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quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

O Internacional antifascista: quatro momentos da história do clube em apoio às forças que lutavam contra o nazi-fascismo


Entre 1939 e 1945 o mundo sofreu com as agressões nazistas e os horrores da Segunda Guerra Mundial, o conflito que mais mortes causou na história da humanidade.

O Brasil seria envolvido diretamente no conflito a partir de 1942, enviando tropas para combater na Itália a partir de 1944.

A luta contra o nazi-fascismo alcançou vários setores da sociedade brasileira, inclusive o esporte. E no futebol o Internacional deu sua contribuição, em quatro partidas.

04/10/1942
Internacional 3x0 Combinado de Porto Alegre
Em 22 de agosto de 1942 o Brasil declarou guerra à Alemanha e à Itália. Havia o temor de possíveis retaliações nazistas, em um momento em que as forças do Eixo ainda tinham a ofensiva do conflito. O grande temor eram os ataques aéreos, embora na prática esse risco fosse inexistente para o Brasil, na época (e continuaria assim durante todo o conflito). As emissoras de rádio Gaúcha, Difusora e Farroupilha, e jornais Correio do Povo e Folha da Tarde decidiram promover um amistoso para arrecadar fundos para a construção de abrigos anti-aéreos em Porto Alegre. As equipes escolhidas para a partida foram o Internacional, tricampeão da cidade, e um combinado da capital, que também ficou conhecido como "Combinado dos Cinco", por ser formado por jogadores do Grêmio, Cruzeiro, Força e Luz, Nacional e São José (embora só tenham atuado atletas dos três primeiros). A partida foi disputada nos Eucaliptos. Na preliminar o Ginásio Cruzeiro do Sul venceu o Ginásio Nossa Senhora das Dores por 3x0. No jogo de fundo o Colorado bateu o Combinado da cidade por 3x0, três gols de Carlitos.

28/05/1944
Internacional 7x3 Grêmio
Em maio de 1944 os preparativos para o embarque da Força Expedicionária Brasileira rumo à Europa estavam sendo finalizados (a FEB embarcaria em direção à Itália em 30 de junho). No dia 28 de maio foi realizado um Gre-Nal amistoso na Baixada, para marcar a inauguração da nova bandeira do Grêmio e em homenagem à Força Expedicionária Brasileira. O Internacional abriu vantagem com gols de Tesourinha e Rui, porém o Grêmio descontou ainda no 1º tempo, com Ivo Aguiar. Mas logo aos 2' do 2º tempo Volpi ampliou para 3x1, e aos 6' Rui marcou o 4 gol colorado. Vinícius descontou para o Grêmio, Volpi ampliou para o Internacional, Bentevi voltou a descontar, mas Volpi e Assis fecharam a goleada por 7x3 sobre o rival.

13/05/1945
Internacional 2x0 Cruzeiro
Em 8 de maio de 1945 a Alemanha se rendeu aos aliados ocidentais e no dia seguinte à União Soviética. Embora até pelo menos o dia 15 de maio forças nazistas continuaram resistindo em alguns pontos da Europa, o dia 8 passou a ser considerado o dia da vitória. No dia 13 o Internacional enfrentava o Cruzeiro, na Montanha, pelo campeonato municipal. Era a primeira partida do clube depois da vitória aliada. Antes do início da partida, os atletas das duas equipes entraram em campo com bandeiras do Brasil, Inglaterra, Estados Unidos e União Soviética, e várias flâmulas do Brasil, em comemoração da vitória dos Aliados na II Guerra Mundial. Após receberem calorosos aplausos da torcida, foi observado um minuto de silêncio em homenagem aos mortos na guerra. Com a bola rolando, o Internacional venceu com gols de Carlitos e Rui.

27/05/1945
Internacional 8x0 Força e Luz
O Colorado enfrentaria o Força e Luz, pelo campeonato municipal, na Timbaúva. Por iniciativa do Internacional, antes da partida os atletas dos dois clubes entraram no gramado, acompanhados de uma banda, e percorreram o campo recolhendo doações dos torcedores para a construção de um Monumento aos Expedicionários. Depois, com a bola rolando, Carlitos (2), Adãozinho (2), Tesourinha e Rui construíram a goleada colorada.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

Jogadores do passado: Valtinho


Walter Lucca Latéri, o Valtinho, nasceu em São Paulo (SP), em 24 de janeiro de 1956.

Ponteiro-direito, profissionalizou-se em 1974, atuando pelo São Paulo. Fez parte do grupo campeão brasileiro em 1977. Após uma lesão, perdeu espaço no clube e foi emprestado ao Coritiba em 1979. No 1º semestre de 1980 foi novamente emprestado ao futebol paranaense, para jogar no Colorado.

Em 10 de agosto de 1980 o Internacional contratou Valtinho por empréstimo. Sua estreia ocorreu na excursão à Europa, Ásia e África. No dia 23 de outubro de 1980 o Internacional enfrentou o MAS, campeão marroquino, pela 1ª fase do Torneio Mohammed V. O Internacioal venceu por 7x0 e Valtinho entrou no time durante o jogo, substituindo Chico Espina. No dia seguinte o adversário foi o Atlético de Madrid, na final do torneio. Após o empate em 1x1 a decisão foi para os pênaltis. Valtinho errou a última cobrança colorada, que deu o título à equipe espanhola. Na excursão ainda jogaria como titular contra a Seleção do Catar (1x1) e a Roma (2x2).

No campeonato gaúcho, Valtinho assumiu a titularidade da ponta direita, marcando gols contra Guarany de Bagé, Bagé e São Paulo de Rio Grande. Com a renovação de contrato de Jair, que havia ficado quase dois meses fora do time, Valtinho perdeu espaço. Ênio Andrade optou por jogar com quatro atletas no meio-campo, Batista, Cléo, Barbiéri e Jair, formando o ataque com Jones e Mário Sérgio. Mesmo assim, jogou o Gre-Nal decisivo, em 23 de novembro, como titular. O Internacional precisava da vitória para ser campeão, mas a partida terminou 0x0.

No final da temporada o Internacional não contratou Valtinho, que retornou ao São Paulo, onde jogaria em 1981. Em 1982 ele jogaria no XV de Novembro de Jaú. No mesmo ano se transferiu para o São Bento, onde jogaria até 1985, ano em que encerrou a carreira.

Seus números no Internacional:
20 partidas
11 vitórias
7 empates
2 derrotas
3 gols marcados

quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Melhoral dos Cracks 1948: Tesourinha


Na década de 1940, a empresa Sidney Ross, que produzia o analgésico Melhoral no Brasil, começou a investir na divulgação do medicamento. Patrocinava programas na rádio Tupi, como o Espetáculo Melhoral e a Dupla Melhoral, e também a produção de radionovelas.

Em 1947 a empresa decidiu investir no esporte mais popular do país, o futebol. Assim surgiu o prêmio Melhoral dos Cracks. Os torcedores de todo o país enviaram embalagens de Melhoral com o nome do jogador que consideravam o melhor do país. O concurso foi lançado em 2 de dezembro de 1947, com duração até 2 de janeiro de 1948. Os votos eram enviados pelo correio para as rádios Nacional, Tupi e Tamoio, do Rio de Janeiro, ou depositados em urnas espalhadas pela Cidade Maravilhosa.

Essa primeira versão teve curta duração e um prêmio acanhado: 5 mil cruzeiros para o jogador mais votado. Ficando concentrada quase exclusivamente no Rio de Janeiro, o centromédio Danilo, do Vasco da Gama, foi eleito o "Melhoral dos Cracks" de 1947.

Mas em 19 de maio de 1948 foi anunciada a 2ª edição do prêmio Melhoral dos Cracks, prometendo a distribuição de 1 milhão de cruzeiros em prêmios. Para o vencedor, um apartamento na rua Haddock Lobo, na Tijuca, no valor de 215 mil cruzeiros.



O concurso mobilizou tanta gente que surgiu um comércio paralelo de embalagens vazias de Melhoral, com vendas anunciadas na imprensa carioca.

