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quinta-feira, 29 de abril de 2021

NOSSOS TÍTULOS - Torneio Heleno Nunes 1984

Foto: cortesia @gomes2730

Nos anos 1980 um problema que afligia muitos clubes era o tempo em que ficariam sem competições, se não chegassem às fases decisivas do campeonato brasileiro.

Em 1983 o Internacional organizou o Torneio APLUB, com a participação de Palmeiras, Corinthians e América do Rio. Mas era um torneio curto, de apenas duas rodadas. Em 1984 a Federação Paulista de Futebol, tendo Palmeiras e São Paulo fora do campeonato brasileiro, juntamente com Internacional, Atlético MG, Cruzeiro e Botafogo, decidiu organizar o Torneio dos Campeões, convidando também Bahia e Santa Cruz. Em seguida conseguiu o apoio da CBF, que mudou o nome da competição para Torneio Heleno Nunes e acrescentou mais Guarani e Sport na disputa.

O regulamento da competição era simples: os dez clubes se enfrentariam em turno único e quem somasse mais pontos seria campeão.

O Internacional estava passando por um momento conturbado. O técnico Dino Sani foi demitido no penúltimo jogo do campeonato brasileiro. O técnico interino, Otacílio Gonçalves, ficou como substituto definitivo, mas ainda sob testes. Seu rendimento em três partidas não era bom. Foi derrotado pelo Flamengo na despedida do campeonato brasileiro e perdeu um amistoso para o Figueirense, vencendo a Udinese em outro amistoso. Dias antes do começo do torneio a imprensa chegou a anunciar que o vice presidente de futebol, Marcelo Feijó havia pedido demissão, notícia logo desmentida pelo clube. No campo das negociações, noticiava-se que o clube pretendia contratar Jair (efetivamente contratado) e Eder. O Flamengo oferecia Marinho, Nunes e Vítor por Mário Sérgio e Mauro Galvão. Mauro Pastor foi negociado com o Colorado. E especulava-se sobre o interesse de clubes italianos em Dunga.

A estreia colorada ocorreu em 15 de abril de 1984, na Fonte Nova, contra o Bahia. O Internacional saiu na frente, com um gol de Dunga no primeiro minuto de jogo. No 2º tempo, porém, com gols de Osny e Robson, o Bahia virou o jogo.

No mesmo dia ocorreram mais duas partidas: Guarani 0x0 Sport e Cruzeiro 4x2 Atlético MG. No dia seguinte, Santa Cruz 1x2 São Paulo. No fim da rodada Cruzeiro, Bahia e São Paulo estavam na liderança.

Na terça-feira, 17 de abril, o Colorado enfrentou o Atlético Mineiro, no Mineirão. Com um gol de Paulo Santos, no início do 2º tempo, o Internacional venceu por 1x0. Nos outros jogos da rodada: Bahia 1x2 Sport, Palmeiras 1x1 Botafogo e Cruzeiro 0x2 Guarani. Sport e Guarani assumiram a liderança.

No domingo, dia 22, o Internacional recebeu o São Paulo, no Beira-Rio. E antes do 1º minuto de jogo já vencia por 1x0, gol de Kita. No início do 2º tempo Ruben Paz liquidou a partida, marcando 2x0. No mesmo dia teve Cruzeiro 0x0 Botafogo, Palmeiras 1x2 Atlétcio MG e Sport 1x1 Santa Cruz. Internacional e Sport lideravam com 4 pontos.

Na terça-feira 24 de abril, mais dois jogos: Atlético MG 0x3 Botafogo e Bahia 2x1 Guarani. Os dois vencedores se uniram a Internacional e Sport na liderança.

No sábado, 28 de abril, o Internacional recebeu o Cruzeiro, vencendo por 1x0, gol de Paulo Santos, aos 37' do 2º tempo. Ainda no sábado jogaram Palmeiras 1x0 São Paulo, Atlético MG 0x0 Sport e Santa Cruz 2x1 Guarani. No domingo teve Bahia 0x0 Botafogo. Com esses resultados o Internacional assumiu a liderança de forma isolada.

No dia 1º de maio Internacional e Palmeiras enfrentaram-se em Cascavel, com renda recorde no torneio. O Internacional abriu o placar com Kita aos 16' do 2º tempo, mas Vagner empatou aos 39'. Nos outros jogos do dia Cruzeiro 0x0 São Paulo, Botafogo 0x0 Sport e Atlético MG 0x1 Bahia. O Colorado seguia na liderança, agora com a companhia do Bahia.

No dia 6 de maio o Internacional foi a Campinas enfrentar o Guarani. Roberto abriu o placar para o Bugre aos 40' do 1º tempo, mas Mílton Cruz empatou no minuto seguinte. Na 2ª etapa Ademir colocou o Colorado na frente aos 32', mas aos 35' Roberto deixou tudo igual. No mesmo dia jogaram Cruzeiro 4x0 Sport, Santa Cruz 1x0 Botafogo e Bahia 0x0 Palmeiras. Internacional e Bahia continuavam na liderança. Após os jogos surge uma polêmica: o presidente do Botafogo reclamou que a CBF não marcava seus jogos para Marechal Hermes e ameaçaca abandonar o campeonato caso seus próximos jogos não fossem marcados para seu pequeno estádio.


Na rodada seguinte as partidas ocorreram em três dias. No dia 8, Sport 1x2 Palmeiras. No dia 9, Guarani 0x0 Atlético MG e Cruzeiro 1x1 Santa Cruz. E finalmente no dia 10, Bahia 1x1 São Paulo. A equipe baiana assumia a liderança isolada.

No dia 13 de maio o Internacional foi ao Rio de Janeiro enfrentar o Botafogo, no acanhado estádio de Marechal Hermes. Mauro Galvão e André Luiz estavam de volta ao time. Milton Cruz abriu o placar para o Internacional aos 14' do 2º tempo, mas Amarildo, que seria vice-campeão brasileiro pelo Colorado em 1987, empatou o jogo aos 41'. Nos outros jogos Guarani 3x0 Palmeiras, Atlético MG 3x1 Santa Cruz e Sport 0x0 São Paulo. O Colorado voltava a dividir a liderança com o Bahia.

Em 15 de maio o Internacional foi a Recife e na Ilha do Retiro goleou o Sport por 4x0, com gols de Silvinho e Paulo Santos no 1º tempo e Milton Cruz e Kita na 2ª etapa. No mesmo dia o Botafogo ficou no 0x0 com o São Paulo e o Bahia empatava em 2x2 com o Cruzeiro, quando o juiz marcou um pênalti para os baianos, no último minuto. Os cruzeirenses se recusaram a permitir a cobrança e oito foram expulsos. Palmeiras x Santa Cruz foi interrompido aos 7 minutos do 1º tempo, por falta de energia elétrica. O Bahia foi declarado vencedor. Internacional e Bahia continuavam liderando, faltando uma rodada.
No dia 17 o Internacional recebeu o Santa Cruz, em seu último jogo. Jair abriu o placar aos 7' do 1º tempo, cobrando falta, mas Cristóvão empatou aos 10' do 2º tempo. A partida avançava para o empate, que deixaria a conquista do título muito difícil, mas aos 41' do 2º tempo Paulo Santos marcou o gol salvador, garantindo a vitória por 2x1. Na mesma rodada tivemos São Paulo 0x1 Atlético MG e Botafogo 0x0 Guarani.

O Bahia disputaria sua última partida no dia 20, contra o Santa Cruz. O regulamento permitia interpretações diferentes sobre os critérios de desempate. O Internacional intepretava que o saldo de gols era o critério de desempate, e que só perderia o título caso o Bahia aplicasse uma goleada histórica no Santa Cruz. Já o Bahia tinha uma interpretação diferente e cobrava uma reunião na sede da Federação Paulista de Futebol, no dia 21, caso vencesse o jogo.

Mas o Bahia, apesar de sair na frente, acabou cedendo o empate. O resultado de 1x1 garantiu o título colorado sem contestação. No mesmo dia teve Guarani 0x2 São Paulo.

As partidas entre Palmeiras e Santa Cruz e Palmeiras e Cruzeiro não foram disputadas pois não afetariam a disputa pelo título.


O Torneio Heleno Nunes foi a primeira competição nacional disputada em pontos corridos e foi vencida pelo Internacional.

