Total de visualizações de página

sábado, 31 de julho de 2021

Jogadores do passado - Scala


Luís Carlos Scala Loureiro nasceu em Rio Grande, em 31 de julho de 1940.

O zagueiro Luís Carlos começou sua carreira no Rio Grande, em 1958, transferindo-se para o Riograndense, também de Rio Grande, em 1960. Chegou a enfrentar o Internacional no campeonato gaúcho de 1961.

Apesar do fraco desempenho do Riograndense nas competições, Scala chamava a atenção pelo bom futebol. E assim foi contratado pelo Internacional em 23 de maio de 1964, por NCr$ 5.000,00. No Colorado já havia um jogador chamado Luís Carlos, e o zagueiro riograndino tornou-se Scala.

Scala estreou no Internacional em 21 de junho de 1964. Nos Eucaliptos o Colorado bateu o Aimoré por 5x0, pelo campeonato gaúcho. Scala formou a zaga ao lado de Osmar Gauchão. O título não veio em 1964, mas Scala foi escolhido o melhor jogador do campeonato gaúcho.

A temporada de 1965 seria uma das piores da história do Internacional. Mas no início do ano o clube conquistou a Copa Festa da Uva (título dividido com o Grêmio). Na estreia na competição o Internacional venceu o Juventude por 4x2 e Scala fez seu primeiro gol pelo clube.

A temporada de 1966 novamente passou em branco. Mas em 1967 e 1968 Scala foi um dos jogadores de destaque do bi-vice do Robertão. E suas boas atuações renderam uma convocação para a Seleção Brasileira, dirigida por Aymoré Moreira. Em 17 de dezembro de 1968 Scala atuou no empate em 3x3 com a Iugoslávia. no Maracanã.

A temporada de 1969 seria marcante para Scala. Em 6 de abril estava em campo na inauguração do Beira-Rio. Seu futebol também agradou João Saldanha, que o convocou para a Seleção Brasileira. O técnico o considerava inclusive um possível titular. Mas viajou para a Colômbia, em julho, onde o Brasil jogaria pelas eliminatórias e disputaria um amistoso, fortemente gripado. Assim, disputou apenas uma partida, em 1º de agosto, vitória de 2x0 sobre o Millonarios, da Colômbia. Perdeu a titularidade, mas tinha sua convocação para a Copa do Mundo no México como certa.

De volta ao Internacional, sagrou-se campeão gaúcho, quebrando a hegemonia gremista. Mas, lesionado, não jogou o Gre-Nal do título, em 17 de dezembro. Scala sofreu uma séria lesão nos ligamentos do joelho no dia 14 de dezembro, contra o Brasil de Pelotas.

Em janeiro de 1970 Scala apresentou-se à Seleção Brasileira, mas foi reprovado no exame médico. Mesmo assim, João Saldanha continuava apostando nele. Em matéria da revista Placar de 13 de março de 1970, Saldanha declarava: "Se ele ficar bom até a data de inscrição dos 22, eu o chamarei. Como titular." Mas menos de uma semana depois João Saldanha foi dispensado do comando da Seleção. O novo técnico, Zagallo, não demonstrava a mesma admiração pelo futebol do zagueiro colorado.

A lesão manteria Scala fora dos gramados até abril. Ele voltou ao Internacional durante o campeonato gaúcho, pelo qual disputou duas partidas. Mas em maio fraturou o tornozelo durante um treino. Após duas cirurgias, Scala só voltaria a jogar em abril de 1971. A essa altura o Internacional já tinha Pontes como dono da zaga e Valmir e Hermínio brigando pela outra vaga. Scala não conseguiu recuperar a titularidade, disputando apenas cinco partidas na temporada. Seu último jogo pelo Colorado ocorreu em 28 de novembro de 1971, na derrota de 4x1 para o Atlético Mineiro, pelo campeonato brasileiro. No jogo seguinte estrearia na zaga colorada Don Elias Figueroa, o maior zagueiro da história do clube.

Percebendo que não teria espaço no time, Scala pediu a rescisão do seu contrato, no início de janeiro de 1972. O Internacional decidiu então colocar seu passe a venda por 50 mil cruzeiros. O Botafogo estava interessado no jogador, e o próprio Scala estava negociando a transferência. No final de janeiro Scala foi emprestado ao Botafogo por seis meses. Em abril acabou negociado em definitivo.

Em no segundo semestre de 1973, Scala foi negociado pelo Botafogo com América de Natal. Pelo campeonato brasileiro de 1974, em 5 de junho, ele retornou ao Beira-Rio, para enfrentar o Colorado. O Internacional venceu por 3x0. Em janeiro de 1975, Scala encerrou a carreira de jogador. Ainda seria técnico do América, ABC e Alecrim, todos de Natal, e comentarista esportivo.

Scala decidiu continuar morando em Natal, onde foi proprietário de uma lancheria e uma imobiliária. Em 2005, Scala passou a sofre de Mal de Alzheimer. No dia 10 de outubro de 2007, Scala faleceu, devido a problemas pulmonares.

Seus números pelo Internacional:
276 partidas
162 vitórias
71 empates
43 derrotas
11 gols
Campeão gaúcho em 1969, 1970 e 1971
Campeão da Copa Festa da Uva em 1965

Suas vítimas
1 gol
Juventude, Brasil de Pelotas, Floriano, Navegantes, Santa Cruz RS, São José, Cruzeiro RS, Farroupilha, Palmeiras, Santos e Fluminense

Zagueiro alto (1,85m) e de boa impulsão, pelo menos 8 de seus gol foram de cabeça (dos outros três, um foi com o pé, um a descrição do gol não é clara e outro desconheço a descrição)

quarta-feira, 28 de julho de 2021

Jogadores do passado: Jerônimo


Jerônimo Teixeira dos Santos nasceu em 28 de julho de 1930, no Rio de Janeiro.

Titular no Rolinho, Jerônimo hoje é um nome pouco lembrado pela torcida colorada, mas foi ídolo em sua época.

Jerônimo começou a carreira nas categorias de base do Manufatora em 1946. No ano seguinte um diretor do Colégio Silva Freire o apresentou ao técnico Gentil Cardoso, do Fluminense, que aprovou o jogador. Assim Jerônimo ingressou na base do Fluminense, onde foi campeão carioca juvenil em 1947, 1948 e 1949, e de aspirantes em 1951. Também foi campeão sul-americano juvenil pela Seleção Brasileira em 1949. Nos títulos carioca e sul-americano de 1949 teve como companheiro Emílson, que mais tarde o reencontraria no Internacional. Jerônimo era o capitão da equipe juvenil.

No time principal do Fluminense, o meia esquerda atuou em 23 partidas, nos anos de 1950 e 1951, marcando 7 gols. Seu último jogo pelo Tricolor carioca ocorreu em 24 de junho de 1951, empate em 2x2 com o América Mineiro. Em agosto de 1951 Jerônimo foi contratado pelo Internacional.

Sua estreia no Internacional estava marcada para o Gre-Nal do campeonato municipal, mas Jerônimo não foi escalado. Ela ocorreria na partida seguinte, contra o Cruzeiro, pela Taça Cidade de Porto Alegre. O Colorado venceu por 2x1 e Jerônimo marcou os dois gols. Na partida seguinte, despedida de Carlitos, vitória por 2x1, com mais um gol de Jerônimo. O novato tomou o lugar de Ênio Andrade, que acabaria negociado com o Renner. Em 25 de novembro o Internacional bateu o Renner por 4x1, conquistando o bicampeonato da cidade, com dois gols de Jerônimo. Também foi campeão gaúcho.

Na temporada de 1952, mais um título com gols de Jerônimo. Em 24 de agosto o Colorado bateu o Nacional por 3x1, conquistando o título do Torneio Extra, e Jerônimo fez dois gols. Em 7 de dezembro, o Internacional conquistou o tricampeonato municipal ao bater o Grêmio por 5x1. Jerônimo fez os dois primeiros gols do jogo. A seguir veio o tri gaúcho.

Em 1953 Jerônimo teve participação importante no primeiro título colorado fora das fronteiras do Rio Grande. Em março o Internacional disputou o Torneio Régis Pacheco, em Salvador. Na estreia o Colorado fez 7x1 no Bahia e Jerônimo marcou dois gols. No jogo seguinte, 4x1 no Vitória e mais um gol de Jerônimo. O jogador só não marcaria na última partida, empate em 2x2 com o Flamengo. No campeonato metropolitano o título veio em 1º de novembro, com a vitória de 2x0 sobre o Grêmio. Jerônimo marcou o primeiro gol. O clube também seria tetracampeão gaúcho.

No início de 1954 Jerônimo viu-se envolvido em uma polêmica na renovação de de contrato. O Grêmio tentou contratá-lo e utilizou até a esposa do jogador para pressioná-lo. Tudo documentado pela imprensa.




A temporada de 1954 começou com o título do Torneio Extra. A outra conquista do ano foi o Torneio de Inaguração do Olímpico. Na decisão o Internacional bateu o Grêmio por 6x2. O Tricolor saiu na frente, vencendo por 1x0, mas Jerônimo, cobrando falta, empatou e abriu caminho para a vitória colorada.

Em 19 de junho de 1955 o Colorado venceu o Internacional de Lajes, em um amistoso, por 8x2. Jerônimo fez um dos gols. Esta partida também marcou o reencontro com seu companheiro de juvenis do Fluminense, Emílson, que estreava no Colorado. O Colorado conquistaria o tetra municipal e estadual, nessa temporada.

No início de 1956, Jerônimo foi convocado para a Seleção Brasileira que disputaria o Campeonato Pan-Americano, no México. Mas o meia não atuou em nenhuma partida. Ênio Andrade, do Renner, que havia perdido a posição no Colorado para Jerônimo, em 1951, agora reinava absoluto na meia esquerda.

A temporada de 1956 também marcou o início do declínio de Jerônimo. Ele só atuaria pelo time titular do Internacional no 2º semestre. Em 1957 e 1958 também atuou poucas vezes pelo clube. Em 27 de julho de 1958, um dia antes de completar 28 anos, Jerônimo fez sua última partida pelo Internacional, na vitória de 3x1 sobre o São José, pelo campeonato metropolitano, no Passo da Areia. Seu último gol ocorrera bem antes, em 08 de novembro de 1957, na vitória de 4x2 sobre o São Paulo de Rio Grande, em amistoso. 