Tesourinha recebeu o apoio em massa da torcida colorada. Também torcedores de outros estados e até mesmo alguns gremistas votaram em Tesourinha. Votos chegando de Rivera, no Uruguai, também escolheram o ponteiro-direito do Internacional como o melhor jogador do país.

No dia 19 de janeiro de 1949 foi divulgado o resultado final. Os cinco primeiros receberam prêmios. Os principais votados foram:

1º Tesourinha (Internacional) - 3.830.840 votos
2º Danilo (Vasco da Gama) - 3.388.968
3º Orlando (Fluminense) - 2.668.533
4º Cláudio (Palmeiras) - 1.254.257
5º Gringo (Flamengo) - 1.181.121
6º Ruy (São Paulo) - 650.756
7º Touguinha (Grêmio) - 615.113
8º Oberdan (Palmeiras) - 547.720
9º Carlyle (Atlético MG) - 213.025
10º Lima (América RJ) - 111.804
11º Ademir (Vasco da Gama) - 99.365
12º Túlio (Palmeiras) - 79.619
13º Jair (Flamengo) - 54.986
14º Esquerdinha (Olaria) - 54.168
15º Joel (São Cristóvão) - 47.379
16º Júlio Petersen (Grêmio) - 41.333
17º Zizinho (Flamengo) - 38.526
18º Quida (Riograndense RG) - 28.803
19º Clarel (Grêmio) - 26.003

Em 1950 foi realizada uma terceira edição do concurso, restrita ao Rio de Janeiro e com premiações bem mais modestas. A votação encerraria em 31 de dezembro de 1950, mas o vencedor não foi divulgado na imprensa.

Jogadores do passado: Baron


Marcelo Baron Polanczyk nasceu em 19 de janeiro de 1974, em Santa Rosa (RS).

Atuando de centroavante, foi revelado pelas categorias de base do Internacional. Ele estreou no time principal em 6 de dezembro de 1992. Pelo campeonato gaúcho o Internacional enfrentou o Glória, em Vacaria. A partida terminou 1x1 e Baron entrou no time, substituindo Nando. Seria sua única partida no ano, pelo time principal. Dias antes, em 28 de novembro de 1992 o Internacional derrotou o Grêmio por 1x0, no Olímpico, na decisão do campeonato gaúcho de juniores. Baron fez o gol do título.

Em 1993 Baron voltou a ganhar uma oportunidade em 18 de fevereiro, em amistoso com o Lajeadense, mais um empate em 1x1. Sua grande chance, porém, viria em 26 de março. O técnico Ênio Andrade o colocou como titular contra o Atlético Nacional, em Medellin, pela Taça Libertadores da América. A partida terminou 0x0. Ênio o manteria como titular na Copa do Brasil e Baron marcaria seu primeiro gol na vitória de 9x1 sobre o Ji-Paraná. Também marcaria um gol na vitória de 9x1 sobre o Combinado Montenegro-Taquarense. Em seguida, porém, foi para o banco de reservas. No campeonato gaúcho ainda receberia duas oportunidades, em ambos os casos entrando no time durante a partida. Seu último jogo ocorreu em 21 de julho, vitória por 3x1 sobre o Santanense, no Beira-Rio. Baron substituiu Demétrios.

Baron passaria o resto da temporada atuando pelo time B, na Copa Rio Grande do Sul.

Em 1994 Baron foi negociado com a Chapecoense. Voltou ao Rio Grande do Sul em 1995, para jogar pelo Santa Cruz. Em 1996 teve sua primeira experiência no Japão, atuando pelo Ventforet Kofu. Retornou ao Brasil em 1997, tendo uma grande temporada no Sampaio Correa, onde foi campeão estadual e brasileiro da Série C. No campeonato brasileiro da Série C baron foi o artilheiro, com 9 gols marcados. A essa altura já era conhecido como Marcelo Baron.

Em 1998 Baron começou o ano no Rubio Ñú, do Paraguai. Mas ainda em 1998 voltou ao Ventforet Kofu, começando uma longa temporada no futebol japonês, onde jogou também no JEF United (1999/2000), Shimizu S-Pulse (2001/2002), Cerezo Osaka JAP, novamente no Ventforet Kofu (2004), Kashima Antlers (2004), Vegalta Sendai (2005), Vissel Kobe (2006) e Avispa Fukuoka (2006). Foi campeão da Copa do Imperador em 2001 e da Supercopa do Japão em 2001 e 2002. Disputou 332 partidas oficiais no Japão, marcando 168 gols.

Em 2007 Baron retornou ao Brasil e ainda jogou pelo América de São José do Rio Preto, encerrando a carreira logo em seguida.

Seus números pelo Internacional:
13 partidas
7 vitórias
4 empates
2 derrotas
2 gols marcados
Campeão gaúcho em 1992

segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Jogadores do passado: Jonílson


Jonílson Mendes Costa nasceu em Goiânia (GO), em 17 de janeiro de 1970.

O zagueiro Jonílson começou a carreira profissional no Goiânia, em 1989. Em 1992 Jonílson foi jogar no Anapolina. Em 1994 Jonílson defendeu o Vila Nova.

Em 1995 Jonílson disputou o campeonato paulista pelo Araçatuba. Ao final da 1ª fase do Paulistão, com o Araçatuba eliminado, o Internacional buscou no clube dois ex-atletas colorados, o volante Márcio e o atacante Mazinho Loyola, e mais o zagueiro Jonílson.

Jonílson estreou no Internacional em 9 de julho de 1995. O Colorado perdeu por 2x0 para o Juventude, no Beira-Rio, pelo campeonato gaúcho. Jonílson formou a zaga com Argel e o resultado derrubou o técnico Cláudio Duarte.

Jonílson foi titular nas outras sete partidas do Gauchão, já treinado por Abel Braga. O Internacional perdeu o título para o Grêmio, em dois clássicos (1x1 e 1x2). Também foi titular nas seis primeiras partidas do campeonato brasileiro, ao lado de Argel. Mas com a chegada de Gamarra ele foi para o banco, porém ficaria apenas duas partidas fora. Em seguida teve uma sequência de oito jogos atuando ao lado de Gamarra.

Com a volta de Argel à zaga, as duas últimas partidas de Jonílson pelo Internacional ocorreram com ele saindo do banco para ingressar na equipe: em 22 de novembro (2x2 Paraná) Jonílson saiu do banco para substituir o atacante Wagner, e em 26 de novembro (2x2 Bragantino) ele entrou no time no lugar de Gamarra. No final da temporada Jonílson se transferiu para o Rio Branco de Americana.

Jonílson ainda jogaria no Botafogo SP (1998), Francana (1999) e Araçatuba (2001), onde encerrou a carreira.

Seus números no Internacional:
24 partidas
10 vitórias
7 empates
7 derrotas

Jogadores do passado: Tite


Teodomiro Aparecido Padilha nasceu em 16 de janeiro de 1940, em Bocaína (SP).

No futebol Teodomiro ficaria conhecido como Tite.

Tite tem uma história pouco conhecida. Em janeiro de 1962 apareceu em Porto Alegre, para fazer testes no Internacional. Após alguns treinos, o técnico Carlos Froner aconselhou sua contratação. Em 20 de janeiro de 1962 Tite assinou um "contrato de curto prazo", para ser melhor avaliado e poder atuar em jogos oficiais.

Apesar do contrato, a estreia de Tite ocorreria apenas em 3 de março de 1962. Nesse dia, em Criciúma, o Internacional venceu o Metropol por 5x1, em partida válida pelo Campeonato Sul-Brasileiro. Seu primeiro gol ocorreu em 18 de abril. O Internacional bateu o São José por 6x1, em amistoso, e Tite marcou o segundo gol colorado.

Tite participou da excursão colorada à Argentina, em maio de 1962. No retorno, em 10 de junho, o Colorado bateu o Montenegro por 9x2 e Tite fez dois gols.

