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sexta-feira, 26 de junho de 2020

Jogadores do passado: Pery

Em 26 de junho de 1969, falecia em Porto Alegre, aos 74 anos, Pery Balbé.

Aluno do Ginásio Anchieta, Pery ingressou no 2º quadro em 1911. Atuou como zagueiro no 2º quadro até o final de 1912, quando subiu para o time principal.

Pery jogou no Internacional em 1912 e 1913. Em uma época de poucas partidas, Pery atuou apenas cinco vezes, sagrando-se campeão municipal em 1913. Na temporada de 1913 atuou como lateral-direito.

Seus jogos:
15.09.1912 1x2 Grêmio - Campeonato Municipal
08.06.1913 1x2 Grêmio - Campeonato Municipal
13.07.1913 1x1 Fussball - Campeonato Municipal
10.08.1913 10x1 Frisch Auf - Campeonato Municipal
24.08.1913 6x0 Colombo - Campeonato Municipal

Ao ingressar na Faculdade de Direito, acabou largando o futebol. Foi diretor do Centro dos Acadêmicos de Direito. Formou-se em 1919, junto com outro ex-atleta colorado, Carlos Brazil, que no ano seguinte participaria da fundação do Grêmio Bagé.

Pery Balbé tornou-se juiz distrital em São Borja em 1920. Vinculado aos libertadores, incomodou os republicanos locais, que pelo menos uma vez pediram sua demissão ao presidente do estado. No final de 1924, foi finalmente afastado do cargo, retornando a Porto Alegre. Em maio de 1925, foi acusado de, junto com dois advogados e dois militares, ter destruído processos crimes e documentos eleitorais em São Borja, após sua demissão. Com mandado de prisão expedido, Pery fugiu. Pouco depois, porém, resolvidos os problemas políticos, Pery passou a atuar como advogado em São Borja.

Mais tarde, Pery seguiu a carreira diplomática, sendo cônsul, entre outras cidades, em Artigas e Bella Union (Uruguai) e Monte Caseros (Argentina).

O primeiro jogo oficial


26 de junho de 1910

Nessa data o Internacional entrou no campo da Várzea, na Redenção, para enfrentar o Nacional, em sua estreia no campeonato municipal de Porto Alegre.

Em 12 de abril de 1910, foi fundada a Liga de Foot-Ball Porto Alegrense, que no mesmo ano organizou seu primeiro campeonato, com a participação de Internacional, Grêmio, Militar, Fussball, Frisch Auf, 7 de Setembro e Nacional.

Na preliminar, pelo campeonato de 2ºs quadros, o Internacional venceu por 1x0.

As 15:30 horas, começava a partida principal.

O Internacional foi campo com: Lindenmeyer; Bahr e Mendonça; Volkmann, Kluwe e Vignoles II; José Poppe, Galvão, Nilo, Paulista e Vignoles.

Logo aos 19', Vignoles, o autor do 1º gol colorado na história, fez também o 1º gol colorado em competição oficial. Ainda no 1º tempo, Galvão ampliou. Na 2ª etapa, Paulista, José Poppe e Nilo completaram o placar: Internacional 5x0.

Lindenmeyer, Bahr, Volkmann, Vignoles II, Galvão, Nilo e Paulista estrearam no Internacional. O clube também contou pela primeira vez com jogadores estrangeiros, os alemães Bahr e Volkmann (a cidade natal de Volkmann, Kolberg, atualmente faz parte da Polônia). Bahr e Paulista fizeram sua única partida pelo clube.

No restante do campeonato, em que ficaria em 3º lugar, o clube teve os seguintes resultados:
0x5 Grêmio
5x0 7 de Setembro
1x3 Militar
2x1 Fussball
7x2 Frisch Auf

quinta-feira, 25 de junho de 2020

Jogadores do passado: Zinho

Em 25 de junho de 1969, nascia no Rio de Janeiro o menino Aderbal Péricles de Farias Filho, que tornaria-se o atacante Zinho.

Zinho começou a carreira no Campo Grande, do Rio de Janeiro, clube onde atuou de 1988 a 1991, tendo uma passagem por empréstimo no Guarani, em 1990. No início do ano de 1992, foi contratado pelo Internacional.

Sua estreia ocorreu em 20 de fevereiro de 1992, contra o Náutico, nos Aflitos, pelo campeonato brasileiro. A partida terminou empatada em 2x2. O jogador teve boa atuação. Na partida seguinte, dia 23, foi fundamental na vitória por 2x1 sobre o Goiás, no Serra Dourada, marcando os dois gols colorados. Pelo campeonato brasileiro, Zinho marcaria apenas mais uma vez, no empate em 1x1 com o Athletico PR.

Em amistosos no meio do ano, Zinho voltaria a marcar contra a Seleção da Liga Gramadense e contra o Atlético de Carazinho (duas vezes). Na Copa do Brasil, marcou um gol, contra o Muniz Freire. No Gauchão, marcou um gol, contra o Guarany de Cruz Alta.

Na campanha do título da Copa do Brasil, Zinho participou de 4 partidas: as duas partidas contra o Muniz Freire e uma vez contra Corinthians e Grêmio. No título do Gauchão, participou em 17 das 29 partidas.

Em 1993, Zinho não atuou na campanha da Taça Libertadores. Na Copa do Brasil, esteve presente nas duas partidas contra o Londrina, quando o Internacional foi eliminado. Marcou dois gols em um amistoso contra o São José. No Gauchão, fez dois gols na goleada de 8x1 sobre o Santanense, e marcou mais um contra o Pelotas. No campeonato brasileiro, marcou contra Flamengo e São Paulo.

Em 1994, Zinho atuou em poucas partidas. No Gauchão, marcou contra o Esportivo (duas vezes) e o Ypiranga. Estava em campo em 13 de dezembro de 1994, quando o Colorado bateu o Veranópolis por 1x0 e conquistou o título estadual.

Em 1995, Zinho transferiu-se para o Vasco da Gama. No ano seguinte, partiu para uma aventura argentina, jogando no Rosario Central e no Gimnasia Jujuy. Em 1999 voltou ao Brasil, para atuar no Olaria, onde encerrou a carreira, em 2000.

quarta-feira, 24 de junho de 2020

Um clássico: Internacional 4x1 Grêmio - 24/06/1945

Em 24 de junho de 1945 o Internacional enfrentou o Grêmio, pelo 2º turno do campeonato municipal, na Baixada. Naquela temporada, o campeonato teve dois turnos com 7 clubes e um 3º turno com apenas 4 clubes.

A temporada estava francamente favorável ao Internacional. No momento do Gre-Nal, o Internacional havia conquistado 16 pontos em 8 jogos. Já o Grêmio tinha apenas 9 pontos em 7 jogos. A vitória era fundamental para os tricolores ainda terem alguma esperança de evitarem o hexa colorado. E os gremistas contavam com o estado debilitado de três titulares colorados: Ávila, Vianna e Tesourinha, que estava submetendo-se a tratamento médico.

O entusiasmo pelo jogo era tão grande que as 14 horas e 15 minutos a polícia proibiu a venda de mais ingressos, temendo uma superlotação do estádio.

Na preliminar, pelo campeonato de aspirantes, o Internacional já começou vencendo bem: 6x1.