Depois de ser liberado pelo Internacional, retornou ao Rio de Janeiro. Em seguida, mudou-se para Curitiba, onde defendeu o Athlético Paranaense até 1961.

Seus números pelo Internacional:
204 partidas
141 vitórias
34 empates
29 derrotas
57 gols

Seus títulos:
campeão gaúcho em 1951, 1952, 1953 e 1955
campeão metropolitano em 1951, 1952, 1953 e 1955
campeão do Torneio Extra em 1952 e 1954
campeão do Torneio Régis Pacheco em 1953

Suas vítimas:
9 gols
Cruzeiro
7 gols
Força e Luz
6 gols
Nacional, Aimoré
5 gols
Grêmio
3 gols
Floriano
2 gols
Renner, Juventude, Flamengo de Caxias do Sul, Bahia e São Paulo
1 gol
Combinado União Serrano/Esportivo, Glória de Carazinho, Guarany CS, Cachoeira, Riograndense SM, São Paulo RG, Internacional SC, Vitória, Paysandu, Chacarita Juniors ARG e Peñarol URU

A última informação localizada sobre Jerônimo é de 2006, quando ele vivia no Rio de Janeiro. Nos últimos 15 anos não localizei nenhuma informação sobre o ex-atleta, que possivelmente ainda vive.

terça-feira, 27 de julho de 2021

Nossos títulos - Torneio Mercosul 1996

Origem da foto: https://1909emcores.blogspot.com/

Em 1996 a Conmebol já sonhava em organizar um torneio que reunisse os clubes do Mercosul. Mas sem condições financeiras para bancar a competição, decidiu terceirizá-la, entregando a organização a um grupo de empresários.

Os empresários também encontraram dificuldades para organizar essa competição, nomeada Torneio Mercosul (sem nenhuma relação com o torneio de mesmo nome organizado pela Federação Catarinense de Futebol, no ano anterior). Um primeiro grupo foi formado por Internacional, San Lorenzo e Universidad Catolica.

A abertura ocorreu em 21 de julho de 1996, em Buenos Aires. No estádio Nuevo Gasometro o Internacional enfrentou o San Lorenzo, e logo aos 4' do 1º tempo Fabinho marcou o único gol da partida.

No dia 23 de julho, em Santiago do Chile, o Internacional enfrentou a Universidad Catolica. Com gols de Leandro Machado e Paulo Isidoro, o Colorado voltou a vencer, 2x0.

No dia 27 de julho, no Beira-Rio, o Colorado bateu o San Lorenzo por 3x0, dois gols de Fabinho e um de Leandro Machado.
Meu ingresso nessa partida

Ainda havia uma partida atrasada do turno, entre San Lorenzo e Universidad Catolica, em Buenos Aires. Em caso de vitória dos argentinos ou empate, o Internacional seria campeão.

Mas no dia 30 de julho o Universidad Catolica bateu o San Lorenzo por 2x0, dois gols de Alejandro Kenig.

Entre o jogo com o San Lorenzo e o Universidad Catolica, o Internacional foi à Bahia, disputar o Torneio Maria Quitéria, onde não teve bons resultados, perdendo para o Vitória (0x1) e empatando com o Bahia (0x0).

No dia 6 de agosto o Internacional enfrentou o Universidad Catolica, no Beira-Rio. Um empate bastaria para dar o título ao Colorado. Em caso de derrota, dependeria do San Lorenzo, na última rodada. O zagueiro Tonhão abriu o placar para o Internacional, mas o brasileiro Catê, que jogava na equipe chilena, empatou o jogo, que foi para o intervalo no 1x1. Na 2ª etapa, porém, o Internacional massacrou o adversário, com um gol de Paulo Isidoro e dois de Leandro Machado: 4x1.

Com o título já garantido para o Internacional, a última partida, entre Universidad Catolica e San Lorenzo não foi disputada.

Os organizadores do torneio tentaram, até a última hora, formar mais um grupo, mas os clubes procurados, Peñarol e Universidad de Chile, não tinham espaço no calendário. Assim o Internacional foi declarado campeão do torneio.

Mais tarde a Conmebol vendeu os direitos da competição para a Traffic, que passou a organizar a Copa Mercosul a partir de 1998. Por questões contratuais, a Conmebol não reconheceu o torneio de 1996 como oficial.


segunda-feira, 26 de julho de 2021

Jogadores do passado - Sylvio Pirillo

Foto colorizada por Luiz Gustavo Leal Quirim

Sylvio Pirillo Cesarino nasceu em Porto Alegre, em 26 de julho de 1916.

Muitos colorados que o viram jogar não hesitavam em afirmar que Sylvio Pirillo foi o maior artilheiro que o Internacional já possuiu. Dono de uma técnica invejável, Sylvio Pirillo marcou época. Rápido e raçudo, tinha frieza, habilidade e facilidade para marcar gols.

Sylvio Pirillo começou jogando na várzea da capital. Em 1933 ele jogava e era dirigente do 20 de Setembro FBC. Em 1934 ingressou no Americano, pelo qual disputou os campeonatos municipais de 1934 e 1935.

Seu bom desempenho fez com que o Internacional fosse atrás do atacante, que trocou a Rua Larga pelos Eucaliptos no final de 1935. Sua estreia no Colorado ocorreu em 24 de novembro de 1935, em um amistoso contra o Força e Luz, onde o Internacional foi derrotado por 1x0.

Seu primeiro gol com a camiseta colorada ocorreria em seu segundo jogo pelo clube, já em 1936. No dia 5 de abril o Internacional enfrentou o São José, na inauguração do Passo da Areia (o primeiro, não o atual, inaugurado em 1940). O Colorado venceu por 3x1 e Sylvio Pirillo fez o último gol do jogo. Aos 29' do 2º tempo, Castillo lançou Sylvio Pirillo, que em frente ao goleiro Harry, apenas desviou para as redes.

Em 1936 o Internacional conquistaria o campeonato municipal. Nesse ano foi adotada pela primeira vez a Fórmula Fraga, mas o Colorado venceu os dois turnos e evitou a final. O campeonato estadual avançou pelo início de 1937, mas o Internacional perdeu a decisão para o Rio Grande.

Em 1937, Sylvio Pirillo estava em campo na primeira partida de futebol profissional no Rio Grande do Sul. Ele fez o gol da vitória sobre o Fluminense (1x0), no primeiro confronto entre as duas equipes. Também marcou no empate em 2x2 com o Flamengo. Na excursão do Internacional ao Rio, ele voltaria a marcar contra Fluminense e América. Mas no campeonato municipal o Colorado teve um fraco desempenho.

Em 1938 novamente o título municipal não veio. Mas em 1º de novembro de 1938, pela Taça Martel, o Internacional goleou o Grêmio por 6x0, e ainda teve 5 gols anulados. Sylvio Pirillo fez um gol e teve outro anulado.

Em 1939 o futebol da capital, então dividido em uma liga amadora outra profissional, foi unificado. Para definir que clubes formariam a 1ª divisão foi organizado o Torneio Relâmpago, em turno único. O Internacional venceu a competição. No clássico do torneio, em 28 de maio, o Colorado venceu o Grêmio por 3x2, com três gols de Pirillo. Pouco depois, em 13 de agosto de 1939, o Internacional enfrentou o Grêmio, em clássico válido pela Taça Diário de Notícias. O Colorado venceu por 5x2 e Sylvio Pirillo marcou um dos gols. Essa foi a última partida de Pirillo pelo Internacional, enquanto jogador do clube. No dia 24 de agosto ele foi vendido para o Peñarol, por 20 contos de réis, tornando-se o primeiro jogador do futebol gaúcho vendido ao exterior. Outros jogadores de clubes gaúchos já haviam atuado no exterior, mas na fase amadora eles simplesmente saíam de seus clubes e ingressavam nos clubes estrangeiros.

Em sua primeira temporada no Uruguai, Nacional e Peñarol terminaram o campeonato empatados. No jogo-extra o Nacional venceu por 3x2 e ficou com o título. Em 1940 o Peñarol teve uma temporada ruim, ficando apenas em 4º lugar. Em março de 1941, Sylvio Pirillo estava em Porto Alegre e queria voltar ao Brasil. Disputou três amistosos pelo Internacional, mas o clube não teve dinheiro para pagar o valor pedido pelo Peñarol. Assim, Sylvio Pirillo partiu para o Rio de Janeiro, onde foi atuar no Flamengo, com a dura missão de substituir Leônidas.

Em sua primeira temporada no Flamengo, o clube foi vice-campeão carioca, mas Sylvio Pirillo foi o artilheiro, marcando 39 gols, recorde que permanece até hoje. Nas temporadas seguintes, participou da conquista do primeiro tricampeonato carioca do Flamengo, em 1942, 1943 e 1944. Em 1942 foi convocado para a Seleção Brasileira que disputou o Campeonato Sul-Americano no Uruguai, marcando 6 gols em 5 partidas. Como jogador do Flamengo, Pirillo enfrentou o Internacional duas vezes. Em 1945, no Rio, salvou os cariocas da derrota ao marcar dois gols no empate em 2x2. Em 1947, em Porto Alegre, nada pode fazer para evitar a goleada por 6x2. No campeonato carioca, o Flamengo ficou em 3º lugar em 1945 e 1946, classificando-se apenas em 5º em 1947. Buscando renovação, o clube negociou o "veterano" Sylvio Pirillo com o Botafogo.

Pirillo chegou ao Botafogo em um momento difícil do clube. Sem ganhar o campeonato carioca desde 1935, o Botafogo havia acabado de vender seu craque Heleno de Freitas para o Boca Juniors. E o já considerado velho Sylvio Pirillo chegava para substituí-lo. Mas Pirillo mostrou sua qualidade e levou o Botafogo ao título, marcando 13 gols na campanha. Junto com ele estava Ávila, centromédio do Rolo Compressor, contratado pelo Botafogo no ano anterior. Pelo Botafogo, Sylvio Pirillo enfrentou o Internacional em 1951, pelo Torneio Triangular de Porto Alegre. O atacante fez o gol do Botafogo, em partida que terminou 1x1. Pirillo ainda jogaria no Botafogo até 1952, quando encerrou a carreira e se tornou técnico no próprio clube.