Coube a Tite marcar o primeiro gol colorado em uma competição nacional oficial. Pela Taça Brasil, em 22 de setembro de 1962, o Internacional enfrentou o Metropol, campeão catarinense, em Criciúma. O Metropol saiu na frente, mas aos 2' do 2º tempo Tite empatou o jogo. O Colorado venceu por 3x2.

O jogo da volta, em 25 de setembro, seria o último de Tite pelo Internacional. O Colorado venceu por 3x2, passando à fase seguinte da Taça Brasil.

Não há informações na imprensa da época sobre qual o destino de Tite. Provavelmente voltou ao futebol do interior paulista. Terminou seus dias em Avaré, cidade onde treinou a Associação Atlética Avaerense e o São Paulo de Avaré.

Tite faleceu em 14 de dezembro de 2021, em Avaré.

Seus números no Internacional:
18 partidas
10 vitórias
3 empates
5 derrotas
4 gols marcados

Suas vítimas
2 gols
Montenegro
1 gol
São José e Metropol

domingo, 16 de janeiro de 2022

Jogadores do passado: Ezequiel


Ezequiel Carneiro nasceu em Cruz Alta, em 10 de abril de 1935, filho de Antônio Carneiro e Horizontina Carneiro. Seu pai era militar e servia, na época, em Cruz Alta. Quando Ezequiel tinha um ano de idade, a família Carneiro mudou-se para Cachoeira do Sul. E em 1945 a família chegava a Porto Alegre, em mais uma das transferências de guarnição de Antônio.

Em Porto Alegre, Ezequiel foi estudar na Escola Presidente Roosevelt, na avenida Getúlio Vargas. Estudava de manhã e à tarde ia jogar bola na Redenção. Aos 13 anos ele começou a jogar no Atlanta, clube que tinha um campo próximo ao arroio Dilúvio, atuando de meia esquerda. Em seguida foi para o Marcelino, clube da Praça Cônego Marcelino. Em 1949 foi campeão juvenil da cidade, defendendo o Marcelino. O clube disputava o Campeonato da 2ª Categoria, que reunia clubes menores da cidade. Ao mesmo tempo, estudava no Colégio Anchieta e depois no Rosário. Seu pai queria que Ezequiel fosse contador.

No início de 1951 seu irmão Antônio, apaixonado torcedor do Internacional, levou Ezequiel para treinar no Colorado. O técnico Alfeu Costa o avaliou e aprovou. Em 1952, atuando de meia-esquerda, Ezequiel foi campeão municipal juvenil. Em 1954, já atuando de lateral-esquerdo, foi novamente campeão municipal. Nessa época já recebia 750 cruzeiros mensais.

Em 1955 Ezequiel assinou seu primeiro contrato como profissional, passando a receber 3 mil cruzeiros mensais. Seu pai foi ferrenho opositor de que ele seguisse a carreira de jogador, e Ezequiel decidiu morar nos Eucaliptos, para fugir às broncas paternas. Sua etsreia no time principal ocorreu em 19 de março de 1955. O Internacional enfrentou o Força e Luz, na Timbaúva, e venceu por 4x3. Era um amistoso e Ezequiel jogou de zagueiro, sendo depois substituído por Lindoberto.

Ezequiel subiu para ser o reserva de Oreco na lateral-esquerda. Mas com a venda de Salvador, Teté, o técnico colorado, colocou Oreco de centromédio e Ezequiel assumiu a titularidade. Mas logo Odorico foi deslocado para centromédio e Oreco voltou à esquerda, indo Ezequiel para a equipe de aspirantes. Mesmo assim, jogou as duas primeiras partidas do campeonato metropolitano, que acabaria vencido pelo Internacional.

No início de 1956, com os principais jogadores colorados na Seleção Brasileira que disputava o Campeonato Pan-Americano no México, Ezequiel disputou o Torneio da ACEPA e vários amistosos. Mas com o retorno dos jogadores do México, Ezequiel novamente voltou aos aspirantes.

Em 1957 Oreco foi negociado com o Corinthians. Mas Ezequiel, seu substituto natural, estava suspenso, por ter chutado um juiz em uma partida de aspirantes. Assim Paulistinha, contratado junto ao Renner, ganhou o posto. Quase no final da temporada Paulistinha decidiu encerrar a carreira, mas foi Joel, vindo do Caxias de Joinville, quem herdou a posição. Ainda em 1957, Ezequiel casou com a excelente cantora porto-alegrense Lourdes Rodrigues, a famosa "Dama da Noite", uma das melhores intérpretes Lupicínio Rodrigues.

Em 1958 Ezequiel finalmente assumiu a titularidade, com o técnico Martim Francisco. Mas em junho o técnico trocou o Internacional pelo futebol espanhol e o novo técnico, Luiz Engelke, optou por Barradas, jogador vindo do Bagé. Mas na reta final da temporada, em novembro, Ezequiel voltou ao time titular.

Ezequiel começou como titular na temporada de 1959, com Sylvio Pirillo de técnico. Mas no final de fevereiro o técnico optou por Ney, contratado junto ao Botafogo. Em julho, já com Selviro Rodrigues de técnico, Ezequiel voltou ao time titular, mantendo a poisção até março de 1960. No início da temporada de 1960 o técnico Teté decidiu optar por uma formação com Zangão, Louro, Osmar, Gago e Barradas.

Em dezembro de 1960 Ezequiel voltou ao time titular e manteve a posição até janeiro de 1962. Foi o lateral-esquerdo titular do Internacional campeão do primeiro campeonato gaúcho unificado. Em 1962, com a chegada de um novo técnico, Carlos Froner, Ezequiel perdeu a posição. Mas em abril, ainda com Froner de técnico, Ezequiel voltou á titularidade, que manteve até o fim da temporada, sendo titular no campeonato gaúcho e na Taça Brasil, onde teve que marcar Garrincha em três partidas.

No início de 1963 Ezequiel pediu para ser liberado. A direção colorada aceitou o pedido e Ezequiel começou a buscar novos rumos. Após quase se transferir para o futebol argentino, acabou acertando-se com a Ferroviária de Araraquara. A seguir ele jogaria no São José (1964), Metropol (1964) e Rio Grande (1965/1967), quando encerrou a carreira.

Ezequiel faleceu em 27 de junho de 1981, aos 41 anos, em um acidente automobilístico.

Seus números no Internacional:
213 partidas
135 vitórias
39 empates
39 derrotas
2 gols marcados
Campeão Gaúcho em 1961
Campeão Metropolitano em 1955
Campeão Municipal Juvenil em 1952 e 1954

Suas vítimas:
1 gol
Cruzeiro e Torrense


sábado, 15 de janeiro de 2022

Jogadores do passado: Boris


Bernardo Gerchmann nasceu em Porto Alegre (RS), em 15 de janeiro de 1924.

No futebol, o ponteiro-direito Bernardo ficoi conhecido pelo apelido de Boris. Revelado pelas categorias de base do Internacional, estreou no time principal em 9 de abril de 1944. O Internacional enfrentou o Força e Luz na Timbaúva, pelo campeonato municipal. Tesourinha não pode jogar e Boris foi a campo. O Colorado venceu por 5x3 e Boris marcou um gol.

Boris voltaria a campo em 28 de maio, contra o Grêmio, em um amistoso realizado para a inauguração da bandeira do Grêmio, e em homenagem à Força Expedicionária Brasileira. Carlitos não pode jogar, lesionado. O Internacional venceu por 7x3. A lesão de Carlitos possibilitaria Boris a atuar em mais três partidas do campeonato municipal: Nacional (3x1), São José (4x1) e Força e Luz (5x1), marcando um gol nesse último jogo.

Sem espaço no Internacional, que contava com Tesourinha e Carlitos em suas pontas, na temporada de 1945 Boris foi jogar no Nacional. Mas no final de 1946 Boris voltou ao Internacional. Na temporada de 1947, embora tenha jogado principalmente no 2º quadro, também jogou na equipe principal, tanto no Torneio Extra quanto no campeonato municipal. Em 31 de agosto de 1947 o Internacional enfrentou o Cruzeiro, na Montanha. Logo aos 40 segundo de jogo, Tesourinha atrasou uma bola para Viana, que lançou Boris, na ponta-direita. O atacante antecipou-se a Clóvis e chutou forte, no canto oposto, sem chances para o goleiro Borracha. Foi o primeiro gol da vitória colorada por 6x0.