Os quadros principais foram assim a campo:
INT: Ivo; Alpheu e Nena; Vianna, Ávila e Abigail; Tesourinha, Ruy, Adãozinho, Elizeu e Carlitos
Técnico: Hermínio de Brito
GRE: Júlio; Clarel e Hugo; Vinícius, Touguinha e Sanghinetti; Bombachudo, Beresi, Massinha, Segura e Ramon Castro
Técnico: Telêmaco Frazão de Lima

Mesmo jogando em casa, o Grêmio foi amplamente superado pelo Internacional. Logo aos 3', Carlitos cruzou para a área. Formou-se uma confusão e a bola sobrou para Adãozinho chutar para as redes. O Internacional empata em número de gols marcados no clássico: 197x197.

Aos 21', Vinícius cortou mal uma bola lançada na área gremista, cabeceando nos pés de Adãozinho, que apenas enviou para as redes. Pela primeira vez na história do clássico o Internacional passava a frente do Grêmio em gols, e jamais perderia essa liderança.

Aos 26', Carlitos avançou em velocidade, em direção ao gol, e chutou com violência para marcar: 3x0!

O Grêmio tentou esboçar uma reação no 2º tempo, quando, após uma confusão na área colorada, Segura descontou, aos 20'. Mas o dia era colorado, e aos 22', após cobrança de escanteio, Tesourinha cabeceou para as redes. Internacional 4x1! Tesourinha marcava o gol nº 200 do Internacional em Gre-Nais.

Após a partida, o técnico gremista, ex-jogador e ex-presidente do clube, pediu demissão.

Segundo a Agenda Histórica que existia no site do Internacional, esse teria sido o clássico em que surgiu a famosa faixa de Vicente Rao, "imitando o negrinho, hem?". A cobertura do jornal Correio do Povo não fala na faixa, mas tem alguns indícios de que tal fato tenha ocorrido nesse clássico. Vamos a eles:

"Imensa, barulhenta e irrequieta multidão superlotou o campo dos Moinhos de Vento."

"Os dois quadros pisaram o gramado sob delirantes aclamações e confetis, serpentinas, flamulas e um vozerio infernal surgiram de todos os lados, enquanto rojões subiam ao ar, em uma verdadeira apoteose aos ídolos dos esportistas da cidade."

"Extenso cortejo desfilou da Baixada ao centro da cidade, conduzindo sob intensa vibração, flamulas, bandeiras e disticos, uns humorísticos e outros de exaltação internacionalista."

Um clássico: Internacional 4x3 Grêmio - 24/06/1934

No dia 24 de junho de 1934, Internacional e Grêmio enfrentaram-se no estádio dos Eucaliptos, pela última rodada do 1º turno do campeonato municipal.

As duas equipes estavam empatadas em 2º lugar, atrás do Cruzeiro. Todos os três clubes haviam perdido uma partida. O Internacional havia perdido para o Cruzeiro, o Grêmio havia sido derrotado pelo São José e o Cruzeiro foi batido pelo Grêmio. O clube que vencesse o clássico alcançaria o Cruzeiro na liderança.

De manhã, na partida de 3ºs quadros, o primeiro problema do dia. O representante da Associação Metropolitana de Esportes Atléticos (AMGEA), Ricardo Perez, impediu que o técnico gremista, Telêmaco Frazão de Lima, ingressasse no gramado, pois estava suspenso pela entidade. A direção gremista sentiu-se ofendida e voltou para a Baixada, sem jogar o clássico e ameaçando não comparecer para a partida da tarde.

Após a mediação da Associação dos Cronistas Desportivos (ACD) e a concordância do Internacional, chegou-se a um acordo onde o técnico gremista poderia assistir a partida do gramado, mas sem conversar com jogadores ou outros membros da comissão técnica.

No início da tarde, enfrentaram-se os 2ºs quadros, e o Internacional venceu por 2x0. Pouco depois, começaria a partida de 1ºs quadros. A partida despertava muito interesse. Além da possibilidade de alcançarem a liderança, havia um tabu especial para os colorados. O Grêmio havia vencido os últimos seis clássicos, além de ser o atual tetracampeão da cidade. O Internacional não vencia um clássico desde 1931 e não era campeão desde 1927.

Mas no momento de começar a partida, surge um problema. O árbitro originalmente designado pela AMGEA, Normélio Granja, havia pedido para não apitar a partida. O novo árbitro designado, Álvaro Silveira, compareceu ao estádio, mas alegando estar adoentado, recusou-se a apitar a partida, devido à chuva que caía desde a partida de 2ºs quadros. Buscando um novo árbitro, os dirigentes da AMGEA encontraram nas arquibancadas o tenente do exército Joaquim Macedo, que após insistentes pedidos aceitou a tarefa.

Os dois clubes foram assim a campo:
INT: Penha; Risada e Poroto; Garnizé, Darcy Encarnação e Lewy; Chatinho, Tupan, Mancuso, Honório e Marreco.
GRE: Lara; Dario e Sardinha; Jamegão, Acosta e Sardinha II; Alemãozinho, Russinho, Luiz Carvalho, Foguinho e Nenê.

O Grêmio começou pressionando, mas sem levar perigo. A equipe colorada parecia nervosa em campo. Mas aos 15', o Internacional ataca e Jamegão comete pênalti. Darcy Encarnação cobrou, mas Lara defendeu. Porém, vários jogadores adiantaram-se e invadiram a área. O juiz mandou cobrar novamente, diante de grandes protestos dos gremistas. Joaquim Macedo ameaçou parar de apitar a partida e só voltou a campo depois que os jogadores gremistas pediram para ele voltar. Risada cobrou o pênalti, com força, e marcou. Mas novamente o juiz anulou, por invasão. Risada voltou a cobrar, no alto, abrindo o placar.

Pouco depois do gol colorado, Tupan quase ampliou, de cabeça, passando a bola rente ao travessão. No restante da 1ª etapa, as equipes alternaram-se nos ataques, sem ameaçar seriamente o gol adversário. Nos minutos finais, porém, o Internacional mudou essa realidade. Honório avança livre para o gol, Lara abandona a área para abafar o lance, mas o atacante colorado chuta para o gol. A torcida já comemorava quando a bola, caprichosamente, acerta a trave. Pouco depois, Tupan mandou uma bomba, que bateu no travessão.

No 2º tempo, novamente o Grêmio começa pressionando, mas aos 4' o Internacional ataca. A bola é lançada para a área, sem muito perigo. Lara preparava-se para defendê-la quando Mancuso apareceu de surpresa e cabeceou para as redes. Internacional 2x0.

O Grêmio abalou-se com o gol sofrido. Mas aos 11' foi favorecido pela sorte. Darcy Encarnação colocou a mão na bola. Sardinha II cobrou a falta, e Penha, com a visão encoberta, nem chegou a ir nela, que foi parar no fundo das redes.

Aos 15', porém, Mancuso chutou com violência. A bola bateu na trave e voltou para Honório, que também com um chute forte, a mandou para o fundo das redes: Internacional 3x1.

Aos 32', o Grêmio ensaia uma reação. Lewy comete pênalti em Russinho. Sardinha II cobrou e marcou. O Internacional reagiu jogando-se para a frente, e em um contra-ataque, aos 35', Luiz Carvalho empatou o jogo.

