NOSSOS TÍTULOS - Copa do Brasil de 1992

14.07.1992 Muniz Freire 1x3 Internacional

A estreia colorada na Copa do Brasil de 1992 ocorreu contra o Muniz Freire, campeão capixaba. Como o estádio do Muniz Freire era pequeno, a partida ocorreu em Cachoeiro do Itapemirim, no estádio do Estrela do Norte. O Internacional abriu o placar logo aos 12', com Gérson, que havia recebido um passe de Marquinhos. Pouco depois, aos 18', o juiz marcou um pênalti para o Muniz Freire, mas Fernandez defendeu. Aos 21', Marquinhos invadiu a área, driblou o goleiro Lagusa e marcou. Aos 37', Zé Gatinha, após cobrança de escanteio, descontou para os capixabas. Nos 10 minutos iniciais da 2ª etapa, o Muniz Freire pressionou pelo empate, mas depois o Internacional passou a controlar a partida. Aos 39', Marquinhos fechou o placar, com mais um gol.

11.08.1992 Internacional 5x0 Muniz Freire

O Colorado estava em crise, pois havia perdido para o Novo Hamburgo, pelo campeonato gaúcho, dois dias antes. Para diminuir a pressão da torcida, o clube anunciou horas antes da partida a contratação do volante Márcio, do Corinthians, e do ponteiro-direito Maurício, que estava na Portuguesa. Mesmo assim, apenas 836 torcedores compareceram ao Beira-Rio. Em campo, Gérson fez dois gols, aos 2' e 21' do 1º tempo. Zinho ampliou aos 30' e Elson fez 4x0 aos 43'. No 2º tempo, o Internacional limitou-se a administrar a partida, aumentado o placar com Rudinei, aos 38'. Nos minutos finais, Fernandez foi expulso. Como o Internacional já havia realizado as duas substituições possíveis, Gérson foi para o gol.

09.10.1992 Corinthians 0x4 Internacional

Havia um temor de uma derrota difícil de reverter, jogando no Pacaembu. Mas o que se viu foi o contrário. Logo aos 7', Marquinhos cobrou escanteio da esquerda e Gérson, na pequena área, apenas encostou, com o pé direito, a bola para as redes. Internacional 1x0. Aos 43', o Internacional cobrou falta para a área, a zaga afastou e Márcio pegou o rebote, de fora da área, e encheu o pé para acertar as redes. Era o primeiro gol da carreira de Márcio, e feito exatamente contra seu ex-clube, no qual atuara por dez anos. No início do 2º tempo, aos 4', Daniel Franco, lateral-esquerdo colorado, foi expulso. Na sequência, Neto acertou uma cobrança de falta no travessão, mas o Internacional saiu em rápido contra-ataque. Marquinhos foi lançado, ganhou de Marcelo e invadiu a área corintiana, sendo derrubado pelo mesmo Marcelo. Gérson cobrou o pênalti com força e marcou. Aos 9' do 2º tempo, o Colorado vencia por 3x0. Alguns minutos depois, Viola tentou cavar um pênalti, reclamou do juiz e foi expulso, tendo de ser retirado de campo pelos seus companheiros. Com a vitória garantida, o técnico Antônio Lopes promoveu a estreia de Silas. E aos 38', o meia estreante lançou Maurício, que invadiu a área, driblou Ronaldo e chutou para o gol vazio. A seguir, toda vez que o Internacional tocava na bola, a torcida corintiana gritava "olé".

20.10.1992 Internacional 0x0 Corinthians

O Internacional tinha grande vantagem na partida de volta. Por isso, 17.164 torcedores compareceram ao Beira-Rio. Mas o Colorado não repetiu a boa apresentação da partida anterior. Em uma partida monótona, a melhor chance de gol foi do Corinthians, através de Neto, que acertou a trave. O mesmo Neto acabaria expulso.

06.11.1992 Grêmio 1x1 Internacional

O Gre-Nal levou 55.425 torcedores ao estádio, e mais 2.000 pessoas ficaram fora do estádio, por falta de ingresso. Em campo, o Grêmio foi levemente superior no 1º tempo. Na 2ª etapa, abriu o placar logo no início do jogo, em cobrança de falta de Alcindo, e tomou conta da partida. Mas a superioridade gremista não se refletia em aumento de placar. E aos 27' do 2º tempo, quando o Grêmio preparava a substituição de Alaércio, lesionado, por Caçapa, Gérson enfiou-se entre os zagueiros gremistas e empatou a partida.

17.11.1992 Internacional 1x1 Grêmio (3x0 nos pênaltis)

Com 76.207 torcedores no Beira-Rio, o Internacional partiu para cima do Grêmio, tentando decidir logo a partida. Aos 20', Gérson cabeceou para o gol, obrigando Emerson a fazer um milagre. Aos 25', Márcio lesionou-se e teve que ser substituído por Simão, permitindo ao Grêmio equilibrar a partida. Mesmo assim, no final do 1º tempo, Maurício acertou um chute na trave. No 2º tempo, logo aos 8', Marquinhos cruzou e Gérson cabeceou para as redes. O Internacional estava melhor, mas aos 30', Carlinhos empatou o jogo, levando a partida para a decisão por pênaltis. Gérson, Marquinhos e Célio Silva acertaram suas cobranças pelo Colorado, enquanto do lado do Grêmio, Alcindo chutou por cima do gol e Fernandez defendeu as cobranças de Vílson e Jandir.

27.11.1992 Palmeiras 0x2 Internacional

No Parque Antártica, o Palmeiras era franco-favorito. Mas outro paulista foi batido em casa pelo Colorado. Aos 27' do 1º tempo, Élson chutou da entrada da área e abriu o placar para o Internacional. Aos 39', Zinho cobrou pênalti, mas Fernandez defendeu. Aos 3' do 2º tempo, Gérson liquidou com o Verdão, ao fazer o 2º gol colorado.

08.12.1992 Internacional 2x1 Palmeiras

Os 35 mil colorados que compareceram ao estádio viram um 1º tempo monótono, com o Palmeiras pressionando pelo gol nos minutos finais. Já a 2ª etapa começou com o Internacional decidido a matar o jogo. Logo nos primeiros minutos, o time criou três boas chances de gol. Aos 7', Maurício lançou Gérson livre, dentro da área, pelo lado direito, e o centroavante chutou para as redes. Internacional 1x0. Aos 13', Maurício fez grande jogada pela esquerda e chutou sem ângulo, mas a bola entrou nas redes. Aos 35', Júnior descontou para o Palmeiras, mas era tarde demais.

10.12.1992 Fluminense 2x1 Internacional.

No histórico estádio das Laranjeiras, o Colorado jogou muito mal no 1º tempo, sendo dominado pelo Fluminense. Aos 24', Vágner abriu o placar para os cariocas. No 2º tempo, o Colorado voltou melhor, mas logo no início perdeu Gérson, lesionado. Mesmo assim, aos 7', Caíco driblou três adversários e marcou um golaço. Logo depois, o próprio Caíco perdeu grande chance de virar o jogo. Aos 25', após cobrança de escanteio, Ézio marcou para os cariocas, de cabeça. Maurício ainda teve duas grandes chances de marcar, mas não conseguiu evitar a primeira derrota colorada na competição.

13.12.1992 Internacional 1x0 Fluminense

O Fluminense veio a Porto Alegre com um forte esquema defensivo, com seus laterais cuidando apenas de colaborar com a zaga. Assim, os cariocas conseguiram anular a força ofensiva colorada, na 1ª etapa. No 2º tempo, o Internacional tentou pressionar mais, mas continuava parando na muralha defensiva tricolor. A melhor chance saiu em um lance inesperado: Maurício cruzou para a área, a bola bateu em Lira e acertou o travessão. O juiz José Aparecido de Oliveira também não ajudava, deixando de marcar um pênalti em Marquinhos. Aos 27', Zé Teodoro foi expulso, aumentando a pressão colorada. Mas somente aos 42' veio a redenção. Pinga foi derrubado na área, Célio Silva cobrou a penalidade e marcou. Internacional 1x0! Internacional campeão da Copa do Brasil!

Craques do passado - Ávila

Em 4 de dezembro de 1919 nascia em Pelotas o menino Oswaldo Ávila.

