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segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Taça Brasil de 1962

 A Taça Brasil foi uma competição envolvendo os campeões estaduais disputada de 1959 a 1968. Com a criação da Taça Libertadores, o Brasil precisava de uma competição que indicasse seu representante no torneio sul-americano, e assim nasceu essa "antepassada" da Copa do Brasil. Após 1968, com o desinteresse crescente dos clubes e o surgimento do Robertão, a competição foi extinta.

O período de existência do torneio se confunde com a maior seca de títulos do Internacional. Nessa fase, o Internacional venceu apenas um título estadual, participando de uma única edição da Taça Brasil.

Campeão gaúcho em 1961, o Internacional classificou-se para a Taça Brasil de 1962. O torneio teve a participação de 18 campeões estaduais divididos em Zona Norte e Zona Sul. A Zona Norte dividia-se em Grupo Norte (Ceará, Ríver, Sampaio Correa, Paysandu e Sport) e Grupo Nordeste (Campinense, ABC, CRB, Sergipe e Bahia).. A Zona Sul dividia-se em Gupo Leste (Rio Branco RJ, Santo Antônio ES e Cruzeiro) e Grupo Sul (Metropol SC, Comercial PR e Internacional). Os clubes enfrentavam-se em jogos eliminatórios, até restar apenas os campeões das Zonas Norte e Sul, que enfrentariam nas semifinais os campeões do Rio de Janeiro (Botafogo) e São Paulo (Santos).

O Internacional começou o torneio esperando o vencedor de Metropol e Comercial. Com a vitória dos catarinenses, a estreia colorada na Taça Brasil ficou marcada para 22/09/1962, no estádio Euvaldo Lodi, em Criciúma. A partida foi muito disputada e os catarinenses levaram a melhor no 1º tempo, quando marcaram logo no início, com Elário. Mas na 2ª etapa o Colorado dominou a partida, chegando ao empate aos 2', com Tite, e virando o jogo com gols de Alfeu aos 14' e Flávio aos 16'. No restante do tempo, o Metropol se esforçava para diminuir a diferença, e o Internacional trabalhava para ampliar o placar. Aos 22', Cecconi derrubou o colorado Alfeu na área, em um pênalti claro, não marcado pelo juiz. Aos 26', Hamílton diminuiu para o Metropol. Aos 36', Flávio marcou mais um gol, anulado pelo juiz. Assim a partida terminou 3x2 para o Internacional, que poderias jogar por um empate em casa. Na equipe catarinense atuaram os futuros coloradod Nilzo, Elário e Hélio.
IN: Gainete; Osmar, Ari Ercílio, Cláudio e Ezequiel; Sérgio Lopes e Osvaldinho; Tite, Alfeu, Flávio e Bedeuzinho
Técnico: Pedro Ário Figueiró

No dia 25/09/1962 o estádio dos Eucaliptos recebeu um bom público para a partida de volta. No 1º tempo, Alfeu e Bedeuzinho marcam e indicam que será uma partida tranquila para o Colorado. NO 2º tempo, porém, o susto: Waldir marca aos 25' e 27', empatando o jogo. Mas aos 35' Flávio fecha o placar, Internacional 3x2.
IN: Gainete; Osmar, Ari Ercílio, Cláudio e Ezequiel; Sérgio Lopes e Osvaldinho; Tite, Alfeu, Flávio e Bedeuzinho
Técnico: Pedro Ário Figueiró