Boris foi campeão gaúcho de amadores em 1947. O Internacional utilizou sua equipe de 2ºs quadros no campeonato. Em 1948 Boris jogou algumas partidas pelo Torneio Extra, mas em agosto transferiu-se para o Cruzeiro.

Em 1949 Boris retornou ao Internacional, jogando principalmente no 2º quadro. Na equipe principal, Boris jogou uma partida pelo Torneio Extra e oito amistosos. Seu último jogo ocorreu em 17 de julho de 1949, na vitória de 2x1 sobre o Cruzeiro, em um amistoso em comemoração ao aniversário do Cruzeiro. Boris começou no banco e substituiu Tesourinha. Em 1950 Boris foi jogar no Lajeadense, onde encerrou a carreira em 1951.

Seus números no Internacional:
31 partidas
24 vitórias
4 empates
3 derrotas
4 gols marcados
Campeão municipal em 1944 e 1947
Campeão municipal de 2º quadro em 1947 e 1949
Campeão estadual de amadores em 1947

Suas vítimas:
2 gols
Força e Luz
1 gol
Cruzeiro e Renner



sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

Jogadores do passado: Roberto Lampião


Roberto Almeida do Nascimento nasceu em Olinda (PE) em 14 de janeiro de 1959.

Roberto começou a jogar futebol profissionalmente no Sport, em 1977. Era centroavante. No mesmo ano foi emprestado ao Rio Ave, de Portugal. Voltou ao Sport em 1978, para ser novamente emprestado ao futebol português, dessa vez ao Marítimo. De volta ao Sport em 1979, foi campeão estadual em 1980 e 1981. Suas boas atuações e gols renderam uma convocação para a seleção brasileira em 1981. Sob o comando de Telê Santana, jogou contra o Chile (0x0) e Combinado Irlandês (6x0), onde marcou um gol.

Após o campeonato brasileiro de 1982, o Internacional decidiu contratá-lo. Roberto foi contratado em 30 de abril de 1982, trocado por Betão, Jones e Paulo Omar, mais 75 milhões de cruzeiros. Logo na chegada o frio gaúcho foi apresentado como um problema pela imprensa, mas o jogador respondeu comparando com a época em que jogou em Portugal: "lá fazia mais frio que aqui e me dei bem".

Centroavante trombador, de força, recebeu o apelido de Roberto Lampião, ao chegar com a fama de melhor atacante do Nordeste. No resto do país ficaria conhecido como Roberto Coração de Leão.

Sua estreia ocorreu em 9 de maio de 1982. Pelo Torneio dos Campeões o Internacional enfrentou o Bahia, no Beira-Rio. Roberto entrou durante a partida, substituindo Sapuca. O Colorado venceu por 2x0. No jogo seguinte, um amistoso com o São Bento, Roberto começou como titular e marcou seu primeiro gol, na vitória por 2x1.

Roberto havia sido contratado com a expectativa de que repetisse no Colorado os muitos gols que marcava no Sport. Mas apesar de marcar alguns gols, Roberto não conseguia confirmar a expectativa. Para piorar, no dia 26 de julho, em Rio Grande, Roberto fraturou a perna em uma partida contra o São Paulo, ao dividir a bola com o goleiro Claudinho.

O centroavante voltou a jogar apenas em 5 de dezembro de 1982, em um amistoso contra o Cascavel. Mas Roberto já estava no banco no Gre-Nal decisivo de 28 de novembro, quando o Internacional venceu por 2x0 e conquistou o bicampeonato.

Em 1983 Roberto atuou na maioria das partidas do campeonato brasileiro, as vezes como titular, as vezes como reserva, entrando no time durante a partida. Mesmo assim, marcou um único gol, contra o Brasília. Sua grande atuação foi em um amistoso contra o Figueirense. O Colorado venceu por 4x3 e Roberto marcou três gols. Seu último jogo pelo Internacional ocorreu em 20 de abril de 1983, vitória colorada de 1x0 sobre o Cruzeiro de Santiago.

Pouco depois do campeonato brasileiro, Roberto foi negociado com o Guarani (1983/1984), onde atuaria ao lado do meia Neto e do zagueiro Júlio César. Em seguida, jogou no Santa Cruz (1984), Grêmio Maringá (1985), Remo (1986), Confiança (1987), Itumbiara (1987), Rio Ave POR (1987/1988), Portimonense POR (1988/1989), Grêmio Maringá (1989), Itumbiara (1989/1990), Porto PE (1990), Remo (1991) e Itumbiara (1992), jogando alinda alguns meses no Central de Caruaru, onde encerrou a carreira.

Seus números no Internacional:
30 partidas
17 vitórias
5 empates
8 derrotas
10 gols marcados
Campeão gaúcho em 1982

Suas vítimas:
3 gols
Figueirense
2 gols
Brasil de Pelotas
1 gol
Aimoré, Brasília, São Bento, Sampaio Correa e Bahia

quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Jogadores do passado: Sérgio Lopes


Sérgio Gonçalves Lopes nasceu em Osasco (SP) em 11 de janeiro de 1941.

Sérgio Lopes começou a jogar nas categorias de base do São Paulo, em 1957.

Em 1961 o Internacional foi buscá-lo nos juvenis do São Paulo, por empréstimo. Sua estreia ocorreu em 11 de maio de 1961. Em Taquara o Internacional enfrentou o Taquarense e perdeu por 4x3. Dias antes a equipe do interior havia vencido o São José por 5x2. No dia 14, seu segundo jogo foi mais assustador. O Internacional enfrentou o Floriano, em Novo Hamburgo, em um amistoso que teria toda a renda revertida ao Floriano, como parte do pagamento do passe de Sapiranga. O Internacional perdeu por 5x0. E como a renda não atingiu a cota fixa de Cr$ 350 mil, o Internacional teve que pagar a diferença.

Mas apesar dos resultados ruins, imediatamente Sérgio Lopes tomou conta da posição de centromédio. Jogador inteligente, foi apelidado de "Fita Métrica", graças a seus passes certeiros.

Na estreia do campeonato gaúcho de 1961, no dia 6 de junho, o Internacional goleou o Juventude por 6x1. Sérgio Lopes marcou o segundo gol colorado (seu primeiro gol pelo clube), chutando da meia lua, e fez a assistência para o quinto gol.

No terceiro jogo do campeonato, contra o Farroupilha, nos Eucaliptos, logo no 1º minuto de jogo Gilberto Andrade cobrou escanteio e Sérgio Lopes cabeceou no ângulo, abrindo o placar. O jogo terminaria 1x1.

Após duas vitórias consecutivas, o Internacional enfrentou o Aimoré, no Cristo Rei. Aos 15' do 2º tempo Sérgio Lopes chutou de fora da área, a bola desviou em Toruca e enganou o goleiro Alberto. Era o 2º e último gol do jogo. O Colorado venceu por 2x0.

O Internacional continuava acumulando vitórias no campeonato gaúcho. No dia 30 de julho, nos Eucaliptos, o Cruzeiro resistia até os 40' do 2º tempo. Nesse momento Sérgio Lopes lançou Sapiranga, que avançou tabelando com Alfeu e Gilberto Andrade. Após confusão na área, Picasso defendeu parcialmente um chute e Telmo aproveitou o rebote para marcar. Internacional 1x0.

Em 10 de setembro o Internacional bateu o Grêmio por 2x1, no Olímpico, com boa atuação de Sérgio Lopes. Mas o desempenho do jogador começou a cair, levando Sérgio Lopes a ser substituído na partida contra o São José (6x1), em 8 de outubro. Frazão, que entrou em seu lugar, começou como titular a partida seguinte, contra o Juventude (0x2), mas foi substituído por Sérgio Lopes, que retomou a posição. No dia 29 de outubro, no Santa Rosa, Sérgio Lopes evitou a derrota colorada ao marcar o gol de empate com o Floriano (1x1). Mas depois dessa partida perdeu a titularidade, ficando de fora dos jogos contra Cruzeiro (3x1), Farroupilha (2x0), Flamengo (1x0), Riograndense RG (7x1) e do jogo do título, contra o Pelotas (2x1). Voltou ao time no Gre-Nal que não valia mais nada e o Grêmio venceu por 3x2.