Torcedores do Grêmio e também do Cruzeiro (que ficaria isolado na liderança, com o empate), não tiveram muito o que comemorar. Aos 36', o Internacional atacou. Honório lançou Marreco, que chutou forte. Lara defendeu parcialmente, com dificuldade. Honório, que vinha na corrida, chutou para as redes, no momento em que Lara pulava na bola. O Internacional chegava ao 4º gol, mas os dois jogadores lesionaram-se. Honório deslocou a perna e Lara teve um corte na cabeça. No Internacional, Cavaco substituiu Honório, e no Grêmio, Adão, um médio, entrou no lugar de Lara, indo Jamegão, que já havia atuado de goleiro, para o gol.

Os minutos finais foram disputados sem lances perigosos. Ao final da partida, a torcida colorada invadiu o campo e carregou seus jogadores em triunfo. Naquela temporada o Internacional conquistaria o título municipal e o gaúcho.


Os médicos colorados


O Museu do Internacional, em seu perfil no Twitter, homenageou recentemente Florêncio Ygartua e Carlos Kluwe, dois jogadores do Internacional que também foram médicos, como forma de homenagear todos os profissionais de saúde que enfrentam a pandemia de coronavírus.

Para colaborar com essa homenagem, uma lista de atletas colorados que tornaram-se médicos:

Argemiro Medeiros Dornelles (Dornelles)
Jogou no time principal apenas em 1912, na função de lateral. Atuou no 2º quadro até 1914, quando formou-se em medicina.

Carlos Antônio Malater Kluwe (Carlos Kluwe)
Primeiro grande ídolo colorado, jogou de 1909 a 1915 (na posição de centromédio) e em 1919 e 1920 (atuando como centroavante). Foi campeão municipal em 1913, 1914, 1915 e 1920. Formou-se em medicina em 1914.


Álvaro Silveira Barcellos (Barcellos)
Zagueiro, atuou apenas no 2º quadro, em 1911. Mais um formando da turma de 1914.


Ângelo Nilo Graffé (Nilo)
Foi titular do Internacional em 1910 e 1911. Era atacante. Formou-se em medicina em 1915.


Pedro Chaves Barcellos de Figueiredo (Pedrinho)
Lateral, jogou no clube de 1910 a 1914. Campeão municipal em 1913 e 1914. Formou-se em 1917.

Hugo Brusque (Hugo)
Centromédio, jogou no time principal em 1912. Formou-se em 1919.

Florêncio Ygartua Filho (Ygartua)
Zagueiro, jogou no Internacional em 1910 e 1911. Formou-se em Farmácia em 1911 e em Medicina em 1923.

João Luchsinger Bulcão (Bulcão I)
Atacante, jogou no Internacional em 1923. Formou-se em 1927.

Elpidio Bañolas (Bañolas)
Goleiro, jogou em 1919. Formou-se em 1927.

Honório Santiago Arteche Alves (Honório)
Centroavante, jogou no Internacional de 1931 até 1935. Foi campeão municipal e gaúcho em 1934. Formou-se em Medicina em 1937.


Juan Manuel Herbella Torres Nieto (Herbella)
Zagueiro, "El Doctor" teve uma rápida passagem pelo Internacional em 2004. Formou-se em Medicina em 2001.

Vale ainda lembrar:
Jorge Washington Martins, terceiro presidente colorado, em 1911, que formou-se em Medicina em 1913.
Ernesto Médici Sobrinho, zagueiro e atacante, que jogou no clube em 1910 e 1911. Nessa época cursava Medicina, mas não aparece nas listas de formandos da Faculdade de Medicina.

domingo, 21 de junho de 2020

Jogadores do passado: Acácio


Acácio Flores Trindade nasceu em 22 de junho de 1914, em Alegrete (RS).

Acácio começou jogando futebol no Botafogo da Tristeza (bairro de Porto Alegre), em 1934 e 1935. No ano de 1936, o Internacional decidiu apostar nas suas qualidades e o contratou. Sua estreia ocorreu no final da temporada, em 8 de novembro de 1936, em um amistoso contra o Palestra Itália (atual Palmeiras). O Internacional perdeu por 2x1, e Acácio entrou no time nos minutos finais, substituindo o centroavante Mário Mancuso. Nessa temporada, ainda disputaria mais um amistoso com o Palestra Itália.

Em 1937, ganhou a titularidade, disputando o campeonato municipal. No início do 2º semestre chegou a perder a posição, mas no final do ano era novamente titular. A concorrência por vagas no ataque era grande. Sylvio Pirillo e Castillo eram incontestáveis, e Negrito, Miguel, Vicente Souza, Salvador Arísio e Acácio brigavam por três vagas.

Em 1938, começou a temporada na reserva. Miguel estava consolidando-se no time titular, e ainda chegaram dois jogadores que fariam história no clube: Ruy e Carlitos. Acácio só conquistou a titularidade quando deixou de brigar pelas posições centrais do ataque e foi jogar na ponta direita. No famoso Gre-Nal dos 11x0, no dia 1º de novembro de 1938, Acácio, jogando na ponta-direita, marcou 3 gols validados e mais um anulado pelo juiz. Nessa temporada, conquistou a Taça Oscar Fontoura, disputada em dois jogos contra o Cruzeiro.

Na abertura da temporada de 1939, no amistoso de inauguração da iluminação dos Eucaliptos, o Internacional bateu o Renner por 7x0. Acácio abriu e fechou a goleada. Mas pouco depois sua posição na equipe ficou ameaçada. Filhinho e Russinho chegaram ao clube, e começou novamente um rodízio entre os atacantes. Mesmo assim, até outubro, ele foi o titular com mais frequência da ponta-direita. No Torneio Relâmpago, ele jogou em sete das nove partidas, participando ativamente da conquista do título. Em outubro, porém, estreou no Internacional aquele que viria a ser o maior jogador da história do clube na posição: Tesourinha. Também conquistou a Taça Diário de Notícias, disputada em três jogos contra o Grêmio.

No final de 1939 e início de 1940, Acácio ainda conseguiu manter-se como titular, jogando nas posições centrais do ataque. Em 4 de janeiro de 1940, no Gre-Nal do 2º turno (o campeonato de 1939 avançou pelo início do ano seguinte), o Internacional venceu por 6x1, e Acácio marcou 3 gols, além de fazer a assistência para os dois gols de Carlitos. Tesourinha fechou o placar.

No dia 12, o tropeço que acabaria impedindo o título colorado. Nos Eucaliptos, o Internacional perdeu o Cruzeiro por 3x1. Mas Acácio abriu o marcador do jogo, com o gol de bicicleta mais antigo conhecido do Internacional. Nesse mesmo jogo, Brandão brigou com o técnico Benjamin Simões, azedando o ambiente do clube.

Nas partidas seguintes, Acácio fez sua parte. Na vitória de 5x2 sobre o Americano, Acácio fez o primeiro gol. Nos 8x2 sobre o Força e Luz, ele marcou 4 gols. Mas com o tropeço frente ao Cruzeiro, o Internacional ficou empatado com o Grêmio em pontos, no 2º turno, tornando necessário um jogo-extra. O campeonato seguia a Fórmula Fraga (campeão do 1º turno x campeão do 2º turno). O Grêmio havia vencido o 1º turno, e se conquistasse o 2º turno, seria campeão sem final. No dia 13 de fevereiro de 1940, os dois clubes enfrentaram-se nos Eucaliptos. Acácio abriu o placar para o Internacional, mas o Grêmio venceria o jogo por 4x2, conquistando o campeonato.