A seguir, o Internacional ficou esperando a decisão do Grupo Leste, onde Rio Branco de Campos enfrentaria o Cruzeiro. Os mineiros classificaram-se e se habilitaram para enfrentar o Colorado. E em 10/10/1962 etava o Internacional no estádio Independência, em Belo Horizonte, para enfrentar o Cruzeiro. E os problemas nesse confronto começaram antes da bola rolar. O regulamento da Taça Brasil previa que os árbitros fossem do estado do clube visitante, e os assistentes do estado do clube mandante. Mas o Cruzeiro vetou o árbitro gaúcho, que foi substituído pelo carioca José Monteiro. O mau tempo da capital mineira impediu que um grande público comparecesse à partida. No 1º tempo, o Cruzeiro foi muito superior, mas não conseguiu transformar o domínio em gols. No 2º tempo, o Internacional voltou mais combativo, e chegou a ameaçar algumas vezes a meta cruzeirense. Mas aos 26' o lateral colorado Osmar falhou ao tentar cortar um ataque mineiro, e Nerival abriu o placar. O Colorado parecia sem forças para mudar o resultado e tudo indicava uma vitória do Cruzeiro quando, aos 43', Sapiranga cruzou e Alfeu marcou o gol de empate: 1x1.
IN: Gainete; Osmar, Ari Ercílio, Cláudio e Soligo; Sérgio Lopes e Osvaldinho; Sapiranga, Alfeu, Flávio e Gilberto Andrade
Técnico: Pedro Ário Figueiró

No dia 17/10/1962 ocorreu a partida de volta, no estádio Olímpico. Assim como em Belo Horizonte, o mau tempo afugentou o torcedor do estádio. E o Cruzeiro novamente dominou o 1º tempo, abrindo placar aos 25', com Elmo. O resultado classificava a equipe mineira, e o técnico colorado decidiu agir rápido. Antes de finalizar a 1ª etapa, substituiu o centroavante Flávio por Mauro. Poucos instantes depois, aos 40', Alfeu empatava a partida. O empate levaria a um jogo-extra e o Internacional decidiu evitar a nova partida. Logo aos 6' do 2º tempo, Mauro virou o jogo. O Colorado dominou a 2ª etapa, controlando o jogo, mas a tensão da partida levou a lances violentos e às expulsões de Nelsinho aos 24' e Mauro aos 27'. Por fim, o Internacional venceu por 2x1 e classificou-se para a semifinal.
IN: Gainete; Zangão, Osmar, Cláudio e Soligo; Sérgio Lopes e Osvaldinho; Bedeuzinho, Alfeu, Flávio (Mauro) e Gilberto Andrade
Técnico: Pedro Ário Figueiró

No dia 21/11/1962 o Internacional ingressava no gramado do Maracanã para enfrentar o Botafogo de Manga, Nílton Santos, Garrincha, Quarentinha, Amarildo e Zagallo. O mau tempo mais uma vez atrapalhou uma partida do Internacional. A partida foi atrsada em uma hora, mas mesmo assim pouco mais de 5 mil torcedores compareceram ao "maior do mundo". Foi Amarildo, o "Possesso", herói do Mundial de 1962, que abriu o placar, logo aos 9 segundos de partida. Atordoado pelo gol-relâmpago, o Internacional foi completamente dominado pelo Botafogo, que ampliou o placar aos 38', novamente com Amarildo. A situação colorada não parecia nada boa. No início do 2º tempo Kim lesionou-se, e ficou fazendo número na ponta-esquerda, enquanto Gilberto recuava para o meio campo. Mesmo assim, o Internacional apresentou uma recuperação incrível, dominando o Botafogo. Aos 30', de cabeça, Alfeu descontou. E aos 35', de fora da área, Sapiranga venceu Manga, empatando a partida. O atacante colorado, anos depois, escolheu esse como o gol mais bonito de sua carreira. O entusiasmo tomou conta dos colorados, com o empate em 2x2, e a imprensa gaúcha já começa a apontar o Internacional como favorito para chegar à final.