Como técnico, Sylvio Pirillo foi campeão do Torneio Rio-São Paulo em 1957, pelo Fluminense, e foi convidado para comandar a Seleção Brasileira. Dirigiu a Seleção em quatro partidas, duas vitórias sobre Portugal, e na Copa Roca, que conquistou após perder a primeira partida por 2x1 e bater a Argentina na segunda por 2x0. Também foi o primeiro técnico a convocar Pelé para a Seleção.

No início de 1959, Sylvio Pirillo assumiu o comando do Internacional. Dirigiu o clube nos últimos jogos do campeonato de 1958 e em vários amistosos. Mas no início de maio, antes do começo do campeonato de 1959, ele aceitou uma proposta do Corinthians, abandonando o Colorado.

Em 1962 Sylvio Pirillo comandava o Juventus de São Paulo e foi convidado para dirigir a Seleção Brasileira que disputaria o Campeonato Sul-Americano de Acesso, no Peru (um campeonato sul-americano apenas para atletas das segundas divisões). Com um time formado por atletas da 2ª divisão paulista, o Brasil foi campeão superando os donos da casa, o Paraguai, o Chile e a Argentina. Em 1963 ele teria outra conquista importante, o título paulista, com o Palmeiras.

Entre outros clubes, Sylvio Pirillo ainda treinaria o São Paulo, em 1967/1968, e o Corinthians, em 1974/1975. Encerrou sua carreira de técnico no Taubaté, em 1980. Voltando a morar em Porto Alegre, Sylvio Pirillo faleceu em 22 de abril de 1991.

Seus números no Internacional:
Jogador:
77 partidas
48 vitórias
10 empates
19 derrotas
69 gols
Campeão municipal em 1936
Campeão do Torneio Relâmpago em 1939

Técnico:
21 partidas
11 vitórias
8 empates
2 derrotas

Suas vítimas:
10 gols
Grêmio
9 gols
São José
8 gols
Cruzeiro
7 gols
Porto Alegre
5 gols
Americano
4 gols
Renner
3 gols
Força e Luz, Ferroviário, Nacional de São Leopoldo e Juventude
2 gols
Fluminense e 9º Regimento
1 gol
Atlanta ARG, Rio Grande, Atlético PR, Novo Hamburgo, Flamengo, América RJ, Esportivo, Bagé, Pelotas e Gimnasia y Esgrima

domingo, 25 de julho de 2021

Jogadores do passado - Geraldão


Geraldo da Silva, o futuro centroavante Geraldão, nasceu em 25 de julho de 1949, no município de Álvares Machado, interior de São Paulo.

Geraldão começou a carreira em pequenas equipes do interior. Seu primeiro clube foi a Prudentina, que fechou o departamento de futebol no momento em que o centroavante estava se profissionalizando. Assim, passou para o São Bento de Marília, pelo qual disputou a 3ª divisão do campeonato paulista em 1969. No ano seguinte continuou na 3ª divisão, mas defendendo a Associação Atlética Epitaciana. Mas ainda em 1970 ingressou no Botafogo de Ribeirão Preto, onde faria parte de um dos melhores times da história do clube. Atuando ao lado do jovem Sócrates, foi artilheiro do campeonato paulista de 1974, com 23 gols.

Em 1975 Geraldão foi contratado pelo Corinthians. Ele não foi titular na primeira temporada, mas enfrentou o Internacional no campeonato brasileiro, empate em 1x1 no Beira-Rio. Nas temporadas de 1976 e 1977, entretanto, ele foi titular em todas as partidas do Corinthians contra o Internacional. Em janeiro, valendo pela Taça Cidade de São Paulo, o Internacional venceu por 1x0. No campeonato brasileiro, em novembro, o Colorado sofreu uma de suas raras derrotas naquele torneio, perdendo por 2x1 em São Paulo. Geraldão marcou o primeiro gol paulista. No dia 12 de dezembro, na decisão do campeonato, Geraldão viu a torcida colorada fazer a festa pela primeira vez. Em 1977, foram dois confrontos pela Taça Libertadores (1x1 e Internacional 1x0) e um pelo campeonato brasileiro (Corinthians 1x0).

Após o campeonato brasileiro de 1978 ele foi emprestado ao Juventus, clube pelo qual disputou os estaduais de 1978 e 1979.

Em 1980 Geraldão voltou ao Corinthians, onde ficou até o campeonato brasileiro de 1981. Depois da competição nacional foi negociado em definitivo com o Juventus, começando a disputa do campeonato paulista. Mas em outubro foi emprestado ao Grêmio. Sua estreia no Tricolor ocorreu no Gre-Nal de 4 de novembro. O Colorado venceu por 2x1, mas Geraldão fez o seu gol. No seu segundo Gre-Nal, em 29 de novembro, o empate em 1x1 deu o título ao Internacional. Pela segunda vez Geraldão via a torcida colorada comemorar um título no Beira-Rio.

O Grêmio tinha a preferência para contratá-lo, mas desistiu do negócio. Em 14 de fevereiro de 1982 o Internacional contratou Geraldão, pagando 17 milhões de cruzeiros ao Juventus. Sua estreia ocorreu em 28 de fevereiro, no empate em 1x1 com o Atlético Mineiro, onde Geraldão fez seu primeiro gol com a camiseta colorada. Era a 2ª fase do campeonato brasileiro e o Colorado caiu em um verdadeiro grupo da morte, chamado pela imprensa de "Torneio do Povo", onde Internacional, Corinthians, Atlético MG e Flamengo disputavam duas vagas. O Colorado foi eliminado, mas Geraldão em quatro jogos marcou dois gols.

A primeira vitória de Geraldão veio no Torneio dos Campeões, contra o Fortaleza. O Internacional venceu por 1x0, gol de Geraldão. Se no campeonato brasileiro Geraldão tinha a concorrência de Bira, na excursão à Europa seu rival era Fernando Roberto. Geraldão entrou em campo apenas nas partidas do Torneio Teresa Herrera. Mas no campeonato estadual ele assumiu a titularidade e prometeu marcar 20 gols. E cumpriu a promessa, com direito a marcar cinco gols nos dois clássicos do Hexagonal Final. Com esses gols foi artilheiro do campeonato gaúcho.

Em 1983 o Internacional não foi bem no campeonato brasileiro. Mas na excursão à América do Norte o Colorado foi campeão do Torneio Whitecaps. No último jogo o Internacional bateu a Seleção da China, com dois gols de Geraldão. Na Europa o Internacional foi campeão do Torneio Costa do Sol. No Gauchão, mais um título, embora o gol prometido para o clássico Gre-Nal não tenha ocorrido.

Em 1984 Geraldão começou a disputar posição com Kita. Durante a 2ª fase do campeonato brasileiro, Geraldão foi negociado com o Colorado. Seu último jogo ocorreu em 14 de março de 1984, derrota de 1x0 para o Brasil de Pelotas. O grupo de atletas, surpreendido com a negociação e achando que o jogador havia sido pressionado a aceitar a venda, organizou uma reunião com a direção. Os jogadores só ficaram tranquilos ao saber que o próprio jogador estava muito contente com o negócio, pois havia recebido 16 milhões. Na sua despedida, ele pediu para a revista Placar uma foto que ele havia tirado com a família, no Beira-Rio, para levar de recordação.

Geraldão jogou no Colorado em 1984, no Mixto em 1985, e depois voltou a percorrer clubes do interior paulista, jogando no Corinthians de Presidente Prudente (1986/1987), AA Itararé (1987), AA União de Valinhos (1988) e Garça (1989), onde encerrou a carreira.

Números no Internacional:
108 partidas
55 vitórias
35 empates
18 derrotas
51 gols

Seus títulos:
Campeão gaúcho em 1982 e 1983
Campeão da Taça Cidade do Rio de Janeiro em 1982
Campeão do Torneio Whitecaps em 1983
Campeão do Torneio Costa do Sol em 1983

Suas vítimas:
5 gols
Grêmio e São Paulo RG
4 gols
Juventude
3 gols
Esportivo, São José, Novo Hamburgo e Aimoré
2 gols
Guarany de Bagé, Atlético MG, Colorado, Seleção da Costa Rica, América MEX e Seleção da China
1 gol
Internacional SM, Lajeadense, Santa Cruz RS, Caxias, São Borja, Flamengo, Fortaleza, Vasco da Gama, Brasília, Ponte Preta, Operário MT, Joinville e Valencia ESP

sábado, 24 de julho de 2021

Jogadores do passado - Miro

 
Waldomiro Bom Vasques nasceu em 24 de julho de 1907.

Começou a jogar futebol como centroavante, no pequeno Marechal de Ferro de Porto Alegre, da 2ª divisão, onde jogou até 1923. Nesse ano transferiu-se para o Ypiranga, também de Porto Alegre. O Ypiranga, na reformulação do campeonato municipal, ocorrida no final de 1924, acabou na 2ª divisão e depois chegou a sair da liga oficial.

Em 1927, já atuando como ponteiro-esquerdo, Miro chegou ao Internacional. Sua estreia ocorreu em 3 de abril de 1927, na vitória por 3x0 sobre o Nacional de São Leopoldo, e Miro fez um dos gols. O Colorado não conquistava um título desde 1922 e procurava ansiosamente quebrar o jejum. No Gre-Nal do 1º turno, em 8 de maio, o Internacional venceu por 3x2 e Miro marcou o segundo gol colorado, após tabelar com Veiga. Em sua primeira temporada no clube foi campeão municipal e estadual em 1927, o primeiro título gaúcho do Colorado. Na decisão do campeonato gaúcho, em 7 de setembro de 1927, o Internacional bateu o Bagé por 3x1 e Miro deu a assistência para os três gols colorados.