Esse Gre-Nal foi o último jogo de Acácio pelo Internacional. Encerrada a temporada de 1939, Brandão, Acácio e Filhinho deixaram o clube e transferiram-se para o Força e Luz. em 1942 ele jogou no Canoense, encerrando a carreira aos 28 anos. Ele havia conseguido ingressar na Aeronáutica, seguindo a carreira militar, onde alcançou o posto de tenente.

Seus números, no Internacional:
62 partidas
34 vitórias
7 empates
21 derrotas
44 gols
Campeão do Torneio Relâmpago em 1939

Suas vítimas foram:
Grêmio - 11 gols
Força e Luz - 10 gols
Cruzeiro e Americano - 5 gols
Renner - 3 gols
Porto Alegre, São José e Ferroviário - 2 gols
Esportivo, Guarany de Bagé, Bagé e Sokol - 1 gol

Acácio faleceu em 1984, vítima de complicações do diabetes.

Jogadores do passado: Solis


Em 21 de junho de 1927, nascia em Quaraí o menino Solis Pacheco Ximenes, que ficaria conhecido no mundo esportivo como o ponteiro-direito Solis.

Solis começou a jogar futebol no Brasil de Quaraí, nas temporadas de 1946 e 1947. Ainda em 1947, transferiu-se para o Fluminense de Santana do Livramento, onde atuou até o início de 1949. Nesse mesmo ano, suas boas atuações o levaram para o Vasco da Gama do Rio de Janeiro, na época um dos melhores times do Brasil. Apesar de não ter atuado em nenhuma partida, fez parte do grupo campeão carioca em 1949.

Se Solis não conseguiu espaço na ponta direita do Vasco, Maneca, Ipojucan e Nestor, que se revezavam na função, não convenceram. E no final de 1949 o Vasco realizava a grande contratação do futebol brasileiro, retirando Tesourinha do Internacional. O clube carioca pagou por Tesourinha, além do valor em dinheiro, o passe de Solis, que voltou ao Rio Grande do Sul com a ingrata função de substituir aquele que era considerado o maior ponteiro-direito do Brasil.

Sua estreia no Internacional ocorreu em 12 de março de 1950, na derrota por 2x1 para o Renner, pelo Torneio Triangular de Porto Alegre. Ele começou a partida, sendo depois substituído por Jarico. No seu jogo seguinte, porém, a história foi diferente. Pela mesma competição, o Internacional venceu o Grêmio por 2x0. Aos 24' do 2º tempo, o Colorado já vencendo por 1x0, a bola foi lançada para a área gremista, sem perigo. O goleiro Fassina preparava-se para pegar a bola, sem perigo, quando Solis entrou na corrida e, de cabeça, roubou a bola quase nas mãos do goleiro e a mandou para as redes. Sua primeira vitória, seu primeiro clássico e seu primeiro gol.

Solis voltaria a marcar em clássicos no primeiro Gre-Nal decisivo do campeonato municipal de 1950. O Internacional venceu por 4x3, e Solis fez dois gols. Na temporada de 1950, foi campeão do Torneio Extra, do campeonato municipal e do campeonato gaúcho.

Em 1951, o Grêmio voltou a ser vítima de Solis. No clássico de 3 de janeiro, pela Taça Cidade de Porto Alegre, o Internacional goleou o Grêmio por 3x0, e Solis abriu o caminho da vitória. No Gre-Nal do returno do campeonato municipal, em 2 de dezembro, houve empate em 2x2, e Solis deixou a sua marca. Nessa temporada o Internacional foi campeão municipal e gaúcho.

Em 1952, Solis disputou apenas dois Gre-Nais e não marcou gol. Mas foi campeão do Torneio Extra, municipal e gaúcho.

A temporada de 1953 foi a que Solis mais atuou pelo Internacional, disputando 33 partidas. Foi campeão municipal, gaúcho e do Torneio Régis Pacheco, o primeiro troféu interestadual do clube. Nesse torneio, na estreia contra o Bahia, marcou dois gols na vitória por 7x1.

Em 1954, Solis foi para a reserva. Luizinho, que já disputava a posição desde 1952, tomou conta da ponta-direita. Mesmo assim, Solis disputou  nove partidas, marcando um gol contra o Renner. Foi campeão do Torneio Extra. Seu último jogo pelo clube foi um amistoso contra o Nacional de Porto Alegre, em 14 de novembro, no qual o Colorado venceu por 2x1.

Em 1955, Solis transferiu-se para o Flamengo de Caxias do Sul, onde ficou até 1956. Nesse ano, transferiu-se para o Veronese, de Canoas, onde aposentou-se em 1957.

Pelo Internacional, Solis disputou 110 partidas (70 vitórias, 21 empates e 19 derrotas), marcando 48 gols.

Suas vítimas foram:
Cruzeiro RS - 7 gols
Floriano - 6 gols
Grêmio - 5 gols
Renner - 4 gols
Rio Grande e Força e Luz (2 quando o clube chamava-se Corinthians) - 3 gols
Bahia BA, Nacional RS, São José, Pelotas, Aimoré, União Serrano e Seleção de Gramado - 2 gols
Uruguaiana, Farroupilha, Flamengo CXS, Vasco da Gama RJ, Paysandu PA e Estudiantes ARG - 1 gol

Em 24 de abril de 2012, Solis foi convocado para reforçar o Internacional celestial.

O primeiro confronto interestadual do Internacional


No dia 21 de junho de 1931, o Internacional entrava em campo para enfrentar o Botafogo, no seu primeiro confronto interestadual. O adversário era o campeão carioca, que era o principal campeonato da época.

O estádio dos Eucaliptos recebeu grande público para assistir a partida, em clima festivo. Na preliminar, jogaram os segundos quadros de Grêmio e Concórdia. A equipe do Concórdia venceu por 2x1.

Os chefes da missão botafoguense ingressaram no gramado carregando uma grande bandeira riograndense e vestindo terno e bombachas. Atrás deles vinham os jogadores. Reunidos os atletas no centro do gramado, o capitão colorado, Honório, fez um rápido discurso e entregou duas "corbeilles" de flores ao capitão da equipe carioca, Póvoa.

As equipes estavam assim formadas:
INT: Penha; Miro e Risada; Ribeiro, Magno e Moreno; Nenê, Javel, Alfredo, Honório e Ricardo.
BOT: Sylvio; Póvoa e Rodrigues; Affonso, Martim Silveira e Benevenuto; Álvaro, Nena, Carola, Juca e Celso.

As 15:30 começou a partida. O Botafogo começou pressionando. Alfredo, na saída de bola, errou o passe e Carola passou para Celso, mas o zagueiro Miro cortou o lance. Os cariocas voltam ao ataque, e Juca chuta para a defesa de Penha.

O Internacional reage, e Nenê chuta forte para a defesa de Sylvio. Logo a seguir, falta para o Internacional. Miro cobrou, passando para Javel, que mandou mais uma bomba para a defesa de Sylvio. Pouco depois, o Botafogo tenta novo ataque, mas Celso estava impedido.