Em 28/11/1962, 35 mil torcedores compareceram ao estádio Olímpico para assistir o jogo de volta da semifinal, recorde gaúcho. O jogo começou movimentado. Aos 5', Alfeu obrigou Manga a fazer grande defesa. Aos 7', Amarildo recebeu passe de Zagallo e quase marcou. O Colorado tomava a iniciativa. Aos 8' e 9', sucessivamente, Manga defendeu chutes de Alfeu e Gilberto. Aos 18', novamente Gilberto obriga Manga a defender. Aos 30', Osvaldinho chutou para defesa de Manga. Aos 32', Garrincha, até então apagado, obrigou Gainete a fazer boa defesa. Aos 37', Garrincha cobrou escanteio para Quarentinha marcar, de cabeça. Aos 42', Bedeuzinho entrou no time colorado pois Sapiranga não suportou o calor de 40 graus. A substituição ocorreu quando a bola saiu para escanteio. Na cobrança do escanteio, pressionado por Garrincha, Ezequiel tentou cortar e marcou contra. No 2º tempo, logo aos 7', Quarentinha perdeu a chance de fazer 3x0. Aos 15', Manga defendeu chute de Alfeu, e na sequência do lance Rildo cometeu pênalti, tocando a mão na bola, não marcado pelo juiz (o jornal carioca Correio da Manhã considerou o pênalti "por demais visível"). Garrincha deu um show particular: aos 16', driblou Ari duas vezes e deu mais um drible em Cláudio, que chegava na cobertura; aos 20', o ponteiro aplicou 4 dribles consecutivos em Cláudio, sendo aplaudido pela própria torcida colorada. Aos 22', pênalti para o Internacional: Osvaldinho cobrou, Manga defendeu, mas no rebote o jogador colorado marcou. A partir daí o Internacional tomou conta da partida, pressionando e encurralando o Botafogo. Aos 26', Jadir salva o gol em cima da linha. Aos 32', Nílton Santos coloca a bola para escanteio quando Osvaldinho ia marcar. Aos 40', após falha de Joel e Manga, Alfeu marcou o gol de empate. Na súmula, Armando Marques anotou o gol como contra, de Manga. Após o gol, a torcida colorada invadiu o campo, paralisando o jogo por alguns minutos. Depois do fim da partida, na comemoração pelo empate, a torcida colorada exagerou um pouco, causando prejuízos no valor de um milhão de cruzeiros no Olímpico.
IN: Gainete; Zangão, Ari Ercílio, Cláudio e Ezequiel; Kim e Osvaldinho; Sapiranga (Bedeuzinho), Alfeu, Flávio e Gilberto
Técnico: Pedro Ário Figueiró

No dia 30/11/1962, 18 mil torcedores compareceram ao Olímpico, quase metade da partida anterior, apesar do 2º tempo ter deixado a torcida colorada empolgada. Mas na última partida o Internacional não conseguiu reproduzir o desempenho dos dois confrontos anteriores contra o alvi-negro carioca. Com realtiva tranquilidade, o Botafogo venceu por 2x0, gols de Quarentinha, um em cada tempo. O Internacional teve 12 conclusões a gol, contra 21 do Botafogo. Gainete fez 12 defesas (além dos dois gols), enquanto Manga defendeu 9 chutes.
O chargista colorado Sampaulo registrou assim o sentimento da torcida com a derrota:

Botafogo e Santos classificaram-se para a final. Como o Santos havia sido campeão da Taça Libertadores de 1962 e tinha vaga garantida para 1963, o Botafogo já ficou com a vaga da Taça Brasil mesmo antes da final.


domingo, 29 de novembro de 2020

História colorada: as eleições presidenciais no século XXI



Para falarmos das eleições presidenciais no Internacional, no século XXI, temos que recuar um pouco, nos três últimos anos do século XX, que foi marcado por duas eleições presidenciais.

Em dezembro de 1998, o então presidente Paulo Rogério Amoretty sofreu uma derrota na eleição de renovação de 1/3 do Conselho Deliberativo. A União das Oposições, liderada por Fernando Miranda e Fernando Carvalho, impuseram uma importante derrota ao Império Otomano. A presença significativa de conselheiros de oposição levou a uma reforma estatutária que garantiu eleição direta para presidente do clube e eleição proporcional para o Conselho Deliberativo.

Mas a união das oposições visava apenas aquela eleição para o CD. Os dois líderes passaram logo a trilhar caminhos diferentes, tendo em vista a eleição para presidente de 1999. Fernando Miranda tinha forte rejeição no CD, e em outubro de 1999 o Inter2000, seu movimento, anunciou Jarbas Lima como candidato a presidente. O MIG lançou Fernando Carvalho, como candidato da situação. Em dezembro de 1999, Jarbas Lima foi eleito no Conselho Deliberativo, apoiado pelos Inter2000 e InterAção. Fernando Carvalho, apoiado pelo MIG e Ação Independente.