Ávila começou a jogar futebol na várzea pelotense, em 1935. Nesse ano, atuou pelo Liberal. Entre 1936 e 1938, jogou no Chaveiro Celestial. Em 1939 chegou ao futebol profissional, ingressando no Brasil de Pelotas, equipe que ele defendeu também em 1940.

No início de 1941 era considerado acabado para o futebol, pois estava sifilítico. Soldado da Brigada Militar, transferiu-se para Porto Alegre, para tratar da doença, e o Internacional decidiu apostar no jogador.

Após um rigoroso tratamento, Ávila estreou no Internacional em 18 de maio de 1941, em um Gre-Nal válido pela Taça Irmãos Foernges. A renda da partida seria destinada aos desabrigados da grande enchente que atingiu a capital gaúcha naquele ano. A partida terminou empatada em 2x2. Nessa temporada, Ávila foi importante na conquista do título municipal e gaúcho. Em 18 de dezembro de 1941, em um amistoso contra o São José, vencido pelo Colorado por 6x3, Ávila marcou seu primeiro gol pelo clube, cobrando pênalti.

Em 1942, Ávila fez parte da escalação clássica do Rolo Compressor: Ivo; Alpheu e Nena; Assis, Ávila e Abigail; Tesourinha, Russinho, Villalba, Ruy e Carlitos. Nesse ano, foi novamente campeão municipal e gaúcho pelo Internacional.

Em 1943, outra vez campeão municipal e gaúcho. Na temporada de 1944, os títulos repetiram-se, e seu bom futebol rendeu uma convocação para a Seleção Brasileira, defendendo-a em 17 de maio de 1944, na vitória de 4x0 sobre o Uruguai. Na final do campeonato gaúcho de 1944, o Internacional bateu o Bagé por 9x0. Velhos colorados juram que nos últimos minutos da partida, Ávila sentou-se sobre a bola e começou a ler um jornal tirado do calção. Evidentemente, não há nenhuma referência a tal feito, na imprensa da época, sendo mais uma lenda do futebol gaúcho. Ainda em 1944, fez parte da Seleção Gaúcha (que era o time do Internacional reforçado por Júlio, Laerte e Ilmo) que bateu a poderosa Seleção de São Paulo de Domingos da Guia e Leônidas por 2x1, no Rio de Janeiro.

Em 1945 foi fundamental ao Internacional na conquista do hexacampeonato municipal e estadual. Em 1946, ano da perda da hegemonia estadual, Ávila foi campeão do Torneio Extra. Em 1947, Ávila continuava esbanjando categoria nos gramados gaúchos. Mas em maio de 1947 o Botafogo carioca decidiu contratá-lo. A última partida de Ávila defendendo o Clube do Povo foi em 1º de maio de 1947, no Gre-Nal do Torneio Extra, vencido pelo Colorado por 4x0. Ávila foi negociado por 150 mil cruzeiros mais a renda de dois amistosos a serem disputados entre Internacional e Botafogo (apenas um acabou sendo realizado). Pelo clube carioca, foi campeão estadual em 1948.

Centromédio técnico e incansável, fazia passes milimétricos a 40 metros de distância. Marcador rigoroso, o medo que inspirava nos adversários lhe rendeu o apelido de King Kong. Também era frequentador assíduo dos cabarés de Porto Alegre, especialmente o Cabaré do Galo, na Cabo Rocha, tradicional zona de meretrício da capital. Segundo o livro A História dos GreNais, de David Coimbra, Nico Noronha e Mário Marcos de Souza, para burlar a vigilância dos dirigentes colorados, Ávila ia de pijama ao Bar Dalila, na mesma região. Caso fosse flagrado pelos dirigentes, que seguidamente rondavam as ruas, procurando atletas festeiros, se justificava dizendo que saíra apenas para uma voltinha rápida. Os garçons do bar também evitavam que as garrafas se acumulassem sobre a mesa do craque.

Após encerrar a carreira, Ávila radicou-se no Rio de Janeiro, mas não esqueceu o Internacional. Declarava-se colorado e sempre estava presente em eventos para os quais era convidado. O bravo guerreiro colorado faleceu em 22 de agosto de 2006, dias depois de ver seu Colorado vencer a Taça Libertadores pela primeira vez.

Seus números pelo Internacional:

151 partidas

107 vitórias

21 empates

23 derrotas

12 gols marcados

campeão gaúcho em 1941, 1942, 1943, 1944 e 1945

campeão municipal em 1941, 1942, 1943, 1944 e 1945

campeão do Torneio Extra em 1946

Suas vítimas:

3 gols

São José e Força e Luz

2 gols

Cruzeiro

1 gol

Nacional, Floriano, Farroupilha e Renner

NOSSOS TÍTULOS - Campeonato Gaúcho de 1974

O campeonato gaúcho de 1974 começou no 1º semestre, enquanto a dupla Gre-Nal disputava o campeonato brasileiro.

Catorze clubes disputaram uma fase classificatória, passando os oito melhores para o Decagonal Final, com a dupla. A Associação Caxias venceu a fase, que também teve como classificados Internacional SM, Encantado, Ypiranga, Atlético, Esportivo, Associação Santa Cruz e Gaúcho. Foram eliminados Novo Hamburgo, São Luiz, Riograndense RG, Armour, Pratense e São José.

O regulamento do Decagonal Final era a Fórmula Fraga: o campeão do 1º turno enfrentaria o campeão do 2º turno, na decisão. Se um clube vencesse os dois turnos, seria campeão direto.

Na 1ª rodada do decagonal, o Internacional foi a Carazinho, enfrentar o Atlético. Depois de muita pressão, aos 41' do 2º tempo, Lula conseguiu vencer a retranca adversária e marcar o único gol da partida. Pior foi o desempenho do Grêmio, que em casa apenas empatou com o Encantado (3x3).

Na 2ª rodada, o Colorado recebia a Associação Santa Cruz, no Beira-Rio. O time do interior veio para jogar fechadinho, sonhando com um empate. Mas logo aos 3' de jogo, cobrando falta, Valdomiro abriu o placar. A Associação Santa Cruz tentou buscar o empate, e deu espaços para Lula deitar e rolar. Com passes do ponteiro, Claudiomiro fez dois gols e Carpegiani um. A partir dos 20' do 2º tempo, o Internacional diminuiu o ritmo, pois embarcaria logo depois para o Chile, onde jogaria um amistoso. No final da partida o Atlético descontou, e Lula novamente deu uma assistência para o gol de João Ribeiro, fechando a vitória por 5x1. Em Santa Maria, o Grêmio venceu o Inter local por 3x1.

Na 3ª rodada, o Internacional foi a Erechim, enfrentar o Ypiranga. O Colosso da Lagoa recebeu 24.742 pessoas, no maior público de sua história. E o Colorado venceu por 2x0, gols de Figueroa e Claudiomiro. No Olímpico, o Grêmio fez 2x0 no Gaúcho.

Na 4ª rodada, o Internacional recebeu o Esportivo. Marcando a saída de bola adversária, o Internacional infernizou a vida do adversário. Foram doze claras chances de gol, sendo que quatro delas, com Claudiomiro, Escurinho, Valdomiro e Cláudio Duarte, transformaram-se em gol. Vitória colorada por 4x0. Em Caxias do Sul, o Grêmio bateu a Associação Caxias por 2x0.

Na 5ª rodada, o Internacional foi a Encantado. Com dois gols de Escurinho, no início do 2º tempo, o Internacional venceu o Encantado por 2x0. Em Porto Alegre, o Grêmio fez 2x0 no Atlético.

Na 6ª rodada, o Internacional recebeu a Associação Caxias. Apesar da pressão, o Colorado teve dificuldades de vencer a retranca da Associação Caxias. Luís Felipe (o Felipão) jogou na sobra, rebatendo todas as bolas, e o lateral-direito Di conseguiu anular Lula. A torcida colorada chegou a vaiar o time, durante a partida. Mas no início do 2º tempo, Escurinho, de cabeça, marcou o único gol da partida. Enquanto isso, em Bento Gonçalves, o Grêmio empatava com o Esportivo em 0x0.

Na 7ª rodada, o Internacional foi até Passo Fundo. No início do 2º tempo, Lula cobrou falta, rolando a bola para Valdomiro, que chutou para as redes, marcando o único gol do jogo. Em Porto Alegre, o Grêmio fez 1x0 no Ypiranga.