Em seguida, Javel invadiu a área com a bola dominada e foi derrubado por Rodrigues. O juiz Walter Leal marcou pênalti. Honório cobrou fora do alcance de Sylvio, abrindo o placar: Internacional 1x0! O relógio marcava apenas 7' de jogo.

Logo no reinício de jogo, o Botafogo quase chegou ao empate, quando Carola acertou um chute no travessão. Logo em seguida, em ataque colorado, Nenê passou para Javel, que chutou para a defesa de Sylvio.

Os dois times alternaram-se em ataques sem maiores perigos. Até que Affonso cometeu falta. Moreno cobrou e Sylvio teve que fazer boa defesa. A partir daí, o Colorado começou forte pressão sobre os cariocas. Nenê e Javel perdem boas chances de marcar. Em seguida, Nenê chuta e Sylvio faz uma defesa difícil. Ricardo duas vezes fica frente a frente com Sylvio, mas chuta para fora.

O Botafogo faz uma alteração ainda no 1º tempo: saiu Nena para a entrada de Rogério. O Botafogo cria chances com Celso e Carola, que chutam para fora. Ricardo obriga Sylvio a fazer uma boa defesa. A melhor chance do Botafogo ocorreria pouco depois. Miro cortou mal um ataque dos cariocas e Penha foi obrigado a fazer uma grande defesa.

No intervalo, o Botafogo fez mais uma substituição: Octacílio entrou no lugar de Juca.

O 2º tempo começou com o Internacional pressionando. Logo no início, Nenê cobrou escanteio e Magno cabeceou forte, raspando o travessão. Sylvio, Póvoa e Benevenuto enfrentam grande trabalho para parar os sucessivos ataques colorados.

Em um ataque colorado, Ricardo acertou um violento chute na trave. Pouco depois, o mesmo Ricardo cobrou escanteio e Honório chutou de primeira, obrigando Sylvio a fazer um milagre. Em seguida, o Internacional chegou ao seu segundo gol, mas o juiz anulou o mesmo, alegando que a bola, ao ser cruzada, havia saído pela linha de fundo.

Aos 37' do 2º tempo, o crime acontece. Celso cobrou escanteio, Penha atrapalhou-se com a bola e deixou-a cair nos pés de Álvaro, que chutou para as redes. Pouco depois, encerrava-se a partida, com o placar de 1x1. Os jogadores das duas equipes abraçaram-se, ao final do jogo.

A imprensa escolheu Sylvio o melhor jogador em campo. Já o goleiro colorado, o próprio capitão botafoguense reconheceu que "poucas vezes foi chamado para defender seu posto".

sábado, 20 de junho de 2020

Nosso primeiro título: o campeonato municipal de 2ºs quadros de 1912



Quando foi fundada a Liga de Foot-Ball Porto Alegrense, em 1910, foram instituídas duas competições: o campeonato municipal de 1ºs "teams" e o campeonato municipal de 2ºs "teams".

O campeonato de 2ºs 'teams" tinha sob disputa a Taça 12 de Abril, em comemoração à data de fundação da Liga. Os jogos eram disputados como preliminar da partida principal. Na primeira temporada, em 1910, o Militar venceu o campeonato nos dois quadros. Em 1911, o Grêmio repetiu o feito. Mas em 1912 a história seria diferente. O Internacional apresentava-se como forte candidato ao título.

No dia 5 de maio, o Internacional vencia o Nacional por 5x1. Seu principal rival na luta pelo título, o Grêmio jogou em 19 de maio, derrotando o mesmo Nacional, por 9x2. No dia 2 de junho, o Colorado bateu o Fussball por 6x4. No dia 9 de junho, o Grêmio derrotou o 7 de Setembro por 7x1.

No dia 23 de junho, ocorreu o Gre-Nal do 1º turno. Os dois clubes empataram em 3x3. Pedro Pinto, Mendonça e Octacílio Fabrício marcaram os gols colorados. Na reta final do turno, no dia 21 de julho o Grêmio venceu o Fussball por 4x2 e o Internacional derrotou o 7 de Setembro por 1x0.

No returno, dois clubes abandonaram a competição: Fussball e 7 de Setembro. No dia 11 de agosto, o Internacional venceu o Nacional por 5x0. No dia 25 de agosto, o Grêmio derrotou o mesmo Nacional por 3x0. Nos times principais, nas mesmas rodadas, a dupla Gre-Nal conquistou suas maiores vitórias da história: Internacional 16x0 Nacional e Grêmio 23x0 Nacional.

No dia 15 de setembro, ocorreu o Gre-Nal do 2º turno. Os dois clubes estava empatados em pontos e precisavam da vitória para ficar com a taça. O Grêmio saiu na frente com Gertum, mas Mariath empatou o jogo, que terminou 1x1. Uma curiosidade da temporada: devido as enchentes que atingiram a cidade, o campo da Redenção ficou inutilizado, e os dois clássicos foram disputados na Baixada, "ground" gremista.

O empate em pontos exigia uma partida-desempate. E novamente o campo gremista foi escolhido como local do jogo.

Logo aos 6', Octacílio Fabrício abriu o placar para o Internacional. Aos 32', Correia empatou para os donos da casa, mas a alegria gremista durou pouco. Aos 42', Silla chutou cruzado e fez 2x1 para o Internacional. Ainda no 1º tempo, o Grêmio teve um pênalti a favor, cobrado por Bento e defendido por Sérgio.

No 2º tempo, aos 5', João Flores ampliou para o Internacional: 3x1. Antes que os gremistas pudessem respirar, aos 7', Silla chutou de longe, a favor do vento. A bola foi impulsionada pelas forças da natureza e enganou o goleiro gremista Jacobus. Internacional 4x1. Aos 10', confusão na área gremista, Jacobus rebate a bola duas vezes e ela sobra para João Flores chutar para as redes: Internacional 5x1.

O golpe de misericórdia veio aos 35' do 2º tempo. Simão chutou da esquerda para fazer Internacional 6x1! Ao final da partida, os jogadores colorados foram demoradamente aplaudidos pela torcida que compareceu na casa do rival.


Na semana seguinte à partida, os jogadores colorados que disputaram a partida posaram para uma foto, em frente ao Colégio Militar, onde ficava o campo da Redenção. A ordem dos atletas, da esquerda para a direita, é:

Em pé: Pery, Sérgio e Castro
Ajoelhados: João Flores, Dornelles e Darsys
Sentados: Silla, Octacílio Fabrício, Pinto, Cunha e Simão

Agradecimentos ao pesquisador Luiz Pissuti, pela identificação dos atletas da foto e pelos resultados que me faltavam do Grêmio no campeonato.

sexta-feira, 19 de junho de 2020

Jogadores do passado: Flores

Em seus primeiros anos. o Internacional recebia em seus quadros muitos estudantes vindos do interior. Entre eles, Guilherme Flores da Cunha, que ficaria conhecido no clube apenas como Flores.

Guilherme Flores da Cunha nasceu em Santana do Livramento, em 17 de junho de 1892.

Ele começou a atuar no Internacional em 1911, na linha média. Jogou nas três funções, atualmente equivalentes a lateral-direito, volante e lateral-esquerdo, mas preferencialmente pelo lado esquerdo. Nunca chegou à titularidade, disputando apenas quatro partidas no time principal, entre 1911 e 1913. Embora duas delas tenham sido históricas.