Jarbas Lima, alegando motivos de saúde, renunciou ao cargo em outubro de 2000, levando a nova eleição em novembro, quando Fernando Miranda derrotou Emídio Perondi.

E a partir daí, começamos as eleições do século XXI.

2001
1º Turno (26/11/2001)
Chapa 01: Felipe de Oliveira - ?
Chapa 02: Fernando Carvalho - ?
2º Turno (17/12/2001)
Chapa 01: Felipe de Oliveira - 1.027 votos (24,69%)
Chapa 02: Fernando Carvalho - 3.127 votos (75,18%)
Brancos - 5 votos
Nulos - 12 votos

2003
1º Turno (09/11/2003)
Fernando Carvalho foi eleito por aclamação de 175 conselheiros.
OBS: O CD aprovou uma reforma estatutária, estabelecendo eleições presidenciais e para o Conselho no mesmo ano. Com isso, estabeleceu-se um mandato tampão para 2004.

2004
1º Turno (22/11/2004)
Chapa 01: Fernando Carvalho - 175 votos (62,05%)
Chapa 02: João Patrício Hermann - 104 votos (36,87%)
Brancos - 3 votos
Nulos - 2 votos
2º Turno (13/12/2004)
Chapa 01: Fernando Carvalho - 3.315 votos (84,28%)
Chapa 02: João Patrício Hermann - 599 votos (15,23%)
Brancos - 19 votos
Nulos - 44 votos

2006
1º Turno (20/11/2006)
Vitório Píffero foi eleito por aclamação de 249 conselheiros.

2008
1º Turno (10/11/2008)
Chapa 01: Vitório Piffero - 209 votos (60,93%)
Chapa 02: Cláudio Bier - 88 votos (25,66%)
Brancos - 2 votos
Nulos - 1 voto
2º Turno (13/12/2008)
Vitório Píffero - 6.793 votos (91,51%)
Cláudio Bier - 630 votos (8,49%)
Brancos - 28 votos
Nulos - 22 votos

2010
1º Turno (08/11/2010)
Chapa 01: Pedro Affatato - 96 votos
Chapa 02: Sandro Farias - 90 votos
Chapa 03: Giovanni Luigi - 119 votos
Brancos - 3 votos
Nulos - 3 votos
2º Turno (04/12/2010)
Giovanni Luigi - 13.000 votos (77,78%)
Pedro Affatato - 3.756 votos (22.42%)
Brancos e Nulos - 168 votos

2012
1º Turno (08/11/2012)
Chapa 01: Giovanni Luigi - 166 votos (47,98%)
Chapa 02: Luiz Antônio Lopes - 80 votos (23,12%)
Chapa 03: Sandro Farias-  64 votos (18,35%)
Brancos - 3 votos
Nulos - 1 voto
Giovanni Luigi foi eleito no 1º turno, pois nenhum outro candidato alcançou 25% dos votos.

2014
1º turno (10/11/2014)
Chapa 01: Marcelo Medeiros - 91 votos (30,8%)
Chapa 02: Vitório Piffero-  167 votos (56,6%)
Chapa 03 (Roberto Siegmann): 29 votos (9,8%)
Brancos - 5 votos
Nulos - 3 votos
2º Turno (13/12/2014)
Vitório Piffero - 15.051 votos (71,75%)
Marcelo Medeiros - 5.927 votos (28,25%)
Brancos - 119 votos
Nulos - 195 votos

2016
1º Turno (07/11/2016)
Chapa 01: Pedro Affatato - 104 votos (36,24%)
Chapa 02: Marcelo Medeiros - 146 votos (50,87%)
Chapa 03: José Amarante-  37 votos (12,89%)
Brancos - 6 votos
Nulos - 4 votos
2º Turno (10/12/2016)
Marcelo Medeiros - 12.134 votos (94,7%)
Pedro Affatato - 666 votos (5,2%)
Brancos - 224 votos
Nulos - 960 votos