Em 1928, Miro jogou várias partidas improvisado de zagueiro, devido à deficiência do clube na função. Mesmo assim, marcou quatro gols no campeonato e ainda esteve envolvido no lance mais polêmico da competição: no Gre-Nal do 2º turno, em 26 de agosto, a partida estava empatada em 2x2 quando Miro marcou o terceiro gol colorado, que o juiz Alfredo Melecchi anulou, alegando toque de mão do atleta colorado para dominar a bola. O jornal A Federação disse que o lance foi legal, enquanto o Correio do Povo disse que o resultado final (2x2) foi "injusto, injustíssimo mesmo", devido à superioridade colorada.

Em 1929 Miro assumiria uma posição na zaga por quase toda a temporada. Só no final do ano voltou a ser atacante, posição que manteve em 1930. Em 1931, porém, voltou à zaga, posição na qual atuou na inaguração do estádio dos Eucaliptos, em 15 de março. No dia 16 de agosto de 1932 Miro passou por uma cirurgia, voltando ao time apenas em 30 de outubro, na final do campeonato, atuando na função de centromédio. O Colorado perdeu o clássico por 1x0 e viu o rival chegar ao título. O jornal A Federação assim avaliou sua atuação: "parece não estar ainda habituado à posição. Por vezes falhou. Quer nos parecer que ele não é o indicado para o posto." Nos últimos jogos de 1932, Miro voltou a jogar de zagueiro, mas na temporada de 1933 ele jogaria como centromédio. Mas em sua última partida pelo clube, em 17 de dezembro, ele voltaria a atuar no ataque. O Internacional venceu o Rio Grande, em amistoso, por 6x0, e Miro marcou dois gols.

Em 1934 Miro trocou o Internacional pelo Força e Luz, clube que defenderia até 1938, quando encerrou a carreira. Tornou-se árbitro e dirigiu partidas do Internacional em 1936, 1937 e 1940.

Waldomiro Bom Vasques faleceu em 13 de janeiro de 1975.

Seus números no Internacional:
106 partidas
66 vitórias
9 empates
31 derrotas
18 gols
campeão gaúcho em 1927
campeão municipal em 1927

Suas vítimas:
3 gols
São José
2 gols
Grêmio, Cruzeiro, Ypiranga e Rio Grande
1 gol
Nacional (São Leopoldo), São Paulo RG, Novo Hamburgo, Concórdia, Bancário, Santanense e Porto Alegre

quarta-feira, 21 de julho de 2021

Nossos títulos: campeonato municipal de basquete 1942


Em 1942, cinco clubes disputaram o campeonato porto-alegrense de basquete: Internacional, Porto Alegre, ACM, Sogipa e Ipaense. O Internacional sagrou-se campeão com 7 vitórias em 8 jogos. Eis os resultados do campeonato:



O Ipaense entregou os pontos para o Internacional, no 1º turno, e para o Porto Alegre, no 2º turno.

Classificação Final:
1º Internacional - 7 pontos
2º Porto Alegre e ACM - 5 pontos
4º Sogipa - 3 pontos
5º Ipaense - 0 ponto

segunda-feira, 19 de julho de 2021

Confrontos: Internacional x Rio Grande


O Colorado e o Vovô Rio Grande já decidiram dois campeonatos gaúchos, com um título para cada lado. Também estiveram juntos em um triangular final do estadual. No primeiro confronto entre os dois, o Internacional aplicou a maior goleada que o então poderoso Rio Grande já havia sofrido para uma equipe gaúcha. O Rio Grande também esteve na despedida dos Eucaliptos e na tentativa de retomada do mesmo estádio. O Colorado também esteve presente na comemoração dos 53 anos do clube rio grandino.

Todos os confrontos entre os dois:
PA: Porto Alegre
RG: Rio Grande

14/07/1914 Internacional 5x1 - Amistoso - PA
25/07/1926 Rio Grande 3x2 - Amistoso - PA
12/11/1933 Rio Grande 1x0 - Amistoso - RG
17/12/1933 Internacional 6x0 - Amistoso - PA
17/01/1937 Rio Grande 3x2 - Campeonato Gaúcho - PA
21/01/1937 Rio Grande 2x0 - Campeonato Gaúcho - PA (1)
28/01/1942 Internacional 9x2 - Campeonato Gaúcho - PA
01/02/1942 Internacional 6x2 - Campeonato Gaúcho - PA (2)
20/04/1947 Internacional 2x0 - Amistoso - RG
06/05/1951 Rio Grande 3x2 - Amistoso - RG
23/12/1951 Internacional 2x1 - Campeonato Gaúcho - RG
13/01/1952 Internacional 6x3 - Campeonato Gaúcho - PA (3)
19/07/1953 Internacional 6x2 - Amistoso - RG (4)
28/05/1959 Internacional 2x1 - Amistoso - RG
23/06/1963 Internacional 3x0 - Campeonato Gaúcho - RG
26/10/1963 empate 1x1 - Campeonato Gaúcho - PA
05/04/1964 Internacional 4x2 - Amistoso - RG
28/06/1964 Internacional 1x0 - Campeonato Gaúcho - RG
06/09/1964 empate 1x1 - Campeonato Gaúcho - PA
20/06/1965 Internacional 1x0 - Campeonato Gaúcho - PA
10/10/1965 Internacional 2x1 - Campeonato Gaúcho - RG
31/07/1966 Internacional 1x0 - Campeonato Gaúcho - PA
27/11/1966 Internacional 2x1 - Campeonato Gaúcho - RG
23/07/1967 Internacional 1x0 - Campeonato Gaúcho - PA
12/11/1967 Internacional 1x0 - Campeonato Gaúcho - RG
10/04/1968 Internacional 3x2 - Amistoso - PA
26/03/1969 Internacional 4x1 - Amistoso - PA (5)
16/05/1971 Internacional 3x0 - Campeonato Gaúcho - RG
25/05/1975 Internacional 1x0 - Campeonato Gaúcho - RG
11/12/1999 Internacional 6x2 - Amistoso - PA (6)
24/02/2001 Internacional 5x0 - Amistoso - PA

(1) Rio Grande campeão gaúcho de 1936
(2) Internacional campeão gaúcho de 1941
(3) Internacional campeão gaúcho de 1951. Não era final, o campeonato foi decidido em um triangular
(4) Amistoso comemorativo dos 53 anos do Rio Grande
(5) Amistoso de despedida do estádio dos Eucaliptos
(6) Amistoso de tentativa de reativação do estádio dos Eucaliptos

Resumo:
31 partidas
24 vitórias do Internacional
2 empates
5 vitórias do Rio Grande
90 gols do Internacional
35 gols do Rio Grande

domingo, 18 de julho de 2021

Nossos títulos: Torneio Extra de 1954

Origem da foto: https://1909emcores.blogspot.com/p/anos-50.html

Em 1954 ocorreu a última edição do Torneio Extra, competição que abria o calendário oficial da cidade, entre 1946 e 1954.

O torneio não havia sido disputado em 1953, e voltou em 1954 com uma novidade: a inclusão dos clubes de fora da capital, que haviam começado a disputar o campeonato metropolitano.

Para viabilizar o calendário com mais clubes, os dez participantes foram divididos em dois grupos de cinco clubes. Na 1ª fase eles se enfrentavam dentro do grupo, classificando-se os dois primeiros para o quadrangular final.

Os clubes foram assim divididos:

Série Vermelha
Internacional
Nacional
Renner
Força e Luz
Flamengo

Série Azul
Grêmio
Cruzeiro
Floriano
Aimoré
Juventude

Na estreia, o Colorado enfrentou o Força e Luz, na Timbaúva. O Internacional teve dificuldades para furar o bem montado esquema defensivo do Força e Luz, só conseguindo marcar na 2ª etapa, por intermédio de Assunção e Tarica. Vitória por 2x0.

A 2ª partida foi contra o Renner, na Montanha. O surpreendente clube dos industriários, que venceria o campeonato metropolitano, massacrou o Colorado no 1º tempo. Comandado pelo ex-Colorado Ênio Andrade, abriu uma vantagem de 3x0 nos primeiros 40 minutos. Ênio Andrade marcou o 1º gol, deu a assistência para o 2º e participou da jogada do 3º. Aírton Diogo descontou para o Internacional no final da 1ª etapa. Depois, na 2ª etapa, o jogo virou uma disputa entre o juiz e atletas e torcedores colorados. A expulsão de Jerônimo, nos minutos iniciais, e a não marcação de um pênalti, aos 12', foram momentos de tensão, em que a partida foi paralisada por vários minutos, com os jogadores colorados cercando o árbitro e a torcida colorada jogando garrafas, pedras e laranjas para dentro do gramado. Mas o placar não foi alterado.

O 3º confronto foi contra o Flamengo, de Caxias do Sul, no estádio Tiradentes. O campo estava completamente alagado, devido as chuvas do dia anterior. O juiz Fortunato Tonelli considerou o gramado sem condições de jogo, mas diante da pressão dos dirigentes dos dois clubes, voltou atrás em sua decisão. E o Colorado goleou seu adversário por 7x2. Aírton Diogo (4), Bodinho (2) e Verardi foram os artilheiros colorados.

A última rodada da 1ª fase apontava no mesmo dia Nacional x Internacional e Força e Luz x Renner. O Nacional, que havia vencido todos os jogos anteriores, liderava com 6 pontos. Internacional e Renner tinham 4 pontos. Um tropeço do Colorado e uma vitória do Renner sobre o já eliminado Força e Luz e estaríamos fora do Quadrangular Final. Canhotinho abriu o placar logo aos 13', mas em 8 minutos a zaga colorada falhou duas vezes e permitiu a virada. Mas ainda no 1º tempo Aírton Diogo empatou. Na 2ª etapa o Internacional esteve na frente duas vezes, com Jerônimo e Aírton Diogo, mas nas duas ocasiões o Nacional empatou, fechando o jogo em 4x4. Uma vitória do Renner significaria a eliminação colorada, mas o Força e Luz surpreendeu e venceu por 1x0.