Na 8ª rodada, o Internacional recebia o Coloradinho de Santa Maria no Beira-Rio, e o Grêmio jogava fora, contra o Santa Cruz. Em caso de tropeço gremista, o Colorado poderia conquistar o turno com uma rodada de antecipação. Em Porto Alegre, o Internacional fez 4x0, gols de Claudiomiro (2), Borjão e Adílson (contra). Em Santa Cruz o Grêmio venceu também por 4x0.

Na 9ª rodada, ocorreu o Gre-Nal no Olímpico. O Internacional tinha dois pontos de vantagem e podia até empatar para ficar com o título do turno. Na 1ª etapa, o Grêmio pressionou mais, favorecido pelo vento, mas na única jogada de perigo que criou, Figueroa desarmou Iúra antes da conclusão. Do lado colorado, Lula desperdiçou duas chances de gol. Na 2ª etapa, mesmo podendo empatar, o Internacional tomou conta do jogo. Adiantando a marcação, Figueroa e Pontes liquidavam os ataques gremistas no meio de campo. Cláudio Duarte e Vacaria passaram a apoiar com frequência, e Falcão, o melhor em campo, comandava o time. Pressionado em seu campo, a única chance de gol gremista ocorreu em uma cabeçada de Dionísio, defendida por Manga. No finalzinho da partida, Escurinho aparou um cruzamento de Vacaria, cabeceando para baixo, e marcando o único gol do jogo. Foi um Gre-Nal bastante disputado, com 54 faltas.

Na 1ª rodada do returno, o Internacional recebeu o Gaúcho, de Passo Fundo. Com dois gols de Claudiomiro e um de Sérgio Lima, o Colorado vencia tranquilamente, quando aos 43' do 2º tempo o juiz marcou pênalti para o Internacional. Alguém na torcida começou a gritar Manga, e logo toda a torcida gritava o nome do goleiro. Minelli fez um sinal positivo e o goleiro correu para a área adversária. O goleiro do Gaúcho, Carlos Alberto, tentou, junto com seus colegas, impedir que Manga cobrasse o pênalti, por considerar humilhante. Chorando, Carlos Alberto nem tentou defender a cobrança, que resultou no 4º gol colorado. No interior, o Grêmio bateu o Encantado por 2x0.

Na 2ª rodada, o Internacional foi a Bento, enfrentar o Esportivo. Logo no início do jogo, Figueroa fez 1x0, de cabeça. E ficou nisso. Nessa partida, Cláudio Duarte levou o 3º cartão amarelo e Vacaria foi expulso, deixando o Internacional sem os laterais titulares para a partida seguinte. No final da partida, dirigentes colorados tentaram invadir o campo para agredir o juiz, mas foram contidos pela polícia. No Olímpico, o Grêmio fez 1x0 na Associação Santa Cruz.

Na 3ª rodada, o Internacional, com gols de Escurinho, Sérgio Lima e João Ribeiro, bateu o Ypiranga, no Beira-Rio, por 3x0. Em Carazinho, o Grêmio fez 1x0 no Atlético.

Na 4ª rodada, o Internacional foi até Santa Maria, vencendo o Internacional local por 2x1, dois gols de Escurinho. Manga voltou a sofrer um gol após 1.123 minutos invicto. No Olímpico, o Grêmio fez 1x0 na Associação Caxias.

Na 5ª rodada, o Internacional bateu o Encantado, no Beira-Rio, por 3x0, gols de Borjão, Vacaria e Lula. Em Erechim, o Grêmio venceu o Ypiranga por 1x0.

Na 6ª rodada, o Internacional foi até Santa Cruz do Sul, enfrentar a Associação Santa Cruz. No final do 1º tempo, Lula cobrou falta, o goleiro defendeu parcialmente e Sérgio Lima pegou o rebote e mandou para as redes, fazendo o único gol da partida. No Olímpico, o Grêmio fez 3x2 no Esportivo.

Na 7ª rodada, no Beira-Rio, o Internacional fez 4x0 no Atlético, gols de Sérgio Lima (2), Borjão e Betinho (contra). Em Passo Fundo, o Grêmio venceu o Gaúcho por 2x1.

Na 8ª rodada, o Internacional foi até Caxias do Sul e venceu a Associação Caxias por 3x0, gols de Escurinho (2) e Sérgio Lima. No Olímpico, o Grêmio fez 3x1 no Internacional SM.

Na 9ª rodada, veio o Gre-Nal do Beira-Rio. Com vantagem no saldo de gols, o Internacional podia empatar para vencer o 2º turno e o campeonato. O Grêmio precisava vencer para conquistar o 2º turno e forçar uma decisão, por isso começou pressionando. Iúra caía na ponta-direita, confundindo a marcação de Falcão e Vacaria. Tarciso lançava-se na esquerda, em cima de Cláudio Duarte, apenas parcialmente recuperado de uma lesão no tornozelo. Aos 17' do 1º tempo, Carlos Alberto ficou livre, na cara de Manga, mas o goleiro salvou. Aos 29', Iúra e Carlos Alberto foram tabelando quase até o gol. Aos 40', Manga fez um milagre em chute de Luís Carlos. O Colorado estava tão perdido em campo que Falcão fez cinco faltas nos primeiros dez minutos de partida. A única conclusão colorada foi um chute de longe, de Lula. Mas no intervalo o Internacional mudou. Falcão e Vacaria acertaram a marcação, e Carpegiani passou a apoiar, e não apenas marcar. Mesmo assim, aos 13' Carlos Alberto acertou a trave colorada. Porém, esta foi a última chance gremista. O Internacional começou a tomar a iniciativa do jogo. Aos 20', Claudiomiro, mesmo fora de forma, entrou no lugar de Sérgio Lima, melhorando o time, pois passou a tabelar com Valdomiro e Lula, desorientando a zaga gremista. Aos 25', Lula cruzou da esquerda para a área gremista, Ancheta cortou de cabeça, mas a bola caiu nos pés de Valdomiro, que mandou um foguete para as redes. Internacional 1x0! Sérgio Moacir Torres, técnico gremista, tentou reagir, colocando Dionísio no lugar de Iúra, mas era tarde. Carpegiani entortava os meias tricolores com seus dribles. Aos 31', Valdomiro cobrou uma falta no poste. Poucos minutos depois, Picasso fez milagre em cabeçada de Escurinho. Com o final da partida, o Internacional sagrou-se hexacampeão gaúcho, com 100% de aproveitamento.

Taça Cidade de Porto Alegre

Em 1947, para comemorar o Dia do Futebol, a Federação Rio Grandense de Desportos (FRGD) decidiu organizar a Taça Cidade de Porto Alegre. Disputada no intervalo entre os dois turnos do campeonato municipal. teria como participantes os quatro primeiros colocados do 1º turno. O regulamento era simples. Na 1ª fase, entre os dois turnos, o primeiro colocado enfrentava o quarto, e o segundo colocado enfrentava o terceiro. No final do campeonato, os dois vencedores decidiam a taça.

As edições do torneio foram as seguintes:

1947
10.08.1947 - Timbaúva
Cruzeiro 2x1 Força e Luz
Internacional 2x1 Grêmio
01.11.1947 - Timbaúva
Internacional 0x3 Cruzeiro

1948
29.08.1948 - Montanha
Internacional 0x3 Cruzeiro
Grêmio 3x1 Renner
07.11.1948 - Tiradentes
Grêmio 4x0 Cruzeiro

1949
07.09.1949 - Montanha
Internacional 2x0 Grêmio
Nacional 3x2 São José
30.11.1949 - Montanha
Internacional 1x0 Nacional

1950
03.01.1951 - Montanha
Internacional 3x0 Grêmio
Nacional 3x1 Renner
03.05.1951 - Tiradentes
Internacional 2x1 Nacional

O torneio de 1950, devido à realização da Copa do Mundo no Brasil, com jogos em Porto Alegre, foi transferido para o primeiro semestre de 1951. Com sua conquista, o Internacional ficou com a posse definitiva do troféu.

Campeões:
1947 Cruzeiro
1948 Grêmio
1949 Internacional
1950 Internacional

Colaboração: pesquisador Luiz Pissutti.

NOSSOS TÍTULOS - campeonato municipal de 1936

Em 1936, depois da inesperada perda do título no ano anterior, o Internacional passou por uma grande reformulação.