Em 20 de agosto de 1984, depois de voltar de uma excursão vitoriosa à Ásia, o Internacional realizou um amistoso comemorativo da conquista do Torneio Heleno Nunes, enfrentando o Independiente, que havia derrotado o Grêmio na final da Taça Libertadores. A partida terminou 2x2.




quarta-feira, 28 de abril de 2021

Rio Grande do Sul: um futebol mais amplo

Origem da imagem: https://medium.com/canelada-fc

Uma característica comum a quase todos os estados brasileiros não teve espaço no Rio Grande do Sul.

Em praticamente todo o país, os campeonatos surgiram, e se mantiveram por muito tempo, como um campeonato municipal da capital, que se proclamava estadual. No Rio Grande do Sul, a capital Porto Alegre organizou seu campeonato municipal em 1910, mas sem declarar-se estadual. O primeiro campeonato estadual só foi disputado em 1919 e somente com um representante da capital, feito que se repetiria até 1960. O estadual era disputado pelos campeões municipais Nas temporadas de 1937 e 1939 a capital não teve um único representante no campeonato estadual.

Comparando com outros estados brasileiros, a composição de clubes da capital e do interior nos estaduais de 1920, 1930, 1940 e 1950:

BA
1920 12 clubes - todos da capital
1930 5 clubes - todos da capital
1940 5 clubes - todos da capital
1950 7 clubes - todos da capital

CE
1920 4 clubes - todos da capital
1930 4 clubes - todos da capital
1940 7 clubes - todos da capital
1950 8 clubes - todos da capital

MG
1920 7 clubes - 6 da capital, 1 de Sabará
1930 8 clubes - 7 da capital, 1 de Nova Lima
1940 6 clubes - 4 da capital, 1 de Sabará, 1 de Nova Lima
1950 7 clubes - 4 da capital, 1 de Sabará, 1 de Nova Lima, 1 de Barão dos Cocais

PR
1920 7 clubes - todos da capital
1930 6 clubes - todos da capital
1940 7 clubes - todos da capital
1950 8 clubes - 7 da capital, 1 de Jacarezinho

PE
1920 7 clubes - todos da capital
1930 8 clubes - todos da capital
1940 8 clubes - todos da capital
1950 6 clubes - todos da capital

RN
1920 4 clubes - todos da capital
1930 5 clubes - todos da capital
1940 6 clubes - todos da capital
1950 8 clubes - 7 da capital, 1 de Parnamirim

RJ
1920 10 clubes - todos da capital
1930 11 clubes - todos da capital
1940 9 clubes - todos da capital
1950 11 clubes - 10 da capital, 1 de Niterói
Obs: A cidade do Rio de Janeiro foi, até 1960, o Distrito Federal. Geograficamente a cidade de Niterói ficava no antigo estado do Rio de Janeiro, do qual ela era a capital.

SP
1920 10 clubes - todos da capital
1930 14 clubes - 11 da capital, 2 de Santos, 1 de Campinas
1940 11 clubes - 8 da capital, 3 de Santos
1950 12 clubes - 7 da capital, 3 de Santos, 1 de Campinas, 1 de Piracicaba

O Rio Grande do Sul, no mesmo período:
1920 8 clubes - apenas um da capital
1930 10 clubes - apenas um da capital
1940 12 clubes - apenas um da capital
1950 9 clubes - apenas um da capital

O primeiro campeonato gaúcho unificado, não mais disputado pelos campeões municipais, surgiu em 1961. E mesmo nesse momento a capital não tinha a maioria dos participantes. De doze clubes, apenas quatro eram da capital.

No Brasil, apenas Santa Catarina apresentou um sistema parecido com grande duração. No Paraná um regulamento similar foi utilizado nos anos 1950, assim como em Alagoas, por um período menor ainda.

Comparativamente o campeonato gaúcho foi o que mais atingiu cidades dentro de um mesmo estado. Em 1921, 16 cidades participaram do campeonato estadual. Em 1925 foram 18, e no ano do primeiro título colorado, 1927, foram 24 cidades.

Um clássico - Internacional 3x2 Grêmio - 28/04/1940

 28 de abril de 1940

O mundo vivia os dias trágicos da II Guerra Mundial, embora ainda não conhecesse seus momentos mais atrozes. A guerra começou em setembro de 1939, mas depois do fim da campanha da Polônia limitou-se a algumas escaramuças entre ingleses, franceses e alemães. Mas menos de duas semanas depois começaria a Batalha da França, acabando com a Drôle de Guerre, e o conflito avançaria em direção aos seus dias mais dramáticos.

Em Porto Alegre a população acompanha as notícias da guerra na imprensa, mas também demonstrava interesse pelo Gre-Nal 64, que ocorreria na Baixada. A partida valia pelo 1º turno do campeonato municipal. O Grêmio, tricampeão municipal em 1937, 1938 e 1939, aparecia como favorito. O clube era treinado por Telêmaco Frazão de Lima, que também era o presidente gremista. O Internacional, treinado pela dupla Orlando Jerônymo Cavedini e Carlos De Lorenzi, estava iniciando o período do Rolo Compressor, já contando com seis dos onze atletas da escalação clássica do "Rolo".


A imprensa noticiava o jogo como o primeiro clássico do ano, embora em janeiro e fevereiro, ainda pela temporada de 1939, tivessem ocorrido dois jogos. Em relação ao Gre-Nal que decidiu o campeonato de 1939 o Colorado tinha duas mudanças: o médio Brandão e o centroavante Acácio foram para o Força e Luz, substituídos por Assis, vendo de Uruguaiana, e Marques, ex-Cruzeiro. O Grêmio também tinha duas mudanças: saíram Jorge e Salvador e entraram André e Rubi. A fábrica Chá Miromas ofereceu um prêmio de 50$000 ao jogador que marcasse o primeiro gol da partida. A arbitragem já era motivo de polêmica. Para fugir dos tradicionais árbitros da cidade, foi indicado para dirigir a partida o juiz Francisco Azevedo, pelotense que foi trazido de avião especialmente para dirigir o clássico, em comum acordo da dupla Gre-Nal.

O campeonato teria três turnos e o Gre-Nal fazia parte da 2ª rodada do 1º turno. O Internacional não havia começado bem, empatando em 4x4 com o Cruzeiro nos Eucaliptos, em partida que vencia por 4x2 até oito minutos do final do jogo. A partida de aspirantes, disputada antes do jogo principal, também não foi muito feliz para os colorados. O Internacional vencia por 2x0 e cedeu o empate aos gremistas.

Quando a bola começou a rolar na partida principal, porém, os torcedores colorados começaram a se animar com o time, que se movimentava com "harmonia, energia e extraordinária vontade", segundo o jornal Diário de Notícias. E logo aos 8 minutos de partida Rui marcou um gol para o Internacional, anulado por impedimento. Mas isso não desmotivou o Colorado e aos 13 minutos Russinho passou para o mesmo Rui abrir o marcador: Internacional 1x0.

Após o gol colorado, o Grêmio tentou assumir o controle do jogo. A equipe demonstrava qualidade, mas seu lado direito (onde atuavam André e Rubi) deixava a desejar. Aos 35', porém, o uruguaio Félix Magno cometeu uma falta desnecessária em Laxixa. O centromédio gremista Noronha cobrou rapidamente, lançando a bola na área. A defesa colorada foi surpreendida com a velocidade da cobrança e bola chegou aos pés de César Basílio, que chutou com força para as redes, empatando o jogo.

O gol deu novo ânimo aos gremistas, que ficaram confiantes na vitória. Essa alegria aumentou aos 2 minutos do 2º tempo. Malachias cruzou de longe. A bola bateu no travessão e sobrou para César Basílio, de bicicleta, marcar. O goleiro colorado Júlio, atrapalhado pela luz solar, nada fez no lance.

O Tricolor tentou continuar atacando, mas o baixo desempenho de seus laterais davam espaço para o avanço dos infernais ponteiros colorados, Tesourinha e Carlitos. Aos 14', Tesourinha avançou em velocidade pela direita e cruzou para a área. Russinho, mesmo assediado por Luiz Luz, cabeceou em gol. A bola ainda tocou na trave antes de chegar às redes. Estava empatado o clássico.