Para o Quadrangular Final classificaram-se Internacional, Nacional, Grêmio e Floriano. E o primeiro adversário colorado foi o Nacional, no estádio Tiradentes. A temperatura era muito baixa naquelatarde de 3 de julho e choveu muito durante toda a partida. O campo ficou alagado. Apesar do Internacional acertar três bolas na trave, foi Miroca, do Nacional, que marcou o único gol do jogo. Oreco e Hercílio foram expulsos.

A 2ª partida era decisiva. Apenas a vitória interessava ao Internacional. O adversário era o Floriano, na Timbaúva. No Colorad estreava um jovem atacante, que havia disputado as Olimpíadas e estava nos aspirants do Fluminense: Larry. E logo no 1º minuto, Larry marcou dois gols, com diferença de 35 segundos entre eles, um recorde mundial! (1) Larry ainda marcaria mais um gol, Bodinho dois, e Canhotinho e Luizinho um, na vitória colorada por 7x0.

No dia 18 de julho ocorreu o clássico que deveria decidir o torneio. A partida deveria ser disputada em estádio neutro, mas as duas direções acordaram jogar nos Eucaliptos, pensando na renda, que foi recorde no futebol gaúcho, com mais de 21 mil pagantes. O Grêmio jogava por um empate para ser campeão do Torneio Extra. Logo aosos 4' do 1º tempo, Bodinho acertou um chute no travessão. Mas aos 6', Vítor lançou Tesourinha, que invadiu a área colorada em velocidade, sendo derrubado por Lindoberto e Florindo. Itamar cobrou o pênalti no canto direito. Grêmio 1x0. Aos 18' do 1º tempo, Salvador atingiu Xisto, que saiu de campo com suspeita de fratura do perônio. Mais tarde verificou-se que ocorreu apenas o rompimento dos ligamentos do joelho. Xisto era um zagueiro gremista extremamente violento, que costumava caçar os atletas colorados nos clássicos, com a complacência dos juízes. Nesse mesmo Gre-Nal ele já havia dado um soco no rosto de Larry, para "apresentar a realidade do clássico". O 1º tempo terminou 1x0 para o Grêmio. Mas aos 7' do 2º tempo, Salvador lançou Larry em profundidade. A defesa gremista falhou ao tentar a linha de impedimento e o atacante colorado pode ajeitar a bola tranquilamente e mandar um chute forte, cruzado, para as redes, empatando o jogo. O Grêmio continuava levando a taça, mas aos 32' Orli cometeu toque na intermediária. Lindoberto cobrou para a área, Sérgio e Larry pularam sem tocar a bola, Mirão afastou de cabeça, fraco, e Bodinho, mesmo caindo, conseguiu mandar uma bomba para as redes. Internacional 2x1! Imediatamente após o 2º gol colorado, Luizinho chutou a cabeça de Itamar, que chorava caído, e foi expulso. Mas mesmo com um jogador a menos, aos 45' Larry desarmou Camacho e tocou a bola para Canhotinho, que devolveu a bola. Larry então lançou Bodinho, livre, na cara do goleiro. Bodinho ajeitou a bola e chutou. Sérgio chegou a tocar na bola, que entrou mansamente nas redes. Internacional 3x1! Com a vitória colorada, Internacional, Nacional e Grêmio empataram na 1ª colocação, tendo de disputar um "Supercampeonato Extra".

Na abertura do Supercampeonato o adversário foi o Nacional, na Timbaúva. Novamente um jogo difícil, onde a vitória só veio aos 46' do 2º tempo, em um gol de Luizinho.

No dia 25 de julho ocorreu o Gre-Nal, na Montanha. Em caso de vitória, o Colorado seria campeão. Em qualquer outro resultado, o título dependeria de Grêmio x Nacional, no dia 28. Aos 18' de jogo, Larry cruzou para Luzinho. Itamar falhou ao tentar cortar o lance, e o ponteiro avançou, cruzando para a área. O auxiliar Ilmo Fleck marcou impedimento, mas o juiz, bem posicionado, mandou o lance seguir. A defesa gremista parou e Larry dominou a bola, driblou Sérgio e chutou para as redes. Internacional 1x0! Logo depois do 1º gol, Luizinho driblou Itamar, avançou pela ponta e cruzou para a área, onde entravam Larry e Bodinho. Larry cabeceou para as redes, mas o juiz anulou o gol, alegando impedimento. Aos 30', Larry livrou-se da marcação de Ênio Rodrigues e invadiu a área, sendo derrubado por Camacho. Oreco cobrou o pênalti e marcou. Internacional 2x0!

No 2º tempo, Aírton Diogo foi expulso aos 8', por dar um tapa em Itamar, após sofrer falta do mesmo jogador. Mas no minuto seguinte Salvador cobrou lateral para Bodinho, que devolveu a Salvador. O centromédio cruzou para a direita. Sarará tentou dominar a bola, mas foi acossado por Luizinho, que roubou-lhe a bola. O ponteiro avançou e chutou forte, para marcar, deixando Sérgio sem ação. Internacional 3x0! Após o 3º gol, os jogadores do Internacional passaram a abusar de dribles e jogadas de efeito sobre os adversários. Aos 35', Larry e Luizinho avançaram tabelando. Dentro da área, Larry driblou Ênio Rodrigues e no momento do chute foi derrubado por Sarará. O próprio Larry cobrou o pênalti e marcou. Internacional 4x0!

(1) Em 15 de agosto de 2013, Scocco marcou dois gols no Botafogo, com uma diferença de 45 segundos, sendo considerado recorde mundial. Mas o feito de Larry foi realizado com dez segundos a menos, e ainda no começo da partida.

Jogos do Internacional
25.04 2x0 Força e Luz
23.05 1x3 Renner
19.06 7x2 Floriano
27.06 4x4 Nacional
03.07 0x1 Nacional
11.07 7x0 Nacional
18.07 3x1 Grêmio
22.07 1x0 Nacional
25.07 4x0 Grêmio

sábado, 17 de julho de 2021

O primeiro grande esquadrão

06.08.1914 - Internacional 1x0 Brasil – Campo da Estação (Pelotas) - Amistoso. Em pé: Plínio, Silla, Ary, Bitú, Carlos Kluwe e Beheregaray. Agachados: Túlio, Bendionda, Ribas, Darsys e Vares (colorização e restauração Gustavo Leal).

O Internacional, ao logo de sua história, teve vários esquadrões que marcaram época, conquistando títulos importantes. Mas o primeiro desses esquadrões surgiu ainda nos momentos iniciais da vida do clube.

Fundado em 1909 e disputando campeonatos desde 1910, no início de 1913 o Colorado ainda não havia conquistado um título municipal. Mas isso ia mudar na nova casa, a Chácara dos Eucaliptos.

1913

Na temporada de 1913 o campeonato municipal contava com Internacional, Grêmio, Fussball, Frisch Auf e Colombo. Da temporada anterior, 7 de Setembro e Nacional não jogaram, o primeiro rompido com a liga e o segundo por ter fechado as portas.

A estreia no campeonato municipal de 1913 ocorreu em 8 de junho, contra o Grêmio, na Chácara dos Eucaliptos. Aos 15' do 1º tempo, Bento cobrou escanteio, a bola chegou a Ashlin, que passou para Geyer. O centroavante gremista cabeceou para as redes, abrindo o placar. No 2º tempo, aos 31', após nova cobrança de escanteio de Bento houve confusão na área colorada e a bola sobrou para Ashlin marcar. O Colorado descontou aos 38', quando Túlio recebeu passe de Vares e chutou em diagonal. Mas na segunda partida, contra o Colombo, na Baixada, o Colorado venceu por 6x0. O juiz da partida, Benjamin Vignoles, sócio do Grêmio, havia jogado no Internacional e marcado o primeiro gol do clube, em 1909.

O terceiro jogo estava marcado para o dia 6 de julho, na Chácara dos Eucaliptos, contra o Fussball, mas a morte do atleta gremista Alfredo Mostardeiro, na manhã do jogo, transferiu a partida para o final de semana seguinte. No dia 13 de julho os dois clubes empataram em 1x1, em partida polêmica. Os atletas colorados reclamaram da atuação do juiz, que a história não registrou o nome, apenas a condição de sócio do Grêmio. Dias depois, alegando que os atletas colorados haviam desrespeitado o árbitro da partida, Grêmio e Fussball abandonaram a liga.

Os clubes dissidentes tentaram arrastar o Frisch Auf, também germânico como os dois, mas não tiveram êxito. No dia 10 de agosto o Colorado bateu o Frisch Auf por 10x1. No returno, em 24 de agosto, o Internacional venceu o Colombo por 6x0, conquistando seu primeiro título municipal.

Partidas disputadas:
08.06.1913 1x2 Grêmio *
22.06.1913 6x0 Colombo
13.07.1913 1x1 Fussball *
10.08.1913 10x1 Frisch Auf
24.08.1913 6x0 Colombo
28.09.1913 5x1 Frisch Auf
* abandonou o campeonato antes do fim
Time-base (entre parênteses o número de partidas disputado):
Russomano (5); Ary (3) e Simão (6); Pery (4), Kluwe (6) e Pedro Chaves (5); Túlio (6), Galvão (6), Pinto (4), Miller (5) e Vares (6)
Artilheiro colorado: Túlio - 7 gols

1914

Para a temporada de 1914, a Liga de Foot-Ball Porto-Alegrense abriu um período de inscrições para substituir os dissidentes. Americano, Cruzeiro e Universal se candidataram. Os dois primeiros foram aceitos, mas o último, após um jogo-treino de apresentação à liga, foi considerado abaixo do nível exigido.

A equipe colorada teria algumas novidades. No gol, Baby e Silla substituíram Russomano. Os uruguaios Benito e Beheregaray, recém chegados ao Brasil, atuaram na zaga e ataque. Bitu, o irmão de Carlos Kluwe, assumiu a lateral-direita. E do 2º quadro subiram os atacantes Bendionda e Ribas.