2018
1º Turno (08/11/2018)
Chapa 01: Marcelo Medeiros - 178 votos (70,63%)
Chapa 02: Luciano Davi - 74 votos (29,37%)
Brancos - 10 votos
Nulos - 9 votos
2º Turno (08/12/2018)
Marcelo Medeiros - 14.441 votos (92,59%)
Luciano Davi - 1.156 votos (7,41%)
Brancos - 57 votos
Nulos - 507 votos

2020
1º Turno (26 e 27/11/2020)
Chapa 01: Guinther Spode - 76 votos (22,68%)
Chapa 03: José Aquino - 92 votos (27,46%)
Chapa 04: Cristiano Pilla - 63 votos (18,80%)
Chapa 05: Alessandro Barcellos - 102 votos (30,44%)
Brancos - 1 voto
Nulos - 1 voto
2º Turno (15/12/2020)
Alessandro Barcellos - 16.522 votos (63,25%)
José Aquino - 9.600 votos (36,75%)
Brancos - 565 votos
Nulos - 2.354 votos

2023
1º Turno (07/11/2023)
Chapa 1: Alessandro Barcellos - 150 votos (49,83%)
Chapa 2: Roberto Mello - 130 votos (43,18%)
Brancos: 8 votos
Nulos: 13 votos

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Confrontos: Internacional x Boca Juniors




Todos os confrontos Internacional x Boca Juniors:

01.05.1957 Internacional 4x2 Boca Juniors - Amistoso - Porto Alegre - Ivo Diogo (2), Larry e Luizinho
14.02.1979 Boca Juniors 3x2 - Torneio de Mar del Plata - Mar del Plata - Gatti (contra) e Chico Espina
24.11.2004 Boca Juniors 4x2 - Copa Sul-Americana - Buenos Aires - Rafael Sobis e Diego
01.11.2004 empate 0x0 - Copa Sul-Americana - Porto Alegre
19.10.2005 Internacional 1x0 - Copa Sul-Americana - Porto Alegre - Fernandão
10.11.2005 Boca Juniors 4x1 - Copa Sul-Americana - Buenos Aires - Rafael Sobis
22.10.2008 Internacional 2x0 - Copa Sul-Americana - Porto Alegre - Alex (2)
06.11.2008 Internacional 2x1 - Copa Sul-Americana - Buenos Aires - Magrão e Alex

Resumo:
8 partidas
4 vitórias
1 empate
3 derrotas
14 gols a favor
14 gols contra

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Jogadores do passado: Aírton

Origem da foto: https://1909emcores.blogspot.com/


Em 23/11/1929 nascia em Corumbá o menino Aírton Diogo.

Quando começou a jogar futebol, Aírton atuava de centroavante. É provável que tenha começado a jogar em sua cidade natal, mas no final dos anos 1940 chegou às categorias de base do Fluminense. Pelo time principal do Tricolor carioca, Aírton disputaria apenas um amistoso em fevereiro de 1949, marcando um gol.

Em 1951 Aírton chegou ao Pelotas, onde destacaria-se em duas temporadas. Artilheiro, chamou a atenção do Internaciona, que o contratou no início de 1953, utilizando o ponteiro-esquerdo Camargo como parte do pagamento.

Aírton estreou no Internacional em 06/02/1953, um empate em 1x1 com o Chacarita Juniors, nos Eucaliptos. Pouco tempo depois de sua chegada o Internacional conquistava o Torneio Régis Pacheco, na Bahia. Mas o primeiro gol demorou um pouco para sair. Apenas na 7ª parte, durante a excursão colorada pelo Norte e Nordeste, Aírton marcou seu primeiro gol, na goleada de 8x0 sobre o Paysandu. Aírton foi um dos colorados aplaudidos pela torcida uruguaia em 24/05/1953, quando o Internacional empatou com a Seleção do Uruguai em 1x1, em pleno estádio Centenário. Aírton não jogou o clássico Gre-Nal que deu o título metropolitano de 1953 ao Colorado, mas jogou as duas partidas da decisão do campeonato gaúcho, com o Brasil de Pelotas.