Em seguida os clubes se lançam à frente. César Basílio driblou Risada, mas chutou para fora. O Colorado respondeu com Carlitos, que entortou Dario mas também errou o alvo ao chutar. Pouco depois, em um ataque do Internacional, o goleiro Edmundo se jogou aos pés de um jogador colorado, lesionando-se. Enobar entrou no gol do Grêmio. O técnico gremista mudou Mesquita e Rubi de função, para tentar equilibrar seu lado direito, sem sucesso.

O Grêmio conseguiu boa jogada com César Basílio, seu atacante mais perigoso, que chegou a driblar o goleiro Júlio e chutar para as redes. Mas quase em cima da linha apareceu Risada, que de bico salvou a cidadela colorada.

Finalmente, aos 38' do 2º tempo, Rui lançou Carlitos, que avançou em velocidade, driblou Dario e chutou alto, cruzado e com muita força, vencendo Enobar. Internacional 3x2! O lance foi assim descrito pelo jornal Diário de Notícias: "Rui estendeu a Carlitos. O 'mignon' estrema progride com rapidez e ludibria, habilmente, a Dario, arremessand com violencia incrivel, num tiro alto e cruzado. Estava conquistado o ponto de triunfo."

A vitória foi um marco na caminhada para o título do campeonato municipal, o primeiro do Rolo Compressor.




No mesmo dia do Gre-Nal, em São Paulo era inaugurado o Estádio do Pacaembu, com as partidas Palestra Itália 6x2 Coritiba e Corinthians 4x2 Atlético MG.



segunda-feira, 26 de abril de 2021

Partidas com cinco ou mais artilheiros

Foto: Ricardo Duarte (site oficial do clube)

Na última rodada da fase classificatória do campeonato gaúcho de 2021 o Internacional venceu o Esportivo por 5x0, sendo cada gol marcado por um atleta diferente. Esse fato não chega a ser algo incomum na história do clube. Desconsiderando os gols contra, foram 101 partidas em que cinco jogadores diferentes marcaram e mais 33 em que mais de cinco chegaram às redes. Eis a lista:

Cinco artilheiros:
 
26/06/1910 5x0 Nacional - Campeonato Municipal - C
Vignoles, Galvão, Paulista, José Poppe e Nilo

07/08/1910 5x0 7 de Setembro - Campeonato Municipal - N (Blitz)
Galvão, Vignoles, Mendonça, Nilo e Picarelli

14/07/1914 5x1 Rio Grande - Amistoso - C
Vares, Túlio, Darsis, Miller e Ribas

02/08/1914 7x0 Cruzeiro - Campeonato Municipal - C
Tagnin (2), Kluwe (2), Beheregaray, Darsys e Bendionda

27/06/1915 6x2 Cruzeiro - Amistoso - C
Schmidt (2), Túlio, Bendionda, Ênio e Vares

11/07/1915 7x0 Colombo - Campeonato Municipal - C
Bendionda (2), João Flores (2), Satyro, Fidélis e Travassos

24/10/1915 8x3 Cruzeiro - Amistoso - C
Túlio (2), Oswaldo (2), Bendionda (2), Vares e Miller

14/11/1915 7x2 Frisch Auf - Amistoso - C
Bendionda (2), Miller (2), Túlio, Oswaldo e Vares

23/04/1916 6x0 São José - Amistoso - C
Godinho (2), Simão, Vares, Mário Cunha e Túlio

25/06/1916 14x0 Colombo - Campeonato Municipal - C
Túlio (3), Miller (3), Bendionda (3), Oswaldo (3) e Vares (2)

15/10/1916 8x2 São José - Amistoso - C
Miller (2), Eurico (2), Vares (2), Simão e Mário Cunha

27/05/1917 14x0 São José - Campeonato Municipal - C
Oswaldo (4), Bendionda (3), Lúcio Assumpção (3), Pedro Cunha (2) e Guimarães (2)

01/06/1919 7x0 São José - Campeonato Municipal - C
Bento (2), Maia (2), Lúcio Assumpção, Cezar Andrade e Crespo

13/07/1919 11x0 Tabajara - Campeonato Municipal - C
Genny (4), Pedro Cunha (2), Barcellos (2), Léo e Totte (+ um gol contra)

13/05/1920 6x1 Militar - Amistoso - C
Maia (2), Genny, Gil, Bento e Cezar Andrade

20/06/1920 14x2 Municipal - Amistoso - C
Cezar Andrade (7), Bento (4), Maia, Genny e Gil

18/07/1920 12x0 Tabajara - Campeonato Municipal - C
Genny (4), Cezar Andrade (4), Sady Dias (2), Rosário e Gil

29/06/1921 6x1 Ypiranga - Amistoso - C
Rosário (2), Floriano, Genny, Sady Dias e Maia

23/04/1922 5x0 Guarany (Porto Alegre) - Amistoso - C
Lampinha, Gashypo, Natal, Rosário. e Sady Dias

30/04/1922 6x3 São José - Campeonato Municipal - F
Moreno, Meneghetti, Rosário, Gashypo e Natal (+ um gol contra)

07/05/1922 8x1 Ypiranga - Campeonato Municipal - C
Gashypo (4), Moreno, Genny, Sady Dias e Maia

20/08/1922 7x0 São José - Campeonato Municipal - C
Genny (2), Sady Dias, Rosário, Maia e Ary (+ um gol contra)

20/09/1922 12x0 Ypiranga - Campeonato Municipal - F
Genny (3), Gallego (3), Lampinha (2), Moreno (2) e Rosário (2)

15/03/1925 6x0 Cruzeiro - Amistoso - N (Chácara das Camélias)
Barros (2), Augusto, Veiga, Rosário e Sady Dias

07/08/1927 6x0 Novo Hamburgo - Amistoso - C
Ross (2), Ribeiro, Barros, Veiga e Nenê

29/07/1928 6x2 Sõ José - Campeonato Municipal - C
Miro (2), Gatti, Ribeiro, Ross e Tubino

30/06/1929 5x1 Ypiranga - Campeonato Municipal - F
Jean Ryff, Magno, Moreno, Lourival e Dante Marroni

31/07/1932 7x0 Porto Alegre - Campeonato Municipal - C
Javel (2), Honório (2), Wanderlino, Ludovico Marroni e Marreco

22/12/1932 6x1 Palestra Itália PR - Amistoso - F
Marreco (2), Ludovico Marroni, Venenoso, Javel e Tupan

25/06/1933 6x0 Brasil (São Jerônimo) - Amistoso - F
Marreco (2), Tupan, Ludovico Marroni, Honório e Javel 

22/10/1933 8x2 Porto Alegre - Campeonato Municipal - F
Tupan (3), Cavaco (2), Risada, Javel e Miro

24/03/1935 5x2 Americano - Amistoso - C
Andrade, Tijolada, Segismundo, Mário Mancuso e Dirceu

09/06/1935 7x2 Americano - Campeonato Municipal - F
Tupan (2), Mário Mancuso (2), Andrade, Marreco e Honório

14/07/1935 7x1 Riograndense SM - Amistoso - F
Darcy Encarnação (2), Poroto (2), Floriano, Salvador Arísio e Prestes

25/08/1935 7x2 Americano - Campeonato Municipal - C
Darcy Encarnação (2), Mário Mancuso (2), Tijolada, Tupan e Lewy

29/11/1936 6x2 Força e Luz - Campeonato Municipal - C
Castillo (2), Artigas, Tom Mix, Sylvio Pirillo e Salvador

13/12/1936 5x0 Porto Alegre - Campeonato Municipal - F
Sylvio Pirillo, Castillo, Artigas, Risada e Salvador

10/01/1937 7x4 Riograndense SM - Campeonato Gaúcho - N (Chácara das Camélias)
Castillo (2), Sady (2), Salvador, Natal e Lewy

09/05/1937 8x1 Porto Alegre - Campeonato Municipal - F
Vicente Souza (2), Acácio (2), Negrito (2), Brandão e Berto

11/07/1937 5x2 Força e Luz - Campeonato Municipal - F
Miguel, Salvador, Castillo, Berto e Negrito

06/08/1939 13x1 Sokol - Torneio Relâmpago - N (Tiradentes)
Carlitos (7), Russinho (2), Filhinho (2), Lewy e Acácio

06/04/1941 6x1 Porto Alegre - Campeonato Municipal - F
Brandão (2), Rui, Villalba, Russinho e Tesourinha