O ídolo Tupan trocou o Colorado pelo Força e Luz. Darcy Encarnação, outro nome de destaque da equipe, voltou para Rio Grande. O centromédio Andrade foi para São Paulo, fazer testes no Santos. Os ponteiros Prestes e Dirceu também saíram do clube.

Por outro lado, novos nomes vieram reforçar o plantel colorado. O zagueiro Alpheu, que faria história no clube, chegou do Guarany de Bagé, junto com o ponteiro-esquerdo Tom Mix. Do campeão Grêmio veio o uruguaio Castillo. Do Americano, veio o centroavante Sylvio Pirillo, que se tornaria um dos maiores jogadores brasileiros na segunda metade da década de 1930 e primeira da década de 1940. Do mesmo clube veio o lateral Zezé Dinarte e Dirceu  Alves, o primeiro jogador reconhecidamente negro a atuar no clube, que retornava às hostes rubras. E do 14 de Julho de Santana do Livramento chegou o meia uruguaio Artigas. 

Além disso, nomes importantes como o goleiro Penha, os zagueiros Risada e Natal (chamado de "Domingos da Guia Gaúcho"), os laterais Garnizé e Lewy e o atacante italiano Mário Mancuso continuavam no clube.

Na abertura da temporada, o clube foi eliminado pelo Cruzeiro na semifinal do Torneio Início, que acabaria vencido pelo São José. E o  Zequinha confirmaria sua força ao empatar em 3x3 com o Grêmio, na abertura do campeonato. O Internacional, em seu 1º jogo, bateu o Cruzeiro por 3x0, no Caminho do Meio. Essa partida teve uma curiosidade: a polícia gaúcha resolvera punir o jogo violento com autuação em flagrante por agressão. Instantes antes da partida, o delegado responsável pelo policiamento do jogo, Amantino Fagundes, ingressou no gramado e advertiu os jogadores, em frente ao juiz, do risco de prisão em caso de faltas violentas. O presidente da Associação Metropolitana Gaúcha de Esportes Atléticos (AMGEA), que organizava o campeonato, reagiu, declarando através da imprensa que a polícia não tinha o direito de estender sua jurisdição para dentro do gramado. Somente após um acordo entre a AMGEA e o chefe da Polícia do Estado, Poty Medeiros, a situação foi resolvida e os juízes mantiveram a autoridade durante as partidas.

Em 23 de junho de 1936, a Assembleia Geral da AMGEA resolveu, por unanimidade, adotar a Fórmula Fraga para apontar o campeão. O vencedor do primeiro turno enfrentaria, em uma final, o vencedor do segundo turno. A fórmula foi apresentada à entidade pelo seu criador, Fraga Júnior, chefe da delegação carioca que estava em Porto Alegre para a disputa do Campeonato Brasileiro de Seleções. Em 26 de junho de 1936 a nova fórmula foi  regulamentada, passando a valer já para o campeonato de 1936, em andamento. Enquanto isso, o Zequinha encantava a capital, empatando com o Força e Luz (1x1) e vencendo Americano (2x1) e Porto Alegre (3x0). No mesmo período, o Internacional bateu o Americano (4x1) e o Grêmio tropeçou contra o Cruzeiro (4x4).

No seguimento do campeonato, o São José, em grande fase, bateu o Cruzeiro (4x0). E veio o primeiro Gre-Nal. E o clássico teve polêmica. Na manhã do jogo, faleceu o ex-atleta gremista Sardinha. O Tricolor pediu o adiamento da partida, mas o Internacional recusou-se, devido a problemas de calendário. O Grêmio publicou uma nota de protesto contra o Colorado. Em campo, o Colorado saiu na frente, o Grêmio virou o jogo, mas com gols de Mário Mancuso e Artigas, o Internacional venceu a partida.

 No jogo seguinte, o Internacional bateu o até então invicto São José, por 3x0.

O Colorado seguiu sua senda de vitórias, batendo Força e Luz (1x0) e Porto Alegre (6x1, com gol olímpico de Tom Mix), sagrando-se campeão do 1º turno, com 12 pontos, seguido por Grêmio e São José, com 8 pontos.

Na abertura do returno, o Internacional bateu o Cruzeiro, por 3x0, enquanto o Grêmio empatava novamente com o São José (2x2).

 Na 2ª rodada, os dois venceram. O Internacional bateu o Americano por 5x3.

E veio o clássico do returno, ponto alto da 3ª rodada. Em plena Baixada, o Colorado venceu por 2x0. A Rádio Farroupilha transmitiu a partida, narrada por Ary Lund. O Internacional estava muito perto do título do 2º turno e do campeonato.

No jogo seguinte, o Internacional bateu o São José (3x1).

E no dia 29.11.1936, o adversário era o Força e Luz. Em caso de vitória, o Colorado conquistaria o 2º turno e o campeonato. O 1º tempo já terminou 3x0 para o Internacional, que venceu por 6x2 e conquistou a taça. Equipe campeã: Penha; Alpheu e Natal; Garnizé, Risada e Lewy; Artigas, Salvador (Zezé Dinarte), Mário Mancuso (Sylvio Pirillo), Castillo e Tom Mix.

Para encerrar o campeonato, o Internacional ainda bateu o Porto Alegre (5x0).

Duas curiosidades da temporada de 1936:

Em março de 1936 o Flamengo tentou contratar o zagueiro Natal, do Internacional, considerado o melhor zagueiro do estado, e chamado de “Domingos dos campos gaúchos”. O clube carioca ofereceu 6:000$000 de luvas, 2:000$000 ao assinar o contrato, e 4:000$000 no fim do contrato, em dezembro de 1936. O atleta receberia 500$000 de salário e bichos de 100$000 por vitória e 50$000 por empate. Mas o presidente colorado ofereceu ao jogador uma casa no valor de 8:000$000, e o jogador recusou a oferta do Flamengo.

O coronel da BM, Antero Marcelino da Silva Junior (ex-presidente do Grêmio) assumiu o comando do Regimento da Brigada Militar de Passo Fundo. Ligado ao futebol, transferiu para a cidade os atletas brigadianos Alberico (Americano) e Jamegão (Grêmio), que passaram a reforçar o Cruzeiro de Passo Fundo.

Campanha Colorada:
1º Turno
01.05 3x0 Cruzeiro - Caminho do Meio - Mário Mancuso (2) e Sylvio Pirillo
15.08 4x1 Americano - Eucaliptos - Risada, Salomão, Castillo e Tom Mix
30.08 3x2 Grêmio - Eucaliptos - Risada, Mário Mancuso e Artigas
06.09 3x0 São José - Passo da Areia - Tom Mix, Sylvio Pirillo e Risada
20.09 1x0 Força e Luz - Timbaúva - Artigas
11.10 6x1 Porto Alegre - Eucaliptos - Castillo (2), Sylvio Pirillo, Tom Mix, Artigas e Zé Maria (contra)
2º Turno
18.10 3x0 Cruzeiro - Eucaliptos - Castillo, Artigas e Salvador
25.10 5x3 Americano - Rua Larga - Castillo (3), Tom Mix e Salvador
01.11 2x0 Grêmio - Baixada - Salvador e Artigas
22.11 3x1 São José - Eucaliptos - Artigas, Lewy e Salvador
29.11 6x2 Força e Luz - Eucaliptos - Castillo (2), Artigas, Tom Mix, Sylvio Pirillo e Salvador
13.12 5x0 Porto Alegre - Chácara das Camélias - Sylvio Pirillo, Artigas, Castillo, Risada e Salvador

O primeiro confronto contra uma equipe europeia

Em 25 de novembro de 1920 o Internacional entrava na Chácara dos Eucaliptos para enfrentar a equipe do HMS Petersfield, um caça-minas da marinha britânica. Na época, era comum os navios britânicos manterem equipes de futebol e rugby, que jogavam nas cidades que visitavam.

A partida foi disputada em uma quinta-feira a tarde, mas carregou bom público ao "ground" colorado. E em campo, o Internacional não decepcionou. O centroavante Cezar Andrade, em grande atuação, marcou três gols na 1ª etapa, que terminou 3x0 para o Colorado. No 2º tempo, Bento ampliou, porém os britânicos reagiram com Whight, que marcou dois gols. Mas o craque da partida, Cezar Andrade, marcou mais um, para fechar a vitória colorada por 5x2. E Bento ainda perdeu um pênalti no 2º tempo!