Sérgio Lopes começou a temporada de 1962 como titular, no Campeonato Sul-Brasileiro, inclusive marcando o gol colorado no Gre-Nal do 1º turno, que terminou 1x1. Também marcaria contra o Metropol (5x1), em Criciúma. Nos amistosos antes do campeonato estadual, marcou um gol contra o Fluminense (1x2).

No campeonato estadual foi um dos principais jogadores colorados. Em 1º de julho, contra o Juventude, no Alfredo Jaconi, Sérgio Lopes garantiu a vitória colorada, mesmo com um jogador a menos, ao marcar o único gol do jogo aos 39' do 2º tempo. Voltaria a marcar no dia 22 de julho, contra o Aimoré (2x0), e em 6 de outubro, contra o Juventude (6x3). Também foi destaque nos jogos da Taça Brasil, contra Metropol (SC) e Cruzeiro (MG).

Entretanto, o jogador estava descontente.  O atleta alegava não ter se adaptado ao clima gaúcho, e portanto queria retornar para São Paulo. Outras informações diziam que sua esposa é que não havia se adaptado ao clima gaúcho. De qualquer forma, em 31 de outubro de 1962 o jogador rescindiu o contrato com o Internacional, retornando ao São Paulo. Sua última partida ocorreu em 21 de outubro, quando o Internacional venceu o Cruzeiro por 2x1 e classificou-se para a semifinal da Taça Brasil.

A saída de Sérgio Lopes desandou o time do Internacional. O Colorado foi eliminado pelo Botafogo na semifinal da Taça Brasil e, depois de perder três partidas consecutivas, deixou escapar o título praticamente ganho do Gauchão de 1962.

Na imprensa gaúcha já circulavam boatos de que Sérgio Lopes estaria acertado com o Grêmio, quando o atleta saiu do Internacional. Mas ele passaria a temporada de 1963 em São Paulo. Somente em 1964 foi contratado pelo Grêmio. Jogaria no Tricolor até 1970. Depois atuaria no Atlético PR (1971), Portuguesa de Desportos (1972), Atlético PR (1973), Sampaio Correa (1974) e Figueirense (1975/1976), onde encerrou a carreira.

Seus números no Internacional:
73 partidas
43 vitórias
17 empates
13 derrotas
13 gols marcados
Campeão gaúcho em 1961

Suas vítimas:
3 gols
Juventude
2 gols
Aimoré, Farroupilha e Comerciário
1 gol
Grêmio, Floriano, Metropol e Fluminense

O recorde colorado - 73 partidas oficiais consecutivas marcando gols.


O recorde mundial de partidas consecutivas, válidas por competições, marcando gols, é do River Plate, 96 jogos entre 1936 e 1939.

Recentemente o Bayern de Munique chegou a 85 jogos consecutivos marcando gols, entre 2020 e 2021. Na época, em uma visão eurocentrista, noticiou-se que o clube alemão havia quebrado o recorde do Real Madrid, que entre 2016 e 2017 marcou gols em 73 partidas consecutivas.

Além da marca do River Plate, a imprensa brasileira registrou que o Santos marcou gols em 73 partidas consecutivas, entre 1961 e 1963.

Mas o que ninguém citou, por desconhecimento, é que o Internacional também tem a marca de 73 partidas consecutivas marcando gols, obtida entre 1937 e 1942.

Em 25 de abril de 1937, na abertura do campeonato, o Internacional perdeu para o Força e Luz por 2x0. Depois seriam 73 partidas consecutivas marcando gols. Eis a sequência colorada:

09.05.1937 8x1 Porto Alegre - Campeonato Municipal
30.05.1937 4x1 São José - Campeonato Municipal
11.07.1937 5x2 Força e Luz - Campeonato Municipal
29.08.1937 2x3 Cruzeiro - Campeonato Municipal
24.10.1937 2x3 São José - Campeonato Municipal
31.10.1937 1x2 Grêmio - Campeonato Municipal
07.11.1937 6x2 Força e Luz - Campeonato Municipal
15.11.1937 4x5 Cruzeiro - Campeonato Municipal
02.12.1937 3x4 São José - Campeonato Municipal
12.12.1937 3x4 Grêmio - Campeonato Municipal
17.04.1938 4x0 Força e Luz - Campeonato Municipal
08.05.1938 1x3 Grêmio - Campeonato Municipal
26.06.1938 3x1 São José - Campeonato Municipal
10.07.1938 1x2 Cruzeiro - Campeonato Municipal
21.08.1938 1x3 Força e Luz - Campeonato Municipal
02.10.1938 3x4 Grêmio - Campeonato Municipal
13.11.1938 4x1 São José - Campeonato Municipal
11.12.1938 3x1 Cruzeiro - Campeonato Municipal
01.05.1939 9x3 Porto Alegre - Torneio Relâmpago
04.05.1939 4x2 Ferroviário - Torneio Relâmpago
28.05.1939 3x2 Grêmio - Torneio Relâmpago
11.06.1939 2x1 São José - Torneio Relâmpago
18.06.1939 5x4 Cruzeiro - Torneio Relâmpago
02.07.1939 8x0 Americano - Torneio Relâmpago
16.07.1939 7x0 Renner - Torneio Relâmpago
23.07.1939 2x4 Força e Luz - Torneio Relâmpago
06.08.1939 13x1 Sokol - Torneio Relâmpago
08.10.1939 2x3 Grêmio - Campeonato Municipal
22.10.1939 2x1 Cruzeiro - Campeonato Municipal
15.11.1939 3x3 Americano - Campeonato Municipal
10.12.1939 5x3 Força e Luz - Campeonato Municipal
04.01.1940 6x1 Grêmio - Campeonato Municipal
12.01.1940 1x3 Cruzeiro - Campeonato Municipal
20.10.1940 5x2 Americano - Campeonato Municipal
03.02.1940 8x2 Força e Luz - Campeonato Municipal
13.02.1940 2x4 Grêmio - Campeonato Municipal
14.04.1940 4x4 Cruzeiro - Campeonato Municipal
28.04.1940 3x2 Grêmio - Campeonato Municipal
19.05.1940 7x1 Força e Luz - Campeonato Municipal
02.06.1940 5x2 São José - Campeonato Municipal
23.06.1940 2x2 Cruzeiro - Campeonato Municipal
07.07.1940 2x5 Grêmio - Campeonato Municipal
04.08.1940 3x2 Força e Luz - Campeonato Municipal
18.08.1940 4x4 São José - Campeonato Municipal
29.09.1940 5x1 Cruzeiro - Campeonato Municipal
20.10.1940 4x3 Grêmio - Campeonato Municipal
30.10.1940 5x1 Força e Luz - Campeonato Municipal
03.11.1940 2x2 São José - Campeonato Municipal
10.11.1940 6x3 Juventude - Campeonato Gaúcho
15.11.1940 4x2 Riograndense SM - Campeonato Gaúcho
19.11.1940 4x1 Bagé - Campeonato Gaúcho
24.11.1940 2x1 Bagé - Campeonato Gaúcho
06.04.1941 6x1 Porto Alegre - Campeonato Municipal
01.06.1941 9x3 Cruzeiro - Campeonato Municipal
13.07.1941 2x2 Força e Luz - Campeonato Municipal
03.08.1941 2x2 São José - Campeonato Municipal
17.08.1941 3x0 Grêmio - Campeonato Municipal
31.08.1941 7x1 Porto Alegre - Campeonato Municipal
07.09.1941 2x0 Cruzeiro - Campeonato Municipal
21.09.1941 3x1 Força e Luz - Campeonato Municipal
12.10.1941 4x1 São José - Campeonato Municipal
19.10.1941 1x2 Grêmio - Campeonato Municipal
11.01.1942 1x1 Grêmio - Campeonato Municipal
15.01.1942 3x0 Força e Luz - Campeonato Municipal
20.01.1942 6x2 Novo Hamburgo - Campeonato Gaúcho
23.01.1942 7x1 Riograndense PF - Campeonato Gaúcho
28.01.1942 9x2 Rio Grande - Campeonato Gaúcho
01.02.1942 6x2 Rio Grande - Campeonato Gaúcho
12.04.1942 5x2 São José - Campeonato Municipal
19.04.1942 1x1 Grêmio - Campeonato Municipal
29.04.1942 6x0 Nacional - Campeonato Municipal
10.05.1942 7x1 Cruzeiro - Campeonato Municipal
07.06.1942 4x2 Força e Luz - Campeonato Municipal