A temporada de 1954 começou muito bem para Aírton. Na abertura da temporada, o Internacional bateu o Grêmio por 3x2, em um Gre-Nal amistoso na Montanha, e Aírton fez os três gols. Em 19/06, pelo Torneio Extra, no estádio Tiradentes, o Internacional bateu o Flamengo de Caxias do Sul pot 7x2, e Aírton marcou quatro gols. Em 25/07, com uma goleada de 4x0 sobre o Grêmio, outra vez no estádio da Montanha, o Internacional conquistava o Torneio Extra. Mas no Campeonato Metropolitano o título ficou com o Renner. Com a chegada de Larry ao Internacional, em julho, Aírton começou a perder espaço, e no início de setembro perdeu a vaga no time titular, cujo ataque passou a ser formado por Luizinho, Bodinho, Larry, Jerônimo e Canhotinho. Sua última partida pelo Internacional ocorreu em 14/11/1954, em uma vitória por 2x1 sobre o Nacional, em amistoso disputado no estádio Tiradentes. Aírton começou no banco e substituiu Jerônimo.

Em 1955 Aírton foi negociado com a Portuguesa de Desportos onde, ao lado do também ex-colorado Nena, foi campeão do Torneio Rio-São Paulo. Em 1956, Aírton foi para a Ponte Preta. Em 1958 Aírton jogou no Náutico. Em 1959 teve uma rápida passagem pelo São Paulo e chegou ao Santos, onde ficaria até 1960. Foi campeão paulista em 1960, embora só tenha disputado o 1º turno. Destacou-se no clássico contra o Palmeiras, em 21/08/1960, no Palestra Itália. O Santos venceu por 3x1, com dois gols de Aírton e um de Pelé, com Ênio Andrade descontando para o Palmeiras.

Aírton ainda atuaria na Ponte Preta (1960), Pelotas (1962) e novamente Ponte Preta (1962/1963), onde encerrou a carreira.

Depois de tentar a carreira de técnico, radicou-se em Campinas. Os seus últimos tempos de vida passou no Lar dos Velhinhos de Campinas, onde faleceu em 28/06/2005.

Aírton também era conhecido como Paraguaio, por ter nascido na fronteira com esse país. Seus números pelo Internacional:

54 partidas
35 vitórias
11 empates
8 derrotas
33 gols

Suas vítimas:
Flamengo (Caxias do Sul) - 6 gols
Floriano - 5 gols
Grêmio, Nacional, Renner e Força e Luz - 3 gols
Aimoré - 2 gols
Peñarol URU, Paysandu, Remo, Pelotas, Guarany (Bagé), Rio Grande, Internacional SM e Cruzeiro - 1 gol

Seus título:
campeão estadual em 1953
campeão metropolitano em 1953
campeão do Torneio Extra em 1954
campeão do Torneio Régis Pacheco em 1953


domingo, 22 de novembro de 2020

Jogadores do passado: Nitota



Em 22 de novembro de 1946 nasceu em Butiá o menino Nílton Morais Ferreira.

No mundo do futebol ele ficaria conhecido como Nitota, e atuava de zagueiro.

Em 1963 Nitota começou a jogar nas categorias de base do Butiá. Em 1965 ingresssou nas categorias de base do Internacional, atuando em alguns amistosos do time principal em 1966. Apesar de reserva, jogou algumas partidas no Internacional em 1967 e 1968. Sua estreia ocorreu em 27 de março de 1966, um amistoso em que o Internacional venceu o Riograndense de Cruz Alta por 5x0. No mesmo dia estreou no Colorado o seu irmão Sérgio Galocha. Sua despedida ocorreu em 11 de agosto de 1968, em outro amistoso, vitória colorada por 4x0 sobre o Tuiuti de Cascavel.