Sua estreia ocorreu em 13 de agosto de 1911. Nesse dia, em São Leopoldo, o Internacional perdeu por 4x0 para o Ginásio Conceição. Flores entrou no time durante o jogo, substituindo Brazil, Essa partida tornou-se histórica por três motivos: foi a primeira partida do Internacional contra uma equipe de fora de Porto Alegre, foi a primeira partida do Internacional fora de Porto Alegre e a primeira em que ocorreram substituições no time do Colorado.

Em 5 de maio de 1912, ele voltaria a defender o time principal, contra o Nacional, pelo campeonato da cidade. O Internacional venceu por 7x0 e Flores fez o 6º gol.

Em 11 de agosto de 1912, mais uma partida histórica. No returno, o Internacional goleou o Nacional por 16x0, na maior vitória de sua história. E Flores estava lá. (*)

Ele voltaria a campo em 21 de setembro de 1913, na vitória de 3x2 sobre o Rio Branco de Pelotas. Mas nessa partida ele atuou apenas 19 minutos, saindo de jogo com um ferimento no rosto.

Flores ainda atuou em algumas partidas do 2º quadro, passando logo adiante seu "nome" de atleta para seu irmão João Flores da Cunha, que jogou quatro partidas em 1915.

Formado em agronomia, em 1917 Flores já estava em Alegrete. E foi nessa cidade que ocorreria o evento mais marcante de sua vida, e o final dela, também.

Junho de 1923

O Rio Grande do Sul estava dividido entre maragatos (libertadores) e chimangos (republicanos). A família Flores da Cunha, tradicionalmente vinculada ao Partido Republicano, participa ativamente do conflito. José Antônio Flores da Cunha, irmão de Guilherme, é o principal chefe militar dos republicanos.

 As tropas revolucionárias de Honório Lemos e Batista Luzardo haviam ocupado Alegrete, de maioria maragata. Diante da aproximação de Flores da Cunha, Oswaldo Aranha e os mercenários uruguaios que lutavam ao lado dos chimangos, alguns membros do Estado Maior maragato propuseram a destruição da ponte sobre o rio Ibirapuitã, mas Honório Lemos foi contrário. Sua ideia era deixar uma vanguarda na ponte, para provocar os chimangos, fazê-los perseguir os maragatos e atraí-los para a Serra do Caverá, onde ele era imbatível (não foi à toa que recebeu o apelido de "Leão do Caverá").

No dia 19 de junho de 1923 ocorre o Combate da Ponte do Ibirapuitã. A primeira parte do plano de Honório Lemos deu certo, e com sucesso. Na 1ª tentativa de cruzar a ponte, os chimangos foram repelidos, com Flores da Cunha e Oswaldo Aranha saindo feridos e Guilherme Flores da Cunha tombando morto, com um tiro na testa. Esse resultado incendiou o ânimo dos líderes maragatos, que contrariando as decisões de Honório, atrasaram a retirada para o Caverá, imaginando ser possível conquistar uma vitória decisiva sobre os chimangos ali em Alegrete. Mas os chimangos tinham mais tropas e estavam melhor armados que os maragatos. No final do dia, as baixas entre os maragatos foram maiores, e a retirada para a Serra do Caverá ocorreu de forma desorganizada.

Mas se os chimangos puderam comemorar uma vitória, a família Flores da Cunha teve uma perda importante. Dois dias depois de completar 31 anos de idade, Guilherme perdia a vida. Foi sepultado dias depois, em Santana do Livramento.

(*) Essa partida é motivo de dúvida. Os jornais da época apontam, na matéria anterior à partida, escalações divergentes. Em uma delas, Flores aparece no time principal, e Dornelles no 2º time. Em outra, Dornelles aparece no 1º time, e Flores em nenhum. Na matéria do jogo, a escalação não foi publicada, e nos jogadores citados em lances da partida, não aparecem nem Dornelles, nem Flores. Portanto, há a possibilidade dele não ter jogado essa partida.


Uma partida na história: Internacional 2x1 Americano - 19/06/1932



Em 19 de junho de 1932, o Internacional ingressou no gramado dos Eucaliptos, para enfrentar o Americano, pelo campeonato municipal. O adversário era um clube tradicional, vice em 1927, campeão em 1928 e 1929, e 3º lugar em 1930. A partida despertava a atenção do público. O Americano, que já havia disputado três partidas, liderava o campeonato com 5 pontos, seguido por Internacional (4) e Grêmio (3), todos com dois jogos.

Na época, eram disputados campeonatos de 3ºs, 2ºs e 1ºs quadros. O campeonato de 3ºs quadros era disputado pela manhã, quase sem público. Mas nesse dia muitos torcedores compareceram aos Eucaliptos, pois no Colorado atuariam ídolos que recentemente haviam largado o futebol: Ribeiro, Lampinha, Moreno, Grant, Jean Ryff e Lourival. O Internacional venceu por 3x0, gols de Ribeiro, Lourival e Tenente, em uma partida que o Americano teve três jogadores expulsos, após agredirem o juiz.

À tarde, na preliminar, pelo campeonato de 2ºs quadros, o Internacional venceu com facilidade: 6x0, gols de Carvalho (2), Marroni (2), Mancuso e Marreco. E finalmente chegava a hora do confronto principal.

A partida valia a liderança do campeonato, e foi muito disputada. Nos minutos iniciais da partida, Luiz Luz, que seria o primeiro jogador de clube gaúcho a disputar uma Copa do Mundo, acertou o nariz do atacante colorado Javel. Apesar da descrição do lance no jornal A Federação dizer que Luiz Luz acertou uma "sola" em Javel, pela própria notícia parece pouco provável que "sola", na época, tivesse o mesmo significado que para nós, hoje.



De qualquer forma, o jogo foi paralisado por vários minutos, para que Javel fosse atendido no ambulatório do clube. Estancado o sangramento, o atleta colorado voltou a capo, sob aplausos. Luiz Luz foi advertido, e a partida voltou a ser disputada. Os dois clubes procuravam o gol, e Affonso era o principal atacante adversário. E foi ele que, aos 39' do 1º tempo, chutou de longe. O goleiro colorado Penha acho que a bola ia para fora e fez apenas golpe de vista. E a bola entrou no gol. Americano 1x0. Pouco depois, quase o empate: Javel cobrou escanteio e Honório cabeceou na trave.

No 2º tempo, o Internacional voltou com uma modificação no ataque: saiu Lockmann para a entrada de Vanderlino. E logo aos 3', Honório driblou a defesa do Americano e chutou para as redes: 1x1. O jogo continuou disputado, e com muitas faltas.

Aos 19', Bermudez cobrou escanteio. Honório cabeceou para a frente do gol, e após rápida confusão, a bola sobrou para Pereira virar o jogo: Internacional 2x1!

O Americano lançou-se ao ataque, tentando o empate que o manteria a liderança do campeonato. Nos minutos finais, o lance mais dramático da partida. Penha pulou para defender uma bola, e o atacante americanista Nalério, de forma desleal, jogou-se por baixo do goleiro, fazendo uma "cama de gato", derrubando o goleiro de cabeça no chão. O goleiro desmaiou e espalhou-se na torcida o boato de que ele havia morrido. Socorrido, recebeu massagens no pescoço e no coração. Voltando a si, ainda jogou a partida até o fim, garantindo a vitória e a liderança para o Colorado.






terça-feira, 9 de junho de 2020

Jogadores do passado: Laurício


Laurício Apolônio Pinto Brandão nasceu em 9 de fevereiro de 1943, em Campos, estado do Rio de Janeiro.