O HMS Petersfield foi construído como parte do esforço de guerra britânico na I Guerra Mundial, mas quando foi concluído, em 03 de março de 1919, o conflito já havia acabado. O navio foi enviado em missão na América do Sul, entre abril de 1920 e maio de 1921. Em Porto Alegre, o navio chegou em 19 de novembro de 1920, partindo no dia 27 de novembro de 1920. Além de enfrentar o Internacional, jogou contra o Cruzeiro, em 23 de novembro de 1920, perdendo por 4x2.

Em 1923 e 1924, o navio foi enviado para a Estação China, para onde retornou em 1926, ficando até seu fim, em 1931. Na noite de 11 de novembro de 1931, o navio naufragou na ilha Tung Yung, enquanto viajava de Xangai a Fuzhou.

Clubes da comunidade negra

Em homenagem ao Dia Nacional da Consciência Negra, um pouco da história dos clubes da comunidade negra no Rio Grande do Sul.

Nos primeiros anos do século XX, quando o futebol surgiu no Rio Grande do Sul, os atletas negros não conseguiam espaço nos clubes formados pelas elites sociais, e passaram a organizar seus próprios clubes. A seguir, esses clubes formaram ligas e organizaram competições.

Em Porto Alegre, já em 1907 era fundado o Foot-Ball Club Riograndense. Esse clube, em 1911, participou da fundação da Federação Sportiva de Foot-Ball, que não se restringia a clubes da comunidade negra, mas não há registros que essa entidade tenha organizado torneios.

Ainda em 1911, o Riograndense já tinha a companhia do Foot-Ball Club Primavera. No ano seguinte, também aparecia o Foot-Ball Club União. Nos anos de 1914 e 1915, aparecem na imprensa menções à Liga Sul-Americana de Foot-Ball, que contaria com Riograndense e Primavera, mas não há registros de torneios organizados pela mesma.

Em 1920, já com vários clubes da comunidade negra em atividade, surge a Liga Nacional de Foot-Ball Porto Alegrense (LNFBPA). No primeiro torneio da entidade participaram o União, 8 de Setembro, Riograndense, 1º de Novembro. Bento Gonçalves, Primavera e Venezianos. O União venceu a primeira competição. No ano seguinte, ocorreu uma cisão, surgindo a Associação Sportiva de Foot-Ball (ASFB). O 8 de Setembro venceu o campeonato da LNFBPA e o Riograndense conquistou o título pela ASFB.

Em 1922, restava apenas a ASFB, que teve o Bento Gonçalves como campeão. No ano seguinte, nova cisão, com o surgimento da Associação de Amadores de Foot-Ball (AAFB). Enquanto o Bento Gonçalves conquistava o bicampeonato pela ASFB, o Primavera vencia o primeiro campeonato da AAFB. A temporada de 1924 começou com duas ligas, mas a ASFB não conseguiu levar seu torneio ao fim. Na AAFB, o Operário foi campeão.

A partir de 1925, a AAFB reinou absoluta, organizando campeonatos até 1931. Riograndense (1925 e 1927), Operário (1926) e 8 de Setembro (1929 e 1931) conquistaram os torneios. Equipes como Aquidaban, Ford, Arvoredo, Palmeira e Pelotas disputaram os torneios.

Ligas da comunidade negra não eram exclusividade da capital. Em Pelotas, desde pelo menos 1920, existia a Liga de Foot-Ball José do Patrocínio, formada por clubes como o Juvenil, América do Sul, Democrata, Lusitano e Universal. O Juvenil excursionou a Porto Alegre em 1920.

Na cidade de Bagé, a Liga de Amadores de Foot-Ball 13 de Maio reunia clubes como o Juventude, Palmeiras, Vencedor e Riachuelo. Em Santana do Livramento, a comunidade negra contava com clubes como o Viação Férrea, Lito Santanense, 15 de Novembro e 13 de Maio. Na cidade de Cachoeira do Sul, o Estrela excursionou a Porto Alegre em 1924. Na mesma cidade, o 15 de Novembro filiou-se à AAFB porto-alegrense, em 1931.

No final dos anos 1920, os clubes das ligas oficiais começaram a abrir espaço para atletas negros. Liége, Concórdia, Força e Luz, Americano, Porto Alegre e Internacional começaram a reforçar-se com atletas dos clubes da comunidade negra. Ao mesmo tempo em que as possibilidades de ascensão social se abriam para os atletas negros, começava o ocaso dos clubes da comunidade negra. No início da década de 1930, a maioria já havia fechado as portas, enquanto atletas como Tupan, Venenoso, Dirceu Alves, Agostinho e Zezé Dinarte brilhavam nos clubes das ligas oficiais.

A excursão do Juvenil a Porto Alegre - 1920

No início de novembro de 1920, a Liga Nacional de Foot-Ball Porto Alegrense (a primeira das entidades que ficariam conhecidas genericamente como Liga da Canela Preta) acertou a vinda a Porto Alegre do Sport Club Juvenil, de Pelotas. Este clube fazia parte da Liga de Foot-Ball José do Patrocínio, que reunia os clubes da comunidade negra pelotense.

O Juvenil partiu de Pelotas a bordo do Itaquatiara, com destino à capital. Estavam programadas duas partidas, contra o Riograndense e o 1º de Novembro. O navio chegaria em 14 de novembro de 1920, um domingo, e caso chegasse pela manhã, a primeira partida seria realizada no mesmo dia. O local dos confrontos seria a Chácara dos Eucaliptos, cedida gratuitamente pelo Internacional.

No dia 14, o vapor Itaquatiara chegou a Porto Alegre. Uma delegação da Liga Nacional e de seus clubes filiados embarcou na lancha Cabral, indo ao encontro do vapor, para comboiá-lo até o porto. A delegação visitante foi conduzida até a Casa Carioca, localizada na rua Vigário José Inácio, onde ficaria hospedada. Junto com a equipe pelotense, vieram representantes dos jornais da comunidade negra A Alvorada, de Pelotas, e A Defesa, de Bagé.

No dia 15, feriado, ocorreu o primeiro confronto, contra o Riograndense. Os dois clubes entraram no gramado da Chácara dos Eucaliptos, sob o comando do árbitro Bruno Geminiano, representante do Americano.

O Juvenil estava assim escalado:
Rosa; Bento e Flores; Barcellos, Bastos e Silva; Dias, Pinheiro, Tiririca, Oliveira e José.

O Riograndense atuou com:
Ambrósio; Maia e Pelágio; Moreira, Fructuoso e Dilermando; Bandeira, Henrique, Pedrinho, Guimarães e Filhote. O clube da capital estava reforçado com o goleiro Ambrósio, do União, e Fructuoso, centromédio do Venezianos.

Logo aos 6' do 1º tempo, Tiririca abriu o placar para os vistantes, após receber um passe de Dias. Aos 26', Barcellos roubou a bola e lançou Oliveira, que ampliou o placar para o Juvenil. A seguir, o árbitro marcou três pênaltis a favor do Riograndense, que aproveitou apenas um. No 2º tempo, mais um pênalti, dessa vez a favor dos pelotenses, que marcaram. Marcador final: Riograndense 1x3 Juvenil. No mesmo dia que Internacional e São José decidiam o campeonato da capital na Chácara das Camélias, cerca de três mil pessoas (um grande público, para a época) compareceram ao amistoso. À noite, o Riograndense ofereceu um banquete à delegação pelotense.

No dia 16, os visitantes foram homenageados com um churrasco. Às 17 horas, o Juvenil voltou à Chácara dos Eucaliptos, para enfrentar o 1º Novembro. Apesar de ser um dia de semana, o jornal A Federação ressaltou que um grande público compareceu ao "ground". O juiz da partida foi o atleta colorado João Bello.

O Juvenil repetiu a escalação anterior. Já o 1º de Novembro estava assim escalado:
Waldemar; Ody e Atanagildo; Francisco, Oscar e Podalyrio; Juvenal, Rodrigues, Emygdio, Pelotas e Altamiro.

Apesar da pressão dos pelotenses, o único gol da 1ª etapa ocorreu na cobrança de um pênalti, por Bastos. No 2º tempo, a partida continuou animada, e novamente o Juvenil marcou um gol, por intermédio de José. Marcador final: 1º de Novembro 0x2 Juvenil. À noite, a delegação visitante foi homenageada em um baile na Sociedade Floresta Aurora, que avançou madrugada a dentro.