Na estreia o Colorado bateu o Cruzeiro por 7x0. Na 2ª partida do Internacional goleou o Americano por 15x2, mesmo sendo atrapalhado pela condição do campo, pois havia chovido forte antes da partida e continuou uma chuva fraca durante o jogo. Na 3ª partida, com os uruguaios Benito e Beheregaray formando a zaga, o Colorado derrotou o Frisch Auf por 9x0. Dias depois a liga passaria por uma crise.

Um final de semana antes da partida do Internacional com o Frisch Auf, enfrentaram-se Colombo e Americano. Na partida de segundos quadros o Colombo venceu por 1x0, mas o Americano recorreu, alegando irregularidades e pedindo os pontos do jogo, no que não foi atendido pela liga. Em 3 de julho de 1914, o Americano e o Frisch Auf (já previamente acordados com Grêmio e Fussball) apresentaram uma série de exigências à Liga: a) que esta declarasse o Americano vencedor do confronto de 2ºs quadros com o Colombo ; b)que o Colombo se desculpasse por escrito com o árbitro dessa partida, que era atleta do Frisch Auf e teria sido ofendido durante o jogo; c) que a Liga multasse o Colombo em 100$000; d) por fim, queriam poder disputar seus jogos do campeonato nos “grounds” que desejassem, mesmo que estes houvessem sido interditados pela Liga. Caso suas reivindicações não fossem atendidas, ameaçavam abandonar a entidade. Diante deste quadro, a Liga desfiliou os dois clubes. Pouco depois, estes clubes, junto aos dissidentes de 1913, organizavam a Associação de Foot-Ball Porto Alegrense.

Já sem os novos dissidentes, o Internacional disputou sua 4ª partida, com nova vitória, 2x0 sobre o Colombo. Mas os atletas colorados foram criticados por não apresentarem o jogo que se esperava e parecerem afobados. No returno o Internacional não teve dificuldades em vencer o Cruzeiro (7x0) e Colombo (6x1), conquistando o bicampeonato municipal.

Partidas disputadas:
10.05.1914 7x0 Cruzeiro
24.05.1914 15x2 Americano *
21.06.1914 9x0 Frisch Auf *
05.07.1914 2x0 Colombo
02.08.1914 7x0 Cruzeiro
23.08.1914 6x1 Colombo
* abandonou o campeonato antes do fim
Time-base (entre parênteses o número de partidas disputado):
Silla (4); Ary (4) e Simão (4) (Beheregaray - 4); Bitu (5), Kluwe (6) e Pedro Chaves (4); Túlio (6), Bendionda (2) (Tagnin - 2), Ribas (5), Miller (5) e Vares (6)
Artilheiro colorado: Ribas - 11 gols

1915

O São Paulo ingressou na Liga, em uma temporada que ocorreu sem crises e terminou com os mesmos clubes que começaram a disputa. O Internacional não teve adversários e venceu com facilidade as seis partidas que disputou, mesmo com grandes mudanças na equipe. Só no gol, foram quatro atletas nas seis partidas. Também foi a última temporada de Carlos Kluwe. O primeiro ídolo colorado só voltaria ao time em 1920.

Partidas disputadas:
02.05.1915 3x0 Colombo
16.05.1915 7x0 Cruzeiro
30.05.1915 9x1 São Paulo
11.07.1915 7x0 Colombo
01.08.1915 4x2 Cruzeiro
15.08.1915 8x0 São Paulo
Time-base (entre parênteses o número de partidas disputado):
Silla (2)* (Baes - 2); Satyro (4) e Simão (5); Bitu (6), Kluwe (3) e Lucídio (3); Túlio (5), Godinho (4), Bendionda (6), João Flores (3) e Vares (6)
Artilheiro colorado: Bendionda - 8 gols
* Silla também jogou duas partidas na lateral-esquerda.

1916

No segundo semestre de 1915 o futebol da capital foi pacificado. A Liga e a Associação de Foot-Ball foram extintas e criada a Federação Sportiva Rio Grandense, que organizou duas divisões para o campeonato de 1916: 1ª Divisão: Internacional, Grêmio, Fussball, Cruzeiro e Colombo; 2ª Divisão: São José, São Paulo, Frisch Auf e Americano.

Se nessa temporada o Internacional teve estabilidade nos atletas de frente, na defesa voltou a ter alternância no gol e dificuldades para encontrar um companheiro para Simão na zaga. Mesmo assim, na estreia se impôs sem dificuldades ao Fussball, vencendo por 8x0. O novato Pedro Cunha, vindo dos "filhotes", estreou no time principal marcando três gols. Depois de duas vitórias tranquilas sobre Cruzeiro e Colombo, veio o Gre-Nal, o primeiro válido por campeonato desde 1913. O ponteiro-esquerdo Vares deu um show e marcou seis gols na vitória colorada por 6x1. Nenhum outro jogador fez tantos gols em um único Gre-Nal, até hoje. Quando a partida estava 2x1, Lúcio Assumpção foi expulso aos 15' do 2º tempo, ao tentar agredir o goleiro colorado Silva, que acabara de defender mais um chute seu. Absurdamente, em 8 de agosto a FSR decidiu suspender por 3x0 dias o agressor e o goleiro agredido. O clássico ainda teve uma premiação extra: a Casa Parisiense instituiu um prêmio de 100$000 a ser sorteado entre os jogadores da equipe vencedora. O jogador sorteado foi Bendionda, que decidiu abrir mão do prêmio em favor do clube.

Na abertura do returno o Internacional enfrentava o Fussball, com três desfalques. A solução foi recorrer ao goleiro Silla, que já havia encerrado a carreira, ao zagueiro Ary Xavier, dos filhotes, e ao centromédio Acácio, do 2º quadro. Mesmo assim o Colorado venceu por 13x1, na Chácara das Camélias. O próximo adversário foi o Cruzeiro, que contava com os ex-colorados Sylvio, Godinho, Galvão e Léo. O time estrelado saiu na frente, com Godinho (a lei do ex já estava em vigor), mas o Internacional virou para 4x1. O último jogo da comptição foi contra o Grêmio. Por duas vezes o Colorado esteve na frente, e por duas vezes o Grêmio empatou. Mas aos 37' do 2º tempo Oswaldo confirmou a vitória colorada por 3x2. A partida do returno contra o Colombo não se realizou pois o clube, em crise, fechou as portas antes do fim da competição.

Partidas disputadas:
30.04.1916 8x0 Fussball
28.05.1916 6x2 Cruzeiro
25.06.1916 14x0 Colombo
30.07.1916 6x1 Grêmio
10.09.1916 13x1 Fussball
08.10.1916 4x1 Cruzeiro
29.10.1916 3x2 Grêmio
Time-base (entre parênteses o número de partidas disputado):
Silva (4); Fidélis (2) (Lemos-2) e Simão (7); Bitu (7), Mário Cunha (7) e Lucídio (4); Túlio (6), Oswaldo (6), Bendionda (7), Miller (6) e Vares (7)
Artilheiro colorado: Vares - 14 gols

1917

A temporada de 1917 apresentava uma novidade. O São José, campeão da 2ª divisão, subiu para substituir o extinto Colombo. Mas antes do campeonato começar o Grêmio abandonou a liga, pois não queria cumprir a Lei do Estágio, que determinava que atletas estrangeiros deveriam ter um ano de residência na cidade para poderem jogar, e três uruguaios entraram no clube. Assim, o Americano também subiu para a elite, para completar o número.

O Colorado apresentava algumas mudanças na equipe. Bello assumiu um posto na zaga, ao lado de Fidélis. O veterano Simão acabou atuando de lateral-direito. O atacante Ribas foi improvisado na lateral-esquerda. No ataque, Lúcio Assumpção, o gremista que perdeu a cabeça no clássico dos 6x1, trocou de lado, substituindo Bendionda, e Guimarães ficou com a posição de Vares.

Na estreia, mesmo desfalcado de Ribas, Simão e Vares, o Internacional venceu o São José por 14x0. Vares, o grande atacante, que havia atuado em todas as outras patidas do tetracampeonato, não atuaria mais pelo Colorado. No jogo seguinte, uma vitória apertada sobre o Cruzeiro, 1x0. Em seguida, vitória sobre o Fussball, 3x1. No dia 15 de julho, o Internacional venceu o Americano por 1x0, mas o clube grená teve dois gols anulados e resolveu recorrer à Federação, que anulou o jogo. Foi pior para o Americano. A partida foi novamente disputada em 8 de agosto e o Internacional venceu por 11x0. No 1º tempo, o goleiro Honório Ouriques, do Americano, jogou "sem estímulo" e "desatento", sofrendo sete gols. No 8º gol colorado, aos 4' do 2º tempo, o goleiro praticamente não foi na bola. No 9º gol, o goleiro cruzou os braços, sem tentar evitar o chute. A torcida começou a se manifestar contra o goleiro. Zanella chegou a ir para o gol, mas o capitão do time exigiu que ele voltasse à sua posição, mantendo Ouriques no arco.

Contra o São José, já pelo returno, vitória de 1x0. Contra o Cruzeiro, novamente uma vitória apertada, 2x1. E finalmente um 3x0 sobre o Fussball. O Americano, na reta fnal do campeonato, abandonou a liga, não ocorrendo a partida válida pelo 2º turno.

Partidas disputadas:
27.05.1917 14x0 São José
17.06.1917 1x0 Cruzeiro
01.07.1917 3x1 Fussball
05.08.1917 11x0 Americano
19.08.1917 1x0 São José
09.09.1917 2x1 Cruzeiro
30.09.1917 3x0 Fussball
Time-base (entre parênteses o número de partidas disputado):
Silva (5); Bello (7) e Fidélis (6); Simão (4), Mário Cunha (7) e Ribas (5); Túlio (5), Oswaldo (7), Lúcio Assumpção (7), Miller (3) e Guimarães (7)
Artilheiro colorado: Lúcio Assumpção - 8 gols

Em 1918 o clube teria muitas mudanças. O goleiro Silva, mais Túlio, Miller e Oswaldo saíram do time. Simão atuou poucas vezes e Ribas, que começou a temporada como titular foi esfaqueado por um torcedor gremista no "Gre-Nal de Sangue", encerrando sua carreira. Com tantos desfalques o Colorado ficou com o vice-campeonato, tendo o Cruzeiro como campeão.