03/02/1940 8x2 Força e Luz - Campeonato Municipal - C
Acácio (4), Rui, Castillo, Russinho e Carlitos

31/08/1941 7x1 Porto Alegre - Campeonato Municipal - C
Rui (2), Carlitos (2), Tesourinha, Brandão e Villalba

18/12/1941 6x3 São José - Amistoso - C
Octávio (2), Castillo, Danilo, Ávila e Villalba

23/01/1942 7x1 Riograndense PF - Campeonato Gaúcho - N (Baixada)
Russinho (2), Castillo, Brandão, Carlitos e Villalba

28/01/1942 9x2 Rio Grande - Campeonato Gaúcho - N (Baixada)
Villalba (3), Russinho (2), Rui (2), Carlitos e Tesourinha

13/09/1942 7x0 Nacional - Campeonato Municipal - C
Carlitos (2), Tesourinha (2), Rui, Russinho e Castillo

11/10/1942 8x1 Internacional SM - Campeonato Gaúcho - N (Timbaúva)
Russinho (2), Villalba (2), Carlitos (2), Tesourinha e Abigail

18/10/1942 7x3 Armour - Campeonato Gaúcho - N (Timbaúva)
Russinho (2), Castillo (2), Rui, Tesourinha e Abigail

29/04/1945 8x1 Nacional - Campeonato Municipal - F
Carlitos (3), Tesourinha (2), Assis, Adãozinho e Rui

24/10/1945 10x4 Ypiranga BA - Amistoso - F
Magnones (4), Tesourinha (2), Adãozinho (2), Carlitos e Hormar

28/09/1946 7x0 Nacional - Campeonato Municipal - C
Carlitos (3), Elizeu, Rui, Tesourinha e Adãozinho

30/11/1946 7x0 Bancário (Vacaria) - Amistoso - F
Chumbinho (2), Rebolo (2), Rui, Elizeu e Ghizzoni

21/06/1947 11x1 São José - Campeonato Municipal - F
Elizeu (5), Tesourinha (2), Carlitos (2), Adãozinho e Villalba

04/07/1948 6x1 Montenegro - Amistoso - F
Carlitos (2), Tesourinha, Villalba, Rebolo e Leônidas

27/03/1949 5x3 Internacional SM - Amistoso - F
Carlitos, Villalba, Malinho, Miguel e Ghizzoni

22/11/1949 7x2 Renner - Taça Sayão Lobato - F
Adãozinho (2), Carlitos (2), Malinho, Ghizzoni e Tesourinha

16/06/1951 8x0 Corinthians - Campeonato Municipal - C
Herculano (2), Canhotinho (2), Ênio Andrade (2), Huguinho e Ruaro

05/10/1952 8x1 Cachoeira - Amistoso - F
Bodinho (3), Camargo (2), Jerônimo, Canhotinho e Odorico

15/03/1953 7x1 Bahia - Torneio Régis Pacheco - F
Jerônimo (2), Solis (2), Luizinho, Tarica e Bodinho

01/05/1953 9x0 Aimoré - Campeonato Metropolitano - C
Bodinho (3), Solis (2), Jerônimo (2), Salvador e Luizinho

28/06/1953 10x1 Força e Luz - Campeonato Metropolitano - F
Bodinho (4), Luizinho (2), Aírton Diogo (2), Canhotinho e Salvador

25/08/1955 6x2 Riograndense SM - Amistoso - F
Luizinho (2), Bodinho, Chinesinho, Larry e Jerônimo

08/06/1958 10x0 Força e Luz - Campeonato Metropolitano - C
Bodinho (3), Chinesinho (3), Larry (2), Zangão e Joaquinzinho

27/03/1960 5x2 Lajeadense - Amistoso - F
Paulo Vecchio, Zago, Deraldo, Alfeu e Wilmar

16/07/1961 6x1 14 de Julho PF - Amistoso - F
Oly (2), Telmo, Jonas, Frazão e Bandeira 

20/08/1961 8x2 Grêmio Fronteira SC - Amistoso - F
Sapiranga (3), Telmo (2), Alfeu, Flávio e Gilberto Andrade

22/11/1961 7x1 Riograndense RG - Campeonato Gaúcho - C
Alfeu (3), Flávio, Sapiranga, Osvaldinho e Cláudio Danni

10/06/1962 9x2 Montenegro - Amistoso - F
Paulo Vecchio (3), Tite (2), Sapiranga (2), Jonas e Flávio

27/05/1965 6x0 Lansul - Amistoso - F
Antoninho (2), Laone, Ênio Souza, Carlos Castro e Zangão II 

26/06/1966 8x0 Aliança (Santa Rosa) - Amistoso - F
Vanderlei (3), Dorinho (2), Chorinho, Miranda e Roberto

07/05/1967 7x0 Navegantes - Amistoso - F
Marino (2), Lambari (2), Laone, Claudiomiro e Scala

25/06/1967 8x1 Seleção de Alegrete - Amistoso - F
Claudiomiro (3), Lambari (2), Carlitos, Joaquim e Marino

12/02/1969 7x2 União Serrano - Amistoso - F
Claudiomiro (2), Dorinho, Tovar, Cuca e Laone (+ um gol contra)

17/03/1974 5x1 Paysandu - Campeonato Brasileiro - C
Pedrinho, Vacaria, Claudiomiro, Dorinho e Valdomiro

01/05/1974 6x0 Combinado de Vacaria - Amistoso - F
Lula (2), Escurinho, Dante, Tadeu e Vacaria

07/11/1976 5x1 Santa Cruz - Campeonato Brasileiro - C
Jair, Lula, Dario, Valdomiro e Escurinho

30/03/1977 5x2 Bagé - Campeonato Gaúcho - C
Dario, Falcão, Valdomiro, Batista e Pedrinho

30/10/1977 5x0 Joinville - Campeonato Brasileiro - C
Valdomiro, Jair, Gardel, Pedro e Vasconcelos

03/12/1978 5x1 Esportivo - Campeonato Gaúcho - C
Jair, Falcão, Hermes, Valdomiro e Caçapava

11/04/1979 6x0 Cachoeira - Campeonato Gaúcho - C
Falcão (2), Caçapava, Mário, Beliato e Valdomiro

08/08/1979 5x0 Novo Hamburgo - Campeonato Gaúcho - C
João Carlos, Borracha, Tonho, Falcão e Jair

12.07.1981 5x1 Armour - Campeonato Gaúcho - C
Jones, André Luiz, Pedro Verdum, Cléo e Jésum

18/08/1985 8x0 Municipal (Concórdia/SC) - Amistoso - F
Marcelo Vita (3), Ademir Alcântara (2), Mauro Galvão, Silvinho e Kita

02/02/1986 7x0 Gramadense - Amistoso - F
Aírton Fraga (2), Balalo (2), Sílvio, César e  Tita

16/04/1986 5x3 Caxias - Campeonato Gaúcho - C
Tita, Sabará, Balalo, Aírton e Marcelo Vita

22/06/1986 6x1 Estância Velha - Amistoso - F
Sabará (2), Aírton Fraga, Robertinho, Marcelo Vita e Balalo

17/08/1991 6x1 Passo Fundo - Campeonato Gaúcho - C
Lima (2), Helcinho, Luís Fernando Gomes, Simão e Cuca

13/05/1992 7x0 Mundo Novo - Amistoso - F
Gélson (2), Luís Fernando Gomes (2), Daniel Franco, Júlio e Leco

23/05/1993 8x1 Santanense - Campeonato Gaúcho - C
Caico (2), Zinho (2), Demétrios (2), Rudinei e Marquinhos

18/02/1997 7x0 Guará - Copa do Brasil - F
Luiz Gustavo (2), Arílson (2), Washington, Sandoval e Christian

23/06/1997 5x0 Veranópolis - Campeonato Gaúcho - C
Marcelo, Christian, Sandoval, Fabiano e Gustavo

05/05/1999 5x1 Passo Fundo - Campeonato Gaúcho - C
Fabiano, João Santos, Claiton, Elivélton e Christian

26/03/2006 6x2 São José - Campeonato Gaúcho - F
Léo (2), Chiquinho, Jorge Wagner, Rentería e Alex