No dia 28 de junho de 1942 o Internacional ficou no 0x0 com o São José. Após cinco anos, dois meses e três dias o Colorado voltava a disputar uma partida de campeonato sem marcar gol. 







terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Nossos títulos: Campeonato Municipal de 1941


O Internacional havia conquistado o título de 1940, após quatro anos de jejum.

Em 1941, a estreia no campeonato ocorreu em 6 de abril, contra o Porto Alegre, na Chácara das Camélias. Em relação ao time base do ano anterior, a equipe apresentava quatro mudanças. No gol, Rubem jogou, no lugar de Júlio. Na posição de centromédio, Brandão, que voltava do Força e Luz, foi titular no lugar de Magno, que estava se transferindo para o Cruzeiro. E de centroavante, estreava no time o argentino Villalba, no lugar de Marques, que foi jogar no Gaúcho de Passo Fundo. O time foi a campo com: Rubens; Alpheu e Borges; Assis, Brandão e Pedrinho; Tesourinha, Russinho, Villalba, Rui e Carlitos. O Internacional venceu por 6x1, com gols de Brandão (2), Rui, Villalba, Russinho e Tesourinha.

A segunda partida só ocorreria em 1º de junho, contra o Cruzeiro, nos Eucaliptos. O time tinha duas mudanças. Ávila, centromédio que veio do Pelotas, e Nickelagem, lateral-esquerdo que veio do Força e Luz, entraram no time, saindo Pedrinho e Villalba. Brandão atuou de centroavante. O Cruzeiro saiu vencendo a partida, logo a um minuto, mas aos 15' o Internacional já tinha virado o placar. No final, Colorado 9x3, com gols de  Carlitos (4), Brandão (3), Tesourinha e Russinho.

No dia 13 de julho o adversário era o Força e Luz, na Timbaúva. O veterano titular Risada voltou á zaga, no lugar de Borges, e Villalba voltou ao comando do ataque, no lugar de Brandão. O gramado estava sem condições, devido às chuvas que caíram na cidade, mas o juiz Alfredo Cesaro decidiu autorizar a partida. O Colorado esteve duas vezes atrás no placar, mas conseguiu o empate em 2x2, com gols de Villalba e Rui.

Em 3 de agosto de 1941 o adversário era o São José, no Passo da Areia. Borges e Brandão voltaram ao time, com a saída de Risada e Ávila. O Internacional terminou o 1º tempo perdendo por 2x0, mas Rui e Villalba garantiram o empate, no 2º tempo: 2x2.

O Internacional vinha de dois tropeços e no dia 17 de agosto o adversário era o Grêmio, nos Eucaliptos. Na zaga o time teve que colocar Júlio Ramos, pois nem, Borges nem Risada estavam em condições de jogar. E o veterano Júlio voltou ao gol. Mas comandado por Carlitos o Internacional não teve dificuldades. Vitória por 3x0, com gols de Carlitos (2) e Villalba.

Em 31 de agosto de 1941, nos Eucaliptos, o Internacional estreou no 2º turno, enfrentando o Porto Alegre. Risada voltou ao time, no lugar de Júlio Ramos, e Salvador jogou no lugar de Russinho. O Colorado saiu perdendo, mas venceu por 7x1, gols de Rui (2), Carlitos (2), Tesourinha, Brandão e Villalba.

No dia 7 de setembro o adversário era o Cruzeiro, na Montanha. O problema na zaga continuava. Ary, do 2º quadro, entrou no time no lugar de Risada. E Russinho voltou ao time, para a saída de Salvador. Com gols de Russinho e Carlitos, o Internacional venceu por 2x0.

Em 21 de setembro o adversário foi o Força e Luz, nos Eucaliptos. Pela primeira vez no campeonato o técnico Wolmy Bocorni conseguiu repetir a escalação. Aos 24' do 1º tempo o Internacional abriu o placar com Villalba. Mas aos 34', Cascão invadiu a área marcado por Brandão. Alves cruzou para a área e Cascão subiu para cabecear, segurando a camisa de Brandão, impedindo-o de subir. Cabeceando no canto, gritou para provocar Júlio - "vai te machucar!". O goleiro realmente bateu com a cabeça na trave, sofrendo um corte profundo.  O juiz validou o gol irregular e Júlio ficou vários minutos fora da partida. Como não havia substituição, Brandão foi para o arco, atuando de 34' do 1º tempo até 12' do 2º tempo, quando Júlio voltou para o gol. Mas mesmo com um a menos, o Internacional ainda fez mais um gol, com Tesourinha, No 2º tempo Carlitos fechou o plcar (3x1).

No dia 12 de outubro, nos Eucaliptos, o adversário foi o São José. Ávila voltou ao time, saindo Nickelagem. Com gols de Tesourinha, Brandão, Russinho e Carlitos o Internacional venceu por 4x1.

No dia 19 de outubro ocorreu o Gre-Nal, na Baixada. O time foi o mesmo do jogo anterior e Villalba abriu o placar, mas o Grêmio virou o jogo e venceu por 2x1.

Mesmo com a derrota, o Internacional continuava com grande vantagem sobre o Grêmio. O campeonato teria ainda um terceiro turno, com os três melhores colocados: Internacional, Grêmio e Força e Luz. A pontuação continuava contando nos três turnos. Assim o Colorado precisava apenas de um ponto nos dois jogos restantes para chegar ao título.

O Internacional voltou a jogar em 11 de janeiro de 1942. O adversário era o Grêmio, na Timbaúva. O time apresentava duas modificações em relação ao Gre-Nal anterior: Risada e Nickelagem entraram no time, saindo Ary e Ávila. Malaquias abriu o placar para o Grêmio aos 11' do 1º tempo, mas Villalba empatou aos 27' do 2º tempo. Com o empate o Internacional conquistou o bicampeonato municipal da cidade com uma rodada de antecedência.

Na última rodada, em 15 de janeiro de 1942, na Baixada, o Internacional enfrentou o Força e Luz. Álvaro, Ávila e Castillo entraram no time, no lugar de Risada, Brandão e Rui. O Internacional venceu por 3x0, gols de Villalba (2) e Russinho.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Jogadores do passado: Balzaretti


Flávio Luiz Balzaretti nasceu em Gramado, em 10 de janeiro de 1942.

Balzaretti começou a jogar futebol nas categorias de base do Gramadense e do Grêmio. Profissionalizou-se em 1960, no Aimoré. Jogava como atacante. Em seu primeiro confronto com o Internacional, em um amistoso em 10 de março de 1960, o Colorado venceu por 2x1, mas Balzaretti marcou o gol do Aimoré. No tristemente célebre confronto de 9 de dezembro de 1962, quando o Internacional precisava apenas do empate para ser campeão gaúcho e perdeu por 3x1, Balzaretti fez o terceiro gol do Índio Capilé. Balzaretti ficou no Aimoré até 1965. No ano seguinte foi contratado pelo Juventude.