Ídolos do Penta:

VARES
Revelado pelo Pelotas, jogou no Internacional de 1912 a 1916. Seus contemporâneos dizem que Vares só não chegou à Seleção Brasileira por ela ter sido criada apenas em 1914, sendo por muitos anos restrita a jogadores do eixo Rio-São Paulo. Recordista de gols em um único Gre-Nal, foi tetracampeão de 1913 a 1916. Jogou todas as 25 partidas dessas quatro temporadas, marcando 25 gols.

TÚLIO
Estudante do Ginásio Anchieta, ingressou no Internacional em 1911. Jogou no Colorado até 1917, participando de toda a campanha do penta-campeonato. Ponteiro-direito, jogou 27 partidas e marcou 25 gols em cinco campeonatos.

MILLER
Meia-esquerda, ingressou no Internacional em 1913, quando cursava a faculdade de engenharia. Jogou no clube até 1918, quando se formou e foi trabalhar no interior de São Paulo. Só não foi titular no campeonato de 1915. Pentacampeão, disputou 21 partidas e marcou 20 gols.

SIMÃO
Começou a jogar no 14 de Julho de Santana do Livramento, ao lado dos futuros colorados Henrique Lay e os irmãos Ávila (Felizardo, Ávila e Bendionda). Veio para o Internacional em março de 1911. Começou no clube como atacante, mas acabou firmando-se como zagueiro. Também atuava como goleiro, sendo o reserva da posição, e lateral-direito. Na campanha do penta jogou na maioria das vezes como zagueiro e na última temporada com lateral. Jogou 26 partidas e marcou 4 gols.

RIBAS
Atuou como atacante e lateral-esquerdo. Veio para o Internacional do Guarany de Bagé. Ingressou no Colorado em agosto de 1911 e jogou até agosto de 1918, quando foi esfaqueado no "Gre-Nal de Sangue". Titular apenas em 1914 e 1917, participou de todas as temporadas do penta. Jogou 16 partidas e marcou 18 gols.

BENDIONDA
Chegou de Santana do Livramento em 1911, ingressando nas categorias de base do Internacional. Jogou na equipe principal de 1913 a 1917, período em que estudou na capital. Depois de 1917 retornou a Santana do Livramento, como diretor da Empresa Elétrica de Rivera. Disputou os campeonatos de 1914 a 1917, sendo titular de 1914 a 1916. Era irmão do goleiro Ávila e do zagueiro Felizardo, que atuaram antes no clube. Atacante alto (1,83 metros) e forte, foi um dos primeiros grandes goleadores colorados. Na campanha do penta, disputou 17 partidas e marcou 25 gols.

KLUWE
A majestade no campo, foi o primeiro grande craque do Colorado. Era um grandalhão de 1,90 m, forte, que chutava a gol de qualquer distância, com pé esquerdo ou direito. Veio para Porto Alegre para estudar medicina, ingressando no Internacional logo após a fundação do clube. Foi o primeiro ídolo colorado. Muitos consideram que Kluwe moldou a vida do Internacional, impondo sua forte personalidade, tornando-se o principal responsável pelas vitórias alcançadas. Jogou no clube entre 1909 e 1915, voltando em 1919 e 1920. Centromédio, caampeão de 1913 a 1915, jogou 15 partidas e marcou 8 gols. Voltaria a jogar no clube de 1920 a 1921, sendo campeão em 1920.

BITU
Lateral-direito, era irmão de Carlos Kluwe, jogou no clube de 1914 a 1921 e de 1923 a 1925. Foi campeão de 1914 a 1917 e novamente em 1920. Na campanha do penta foi titular de 1914 a 1916 e jogou duas partidas em 1917. Disputou 20 partidas e não marcou nenhum gol.

quarta-feira, 14 de julho de 2021

Craques - Nilmar


Nilmar Honorato da Silva nasceu em 14 de julho de 1984, na cidade de Bandeirantes (PR).

Garimpado no interior paranaense, atuando na base do Matsubara, chegou ao Internacional para atuar nas categorias de base. Estreou no time principal em 27 de fevereiro de 2003, em um amistoso contra o Brasil de Pelotas. O Internacional venceu por 2x0, no Bento Freitas, e Nilmar ingressou no time substituindo Gavilán.

Em pouco tempo Nilmar ganhou um lugar no time. Na primeira partida da decisão do campeonato gaúcho de 2003, contra o 15 de Novembro de Campo Bom, no Sady Schmidt, Nilmar abriu o caminho para a vitória de 2x0 com um gol de calcanhar. Junto com Daniel Carvalho e Diego, Nilmar formou um trio originário da base colorada que infernizava os adversários. Nessa primeira temporada Nilmar marcou doze gols. No mesmo ano foi campeão mundial sub-20 com a Seleção Brasileira.

Em 2004 Nilmar marcou seus dois primeiros gols em Gre-Nal. Na decisão do Grupo 1 da 1ª fase do Gauchão, Nilmar marcou aos 8' do 2º tempo da prorrogação, dando a vitória no clássico por 2x1 e o 1º lugar do grupo. Na decisão, contra a Ulbra, em Canoas, a partida estava 1x1 e o Colorado tinha um jogador a menos, mas Nilmar fez o gol da vitória e do título gaúcho. Em agosto de 2004, porém, o Internacional o negociou com o Lyon, da França. Seu último jogo foi em 25 de agosto de 2004, um empate em 0x0 com o Figueirense, pela Copa Sul-Americana. Marcou 13 gols na temporada.

No Lyon, embora não tenha se firmado como titular, Nilmar foi campeão francês e da Supercopa da França, em 2005. Em agosto de 2005 retornou ao Brasil, para atuar no Corinthians, onde sagrou-se campeão brasileiro. No 2º semestre de 2006 sofreu uma grave lesão no joelho, que o deixou seis meses fora dos gramados. Na volta, entrou em litígio com o Corinthians e em 17 de agosto de 2007 conseguiu na justiça a rescisão de contrato pelo não pagamento das luvas. No dia 13 de setembro, assinou contrato com o Internacional. Mas recuperando-se de nova lesão, só estreou em 4 de novembro de 2007, na vitória de 2x1 sobre o Vasco da Gama, em São Januário. Jogando apenas duas partidas em 2007, não marcou gols.

Seu primeiro gol no retorno ao clube foi uma pintura! De bicicleta ele superou o goleiro Júlio César e fez o gol da vitória por 2x1 sobre a Internazionale, na decisão da Copa Dubai. No título gaúcho, ele fez o 6º gol na vitória por 8x1 sobre o Juventude. Mas seu principal gol na temporada ocorreu em 3 de dezembro de 2008. Aos 8' do 2º tempo da prorrogação ele marcou o gol de empate com o Estudiantes, que deu o título da Copa Sul-Americana ao Internacional. Nilmar foi também o artilheiro da competição, com 5 gols, ao lado de Alex. Foi sua melhor temporada no clube, com 21 gols marcados.

Em 2009 Nilmar também começou marcando muitos gols. No título gaúcho, marcou o 3º e o 4º gol nos 8x1 sobre o Caxias. Convocado por Dunga para a disputa da Copa das Confederações por Dunga, desfalcou o Internacional, desfalcou o Internacional na segunda partida da semifinal e primeira partida da final da Copa do Brasil. Em julho Nilmar foi negociado com o Villarreal. Seu último jogo pelo clube ocorreu em 22 de julho, um empate em 2x2 com o São Paulo, no Beira-Rio. Nilmar já havia marcado 19 gols na temporada.

Nilmar foi a contratação mais cara da história do Villarreal. Pelo "submarino amarelo" marcou gols em poderosos clubes europeus, como a Juventus, Real Madrid e Barcelona. Em agosto de 2011 o Villarreal recusou uma proposta elevada da Roma por Nilmar. Mas José Francisco Lamolina, ex-técnico do time B do Villarreal assumiu o comando da equipe e colocou o craque na reserva. O Villarreal foi rebaixado no campeonato espanhol e Nilmar seguiu para o Al-Rayyan, do Catar. Pelo clube, venceu duas copas locais, em 2012 e 2013. Na temporada de 2014 começou atuando no Al-Jaish, mas em 31 de julho rescindiu contrato com o clube.

Em 16 de setembro de 2014 Nilmar foi contratado pelo Internacional, para sua terceira passagem pelo Beira-Rio. Estreou em um dia ruim, quando o Internacional foi goleado pela Chapecoense por 5x0. Ele entrou no time aos 24' do 2º tempo, no lugar de Bertotto, quando a partida já estava 3x0 para a equipe catarinense. Nessa temporada Nilmar marcaria apenas dois gols.

Em 2015 Nilmar disputou sua primeira Taça Libertadores pelo Internacional, tendo algumas atuações de destaque, como na vitória por 4x0 sobre a Universidad de Chile, no estádio Nacional. Nilmar marcou dois gols, deu uma assitência para Eduardo Sasha marcar e ainda sofreu um pênalti desperdiçado por D'Alessandro. No Gre-Nal que decidiu o título gaúcho, em 3 de maio, Nilmar marcou o primeiro gol sa vitória por 2x1. Mas em julho de 2015, logo após a eliminação do Colorado na semifinal da Taça Libertadores, Nilmar foi negociado com o A-Nasr, dos Emirados Árabes Unidos. Seu último jogo ocorreu em 26 de julho de 2015, empate em 0x0 com a Ponte Preta, no Moisés Lucarelli. Foram oito gols marcados na temporada.

Nilmar voltou ao Brasil em julho de 2017, para atuar pelo Santos. Mas jogou apenas duas partidas pelo clube. Sofrendo de depressão, teve seu contrato suspenso em setembro.

Nilmar atuou apenas uma vez contra o Internacional, em 20 de novembro de 2005, defendendo o Corinthians, no empate em 1x1. Não marcou gol.

