra a LDU, o Internacional sofreu sua única derrota na Libertadores, perdendo por 2x1 fora de casa, mas vencendo por 2x0 em casa. Na semifinal o adversário foi o Libertad, com um 0x0 em Assunção e vitória de 2x0 em casa. O clube chegava à final do torneio, contra o São Paulo. Em São Paulo, em uma grande atuação de Rafael Sobis, o Internacional venceu por 2x1. E no Beira-Rio com quase 60 mil pessoas, o Colorado empatou em 2x2 e conquistou a Libertadores pela primeira vez. Na sequência do ano o clube deixou de se preocupar com o campeonato brasileiro, preparando-se para o campeonato mundial. Mesmo utilizando time reserva em várias partidas, e até mesmo entregando o comando da equipe ao seu auxiliar Leomir, o Colorado de Abel foi vice-campeão brasileiro. No Mundial, o Internacional venceu o Al Ahly do Egito por 2x1, batendo a seguir o poderoso Barcelona, na final, por 1x0.

Se a temporada de 2006 foi repleta de alegrias, a de 2007 foi um filme de terror. No campeonato gaúcho o Internacional fez sua pior campanha da história, terminando em 7º lugar. Na Taça Libertadores, o clube fez a pior campanha de um campeão defendendo o título. Após a eliminação na Taça Libertadores, em 19 de abril de 2007, ao vencer o Nacional por 1x0, Abel pediu demissão.

A distância, dessa vez, foi curta. Substituído por Alexandre Gallo no comando da equipe, em 12 de agosto de 2007 Abel Braga voltava ao comando da equipe, substituindo exatamente Gallo. Nesse dia o Internacional bateu o Goiás por 1x0.

Em 2008 Abel começou a temporada disputando a Copa Dubai, onde venceu o Stuttgart (1x0) e Internazionale (2x1). Em seguida o time começou a fazer boa campanha no campeonato gaúcho e na Copa do Brasil. No campeonato gaúcho o título veio com uma goleada de 8x1 no Juventude, mas na competição nacional acabou eliminado pelo Sport. No campeonato brasileiro, após alguns tropeços, Abel Braga pediu demissão em 15 de maio de 2008, logo após empatar em 1x1 com o Sport.

Após sair do Internacional, Abel teve seu principal momento no Fluminense, onde foi campeão carioca e brasileiro em 2012.

Abel Braga voltaria ao Internacional em 2014. Sua estreia ocorreu em 29 de janeiro de 2014, na vitória por 2x1 sobre o São Paulo de Rio Grande, pelo campeonato gaúcho. Abel conquistou o título estadual ao bater o Grêmio em dois Gre-Nais (2x1 e 4x1). Na Copa do Brasil, porém, o Internacional foi eliminado pelo Ceará e na Copa Sul-Americana pelo Bahia. No campeonato brasileiro, após uma campanha irregular, o time reagiu, venceu as últimas quatro partidas e deixou o clube em 3º lugar, garantindo vaga na Taça Libertadores. Durante o brasileiro, em 17 de setembro de 2014, ao empatar em 0x0 com o Sport, Abel tornou-se o técnico recordista em partidas no comando do Internacional, com 304 jogos. Seu último jogo no comando colorado foi em 6 de dezembro de 2014, na vitória por 2x1 sobre o Figueirense. Embora Abel declarasse ter interesse em ficar no Internacional, a direção preferiu não renovar seu contrato.

Em 2019, treinando o Flamengo, Abel Braga conquistou o título carioca. No mesmo ano treinou o Cruzeiro, em parte da campanha que levaria o clube ao rebaixamento.

Abel voltaria a treinar o Internacional em 11 de novembro de 2020, na derrota de 1x0 para o América Mineiro, pela Copa do Brasil. Depois de comandar o time em mais duas partidas, Abel contraiu covid, ficando quatro partidas afastado. Na sua volta ao time, Abel emplacou 10 vitórias consecutivas, uma pela Libertadores e 9 pelo brasileiro. Essas 9 vitórias pelo campeonato brasileiro tornaram-se recorde colorado de vitórias consecutivas em campeonatos brasileiros. O Internacional entrou na briga pelo título brasileiro, mas ao não conseguir vencer o Corinthians na última rodada acabou ficando com o vice-campeonato brasileiro. O empate em 0x0 com o Corinthians, em 25 de fevereiro de 2021, foi a última partida de Abel Braga no comando colorado.

Após sair do Internacional, Abel Braga ainda treinou o Lugano, da Suíça, e o Fluminense, onde foi campeão carioca de 2022. No dia 28 de abril de 2022 Abel deixou o Fluminense, e no dia 29 de junho anunciou sua aposentadoria.

Seus números no Internacional:
338 partidas
187 vitórias
81 empates
70 derrotas
Campeão mundial em 2006
Campeão da Taça Libertadores em 2006
Campeão gaúcho em 2008 e 2014
Campeão da Copa Governador em 1991
Campeão da Copa Dubai em 2008