Em setembro de 1968, após as três primeiras rodadas do Torneio Robertão, o técnico Foguinho pediu demissão do comando do Internacional. Daltro Menezes, que treinava o Juventude, foi contratado para substituí-lo e pediu Balzaretti à direção colorada. A negociação por empréstimo acabou não evoluindo. mas como os ponteiros colorados Carlitos e Canhoto (Valdomiro ainda não era titular) não estavam dando resultados, a direção colorada voltou a insistir na contratação de Balzaretti, acertando seu empréstimo até o fim do ano.
O Pioneiro 21 de setembro de 1968
O Pioneiro 28 de setembro de 1968
Diário de Notícias 1º de outubro de 1968

Balzaretti estreou no Internacional em 6 de outubro de 1968. O Internacional enfrentava o Atlético, no Mineirão, e Balzaretti entrou no time no intervalo, no lugar de Elton. O Colorado ficou mais perigoso nos contra-ataques e chegou à vitória por 1x0. Foi a primeira vitória de um clube gaúcho no Mineirão. No jogo seguinte, contra o Bangu, no Olímpico, Balzaretti começou como titular, mas foi substitído por Valdomiro. O jogo terminou 0x0. Contra o Corinthians, novamente Balzaretti começou no banco e entrou no time substituindo Elton, em partida que o Colorado perdeu por 1x0. No dia 20 Balzaretti atuou em um amistoso contra o Cachoeira (2x0), entrando no time no lugar de Claudiomiro.

Contra o Santos Balzaretti não jogou, mas voltou a atuar em um amistoso contra o Juventude, em 27 de outubro. A partida era parte do pagamento do seu empréstimo e Balzaretti disputou os 90 minutos do empate em 1x1. Também atuou na derrota para o Santa Cruz (0x1) em outro amistoso, quando foi substituído por Canhoto. Balzaretti só voltaria a jogar em 8 de dezembro de 1968, pelo quadrangular final do Robertão, contra o Vasco da Gama. Ele entrou no time aos 25 minutos do segundo tempo, quando a partida estava 2x0 para o Vasco (os cariocas venceriam por 3x2). Balzaretti ainda atuaria nos amistosos contra o Caxias de Joinville (2x0).

A última partida de Balzaretti pelo Internacional ocorreu em 12 de janeiro de 1969, quando o Colorado venceu o Comercíário, em Criciúma, por 3x0. Duas semanas depois Balzaretti já estava em campo, atuando pelo Juventude.

Balzaretti jogou a temporada de 1969 pelo Juventude. No final do ano ele formou-se em economia e largou a carreira de jogador de futebol, com 27 anos de idade.

Seus números pelo Internacional
9 partidas
4 vitórias
2 empates
3 derrotas

domingo, 9 de janeiro de 2022

Jogadores do passado: Paulo "Manotaço"


Paulo Annes Gonçalves nasceu em Porto Alegre, em 9 de janeiro de 1907.

Paulo começou a jogar futebol em 1918, no Colégio Anchieta. Ele atuava como médio-esquerdo (que daria origem ao lateral-esquerdo). Por ter um chute forte, foi apelidado de "Manotaço". Em 1923 jogou no Colégio Santamariense.

Em 1924 Paulo ingressou na faculdade de agronomia e no 2º quadro do Internacional. Em 5 de outubro de 1924 Paulo estreou no time principal. O Internacional foi jogar um amistoso com o Juvenil, em Caxias do Sul, e alguns titulares não puderam viajar. O Colorado venceu por 2x1 e Paulo fez seu único jogo de 1924. No final de semana seguinte, 12 de outubro, ele estava em campo na vitória colorada por 2x1 sobre o Grêmio, no campeonato municipal de 2ºs quadros. No final da temporada, Paulo levantaria o título da categoria.

Em 1925 Paulo continuava no 2º quadro. Mas jogou três partidas do campeonato principal, contra Porto Alegre (no turno e returno) e São José.

Em 1926 o veterano Moreno aposentou-se e Paulo assumiu a titularidade, jogando todas as partidas da temporada. Mas o título não veio. Entretanto, em 1927 a história seria diferente.

Após passar as férias acadêmicas na fazenda da família, em Rosário do Sul, Paulo retornou a Porto Alegre em março de 1927. No dia 3 de abril estava em campo na primeira partida do Internacional na temporada. O Colorado venceu o Nacional de São Leopoldo por 3x0. Na estreia no campeonato, dia 17, uma goleada de 6x1 sobre o Americano. Depois de um empate com o Cruzeiro (2x2), veio a vitória no Gre-Nal, por 3x2, onde Paulo anulou a ala direita de ataque gremista. A seguir vieram os jogos com São José (2x0) e Porto Alegre (0x0).

Na abertura do returno, o Internacional venceu o Grêmio por 3x1, mas logo em seguida tropeçou diante do Americano (2x3). Em seguida, porém, o clube venceu  o Cruzeiro (3x2) e Porto Alegre (5x2). A vitória que confirmou o título municipal, contra o São José (4x1) foi a única partida da temporada que Paulo não jogou. No campeonato gaúcho de 1927 Paulo atuou nas duas partidas, vitórias por 4x1 sobre o Nacional de São Leopoldo e 3x1 sobre o Bagé, na final, em 7 de setembro. Foi o primeiro título estadual do Internacional.

Duas semanas depois Paulo saiu em viagem de campo com os formandos de agronomia, em visita às fazendas da fronteira oeste. No final do ano ele se formaria em agronomia e, como a maioria dos atletas universitários da época, encerraria sua carreira de jogador. Paulo ainda atuaria uma última vez pelo Internacional, em 22 de abril de 1928. O clube enfrentaria o Americano e estava com problemas para completar a equipe. Paulo aceitou atuar no meio-campo, mas com um time com várias improvisações, o Internacional perdeu por 4x2. O Americano, vice-campeão em 1927, conquistaria os títulos de 1928 e 1929.

Após encerrar a carreira de jogador, Paulo foi engenheiro agrônomo e jornalista. Em 1943 foi o primeiro agrônomo contratado pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA), onde se aposentaria em 1966. Um ano antes foi condecorado pelo governo francês com a "Ordre du Mérite Agricole", grau de "chevalier". O governo gaúcho o homenagearia duas vezes: em 1975, com a medalha Honra ao Mérito no Serviço Público, e em 1985, com a medalha Assis Brasil. Em 1952 escreveu o livro Viagem ao Uruguai.

Paulo faleceu em Porto Alegre, em 27 de dezembro de 1997. Em 13 de dezembro de 2018 o IRGA deu o nome de Paulo Annes Gonçalves à sua biblioteca.

Seus números no Internacional:
33 partidas
21 vitórias
4 empates
8 derrotas
Campeão gaúcho em 1927
Campeão municipal em 1927
Campeão municipal de 2º quadro em 1924

sábado, 8 de janeiro de 2022

Jogadores do passado: Artigas


Arthuro da Silva Filho nasceu em Artigas, em 8 de janeiro de 1915.

O centromédio começou a jogar futebol nas categorias de base do 14 de Julho de Santana do Livramento, onde recebeu o apelido de Artigas, devido à sua cidade natal.

No final de 1935 o Internacional decidiu contratá-lo. Artigas estreou no Colorado em 24 de novembro de 1935, na derrota por 1x0 para o Força e Luz, em amistoso. Nessa partida estrearam no Internacional o atacante Castillo (ex-Grêmio), o meia Artigas (ex-14 de Julho SL), o centroavante Sylvio Pirillo (ex-Americano), o lateral Zezé Dinarte (ex-Americano) e o ponta Chico (ex-Pelotas). Tupan (ex-Internacional) estreou no Força e Luz.

Em 1936 Artigas foi um dos principais jogadores colorados, atuando em 22 das 23 partidas do clube. Seu primeiro jogo foi o Gre-Nal válido pela Taça Martel, que terminou 1x1. Em 5 de abril de 1936 o Internacional enfrentou o São José, na inauguração do Passo da Areia (1). Aos 20' do 2º tempo Sylvio Pirillo cobrou escanteio e Artigas cabeceou para as redes, marcando o primeiro gol do estádio e seu primeiro gol com a camiseta colorada.