Começou a jogar futebol nos juvenis do Madureira, em 1961. Em março de 1962, transferiu-se para o Fluminense, onde profissionalizou-se. No clube carioca, disputou 25 partidas, sendo 22 delas como titular, principalmente na temporada de 1965. Sua despedida do clube carioca ocorreu no dia do seu aniversário, em 9 de fevereiro de 1966, quando o Fluminense perdeu por 3x1 para o São Paulo, pelo Torneio Rio-São Paulo.
 
Em março de 1966, Laurício foi contratado pelo Internacional, para resolver o problema da lateral-direita. Carlos Alberto e Zangão II, que se revezavam na função, não haviam convencido. Assim que Laurício chegou, tomou conta da função.

Sua estreia no Colorado ocorreu em 6 de março de 1966, quando o Internacional derrotou o Glória de Carazinho por 3x0, em um amistoso. Ele havia chegado em Porto Alegre dois dias antes, vindo do Rio, junto com o atacante Carlinhos, outro reforço vindo do Fluminense. Quarenta e oito horas depois, estava em campo, em Carazinho.

Apesar da época de vacas magras, Laurício foi titular incontestável por três temporadas, estando presente em alguns momentos marcantes da história do clube. como a primeira vitória de um time gaúcho em São Paulo (1x0 Corinthians), em 28 de maio de 1967, e no "Gre-Nal do Ministro", em 17 de setembro de 1967, quando o ministro da educação da ditadura militar, Tarso Dutra, gremista fanático, ordenou à FGF liberar o centroavante gremista Alcindo, suspenso, para jogar. Mesmo assim o Internacional venceu, 1x0. Nesse período, o Internacional foi vice-campeão do Robertão duas vezes, em 1967 e 1968. Também foi campeão do Torneio Imprensa, em 1968.

Em 1969, Edson Madureira começou a disputar a posição com Laurício, mesmo assim o lateral estava em campo em um dos momentos mais importantes da história do clube: a inauguração do Beira-Rio, em 6 de abril de 1969, com vitória de 2x1 sobre o Benfica.

No Gauchão, foi campeão em 1969, revezando-se com Edson Madureira na posição. E também surgia nesse momento Cláudio Duarte. Na temporada seguinte, Laurício já estava na reserva. Sua última partida pelo clube ocorreu em 1º de junho de 1970, vitória de 2x0 sobre o Pelotas, no Beira-Rio. Curiosamente, exatamente 50 anos antes de seu falecimento. Ficou no Internacional até o fim do ano, sendo novamente campeão gaúcho.

Em 1971, Laurício transferiu-se para o Londrina. Na temporada seguinte, o Lodrina terminaria o estadual em 4º lugar, sendo o melhor time do interior. Depois do estadual, em setembro de 1972, Laurício transferiu-se para a Associação Caxias. Na Serra Gaúcha, jogou até 1973, quando encerrou a carreira.

Pelo Internacional, Laurício jogou 219 partidas, marcando dois gols: em 28 de março de 1968 (1x0 Aimoré) e 12 de abril de 1970 (3x0 Aimoré).

Uma lenda sobre Laurício é que seu desempenho deixava a desejar em Gre-Nais, principalmente por causa do ponteiro-esquerdo gremista Volmir. Mas a realidade é diferente. Laurício disputou 11 clássicos, todos com Volmir em campo. Foram 4 vitórias coloradas, 5 empates e duas derrotas. E Volmir marcou apenas um gol. Ganhando a jogada de Laurício, é verdade, mas em lance irregular, não anotado pelo juiz.

Após largar o futebol, radicou-se em Porto Alegre. Em 1980 tornou-se funcionário da Justiça Federal, onde aposentou-se em 1998. E continuou colorado de coração. Em 1º de junho de 2020 esse coração colorado parou de bater.

Números no Internacional:
219 partidas
131 vitórias
57 empates
31 derrotas
2 gols
Campeão gaúcho em 1969 e 1970
Campeão do Torneio Imprensa em 1968

segunda-feira, 8 de junho de 2020

O Colorado e os Esportes Amadores

Origem da foto: https://infofutsal.com.br/2017/11/01/liga-nacional-de-futsal-tera-mais-um-campeao-inedito/

O futebol, durante os primeiros 28 anos de vida do Internacional, era amador. E muitos atletas colorados de outros esportes receberam para atuar. Mas é uma convenção adotada normalmente, chamar os demais esportes que não o futebol de “esportes amadores”. E o Internacional tem uma longa história ligada aos chamados esportes amadores.

Um dos mais antigos esportes amadores no Internacional foi o basquete. O Departamento de Basquete foi criado em 1925. Em 21 de junho de 1925 o Colorado disputou sua primeira partida nessa modalidade, perdendo por 8x6 para o Almirante Tamandaré. O clube foi um dos fundadores da Liga Porto-Alegrense de Bola ao Cesto, em julho de 1925. O basquete esteve presente nas festividades de inauguração do estádio dos Eucaliptos. No mesmo dia 15 de março de 1931, em que o estádio era inaugurado em um Gre-Nal, na quadra de basquete do complexo dos Eucaliptos o Internacional novamente enfrentou o Almirante Tamandaré, perdendo por 27x26, em partida que valia a taça “Recordação da Inauguração do Estádio dos Eucaliptos”. Mas apesar dessas duas derrotas, o basquete colorado conheceu inúmeras vitórias. Entre outros títulos, conquistamos o campeonato municipal em 1932, 1933, 1935, 1937, 1938, 1942, 1943, 1944, 1957, 1958 e 1959. No campeonato estadual, chegamos ao título em 1932, 1933, 1935, 1937, 1938, 1942, 1943, 1944, 1946, 1969, 1974, 1975, 1976 e 1982. Foi no basquete que vencemos um Gre-Nal por 105x83, em 13 de dezembro de 1982, provavelmente a maior goleada no clássico, em todos os esportes. Em 1976, após o tricampeonato estadual, o clube fechou o departamento de basquete, reabrindo-o em 1980, para fechar em definitivo ainda na década de 1980. Embora esteja fora da disputa do estadual há três décadas, o Internacional ainda é o clube com mais títulos estaduais de basquete (14 conquistas). Um dos grandes nomes do basquete colorado foi Randolfo Torres Balbão, colorado ligado aos esportes amadores. Grande incentivador do atletismo e do basquete, colaborou com as federações estaduais dos dois esportes. No Internacional foi o principal responsável pela atuação do clube nos esportes amadores, do final dos anos 1920 até sua morte, em 1954. Seu maior papel foi no basquete, sendo técnico da seleção gaúcha em diversas oportunidades.

O Colorado também tem história no voleibol, com pelo menos dois títulos estaduais, em 1936 e 1995, na categoria masculina. Na categoria feminina, o Colorado conquistou o estadual em 1995.