No dia 17 de novembro, a delegação do Juvenil embarcou novamente no Itaquatiara, para retornar a Pelotas. No porto, delegações da Liga Nacional e de todos seus clubes filiados estavam presentes, e ofereceram "corbeilles" e "bouquets" de flores aos visitantes.

Esses amistosos marcaram o fim da temporada da Liga Nacional de Foot-Ball Porto Alegrense de 1920, que teve o seguinte resultado:

1º União - 10 pontos
2º 8 de Setembro - 8 pontos
3º Palmeira e Bento Gonçalves - 7 pontos
5º 1º de Novembro - 5 pontos
6º Riograndense - 4 pontos
7º Venezianos - 1 ponto

O sucesso da visita foi tão grande que no dia 18 de novembro era noticiado o interesse em trazer a Porto Alegre o Sport Club América do Sul, outro filiado da Liga de Foot-Ball José do Patrocínio.

NOSSOS TÍTULOS - Campeonato Municipal de 1920

Na temporada de 1920 o Internacional tinha algumas novidades, como o goleiro Travi e o centromédio Lampinha, jogador renomado no futebol dos dois lados da fronteira. Também nessa temporada começaram a aparecer futuros ídolos, como o zagueiro Meneghetti, o lateral Ribeiro e o atacante Sady Dias.

Logo no início da temporada, uma polêmica surgiu. Os atletas Poly e Costa abandonaram o Porto Alegre e ingressaram no Grêmio. Pela Lei do Estágio, em vigor na época, eles teriam que passar seis meses sem atuar em partidas oficiais.

A abertura do campeonato ocorreu em 18 de abril de 1920, na partida Tabajara x Internacional. O jogo foi disputado na Taba do Parthenon, campo do Tabajara, localizado na atual avenida Bento Gonçalves. O Colorado venceu por 2x1, em uma partida com cinco pênaltis. O Internacional perdeu 3 pênaltis, e o Tabajara perdeu um e converteu outro. Cabeda, o zagueiro colorado que fez o pênalti convertido, jogou sua única partida pelo clube.

Dias depois, o Grêmio empatava com o Cruzeiro (2x2) e o Porto Alegre batia o São José (4x3), dividindo a liderança com o Colorado.

Na 2ª rodada, dia 2 de maio, ocorreu o clássico Gre-Nal, na Chácara dos Eucaliptos. O Grêmio saiu vencendo por 2x0. A seguir, o Internacional tem dois pênaltis a seu favor, e perdeu os dois. Depois da 2ª cobrança desperdiçada, a torcida colorada invadiu o campo e a partida foi paralisada. Os 25 minutos restantes foram disputados no final de semana seguinte, e o Internacional perdeu por 4x1.

Nos jogos seguintes, Cruzeiro e Porto Alegre vencem e passam a liderar o campeonato. Um acontecimento trágico também marca o futebol da cidade: o atacante Poly (aquele que havia trocado o Porto Alegre pelo Grêmio e não podia jogar) faleceu vítima de tifo.

Na sua 3ª partida, novo tropeço do Colorado. Em casa, empatou em 1x1 com o São José. A partida terminou 15 minutos mais cedo, por falta de luz natural, e o tempo restante foi disputado uma semana depois.

Dias depois, o Cruzeiro bateu o Porto Alegre por 4x2, de virada, e isolou-se na liderança.

O Internacional começou a recuperar-se na partida seguinte, ao bater o Porto Alegre por 4x0. Na mesma rodada, o São José, que até então só havia empatado com o próprio Colorado, bateu o Tabajara (5x1). Faltando uma rodada para o fim do turno, Grêmio e Cruzeiro, invictos, lideravam com 7 pontos. O Internacional vinha em 3º, com 5 pontos.

No encerramento de sua participação no turno, o Internacional bateu o Cruzeiro por 5x1, na Chácara dos Eucaliptos. O Grêmio bateu o São José por 3x1 e encerrou o turno em 1º lugar. Na partida de 2º quadro, o Grêmio escalou Costa, o outro jogador impedido de atuar pela Lei do Estágio. A Associação Porto Alegrense de Desportos (APAD) deu a vitória para o São José e puniu o Grêmio em cem mil réis.

O Grêmio recorreu à Federação Rio Grandense de Desportos (FRGD), entidade estadual, presidida pelo gremista Aurélio Py. A APAD, alegando que a Lei dos Estágio estava em seus estatutos, não aceitou a decisão da FRGD, e foi suspensa por 30 dias. Logo depois, a suspensão desdobraria-se em desfiliação.

Na abertura do returno, o Colorado goleou o Tabajara: 12x0. Na mesma rodada, o Grêmio bateu o Cruzeiro e o São José derrotou o Porto Alegre.

Em 22 de agosto foi disputado o Gre-Nal do 2º turno. Mesmo sendo disputado na Baixada, o Internacional tomou a iniciativa. Aos 18', em um contra-ataque rápido, Rosário abriu o marcador. O Internacional teve outras chances de ampliar o marcador na 1ª etapa, mas foi para o intervalo com vantagem mínima. No 2º tempo, o Grêmio voltou melhor. Aos 20', Gertum empatou. Aos 31', Lagarto chutou forte, mas Travi defenderia. Porém, a bola desviou no zagueiro Bello e enganou o goleiro colorado. Aos 35', fechou o tempo, com pancadaria entre jogadores e torcedores. Quando a partida recomeçou, o placar não foi alterado. Faltando três rodadas para o fim do campeonato, o Tricolor abria 4 pontos de vantagem e ficava perto do título.

No dia 05 de setembro de 1920, nova tragédia atingiu o futebol da capital. Anacleto Contreiras, do Cruzeiro, foi assassinado (a história do assassinato de Anacleto Contreira: https://futeboloutrahistoria.blogspot.com/2020/08/um-caso-centenario-do-futebol-nas.html )

Com a possibilidade de título distante, o Internacional foi excursionar em Pelotas, e entregou os pontos da partida contra o São José. Inicialmente marcada para 19 de setembro, foi transferida devido ao mau tempo, sendo remarcada para 26 de setembro, no meio da excursão de três jogos. Na volta da excursão, o Internacional enfrentou o Porto Alegre. A partida estava 1x1, quando Olympio fez o 2º gol colorado. Os jogadores do Porto Alegre reclamaram de impedimento, abandonando o campo. A APAD deu a vitória ao Internacional. Dois dias antes, o Grêmio havia batido o Tabajara por 17x0, conquistando o título.

Aí aconteceu a sequência de eventos que mudou a história desse campeonato. Desejando disputar o campeonato estadual, o Grêmio abandonou a APAD e a FRGD aceitou sua filiação direta, nomeando o Grêmio representante da capital no certame do estado. Imediatamente a APAD cassou o título do Grêmio e o declarou derrotado por WO nas partidas restantes (Porto Alegre e São José).

O Zequinha assumiu a liderança do campeonato, faltando apenas uma partida para o fim do torneio: Internacional x Cruzeiro. Comentava-se na imprensa que o Internacional entregaria os pontos ao Cruzeiro, dando o título ao São José. Mas o Cruzeiro acabou entregando os pontos, e Internacional e São José ficaram empatados em pontos, tornando-se necessário um jogo-extra para decidir o título.

No dia 15 de novembro de 1920, na Chácara das Camélias, campo neutro, Internacional e São José enfrentaram-se. Era uma segunda-feira. O Internacional abriu logo 3x0 de vantagem no 1º tempo, com Genny (2) e Olympio. Na 2ª etapa, os gols foram alternando-se: Deodato (3x1), Cezar Andrade (4x1), Cúrsio (4x2), Olympio (5x2). E nos minutos finais da partida o Zequinha tentou ensaiar uma reação, marcando dois gols, através de Deodato e Gervásio. Mas a partida terminou 5x4 para o Internacional, campeão municipal de 1920.