No Gre-Nal do 1º turno Artigas começou no banco. O jogo foi marcado por uma nota triste. Na madrugada da partida o ex-jogador gremista, Sardinha I, faleceu. Antes da partida foi respeitado um minuto de silêncio em memória do jogador. Por sugestão de Antenor Lemos, os torcedores acompanharam o minuto de silêncio em pé e a descoberto. Em sinal de luto, os jogadores do Grêmio atuaram com um laço de crepe no braço. Na 2ª etapa Artigas entrou no time, quando a partida estava 2x2. Aos 20', Tom Mix passou a bola para Artigas, que desferiu um chute violento e garantiu a vitória colorada por 3x2.

A partir do Gre-Nal Artigas deixou a posição de volante e passou a atuar como meia. Ainda pelo 1º turno, Artigas garantiu a vitória contra o Força e Luz ao marcar o único gol do jogo aos 38' do 2º tempo. E em 11 de outubro, no jogo que deu ao Internacional o título do 1º turno, Artigas fechou a goleada de 6x1 sobre o Porto Alegre.

Atuando mais avançado, os gols continuaram no 2º turno. Marcou na vitória de 3x0 sobre o Cruzeiro. No Gre-Nal, o Colorado vencia por 2x0 quando, aos 38' do 2º tempo, o ponteiro colorado Castillo avançou e chutou. O goleiro gremista Chico não conseguiu alcançar a bola, que sobrou para Artigas, livre, concluir para o gol. Internacional 2x0.

Contra o São José, o Colorado perdia por 1x0 quando Tom Mix cobrou escanteio e Artigas cabeceou para as redes, empatando o jogo. O Internacional venceria por 3x1. E no dia 29 de novembro o Internacional enfrentou o Força e Luz. Logo aos 4', Artigas recebeu passe de Mário Mancuso, avançou pela direita, driblou Índio e chutou para as redes. Estava aberto o caminho para a vitória por 6x2, que garantiu o título do 2º turno e do campeonato para o Colorado. Contra o Porto Alegre, no encerramento do campeonato, vitória por 5x0 e mais um gol de Artigas.

Na estreia colorada no campeonato gaúcho, em 20 de dezembro, o Internacional venceu o Juventude por 9x0 e Artigas marcou os dois últimos gols. Os jogos seguintes só aconteceriam em 1937.

Na temporada de 1937 Artigas atuaria em 22 dos 26 jogos do clube. Na estreia da temporada, o Internacional enfrentou o Atlanta de Buenos Aires, em seu primeiro jogo contra clubes argentinos. O Colorado perdeu por 5x3, mas Artigas deixou sua marca. Nos jogos do campeonato gaúcho, com Artigas atuando de ponta-direita, o Internacional perdeu a decisão para o Rio Grande.

Após um mês de inatividade, o clube voltou a jogar em março de 1937, com Artigas atuando de zagueiro. Entre maio e agosto Artigas fica fora das quatro partidas que o clube disputa. Voltou ao time em 8 de agosto, quando o Colorado bateu o Fluminense carioca por 1x0. Nos jogos seguintes, seja atuando como zagueiro ou entrando no time durante a partida, Artigas marca presença em campo. O jogador participou da excursão ao Rio de Janeiro, e apesar de ter perdido os três amistosos contra Flamengo, Fluminense e América, o futebol de Artigas encantou os cariocas, ao ponto de ser noticiado na imprensa da capital do país que o jogador havia se acertado com o Botafogo e não voltaria ao Rio Grande do Sul. Mas Artigas voltou e retomou a titularidade, atuando como lateral-direito. O título de 1937 não veio e Artigas defendeu o Internacional pela última vez em 12 de dezembro, na derrota por 4x3 para o Grêmio.

Em 1938 Artigas foi jogar no Santos, atuando de zagueiro e lateral-direito. Entre 1938 e 1939 jogou 39 partidas, marcando um gol.

Em 1939 Artigas foi para o Flamengo, onde tornou-se zagueiro definitivamente. Jogou no Rubro-Negro até 1944, disputando 129 partidas e marcando 2 gols. Foi campeão carioca em 1942, 1943 e 1944.

Em 1945 Artigas voltou ao Santos, jogando no clube até 1950, disputando mais 128 partidas, sem marcar gols. Encerrou a carreira no Santos. Jogou sua última partida em 12 de fevereiro de 1950, um empate em 3x3 com a Internacional de Bebedouro.

Seus números no Internacional:
45 partidas
22 vitórias
4 empates
19 derrotas
12 gols marcados
Campeão municipal em 1936

Suas vítimas:
2 gols
Grêmio, São José, Força e Luz, Porto Alegre e Juventude
1 gol
Cruzeiro e Atlanta ARG

(1) Não é o mesmo Passo da Areia atual. No final de 1938 a Prefeitura destinou o terreno onde se localizava esse estádio para a construção de um conjunto habitacional para operários, doando ao clube o terreno onde foi construído o estádio atual.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

Jogadores do passado: Casemiro


Casemiro Mior nasceu em 7 de janeiro de 1958, em Serafina Correa (RS).

Casemiro começou a jogar futebol como lateral-direito, no Esporte Clube Canarinho, passando em seguida para as categorias de base do Grêmio. Foi ali que acabaria passando a atuar também na lateral-esquerda.

Após profissionalizar-se no Grêmio, não recebeu chances, e foi emprestado ao Juventude, em fevereiro de 1979.

Em 1980 Casemiro retornou ao Grêmio, onde jogaria até 1987, conquistando 4 campeonatos gaúchos, uma Taça Libertadores, uma Final Intercontinental e um campeonato brasileiro.

No início de 1988 Casemiro não se acerta com o Grêmio na renovação do contrato. Seu passe foi para a FGF e surgiu a possibilidade dele acertar-se com o Internacional, o que não foi bem recebido pela direção gremista.

Mas no dia 9 de fevereiro Casemiro assinou contrato do o Internacional.

Casemiro estreou um dia depois de sua contratação. No Beira-Rio o Internacional enfrentou o Aarau, da Suíça, e venceu por 4x0. Casemiro entrou no time no lugar de Laércio, mas saiu antes do fim, substituído por Paulo Afonso.

Casemiro foi titular da lateral-esquerda colorada nos campeonatos gaúcho e brasileiro de 1988. No campeonato estadual o título ficou com o Grêmio. No campeonato brasileiro, que avançou pelo ano de 1989, em 12 de fevereiro o Colorado enfrentou o Grêmio, na semifinal. Casemiro foi expulso aos 37' do 1º tempo, quando o Grêmio vencia. Mas o Internacional, com um jogador a menos, virou para 2x1, naquele que ficou conhecido como o "Gre-Nal do Século".

Na temporada de 1989 Casemiro continuaria como titular no campeonato gaúcho e na Taça Libertadores. Em 23 de março marcou seu único gol pelo Internacional, na vitória por 3x1 sobre o Passo Fundo. Na trágica partida contra o Olimpia, em 17 de maio, Casemiro fez a assistência para o gol de Dacroce. Na excursão à Europa perdeu a posição para o paraguaio Jacquet, contratado pouco antes, mas após quatro partidas recuperou a titularidade.

No campeonato brasileiro, chegou a perder novamente a titularidade para Jacquet, que chegou a disputar 10 partidas (8 delas consecutivas). Casemiro disputou 8 partidas, no início do campeonato e na reta final.

A última partida de Casemiro pelo Internacional ocorreu em 10 de dezembro de 1989, na derrota por 2x0 para o Vasco da Gama, pelo campeonato brasileiro.

No início de 1990 Casemiro foi considerado dispensável no Internacional. Botafogo de Ribeirão Preto, Chapecoense, Grêmio Maringá e Juventude, mas acabou indo para a Internacional de Limeira, Ainda em 1990 coemçou a carreira de técnico, na equipe de Limeira. Entre 1991 e 1993 foi auxiliar técnico no Internacional, seguindo depois a carreira de técnico de futebol.

Seus números no Internacional:
97 partidas
45 vitórias
35 empates
17 derrotas
1 gol marcado