Números de Nitota no Internacional:
15 partidas
11 vitórias
3 empates
1 derrota
2 gols marcados
Suas vítimas:
Rio Grande e Pelotas

Depois de sair do Internacional, Nitota atuou por vários clubes brasileiros:
São Bento (1969), Aimoré (1970), Associação Caxias (1970/1971), Juventus SC (1971), Juventude (1971/1972), Sergipe (1973/1974), Itabaiana (1974), Sport (1974), Sergipe (1974/1975), Atlântico (1975), Galícia (1976), Lajeado (1976) e Cachoeira (1977).

Contra o Internacional, ele atuou nas seguintes partidas:
15/04/1971 Internacional 2x0 Juventus SC
13/05/1977 Internacional 3x2 Cachoeira

Nessa última partida, Nitota marcou um dos gols do Cachoeira.

sábado, 21 de novembro de 2020

Jogadores do passado: Pedro Basílio



Pedro Basílio Filho nasceu em Crateús, no dia 02/03/1951.

Ele começou a jogar futebol no Fortalezinha de Crateús, passando depois para o Comercial, da mesma cidade. Atuava de lateral-direito. Em 1968, depois de um amistoso da Seleção de Crateús contra o Fortaleza, Pedro Basílio foi contratado pelo time da capital.

No Fortaleza, Pedro Basílio tornou-se um dos jogadores de destaque do clube, recebendo o apelido de "Maravilha Negra". Participou do vice-campeonato da Taça Brasil de 1968 (disputada quase toda no ano seguinte), mas em sua primeira passagem pelo Fortaleza não conquistou títulos.

No 2º semestre de 1972, Pedro Basílio foi emprestado ao Internacional, para ser reserva de Cláudio Duarte. Ele não teve muito espaço, atuando em apenas três partidas no campeonato brasileiro. Além disso, Pedro Basílio já apresentava problemas de alcoolismo.

01.11.1972 0x1 América RJ - C
05.11.1972 3x2 CRB - F
03.12.1972 4x2 Sergipe - F

De volta ao Fortaleza, foi emprestado ao Botafogo, onde ficou pouco tempo. De volta ao Fortaleza, ganhou seu primeiro campeonato estadual, atuando de zagueiro, que tornou-se sua posição para o resto da carreira. Novamente campeão pelo Fortaleza em 1974, foi negociado com o Sport. Em Recife, ajudou o Sport a ser campeão estadual, após 13 anos de jejum.

Em 1976 Pedro Basílio voltou a Fortaleza, mas para jogar no Ceará. Pelo alvi-negro foi campeão estadual em 1976, 1977, 1978, 1980 e 1981. Em 1982 ele voltou para o Fortaleza, onde sagrou-se campeão estadual em 1982, 1983, 1985 e 1987.

Em 1988, após comemorar 11 títulos estaduais cearenses, Pedro Basílio encerrou a carreira.

Em 21//11/2007 Pedro Basílio faleceu, devido a complicações no fígado, decorrentes de seu problema de alcoolismo.

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Jogadores do passado: Dirceu Alves


Em agosto de 1928 um novo atleta iria estrear pelo Internacional. Seu nome era Dirceu Alves. O jogador começou sua carreira jogando em clubes da Associação de Amadores de Football, uma liga que reunia os clubes da comunidade negra de Porto Alegre.

Dirceu Alves tornou-se, então, o primeiro jogador reconhecidamente negro a atuar pelo Internacional. O termo "reconhecidamente" se refere ao fato que no Rio Grande do Sul (e no Brasil) das primeiras décadas do século XX, muitas pessoas negras eram consideradas brancas ou negavam sua negritude, como forma de ascensão social. E esse comportamento se repetia no futebol. Algumas fontes apontam Dorval, zagueiro que atuou no Internacional em 1919 como o primeiro atleta negro. Simão Alves, o "Índio", que fez parte do grande time pentacampeão da cidade de 1913 a 1917, hoje seria considerado negro. Em uma foto do Internacional datada entre 1909 e 1911, vemos um atleta negro com boné, provavelmente o goleiro. E Alcides Ortiz, um dos fundadores do Internacional, era filho de pai branco (Graciliano Ortiz, presidente honorário do clube) e mãe negra (Marieta Saldanha).