Equipe colorada na final: Travi; Pires e Meneghetti; Ribeiro, Lampinha e Raul; Rosário, Genny, Cezar Andrade, Olympio e Macaco

Campanha colorada e artilheiros:

1º Turno

18.04 2x1 Tabajara - Genny e Macaco

02.05 1x4 Grêmio - Genny

16.05 1x1 São José - Macaco

13.06 4x0 Porto Alegre - Bento (3) e Cezar Andrade

11.07 5x1 Cruzeiro - Rosário (2), Gil, Genny e Cezar Andrade

2º Turno

18.07 12x0 Tabajara - Genny (4), Cezar Andrade (4), Sady Dias (2), Rosário e Gil

22.08 1x2 Grêmio - Rosário

26.09 WO São José - Internacional entregou os pontos

12.10 2x1 Porto Alegre - Samuel e Olympio

31.10 WO Cruzeiro - Cruzeiro entregou os pontos

Jogo-Extra

15.11 5x4 São José - Genny (2), Olympio (2) e Cezar Andrade

Campeonato Gaúcho Sub-15

Hoje, o Internacional conquistou o bicampeonato gaúcho sub-15.

Lista dos campeões e vices da categoria, desde 2000 (até 2016 o torneio era chamado campeonato gaúcho infantil).

2000 Internacional - Grêmio
2001 Grêmio - Internacional
2002 Grêmio - Internacional
2003 Internacional - Grêmio
2004 Grêmio - Internacional
2005 Internacional - Grêmio
2006 Internacional - Grêmio
2007 Internacional - Grêmio
2008 Internacional - Grêmio
2009 Grêmio - Internacional
2010 Internacional - Grêmio
2011 Internacional - Grêmio
2012 Grêmio - Internacional
2013 Grêmio - Internacional
2014 Grêmio, São José, Ivoti e Estância Velha (1)
2015 Grêmio - Internacional
2016 Internacional - Grêmio
2017 Juventude - Novo Hamburgo
2018 Internacional - Juventude
2019 Internacional - São José

(1) O campeonato foi paralisado antes da partida de volta das quartas-de-final, entre Internacional e Ivoti. Somente em março de 2015 o STJD decidiu que o Internacional havia inscrito um jogador irregular. Sem tempo para jogar o restante do campeonato, pois o torneio de 2015 já estava em andamento, a FGF dividiu o título entre os 4 semifinalistas.

Internacional - 11 títulos
Grêmio - 8 títulos
Juventude, São José, Ivoti e Estância Velha - 1 título

HISTÓRIA - O primeiro campeonato

Em 12 de abril de 1910, foi fundada Liga de Foot-Ball Porto Alegrense, que no mesmo ano realizou seu primeiro campeonato, com sete participantes: Militar, Grêmio, Internacional, Fussball, Frisch Auf, Nacional e 7 de Setembro.

O Internacional terminou a temporada em 3º lugar, atrás do campeão Militar e do vice Grêmio. Sua última partida ocorreu em 07 de novembro de 1910, há exatos 109 anos, contra o Frisch Auf, no campo do Turnerbund.

Campanha Colorada:
5x0 Nacional - Vignoles, Galvão, Paulista, José Poppe e Nilo
0x5 Grêmio
5x0 7 de Setembro - Galvão, Vignoles, Mendonça, Nilo e Picarelli
1x3 Militar - Galvão
2x1 Fussball - Galvão e Nilo
7x2 Frisch Auf - Nilo (2), Volkmann, Mendonça, Kluwe, Galvão e Vignoles

Artilheiros:
Galvão e Nilo - 5 gols
Vignoles - 3 gols
Mendonça - 2 gols
Paulista, José Poppe, Picarelli, Volkmann e Kluwe - 1 gol

Ídolos: Larry

Larry Pinto de Faria nasceu em Nova Friburgo (RJ), em 3 de novembro de 1932.

Larry começou a carreira nas categorias de base do Fluminense. Pelo time principal do Tricolor carioca, Larry disputou 18 partidas, quase todas amistosas, entre 19.06.1951 e 06.06.1954. Foram 10 vitórias, 2 empates e 6 derrotas. Larry marcou 7 gols, contra Fluminense NF (2), Adrianino, Cambará, Jacarezinho, Olaria e Progresso.

Em 1952 Larry foi convocado para a Seleção Olímpica de Futebol. Na época, apenas jogadores oficialmente amadores podiam disputar as Olimpíadas. Na estreia o Brasil bateu a Holanda por 5x1, com dois gols de Larry. No 2º jogo, 2x1 em Luxemburgo, com mais um gol de Larry. Na 3ª partida (só o campeão do grupo seguia adiante) o adversário era a Alemanha. Até a metade do 2º tempo, o Brasil vencia por 2x0, um gol de Larry. Mas a Alemanha empatou e venceu na prorrogação: 4x2. Larry saiu do torneio como o artilheiro da Seleção Brasileira.

Em abril de 1954 o Internacional começou a negociar a possibilidade de contratar alguns jogadores do Fluminense, que não estavam sendo aproveitados pelo grupo principal. Um deles era Larry. O atacante foi contratado em junho, estreando em 11.07.1954, contra o Floriano, pelo Torneio Extra. Era a 2ª partida do Quadrangular Final do torneio, que tinha turno único, e na 1ª o Colorado havia perdido por 1x0 para o Nacional. Era um jogo tenso.

Mas Larry não demonstrou nenhuma preocupação. Pelo contrário. Logo aos 25 segundos o Internacional vencia por 1x0, gol de Larry. A um minuto de jogo, mais um gol, outra vez Larry! Em 15.08.2016, o Internacional empatou em 3x3 com o Botafogo e Scocco marcou 2 gols em 49 segundos, o que foi considerado recorde mundial em tempo de dois gols de um mesmo atleta. Infelizmente a memória esportiva é curta, pois Larry marcou dois gols em 35 segundos, no início da partida e em sua estreia. A partida contra o Floriano terminou 7x0, tendo Larry marcado mais um gol.

Começava ali uma carreira marcada por muitos gols. Foram 181 com a camiseta do Internacional. Larry atuou no clube de 1954 a 1962. Pelo Colorado, Larry foi campeão gaúcho em 1955 e 1961, campeão metropolitano em 1955 e campeão do Torneio Extra em 1954. Apesar dos poucos títulos, tornou-se um dos maiores ídolos da história do Internacional, pelo seu futebol de alta técnica.

Em 1956 Larry fez parte da Seleção Brasileira, formada por jogadores do RS, que disputou o Campeonato Pan-Americano, no México. Na estreia, Brasil 2x1 no Chile. A seguir 1x0 Peru, com gol de Larry. O atacante não marcou na vitória de 2x1 sobre o México, mas fez 3 gols nos 7x1 sobre a Costa Rica. Com a Argentina, o empate em 2x2 deu o título aos brasileiros. Seu desempenho no Pan-Americano lhe valeu uma convocação para a Seleção Principal que excursionaria à Europa. Mas nessa excursão teve poucas oportunidades, jogando apenas alguns minutos na derrota para a Itália, por 3x0.

No final de 1959, Larry foi eleito vereador em Porto Alegre, pela aliança UDN-PSB, com 2.449 votos. Foi o mais votado da aliança, que elegeu dois vereadores. No início de 1960, Larry envolveu-se em duas polêmicas: se ele conseguria conciliar o cargo de vereador e o de jogador, e seu corte de última hora da Seleção Brasileira que conquistaria o bicampeonato do Campeonato Panamericano.

Após muito debate (no qual surgiu até mesmo a possibilidade dele se transferir para o São José), Larry renovou o contrato com o Colorado. No final de 1960 o próprio jogador declarou que abandonaria o futebol ao fim da temporada, mas voltou atrás e assinou novo contrato com o clube, deixando a aposentadoria para 1962.

Larry começou a temporada de 1961 jogando pelo clube, mas as faltas a treinos e jogos, devido a sessões da Câmara, que marcaram o ano de 1960, voltaram a ocorrer. Em 20.05.1961, o craque e o clube decidiram rescindir o contrato amigavelmente, por considerarem que não havia como conciliar o cargo legislativo e a condição de atleta profissional. Entretanto, o amor pelo clube e a necessidade de um bom atacante fizeram os dois lados repensarem, e em 23.06.1961 Larry assinou novo contrato com o Colorado.

Em 1962, Larry estava decidido a largar a carreira de jogador. Em fevereiro já era anunciada oficialmente sua candidatura a deputado estadual, pela UDN. Mesmo assim, o Palmeiras ainda tentou levà-lo para São Paulo. Mas o craque ficou em Porto Alegre, disputando alguns amistosos pelo Colorado. Em 31.05.1962, o Internacional enfrentava o Floriano, na Montanha, em um amistoso. A partida terminou 1x1, mas aos 43’ do 1º tempo, quando o placar ainda era 0x0, Larry foi expulso. E não voltou mais a jogar futebol.