29/07/2007 5x1 Sport - Campeonato Brasileiro - F
Pinga, Índio, Iarley, Alex e Adriano

13/01/2010 5x0 Esportivo - Amistoso - F
Alecsandro, Taison, Giuliano, Glaydson e Thiago Humberto

27/01/2010 5x0 Juventude - Campeonato Gaúcho - C
Kléber, Bolívar, Alecsandro, Taison e Giuliano

17/03/2012 7x0 Juventude - Campeonato Gaúcho - C
Leandro Damião (2), Jajá (2), Dátolo, Jô e Oscar

02/09/2015 6x0 Vasco da Gama - Campeonato Brasileiro - C
Lisandro Lopez (2), Ernando, Eduardo Sasha, Valdívia e Nílton

24/04/2021 5x0 Esportivo - Campeonato Gaúcho - C
Rodinei, Rodrigo Dourado, Yuri Alberto, Nonato, Zé Gabriel

Mais de cinco artilheiros:

06/11/1910 7x2 Frisch Auf - Campeonato Municipal - F
Nilo (2), Volkmann, Mendonça, Kluwe, Galvãoe Vignoles

04/06/1911 6x0 Nacional - Campeonato Municipal - C
Ygartua, Kluwe, Túlio, Nilo, Moura e Galvão

11/08/1912 16x0 Nacional - Campeonato Municipal - N (Baixada)
Vares (4), Galvão (4), Pedro Chaves (3), Túlio (3), Kluwe e Scabillon

22/06/1913 6x0 Colombo - Campeonato Municipal - N (Baixada)
Simão, Ribas, Scabillon, Túlio, Galvão e Vares

10/08/1913 10x1 Frisch Auf - Campeonato Municipal - C
Kluwe (2), Galvão (2), Pinto (2), Vares, Miller, Pedro Chaves e Túlio

24/05/1914 15x2 Americano - Campeonato Municipal - C
Vares (3), Kluwe (2), Miller (2), Túlio (2), Pedro Chaves (2), Ribas (2), Ary e Mascarello

20/09/1914 10x2 Cruzeiro - Amistoso - C
Galvão (2), Miller (2), Vares (2), Kluwe, Bitú, Túlio e Ribas

30/05/1915 9x1 São Paulo - Campeonato Municipal - C
Bendionda (2), Satyro, Menna, Túlio, Ribas, Godinho e Vares

15/08/1915 8x0 São Paulo - Campeonato Municipal - C
Miller (2), Fidélis (2), Simão, Homero, Túlio e Oswaldo

10/09/1916 13x1 Fussball - Campeonato Municipal - F
Miller (3), Bendionda (3), Túlio (3), Vares (2), Oswaldo e Ribas

22/09/1916 10x4 Frisch Auf - Amistoso - C
Túlio (2), Bendionda (2), Miller (2), Vares, Eurico, Lucídio e Mário Cunha

13/05/1917 8x0 São José - Amistoso - C
Oswaldo (2), Bendionda (2), Lúcio Assumpção, Bitú, Mário Cunha e Ary

05/08/1917 11x0 Americano - Campeonato Municipal - C
Ribas (2), Túlio (2), Oswaldo (2), Bello, Mário Cunha, Miller, Guimarães e Lúcio Assumpção

23/09/1917 12x1 São José - Amistoso - C
Godinho (3), Miller (3), Oswaldo (2), Bello, Ribas, Guimarães e Mário Cunha

15/09/1918 13x0 São José - Campeonato Municipal - C
Guimarães (4), Crespo (3), Evódio (2), Lúcio Assumpção (2), Miller e Bento

18/05/1930 6x1 Ypiranga - Amistoso - C
Elpídio, Magno, Moreno, Nenê, Hugo e Miro

11/08/1935 8x0 Porto Alegre - Campeonato Municipal - C
Mário Mancuso (2), Darcy Encarnação (2), Lewy, Tupan, Honório e Tijolada

14/12/1939 7x0 Força e Luz - Amistoso - C
Acácio (2), Lewy, Tesourinha, Rui, Castillo e Filhinho

13/04/1941 11x3 Atlântico - Amistoso - F
Brandão (4), Carlitos (2), Salvador (2), Tesourinha, Castillo e Assis

10/10/1943 8x5 Farroupilha - Campeonato Gaúcho - N (Passo D'Areia)
Carlitos (3), Joane, Assis, Ávila, Tesourinha e Adãozinho

02/03/1952 11x1 Combinado de Gramado e Canela - Amistoso - F
Canhotinho (4), Solis (2), Bodinho (2), Camargo, Odorico e Luizinho

09/10/1954 8x0 Força e Luz - Campeonato Metropolitano - C
Larry (2), Canhotinho (2), Jerônimo, Bodinho, Salvador e Odorico

04/03/1975 12x0 Combinado Olbia-Arzachena ITA - Amistoso - F
Claudiomiro (4), João Ribeiro (3), Lula (2), Figueroa, Falcão e Tovar

19/03/1975 6x0 Tharros ITA - Amistoso - F
Borjão, Tadeu, Valdomiro, Caçapava, Claudiomiro e Tovar

27/04/1975 6x0 Ypiranga - Campeonato Gaúcho - C
Lula, Escurinho, Valdomiro, Paulo César Carpegiani, Borjão e Falcão

23/05/1976 14x0 Ferrocarril - Campeonato Gaúcho - C
Valdomiro (3), Ramon (3), Caçapava (2), Genau, Paulo César Carpegiani, Flávio, Cláudio Duarte, Figueroa e Escurinho

15/06/1986 7x0 Olaria (Rio Pardo_ - Amistoso - F
Ademir Alcântara (2), Marquinhos, Pinga, Robertinho, Balalo e Sabará

08/12/1990 9x0 Juventude (Guaporé) - Amistoso - F
Alberto (2), Paulinho Criciúma, Letelier, Marcelo Prates, Hamílton, Chiquinho, Pedro Paulo e Caçapava

23/04/1993 9x1 Combinado Montenegro-Taquarense - Amistoso - F
Rudinei (2), Baron, Ricardo Costa, Marquinhos, Nórton, Silas, Nando e Luciano Souza

17/01/1999 7x0 Seleção de Canela - Amistoso - F
Christian (2), João Santos, Denílson, Espínola, Lúcio e Claiton

04/05/2008 8x1 Juventude - Campeonato Gaúcho - C
Fernandão (3), Danny Morais, Alex, Nilmar, Índio e Clemer

10/03/2009 7x0 Brasil - Campeonato Gaúcho - F
Andrezinho (2), Magrão, Nilmar, Taison, Alecsandro e Danilo Silva

19/04/2009 8x1 Caxias - Campeonato Gaúcho - C
Magrão (2), Nilmar (2), Taison, Guiñazú, D'Alessandro e Álvaro

domingo, 25 de abril de 2021

25 de abril: uma data, dois grounds

Ground da Vila Cruzeiro em 1918

A data de 25 de abril marca a inauguração de dois "grounds" do futebol porto-alegrense, nas quais o Internacional teve participação.

O primeiro deles foi a Vila Cruzeiro, localizada na Estrada do Mato Grosso (atual avenida Bento Gonçalves). Em 25 de abril de 1915 o Cruzeiro inaugurou seu campo, em um amistoso com o Internacional. Antes da partida principal, nos segundos quadros o Internacional venceu o Cruzeiro por 5x1. Na partida principal ocorreu empate em 2x2, e o meia Galvão, do Cruzeiro, marcou o primeiro gol do "ground", aos 24' do 1º tempo.

Na Vila Cruzeiro o Cruzeiro foi campeão municipal em 1918.

Jogos do Internacional na Vila Cruzeiro:
25/04/1915 2x2 Cruzeiro - Amistoso
16/05/1915 7x0 Cruzeiro - Campeonato Municipal
28/05/1916 6x2 Cruzeiro - Campeonato Municipal
09/09/1917 2x1 Cruzeiro - Campeonato Municipal
14/07/1918 1x3 Cruzeiro - Campeonato Municipal

Resumo:
5 partidas
3 vitórias
1 empate
1 derrota
18 gols marcados
8 gols sofridos

Em 1926 o Internacional participaria da inauguração de outro "ground" da capital, o campo da Rua Larga, do Americano. O novo campo do clube grená foi inaugurado em 14/03/1926, na partida Casados 2x2 Solteiros, mas a inauguração oficial ocorreria em 25 de abril, em partida válida pelo campeonato municipal. O Internacional venceu por 3x0 e o colorado Vinhaes marcou o primeiro gol do campo.