Simão Alves, o Índio, em 1912

Equipe colorada, período entre 1909 e 1911

Dirceu Alves estreou no clube em 19 de agosto de 1928. O Colorado perdeu para o Americano por 2x0, na Rua Larga, casa do adversário. O Americano seria o campeão municipal naquele ano. O jogo seguinte foi o Gre-Nal, que terminou empatado em 2x2. Dirceu Alves estreou de forma tranquila, sem nenhuma polêmica, muito diferente do que aconteceria com Tesourinha, o primeiro atleta reconhecidamente negro a atuar no Grêmio, que gerou protestos e nota na imprensa de associados descontentes com a contratação de um jogador negro.

Na temporada de 1928 Dirceu Alves marcou gols contra o Concórdia (2) e Ypiranga, pelo campeonato municipal, e contra o São Paulo RG, em amistoso. Em 1929 marcou 5 gols, em amistosos contra o Americano, Porto Alegre (2) e Novo Hamburgo (2). Sua última partida pelo Colorado ocorreu em 12 de maio de 1929, na vitória de 4x0 sobre o Bancário, pelo campeonato municipal.

No segundo semestre de 1929 e na temporada de 1930 não existe registro de onde Dirceu Alves atuou. Talvez tenha voltado para a Associação de Amadores de Football, ou foi jogar em outra cidade. Em 1931, Dirceu Alves reaparece na liga principal, defendendo o Americano.

Em 12 de fevereiro de 1933, Dirceu Alves defendeu o Combinado Negro contra o Combinado Branco, em um amistoso beneficente. O Combinado Branco venceu por 6x4, mas Dirceu Alves marcou um dos gols do Combinado Negro.

Dirceu Alves defendeu o Americano até 1935. Na temporada seguinte, voltou ao Internacional. Agora Dirceu Alves não era o único atleta negro, pois o clube também contava com Natal, Alpheu e Zezé Dinarte, que veio junto do Americano. Nesse retorno, Dirceu Alves disputou apenas 5 partidas, o Gre-Nal pela Taça Martel e mais 4 amistosos. Fez um gol, contra o Novo Hamburgo. Sua última partida pelo Internacional ocorreu em 28 de junho de 1936, no empate em 4x4 com o Cruzeiro, no Caminho do Meio. Dirceu Alves entrou no time no intervalo, substituindo Sylvio Pirillo. Depois de sair do Internacional, Dirceu Alves não é citado mais no noticiário esportivo, embora no Porto Alegre, em 1939, apareça em algumas escalações um atacante chamado Dirceu e em outras, um Alves. Poderia tratar-se do mesmo jogador: Dirceu Alves.

Seus jogos pelo Internacional:
19.08.1928 0x2 Americano - Campeonato Municipal - F
26.08.1928 2x2 Grêmio - Campeonato Municipal - F
02.09.1928 7x0 Concórdia - Campeonato Municipal - C (2)
07.09.1928 4x1 Ypiranga - Campeonato Municipal - C (1)
09.09.1928 0x5 Porto Alegre - Campeonato Municipal - F
16.09.1928 3x2 Cruzeiro - Amistoso - C
15.11.1928 5x0 São Paulo RG - Amistoso - C (1)
19.11.1928 0x2 Grêmio - Amistoso - C
24.03.1929 4x4 Americano - Amistoso - N (1)
31.03.1929 4x1 Porto Alegre - Amistoso - N (2)
07.04.1929 1x2 Cruzeiro - Amistoso - N
28.04.1929 5x5 Novo Hamburgo - Amistoso - F (2)
05.05.1929 1x2 Pelotas - Amistoso - N (Baixada)
12.05.1929 4x0 Bancário - Campeonato Municipal - C
15.03.1936 1x1 Grêmio - Taça Martel - N
05.04.1936 3x1 São José - Amistoso - F
17.05.1936 2x3 Novo Hamburgo - Amistoso - F (1)
31.05.1936 5x3 Santa Cruz - Amistoso - F
28.06.1936 4x4 Cruzeiro - Amistoso - F