Ainda em 1962, Larry disputou as eleições estaduais, somando 5.915 votos para deputado estadual. Foi o 4º mais votado da UDN, mas a legenda só elegeu três deputados.

Em agosto de 1965, com o clube atravessando uma grave crise (terminaria em 5º lugar no Gauchão, sua pior campanha até 2007), Larry aceitou o convite e tornou-se técnico do clube, substituindo Abílio dos Reis. Mesmo sem conseguir reverter a crise, levou o clube até o final do ano.

Em 29 de abril de 2016 Larry foi internado na Santa Casa de Porto Alegre, para tratar de uma pneumonia. As 6 horas da manhã de 6 de maio, Larry não resistiu a uma parada cardíaca e faleceu.

Seus números pelo Internacional:

271 partidas

178 vitórias

44 empates

49 derrotas

180 gols

Campeão gaúcho em 1955 e 1961

Campeão metropolitano em 1955

Campeão do Torneio Extra em 1954

Vítimas de Larry, atuando pelo Internacional:

1º Força e Luz - 20 gols

2º Juventude - 18 gols

3º Cruzeiro RS - 16 gols

4º Floriano - 14 gols

5º Flamengo RS - 13 gols

6º Aimoré - 12 gols

7º Grêmio - 10 gols

8º Santa Cruz RS - 9 gols

9º Nacional - 8 gols

10º Brasil - 7 gols

11º Renner - 5 gols

12º São José e Pelotas - 4 gols

14º Esportivo e Riograndense SM - 3 gols

16º Veronese, Penãrol URU, Náutico, Glória (Carazinho), Internacional SC, Cachoeira, Farroupilha, Nacional CA e América RJ - 2 gols

25º Liverpool URU, Botafogo, Estrela Vermelha IUG, Coritiba, Riograndense RG, Guarani PR, Fluminense, Atlético MG, Seleção do Uruguai, Boca Juniors ARG, Lajeadense, Palmeiras, São Paulo RG, Santos, Rio Grande e Bahia - 1 gol

Campeão Brasileiro Feminino Sub-18 - Atletas

Atletas que atuaram na conquista colorada:

BRUNINHA
17 anos
lateral-direita
13 partidas
8 vitórias
4 empates
1 derrota

JÚLIA
Júlia Daltoe Lordes
18 anos
meia
13 partidas
8 vitórias
4 empates
1 derrota
9 gols marcados

JHE
Jheniffer da Silva Cordinali Gouveia
17 anos
atacante
13 partidas
8 vitórias
4 empates
1 derrota
8 gols marcados

MAYARA
Mayara Nabosne Harendt
18 anos
goleira
12 partidas
7 vitórias
4 empates
1 derrota
10 gols sofridos

SUSAN SANTOS
Susan Dyanna de Souza Santos
16 anos
lateral-direita
12 partidas
7 vitórias
4 empates
1 derrota
3 gols marcados

MARIANA
Mariana Stefani Mallmann
18 anos
zagueira
12 partidas
7 vitórias
4 empates
1 derrota

ISA HAAS
Isadora Haas Gehlen
18 anos
zagueira
12 partidas
7 vitórias
4 empates
1 derrota

CAMILINHA
Camila Grando Duarte
17 anos
volante
12 partidas
8 vitórias
4 empates

MALU
Maria Luiza Schwaizer
18 anos
meia
12 partidas
7 vitórias
4 empates
1 derrota
1 gol marcado

NALON
Natalie Gabrieli Nalon
17 anos
lateral-esquerda
11 partidas
7 vitórias
3 empates
1 derrota

TAIANE
Taiane Flores Pippi da Silva
18 anos
zagueira
11 partidas
6 vitórias
4 empates
1 derrota
2 gols marcados

BELINHA
Isabela Ferreira Costa das Chagas
18 anos
lateral-esquerda
11 partidas
7 vitórias
3 empates
1 derrota
2 gols marcados

GABI BATISTA
Gabriela Batista da Silva
18 anos
meia
11 partidas
6 vitórias
4 empates
1 derrota

LAYSSA
Layssa Cristina Oliveira dos Santos
17 anos
atacante
11 partidas
7 vitórias
3 empates
1 derrota
6 gols marcados

QUEILA
Queila Soares Faleiro
18 anos
atacante
11 partidas
7 vitórias
4 empates
5 gols marcados

DUDA FLORES
Eduarda Flores Fuculo
15 anos
lateral-esquerda
10 partidas
7 vitórias
2 empates
1 derrota
1 gol marcado

MAJU
Maria Júlia Silva Amaral
16 anos
volante
7 partidas
5 vitórias
1 empate
1 derrota
2 gols marcados

KAMILA KONRAD
Kamila Heloísa Lermen Konrad
16 anos
meia
4 partidas
4 vitórias

SABRINA
Sabrina de Brito
15 anos
goleira
2 partidas
2 vitórias

VITÓRIA
Vitória Rosa da Silva
14 anos
meia
2 partidas
1 vitória
1 empate

BRUNA WINK
Bruna Eduarda Wink Rolof
14 anos
meia
1 partida
1 vitória

ALISSA
Alissa Tavares Pedó
14 anos
atacante
1 partida
1 empate

Campeão Brasileiro Feminino Sub-18 2019

(foto do site oficial do clube)

Em outubro de 2019 o Internacional conquistou o primeiro campeonato brasileiro feminino sub-18

A 1ª fase foi regionalizada. O grupo do Internacional ficou sediado na cidade gaúcha de Flores da Cunha. Os quatro clubes do grupo se enfrentaram em turno e returno, passando os dois primeiros para a fase seguinte. Com 4 vitórias (incluindo um 8x0 no Corinthians) e 2 empates, o Internacional classificou-se em 1º lugar.

Jogos da 1ª Fase:
14.07.2019 4x2 Corinthians - N - Lay (2) e Júlia (2)
16.07.2019 1x1 Chapecoense - N - Ketita
18.07.2019 5x0 Ferroviária - N - Júlia, Taiane, Jhe, Maju e Duda Flores
20.07.2019 3x2 Ferroviária - N - Susan Santos, Jhe e Ketita
22.07.2019 0x0 Chapecoense - N
24.07.2019 8x0 Corinthians - N - Júlia (3), Ketita (2), Lay (2) e Maju

Na 2ª fase, o grupo colorado continuou sediado em Flores da Cunha. Mas agora, os 4 clubes se enfrentavam em turno único, passando os dois primeiros para a semifinal. Depois de um tropeço no início, a goleada sobre o Flamengo deu ânimo para a classificação, em 2º lugar.

Jogos da 2ª Fase:
11.08.2019 1x2 Santos - N - Lay
13.08.2019 6x1 Flamengo - N - Susan Santos (2), Belinha, Júlia, Lay e Jhe
15.08.2019 3x0 Vitória - N - Jhe (2) e Taiane

Na semifinal, o adversário era o Iranduba amazonense, tradicional clube no futebol feminino. Uma goleada em casa praticamente garantiu a vaga na final já no jogo de ida.

Jogos da Semifinal
08.09.2019 5x0 Iranduba - C - Júlia (2), Ketita, Jhe e Malu
28.09.2019 1x1 Iranduba - F - Jhe

O adversário da final era o São Paulo, que havia eliminado o Santos. Em casa, as Gurias Coloradas venceram por 1x0. Em São Paulo, os donos da casa tiveram um pênalti mal marcado a seu favor, logo aos 8' do 1º tempo, mas a goleira colorada Mayara defendeu. Aos 44' do 1º tempo, Belinha marcou para o Internacional. Mi empataria para o São Paulo aos 40' do 2º tempo, mas era tarde demais para virar o jogo.

Jogos da Final
09.10.2019 1x0 São Paulo - C - Jhe
17.10.2019 1x1 São Paulo - F - Belinha

Equipe colorada no jogo do título:

Mayara; Bruninha (Nalon), Mariana (Camila), Taiane e Belinha; Isa Haas, Júlia (Gabi) e Malu; Susan Santos (Duda Flores), Ketita e Jhe
Técnica: Camilla Orlando