Naa Rua Larga o Americano foi campeão  estadual em 1928 e campeão municipal em 1928 e 1929.

Jogos do Internacional na Rua Larga:
25/04/1926 3x0 Americano - Campeonato Municipal
17/04/1927 6x1 Americano - Campeonato Municipal
01/04/1928 2x0 São José - Campeonato Municipal
19/08/1928 0x2 Americano - Campeonato Municipal
28/07/1929 2x3 Americano - Campeonato Municipal
11/08/1929 4x2 Bancário - Campeonato Municipal
14/06/1931 2x1 Americano - Campeonato Municipal
09/10/1932 3x2 Americano - Campeonato Municipal
16/07/1933 4x0 Americano - Campeonato Municipal
19/08/1934 2x0 Americano - Campeonato Municipal
31/03/1935 3x1 Americano - Amistoso
09/06/1935 7x2 Americano - Campeonato Municipal
25/10/1936 5x3 Americano - Campeonato Municipal

Resumo:
13 partidas
11 vitórias
2 derrotas
43 gols marcados
17 gols sofridos

sexta-feira, 23 de abril de 2021

Jogadores do passado: Jorge Andrade


Jorge Antônio Sudin de Andrade nasceu em 23 de abril de 1942, em Porto Alegre.

Jorge Andrade era filho de Mário Andrade, atacante que nos anos 1940 jogou no Força e Luz, Grêmio, Nacional e Cruzeiro, todos da capital gaúcha. Junto com seu irmão Mariozinho, Jorge Andrade começou a jogar no União Erechim, da várzea da capital. Inicialmente era zagueiro, depois mudando para lateral-esquerdo.

Em 1961 Mariozinho ingressou no Cruzeiro, herdando o nome do pai. Em 1962 o lateral-esquerdo Jorge Andrade profissionalizou-se no Cruzeiro de Porto Alegre, onde jogou até 1964. Os dois irmãos atuaram juntos contra o Colorado em 1962 e 1963.
Jorge Andrade no Cruzeiro

No início de 1965 Jorge Andrade achou que não teria futuro no futebol e abandonou a carreira, indo trabalhar de estoquista em uma empresa.
Revista Placar 12/10/1973

No final de 1965 o técnico Sérgio Moacyr Torres o convenceu a voltar a jogar, atuando pelo Flamengo de Caxias do Sul.
O Pioneiro 31/12/1965

Em 1967 Sérgio Moacyr Torres assumiu o Internacional e pediu a contratação de Jorge Andrade. O jogador atuou em amistosos, em uma partida pelo Robertão e disputou o último clássico Gre-Nal do campeonato gaúcho. Nessa temporada Sadi reinava absoluto na lateral-esquerda colorada.

Na temporada de 1968 Jorge Andrade disputou a titularidade com Sadi, jogando quase o mesmo número de partidas que o antigo dono da lateral-esquerda. Foi vice-campeão do Robertão. A mesma disputa se repetiu em 1969, outra vez com leve vantagem para Sadi, que jogou na inauguração do Beira-Rio, contra o Benfica. Mas no jogo que devolveu a hegemonia do futebol gaúcho ao Colorado, em 17 de dezembro de 1969, o Gre-Nal que terminou 0x0, Jorge Andrade jogou.

Em 1970 Jorge Andrade tornou-se titular absoluto, embora tenha perdido o posto para Sadi durante alguns jogos em setembro e outubro. No jogo do título gaúcho, em 1º de outubro, Sadi foi titular e Jorge Andrade entrou no time durante a partida, substituindo Valmir.

Em 1971 novamente Jorge Andrade foi titular. Sadi foi emprestado ao Corinthians e o jovem Vacaria ainda não ameaçava sua posição. Em 29 de setembro de 1971 o Colorado bateu o Esportivo por 2x0 e conquistou o tricampeonato gaúcho. Na temporada de 1972 Sadi regressou, mas Vacaria foi emprestado ao Figueirense. E Jorge Andrade reinou absoluto na posição. Em 30 de julho de 1972 o Internacional bateu o Esportivo por 2x0 e conquistou o tetracampeonato gaúcho. Também conquistou o Torneio Cidade de Porto Alegre.

Na temporada de 1973 mais uma vez Jorge Andrade foi titular no campeonato gaúcho, conquistando o pentacampeonato em 29 de julho, na vitória de 1x0 sobre o Gaúcho. Em agosto participou da primeira excursão do Internacional à Europa. Mas no campeonato brasileiro perdeu a posição para Edison Scott e depois Vacaria.

Em 3 de março de 1974 Jorge Andrade jogou o amistoso contra a Acafol, depois de quase sete meses sem jogar. O Colorado venceu por 1x0, mas foi a única partida de Jorge Andrade no ano. Ele entrou no time substituindo Vacaria.

Jorge Andrade começou a planejar a aposentadoria do futebol. No dia 18 de fevereiro de 1975 o Internacional enfrentou o polonês Ruch Chorzów. no Beira-Rio. Era a despedida colorada, que partiria para uma excursão à Europa. E também foi a despedida de Jorge Andrade do futebol. Em homenagem ao jogador, Rubens Minelli o escalou como titular (a última vez que Jorge Andrade havia começado uma partida como titular fazia um ano e meio). Aos 15' de jogo, o juiz parou a partida e Jorge Andrade foi substituído por Vacaria, sendo aplaudido de pé pela torcida. O Colorado venceria a partida por 3x2. Ao término da partida o Jorge Andrade recebeu um troféu das mãos de Figueroa, uma bandeja de prata do presidente Heraldo Hermann, e um uniforme completo do Internacional. Após um rápido discurso, foi aplaudido de pé pela torcida colorada.

Essa partida ficaria marcada também por outros dois motivos. O árbitro francês Robert Wurtz causou escândalo na época porque apareceu para dar entrevistas enrolado apenas em uma toalha. E a partida marcou também a estreia de Caçapava no Internacional.
Jorge Andrade no jogo de despedida

Depois de encerrar a carreira de jogador, Jorge Andrade continuou ligado ao Colorado. Comandou as categorias de base do Internacional e montou a Jorge Andrade Sports, loja que funcionou nas décadas e 1980 e 1990, no Beira-Rio. Em março de 1987, quando a equipe principal colorada disputava o Torneio Quadrangular de Campo Grande, Jorge Andrade comandou os reservas em três partidas do campeonato gaúcho: São Paulo (1x2), São Borja (2x2) e Internacional SM (3x2).
Jorge Andrade em sua loja

Em 2015 Jorge Andrade enfrentava um câncer, sendo internado no Hospital Santa Rita, em Porto Alegre, onde faleceu em 7 de outubro de 2015. Seu corpo foi velado na Capela Nossa Senhora das Vitórias, no Complexo Beira-Rio, antes de ser cremado.

Seus números no Internacional:
279 partidas
172 vitórias
68 empates
39 derrotas
Campeão gaúcho em 1969, 1970, 1971, 1972 e 1973
Campeão do Torneio Cidade de Porto Alegre em 1972
Vice-campeão do Robertão em 1967 e 1968
Em 1974 fazia parte do grupo mas não jogou nenhuma partida no título gaúcho.

Técnicos: Teté


José Francisco Duarte Júnior nasceu em Pelotas, em 24 de agosto de 1907.

A carreira de Teté como jogador, assim como a de técnico, antes de chegar a Porto Alegre, é pouco conhecida. Existem várias versões disponíveis na internet e em livros sobre futebol.

Teté, como ficaria conhecido no mundo do futebol, jogou em clubes como o Ideal de Pelotas e Rio Grande. Em seguida foi estudar na Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro.

Após concluir o curso e sair com o posto de aspirante, ele foi para Bagé, onde teria jogado no General Osório e em seguida convidado a ser técnico do Guarany. O seu primeiro título teria sido de campeão bageense com o Guarany. A partir daí surgem duas versões: uma aponta que Teté teria ido para o 9º Regimento (atual Farroupilha), sendo campeão estadual; outra diz que Teté continuou em Bagé, chegando ao 9º Regimento apenas em 1938, conquistando o citadino desse ano.