Uma bela história de títulos colorados foi escrita no atletismo. O Internacional conquistou o campeonato municipal em 17 oportunidades (1932, 1933, 1935 a 1943, 1946 e 1953 a 1957). No estadual, vencemos em 10 ocasiões (1937 a 1939, 1941, 1943, 1946, 1954, 1955, 1969 e 1970). Entre os vários atletas que honraram o manto sagrado no atletismo, podemos destacar Hugo Ribeiro, conhecido como Trololó, campeão sul-brasileiro nos 400 metros rasos, em 1936, e o primeiro colorado campeão sul-americano, Carlos Eugênio Pinto, que defendendo a seleção brasileira venceu a competição continental de salto triplo, em maio de 1941, com a marca de 15,10 metros. Esse título foi fundamental para que o Brasil vencesse o campeonato sul-americano de atletismo naquela temporada. Em 1956, durante o campeonato gaúcho de atletismo, Mário Melo, do Internacional, quebrou o recorde brasileiro dos 20 mil metros, que se mantinha desde 1946.

Mas os títulos mais significatos vieram no futebol de salão e futsal. Foram vários títulos municipais, o último deles conquistado em 2003. No estadual, oito conquistas (1976 a 1978, 1980, 1989, 1990, 1998 e 2000). É o segundo maior vencedor, e só perdeu a 1ª colocação para a ACBF vários anos após fechar seu departamento de futsal. Mas os títulos não se restringiram ao Rio Grande do Sul. A primeira conquista além-Mampituba ocorreu em 1979, quando o clube representou o Rio Grande do Sul no Campeonato Brasileiro de Seleções, conquistando o título nacional. Mais tarde, em 1996, o Internacional venceu a primeira Liga Nacional de Futsal, derrotando na final o Vasco da Gama, de Caxias do Sul. Nas três partidas decisivas, um empate e duas vitórias (2x2, 4x0 e 6x1). Ainda em 1996, a maior conquista: a FIFA autorizou o Internacional a organizar um campeonato mundial de futsal. Além do Colorado, participaram DiBufala (Estados Unidos), Barcelona (Espanha), Peñarol (Uruguai), Genk (Bélgica), Bunga Melati (Holanda), Boca Juniors (Argentina) e Universidad de Chile (Chile). O Internacional era o adversário mais temido, e uma surpreendente derrota para o Bunga Melati, na última rodada da 1ª fase, gerou um acontecimento bizarro na partida entre Barcelona e DiBufala, no outro grupo. O vencedor ficaria em 1º lugar na chave e enfrentaria o Internacional na semifinal, e nenhum dos times queria vencer. Nos instantes finais, os goleiros passaram a atuar nas áreas adversárias, tentando evitar gols contra. O Barcelona teve maior sucesso e perdeu o jogo. Na semifinal, massacramos o DiBufala por 11x0 e na final o Barcelona, num prelúdio do que aconteceria dez anos depois, foi derrotado por 4x2, na prorrogação. Nessa época o Internacional tinha uma parceria com a Ulbra, que no ano seguinte não renovou o acordo, decidindo montar seu próprio clube. Boa parte dos jogadores colorados foram embora e muitos anunciavam o fim do futsal colorado. Mas comandado por Ortiz, um dos poucos remanescentes da equipe vitoriosa, o Internacional conquistou a Taça Brasil, batendo o Vasco da Gama na final, no Rio de Janeiro. No início do ano seguinte, o canto do cisne do futsal colorado: em pleno Rio de Janeiro, conquistamos o Campeonato Sul-Americano de Clubes. O torneio contou com o Vasco da Gama, Nacional (Uruguai), Nacional (Paraguai) e San Lorenzo (Argentina). Novamente os cariocas eram os favoritos, e novamente o Colorado estragou a festa. Depois de massacrar San Lorenzo (7x2) e Nacional de Montevidéu (10x0) na 1ª fase, o Colorado bateu o Vasco da Gama na final, por 6x5. O grande nome da partida foi o goleiro colorado Ivan, que foi dispensado pelo Vasco semanas antes do torneio.

Até departamento de boxe o Internacional teve, criado em novembro de 1948.

Enfim, seja no gramado ou nas quadras, o Colorado tem uma história gloriosa e vitoriosa. Títulos municipais, estaduais, nacionais, continentais e mundiais embelezam nossa galeria de troféus, e vibra o Brasil inteiro com o Clube do Povo do Rio Grande do Sul!


segunda-feira, 1 de junho de 2020

Jogadores do passado - Herculano

Origem da foto:

Herculano Pereira Viana nasceu em 1º de junho de 1929, em Soledade (RS).
Herculano tornaria-se jogador de futebol, na posição de atacante. Ingressou no Internacional em 1949, estreando em 23 de março do mesmo ano, contra o Corinthians (ex-Força e Luz) no estádio da Montanha, pelo Torneio Extra. O Colorado venceu por 3x1 e Herculano entrou no time durante o jogo, substituindo Malinho. Entre 1949 e 1951, ele atuaria 67 vezes pelo Internacional.

Seu primeiro gol ocorreria em 09 de abril de 1949, no empate em 2x2 com o Renner, também pelo Torneio Extra, na Baixada. Herculano marcou o 2º gol colorado. No total, ele faria 44 gols pelo Internacional.

Pelo Colorado, seu primeiro título ocorreu ainda em 1949, a Taça Cidade de Porto Alegre. Nessa temporada, ele jogou mais tempo na equipe de aspirantes inclusive marcando dois gols em um Gre-Nal vencido pelo Colorado por 4x1, no campeonato da categoria.

Em 27 de agosto de 1950, Internacional e Grêmio realizaram um jogo-extra para decidir o título do Torneio Extra. Herculano marcou o único gol da partida, dando o título ao Colorado. No campeonato municipal, ficou de fora dos dois clássicos decisivos, mas conquistou o título da cidade. Também foi campeão gaúcho no mesmo ano.

Em 3 de maio de 1951, o Internacional enfrentou o Nacional, pela Taça Cidade de Porto Alegre. O "Ferrinho" saiu na frente, mas com dois gols de Herculano, o Colorado virou o jogo e conquistou a taça em definitivo. Sua última partida pelo clube foi em 20 de junho de 1951, no Gre-Nal válido pelo Torneio Triangular de Porto Alegre, onde o Colorado foi derrotado por 2x1. Port ter sidputado uma partida do campeonato municipal, também foi campeão da cidade em 1951.

Após sair do Internacional, Herculano reaparece no Brasil de Pelotas, em 1953. A seguir, jogou no Pelotas, em 1954 e 1955, retornando ao Xavante em 1955. Em 1957 transferiu-se para o Cachoeira, e em 1958 jogou no Guarany de Cachoeira do Sul, onde encerrou a carreira.

Seus números, no Internacional:
67 partidas
45 vitórias
10 empates
12 derrotas
44 gols
Campeão gaúcho em 1950
Campeão municipal em 1950 e 1951
Campeão do Torneio Extra em 1950
Campeão do Torneio Cidade de Porto Alegre em 1949 e 1951

Suas vítimas, no Internacional:

Renner - 8 gols
São José - 5 gols
Gaúcho, Cruzeiro, Nacional e Corinthians POA - 3 gols
Esperança, Pelotas, Flamengo de Caxias, Rio Grande e Ferroviário PR - 2 gols
Lajeadense, Santa Cruz, Floriano, Cachoeira, Bagé, Nacional URU, Grêmio, Atlético PR e Flamengo RJ - 1 gol