Seus títulos no Colorado:
Campeão da Copa Sul-Americana em 2008
Campeão gaúcho em 2003, 2004, 2008, 2009 e 2015

Números de Nilmar no Internacional:
Geral: 75 gols marcados (20º na lista de artilheiros do clube)
Taça Libertadores: 3 gols marcados (18º na lista de artilheiros do clube)
Copa Sul-Americana: 5 gols marcados (2º na lista de artilheiros do clube)
Campeonato Brasileiro: 40 gols marcados (5º na lista de artilheiros do clube)
Copa do Brasil: 3 gols marcados (24º na lista de artilheiros do clube)
Campeonato Gaúcho: 22 gols marcados (21º na lista de artilheiros do clube)
Beira-Rio: 34 gols marcados (12º na lista de artilheiros do clube)

Suas vítimas:
7 gols: Grêmio
5 gols: Atlético MG
4 gols: Náutico e Juventude
3 gols: Bahia, Vitória, Athlético PR, São Paulo, Coritiba, Figueirense, Guadalajara MEX, Esportivo e Corinthians
2 gols: Santa Cruz RS, Prudentópolis, Ulbra, Flamengo, Fluminense, Sapucaiense, Caxias e Universidad de Chile CHI
1 gol: São Gabriel, 15 de Novembro, Criciúma, Palmeiras, Paraná, Internazionale ITA, Portuguesa de Desportos, Estudiantes ARG, Novo Hamburgo, Brasil, Emelec EQU e Vasco da Gama

Jogadores do passado - Michel



Michel Neves Dias nasceu em São Paulo, em 13 de julho de 1980.

O atacante Michel começou sua carreira profissional no Fernandópolis, em 1998. No ano seguinte foi contratado pelo Juventude, para jogar na equipe sub-20. Em 2000 chegou ao grupo principal do Juventude.

Pelo esmeraldino da Serra, Michel jogou até 2003, enfrentando o Internacional em 8 ocasiões e marcando um gol, em 10 de novembro de 2002. Em partida válida pelo campeonato brasileiro, o Juventude venceu por 3x2 e jogou o Internacional na zona do rebaixamento.

Ainda em 2003 Michel foi jogar no Chunnan Dragons da Coreia do Sul e no Nacional da Ilha da Madeira. Em 2004 retornou ao Juventude, enfrentando o Internacional em 21 de fevereiro. O Juventude venceu por 4x1 e Michel fez dois gols, no jogo em que o técnico colorado Lori Sandri criticou abertamente, na coletiva, dois jovens atletas do clube, o zagueiro Tiago Saletti ("meu zagueiro quer dar uma de Figueroa, aí não adianta") e o lateral-esquerdo Chiquinho ("o craque da mídia e da torcida"). Ainda jogaria mais duas partidas em 2004, marcando o gol da vitória do Ju no Beira-Rio, em 28 de março (1x2).

Em 2005, depois de passagens rápidas por Cruzeiro e Goiás, chegou ao Internacional, estreando em 29 de maio, na vitória por 1x0 sobre o Fortaleza, no Beira-Rio. Ele começou no banco e substituiu Ricardinho. Sob o comando de Muricy, Michel disputaria mais cinco partidas pelo campeonato brasileiro, um amistoso, uma partida pela Copa Sul-Americana e a partida anulada contra o Coritiba (não conta nas estatísticas), não marcando em nenhuma delas.

A situação de Michel mudaria com a chegada de Abel Braga ao clube. Na sua segunda partida em 2006 Michel marcou seu primeiro gol, na vitória de 4x3 sobre o Passo Fundo. O jogador se tornaria um "bruxo" de Abel, conquistando a titularidade, mesmo não caindo no gosto da torcida. Na Taça Libertadores ele marcou o 1º na vitória de 3x0 sobre o Nacional, no Beira-Rio. Voltaria a marcar na vitória por 3x2, de virada, sobre o Pumas, também no Beira-Rio. Contra o Maracaibo, no Beira-Rio, foi a primeira partida da Libertadores em que ele não começou como titular. Mas entrou durante o jogo e marcou um gol na vitória por 4x0. Reserva de Adriano Gabirú também nas duas partidas contra o Nacional, foi titular no jogo de ida contra a LDU. Mas ficou fora do time na partida da volta e nos jogos contra o Libertad.

Na 1ª partida da decisão, Michel entrou no time nos minutos finais, substituindo o herói da partida, Rafael Sobis. No jogo do título, entrou no time no lugar de Alex. Depois do título da Libertadores, Michel ainda disputaria dez partidas pelo Brasileiro, marcando apenas um gol, contra o Fluminense. Viajou para o Japão no final de 2006, mas não atuou em nenhuma das duas partidas do Mundial.

Em 2007 Michel voltou a ser fortemente criticado pela torcida. No Gauchão, disputou seis partidas da desastrosa campanha onde o clube ficou em 7º lugar, a pior colocação de sua história. Na Libertadores, jogou quatro das seis partidas que resultaram na vergonhosa eliminação na fase de grupos. Michel não fez nenhum gol na temporada. Sua última partida pelo Internacional ocorreu em 19 de abril de 2007. O Internacional venceu o Nacional por 1x0 mas foi eliminado da Taça Libertadores. Abel saiu do clube e seu bruxo Michel também.

Ainda com contrato com o Internacional, Michel foi emprestado sucessivamente para Juventude, Marília, Vitória (campeão baiano), Ipatinga e Criciúma. Em 2010 acertou-se com o Novo Hamburgo, enfrentando o Internacional três vezes pelo Gauchão e marcando um gol no empate em 3x3 que levou a partida das quartas de final do 2º turno do Gauchão para os pênaltis. Em 2011, novamente no Novo Hamburgo, jogou mais uma vez contra o Colorado.

Michel jogou no América RN, Brasil de Pelotas, Aimoré, Caxias, Noroeste, Internacional SM, Portuguesa de Desportos e encerrou a carreira no Brasil de Farroupilha, em 2017. Depois teve uma rápida experiência como técnico do Bagé.

Seus jogos pelo clube (entre parênteses os gols):
29.05.2005 1x0 Fortaleza - Brasileiro - C
13.07.2005 2x1 Novo Hamburgo - Amistoso - F
28.07.2005 0x2 Paraná - Brasileiro - C
03.08.2005 0x1 Santos - Brasileiro - C
07.08.2005 0x0 Brasiliense - Brasileiro - F
10.08.2005 0x0 Corinthians - Brasileiro - C
13.08.2005 2x3 Palmeiras - Brasileiro - F
29.09.2005 1x1 Rosario Central ARG - Sul-Americana - C
13.01.2006 5x1 Esportivo - Amistoso - F
19.01.2006 3x1 Gaúcho - Gaúcho - C
22.01.2006 4x3 Passo Fundo - Gaúcho - F (1)
25.01.2006 0x1 Ulbra - Gaúcho - F
31.01.2006 1x0 15 de Novembro - Gaúcho - C (1)
02.02.2006 1x1 Caxias - Gaúcho - F
05.02.2006 4x0 Passo Fundo - Gaúcho - C (1)
12.02.2006 0x0 15 de Novembro - Gaúcho - F
16.02.2006 1x1 Maracaibo VEN - Libertadores - F
23.02.2006 3x0 Nacional URU - Libertadores - C (1)
26.02.2006 4x1 São José - Gaúcho - C (1)
01.03.2006 2x1 Novo Hamburgo - Gaúcho - F (1)
04.03.2006 2x1 Caxias - Gaúcho - C
08.03.2006 2x1 Pumas MEX - Libertadores - F
22.03.2006 3x2 Pumas MEX - Libertadores - C (1)
01.04.2006 0x0 Grêmio - Gaúcho - F
04.04.2006 0x0 Nacional URU - Libertadores - F
09.04.2006 1x1 Grêmio - Gaúcho - C
18.04.2006 4x0 Maracaibo VEN - Libertadores - C (1)
23.04.2006 1x0 Santa Cruz - Brasileiro - C
27.04.2006 2x1 Nacional URU - Libertadores - F
30.04.2006 1x0 Flamengo - Brasileiro - C
03.05.2006 0x0 Nacional URU - Libertadores - C
07.05.2006 2x1 Atlético PR - Brasileiro - F
10.05.2006 1x2 LDU EQU - Libertadores - F
03.06.2006 3x2 Fluminense - Brasileiro - F
06.07.2006 0x1 Avaí - Amistoso - F
16.07.2006 0x2 Juventude - Brasileiro - F
30.07.2006 0x0 Grêmio - Brasileiro - C
06.08.2006 1x2 Santos - Brasileiro - F
09.08.2006 2x1 São Paulo - Libertadores - F
13.08.2006 2x1 Fortaleza - Brasileiro - F
16.08.2006 2x2 São Paulo - Libertadores - C
20.08.2006 1x1 Palmeiras - Brasileiro - C
02.09.2006 2x1 Flamengo - Brasileiro - F
10.09.2006 2x0 Atlético PR - Brasileiro - C
17.09.2006 0x2 São Paulo - Brasileiro - F
20.09.2006 0x1 Figueirense - Brasileiro - F
05.10.2006 1x2 Cruzeiro - Brasileiro - F
15.10.2006 2x0 Fluminense - Brasileiro - C (1)
26.10.2006 1x0 Juventude - Brasileiro - C
02.11.2006 1x0 Botafogo - Brasileiro - F
19.11.2006 0x1 Paraná - Brasileiro - F
02.02.2007 4x2 Esportivo - Amistoso - F
10.02.2007 0x0 Guarany BA - Gaúcho - N (Cidreira)
17.02.2007 1x0 Gaúcho - Gaúcho - F
21.02.2007 1x3 Nacional URU - Libertadores - F
04.03.2007 2x1 Novo Hamburgo - Gaúcho - F
10.03.2007 1x1 Santa Cruz - Gaúcho - C
14.03.2007 0x3 Vélez Sarsfield ARG - Libertadores - F
31.03.2007 1x0 Gaúcho - Gaúcho - C
04.04.2007 1x2 Veranópolis - Gaúcho - F
10.04.2007 2x1 Emelec EQU - Libertadores - F
19.04.2007 1x0 Nacional URU - Libertadores - C

Resumo:
62 partidas
32 vitórias
15 empates
15 derrotas
9 gols marcados
Campeão Mundial em 2006 (sem jogar)
Campeão da Taça Libertadores em 2006