Entre 1940 e 1943 Teté treinou o Brasil, conquistando o citadino pelotense em 1941 e 1942. Em 1944 e 1945 treinou novamente o 9º Regimento, agora já chamado Farroupilha. E em 1946 voltou ao Brasil, conquistando seu quarto título pelotense.

Seu bom desempenho no futebol pelotense chamou a atenção dos clubes da capital, e o Cruzeiro o contratou em 1947. Mas Teté ficou pouco tempo na Montanha. Centralizador, ele gostava de controlar tudo. Como seu filho Paulo Duarte disse em uma entrevista, em 1999, "o Velho sempre quis ser o dono do time". E seu gênio forte bateu de frente com Ernesto di Primio Beck, o homem forte do clube estrelado. Teté dirigiu o Cruzeiro nos amistosos de pré-temporada e no Torneio Extra, mas no campeonato municipal ele já estava treinando o Nacional.

Em 1948 Teté foi chamado ao Rio de Janeiro, para voltar à ativa no Exército. No Rio, fez amizade com Ary Barroso e Flávio Costa, passando a frequentar os treinos do Flamengo. Na Gávea ele reencontrou Luizinho, que havia sido seu jogador no Cruzeiro.

No início de 1950 Teté retornou ao Rio Grande do Sul e ao Nacional. Bem relacionado no Flamengo e conhecendo os juvenis e aspirantes, conseguiu fazer um grande negócio. Trocou o promissor zagueiro Gago por quase um time inteiro do Flamengo: Quito, Florindo, Moreira, Quinzinho, Luizinho, Chico e Bodinho. O Nacional fez boa campanha no Torneio Extra, ficando em 3º, atrás apenas da dupla Gre-Nal, e no campeonato municipal, onde ficou em 4º, atrás da dupla e do Renner.

Teté começou a temporada de 1951 treinando o Nacional. Mas em 11 de abril de 1951, o técnico argentino Alfredo González rescindiu amigavelmente seu contrato com o Internacional. No dia 12 de abril de 1951, o Internacional contratou José Francisco Duarte Júnior (Teté). O novo técnico estreou no comando do Internacional no dia 22 de abril de 1951, atuando contra o Cruzeiro, no Passo da Areia, pelo Torneio Extra. Esperava-se uma partida equilibrada, mas o Internacional venceu com facilidade, goleando por 5x0. Dias depois, em 3 de maio, Teté conquistou seu primeiro troféu pelo Colorado, batendo seu ex-clube Nacional por 2x1, na decisão da Taça Cidade de Porto Alegre.

Em junho de 1951 o Colorado de Teté disputou o Torneio Triangular de Porto Alegre, com Botafogo e Grêmio. O Internacional empatou com o Botafogo (1x1) mas perdeu para o Grêmio (1x2) e os cariocas, que haviam vencido os tricolores, ficaram com a taça. Em 26 de agosto, na Baixada, ocorreu um empate no Gre-Nal (1x1). Esse clássico valeu pelo 1º turno do campeonato municipal e pelo 2º turno do Torneio Extra, que nesse ano teve dois turnos. Com o empate no clássico o Renner venceu o Torneio Extra. Mas em 25 de novembro de 1951 o Colorado bateu o Renner por 4x1 e conquistou o campeonato municipal com uma rodada de antecipação. O campeonato gaúcho foi decidido em um triangular com Pelotas e Rio Grande, e o título veio em 13 de janeiro de 1952, na vitória de 6x3 sobre o time da Noiva do Mar.

Teté, ao chegar ao Internacional, já tinha o desejo de trazer seus pupilos do Nacional para os Eucaliptos. O primeiro a chegar foi o zagueiro Florindo, em julho de 1951. Em janeiro de 1952 chegaram Camargo e Luizinho. E em março, Bodinho e Lindoberto.

Em 24 de agosto de 1952 o Internacional bateu o Nacional por 3x1 e conquistou o Torneio Extra. O Nacional precisava vencer para provocar um jogo-extra. Mas em 21 de setembro perdeu o Torneio Grandes do Rio Grande do Sul para o Floriano. Na 1ª fase o Colorado havia eliminado o Pelotas e o Floriano eliminou o Grêmio. No dia 7 de dezembro o Internacional bateu o Grêmio por 5x1 e conquistou o tricampenato municipal. O campeonato gaúcho foi decidido em um quadrangular com Floriano, Brasil e 14 de Julho de Santana do Livramento. O título veio com uma rodada de antecipação, em 25 de janeiro de 1953, na vitória de 2x1 sobre o Floriano.

Em março de 1953 o Colorado conquistaria seu primeiro título além Mampituba. Convidado a disputar o Torneio Régis Pacheco, em Salvador, o Internacional venceu o Bahia (7x1) e o Vitória (4x1), empatando com o Flamengo (2x2) e levando o título no goal average (divisão dos gols marcados pelos gols sofridos). Na temporada de 1953 não foi disputado o Torneio Extra e o Campeonato Municipal transformou-se em Campeonato Metropolitano, com o ingresso do Floriano (Novo Hamburgo) e Aimoré (São Leopoldo). Em 1º de novembro, na Baixada, o Internacional bateu o Grêmio por 2x0 e conquistou o tetracampeonato. No dia 12, no amistoso de entrega de faixas de campeão, o Colorado bateu o Peñarol por 4x0, em uma partida que o juiz se recusou a marcar um pênalti para o Internacional aos 40' do 2º tempo, para evitar uma humilhação maior dos uruguaios. Na decisão do título gaúcho, duas vitórias (2x1 e 3x2) sobre o Brasil de Pelotas.

Na temporada de 1954 chegou o último púpilo dos tempos de Nacional: o goleiro uruguaio La Paz. A primeira competição da temporada de 1954 foi o Torneio Quadrangular Interestadual, disputado no Rio de Janeiro. O Internacional perdeu para o Fluminense (1x2) e empatou com o Botafogo (2x2). Com os dois times sem condição de chegar ao título, foi cancelada a partida com o Palmeiras. O Torneio Extra vltou a ser disputado em 1954, com nova fórmula. Os dez clubes foram divididos em dois grupos de cinco, classificando-se os dois primeiros para o Quadrangular Final. Internacional, Nacional, Grêmio e Floriano foram os classificados. Na abertura do Quadrangular Final estreou no Internacional o atacante Larry, vindo do Fluminense. Internacional, Nacional e Grêmio terminaram o quadrangular empatados e foi preciso ser disputado um supercampeonato. O Colorado venceu seus dois adversários, conquistando o título em uma goleada de 4x0 sobre o Grêmio, no dia 25 de julho. O título seguinte colorado também seria conquistado sobre o rival. No Torneio Internacional de Inauguração do Estádio Olímpico, o Colorado bateu o Liverpool do Uruguai por 4x0 e goleou o Grêmio por 6x2. No campeonato metropolitano, porém, o título ficaria com o surpreendente Renner.

Em 1955 o Internacionl vendeu Salvador, o líder daquele grupo em campo, para o Peñarol. Em 18 de maio de 1955 o Peñarol promoveu um amistoso cuja renda seria destinada para completar o pagamento de Salvador. Originalmente era para ter sido realizado um torneio quadrangular, com Internacional, Renner, Peñarol e Nacional, mas o Colorado não demonstrou interesse na competição, sendo apenas realizados dois amistoso. Na preliminar, Nacional 1x0 Renner. No jogo principal, o Peñarol abriu 3x0 de vantagem, mas Teté corrigiu o posicionamento de Florindo ainda no 1º tempo e o Colorado chegou ao empate, quase vencendo. Larry saiu de campo aplaudido de pé pela torcida uruguaia. Nesse jogo o Internacional ainda teve dois goleiros lesionados. La Paz, lesionado, foi substituído no intervalo por Mílton, que por sua vez se lesionou aos 25' do 2º tempo, substituído por Oscar. No campeonato metropolitano o 1º turno deixou a desejar, com derrotas para Floriano e Grêmio e empate com Renner, apesar das goleadas sobre Juventude (8x1) e Flamengo (7x1). Mas no 2º turno o Internacional venceu todas as 9 partidas, conquistando o título em 20 de novembro de 1955, ao bater o Força e Luz por 5x2. O irresistível ataque colorado marcou 60 gols em 18 partidas. O título gaúcho foi decidido novamente contra o Brasil, com duas vitórias: 1x0 em Pelotas e 3x2 em Porto Alegre, virando um jogo que perdia por 2x0.

Teté gostava do futebol ofensivo, do time jogando para a frente. Detestava passes para trás. Se um jogador, em treino ou partida, recuava uma bola, ele gritava: "bota prá fora! Se não sabe o que fazer com a bola, chuta para fora!". A famosa tabelinha Larry-Bodinho foi ensaiada inúmeras vezes, e com uma alternativa: Luizinho aparecendo de surpresa. Teté também costumava usar um ponteiro ofensivo e outro recuado, dando espaço para o lateral subir. Era um futebol técnico, trabalhado, que fazia oposição à escola do futebol força representada por Foguinho, que comandou Cruzeiro e Grêmio na mesma época.

A temporada de 1956 começou com uma surpresa. O Rio Grande do Sul foi escolhido para representar o Brasil no Campeonato Pan-Americano do México. Teté foi o técnico escolhido e formou uma seleção tendo por base o Internacional. A história em detalhes dessa epopeia que acabou com o título brasileiro pode ser conhecida nesse texto: https://futeboloutrahistoria.blogspot.com/2014/01/campeonato-pan-americano-de-1956-o-rio.html .

Na volta do Campeonato Pan-Americano o Internacional era apontado como o grande favorito para o título metropolitano, mas teve alguns tropeços durante a competição. Na reta final do campeonato o Internacional estava em 3º lugar com 26 pontos, e ainda tinha dois jogos. O Grêmio liderava com 28 pontos e tinha 3 jogos. O Renner era o 2º colocado, mas só tinha um jogo. E as duas partidas que faltavam ao Internacional eram contra Grêmio e Renner. O Colorado venceu o Gre-Nal por 1x0, empatando com o Grêmio em pontos. Mas depois o Grêmio venceu o Nacional por 3x1, acabou com as chances do Renner e ficou com uma mão na taça. O Internacional precisava vencer o Renner e depois torcer por uma derrota gremista contra o Juventude. O Colorado perdeu para o Renner por 3x1, ficando em 3º lugar. Já com o título ganho, o Grêmio perdeu para o Juventude.

A temporada de 1957 não começou bem. Nos primeiros jogos do ano o Internacional foi derrotado pela Seleção Uruguaia (1x3), Bangu (2x3) e Brasil de Pelotas (1x4). Mas a seguir os resultados voltaram a aparecer, inclusive uma vitória maiúscula sobre o Boca Juniors por 4x2. Quando o campeonato metropolitano começou, os primeiros resultados foram bons, com vitórias sobre Força e Luz (2x0), Floriano (2x1) e Juventude (3x0). Mas logo vieram quatro partidas sem vitória: Cruzeiro (0x2), Renner (1x2), Aimoré (2x2) e Grêmio (1x1). O clube estava em crise. No final de julho de 1957 a direção colorada convidou Abelard Jacques Noronha para assumir o Departamento de Futebol do clube, vago desde a demissão de Sebastião Lopumo, mas ele não aceitou, alegando compromissos profissionais. No dia 4 de agosto, nos Eucaliptos, o Internacional venceu o Flamengo por 2x1, jogando mal. O time de Caxias do Sul teve um gol anulado nos minutos finais. A torcida vaiou o time e a crise chegou a um ponto de ebulição.

No dia 6 de agosto, o Correio do Povo publicou a seguinte matéria:
Importante a reunião de hoje
Como é público e notório, o plantel colorado não vem rendendo o suficiente. Em parte porque não se entrosa, em parte porque apresenta deficiência de preparo físico, em parte porque jamais se apresenta duas vezes com a mesma escalação e, ultimamente, talvez porque ande preocupado com outras coisas – a verdade é que vai de decepção em decepção, em que pese contar com nome de expressão do ‘soccer’ nacional. Ainda domingo passado, a decepção foi enorme: jogando contra uma equipe quase inexpressiva como é a do Flamengo, ainda assim custou imensamente para obter uma vitória pela diferença mínima. Segundo boatos que andam pelas rodas esportivas, na reunião de hoje, da diretoria, alguns diretores pretendem sugerir fórmulas revisionistas. Impressionados com o alto custo do plantel e em especial de alguns jogadores, sem o rendimento condizente, pretendem que essa situação seja revisada, se for o caso até negociando alguns dos caríssimos valores que não vêm rendendo metade do que podem”. 

Como resultado desta reunião, o presidente colorado, Ítalo José Michelin pediu que o técnico Teté se demitisse. Como ele não o fez, o clube o demitiu, ainda em 6 de agosto. Houve descontentamento de parte de alguns torcedores, associados e conselheiros, que chegaram a organizar um ato de solidariedade a Teté, em 8 de agosto de 1957. Mas chegava ao fim a mais longa permanência de um técnico no comando do Internacional: 6 anos, 3 meses e 25 dias.

Em um depoimento, 42 anos depois, Frederico Arnaldo Ballvé se referiu assim à demissão de Teté:
"O Internacional dispensar o Teté foi um troço. Puta que pariu! Frequentavam a casa do Teté todas as noites, o Ephraim, o Lopumo, o Sayão lobato, toda essa gente. Bebiam as palavras do Teté. Quando faziam qualquer coisa: 'será que o Capitão aceita?' O troço era assim. (...) Ele era o dono do clube, rapaz. Ele mandava mais que o presidente."

Depois do Internacional, Teté foi treinar o São José. Lá ele reencontraria Camargo, Luizinho e Bodinho, seus atletas desde o Nacional.

O final da década de 1950 foi ruim para o Internacional. O Grêmio conquistou os campeonatos de 1956 a 1959. Para 1960 o Internacional decidiu apostar novamente em Teté. O técnico reestreou em um amistoso contra o Veronese, vencendo por 2x1. Mas a saúde de Teté não era mais a mesma. Ele sofria de enfisema e era fumante. Depois do Pan-Americano do México sua saúde começou a piorar. E em 1960 ele não era mais o Marechal das Vitórias celebrado pela torcida colorada. Nos treinos não entrava em campo a todo momento para corrigir o posicionamento dos atletas. Nas partidas não tinha mais a mesma energia da época vitoriosa. No 1º turno do campeonato metropolitano sofreu duas derrotas, uma delas uma goleada no clássico: Juventude (5x0), Cruzeiro (5x3), Aimoré (2x1), Floriano (1x2), Veronese (4x1), Grêmio (1x5) e São José (2x0). O 2º turno começou com duas vitórias: Veronese (3x0) e Aimoré (2x0). Mas em seguida veio mais uma derrota para o Floriano (1x2).

No dia 23 de outubro de 1960 o Internacional enfrentava o Cruzeiro, na Montanha, pela 4ª rodada do 2º turno. E sofreu uma sonora goleada: 5x0. Na manhã do dia 24 Teté pediu demissão.

José Francisco Duarte Júnior não dirigiu mais equipes. Sua saúde ficou cada vez mais debilitada. Em 1961 quase não saía mais de casa. Seus últimos dias de vida passou hospitalizado. Seu amigo Ephraim Pinheiro Cabral, ao visitá-lo no hopital, desmaiou ao ver seu estado. No dia 18 de junho de 1962, um dia depois do Brasil conquistar o bicampeonato mundial no México, Teté faleceu.

Seus números no Internacional:
297 partidas
194 vitórias
50 empates
53 derrotas
839 gols a favor
394 gols contra
445 gols de saldo

Campeão estadual em 1951, 1952, 1953 e 1955
Campeão municipal/metropolitano em 1951, 1952, 1953 e 1955
Campeão do Torneio Extra em 1952 e 1954
Campeão da Taça Cidade de Porto Alegre em 1951
Campeão do Torneio Régis Pacheco em 1953

Teté é o 3º técnico que mais treinou o Internacional. No início do ano a imprensa noticiou que Abel se aproximava de Teté para ser o técnico com mais jogos pelo clube. Mas essa condição Abel Braga já tinha desde 2014, quando ultrapassou Cláudio Duarte, e não Teté.

Para saber mais sobre os técnicos que mais treinaram o Colorado, ver:   https://futeboloutrahistoria.blogspot.com/2021/01/numeros-os-tecnicos-que-mais-treinaram.html