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sábado, 31 de julho de 2021

Jogadores do passado - Scala


Luís Carlos Scala Loureiro nasceu em Rio Grande, em 31 de julho de 1940.

O zagueiro Luís Carlos começou sua carreira no Rio Grande, em 1958, transferindo-se para o Riograndense, também de Rio Grande, em 1960. Chegou a enfrentar o Internacional no campeonato gaúcho de 1961.

Apesar do fraco desempenho do Riograndense nas competições, Scala chamava a atenção pelo bom futebol. E assim foi contratado pelo Internacional em 23 de maio de 1964, por NCr$ 5.000,00. No Colorado já havia um jogador chamado Luís Carlos, e o zagueiro riograndino tornou-se Scala.

Scala estreou no Internacional em 21 de junho de 1964. Nos Eucaliptos o Colorado bateu o Aimoré por 5x0, pelo campeonato gaúcho. Scala formou a zaga ao lado de Osmar Gauchão. O título não veio em 1964, mas Scala foi escolhido o melhor jogador do campeonato gaúcho.

A temporada de 1965 seria uma das piores da história do Internacional. Mas no início do ano o clube conquistou a Copa Festa da Uva (título dividido com o Grêmio). Na estreia na competição o Internacional venceu o Juventude por 4x2 e Scala fez seu primeiro gol pelo clube.

A temporada de 1966 novamente passou em branco. Mas em 1967 e 1968 Scala foi um dos jogadores de destaque do bi-vice do Robertão. E suas boas atuações renderam uma convocação para a Seleção Brasileira, dirigida por Aymoré Moreira. Em 17 de dezembro de 1968 Scala atuou no empate em 3x3 com a Iugoslávia. no Maracanã.

A temporada de 1969 seria marcante para Scala. Em 6 de abril estava em campo na inauguração do Beira-Rio. Seu futebol também agradou João Saldanha, que o convocou para a Seleção Brasileira. O técnico o considerava inclusive um possível titular. Mas viajou para a Colômbia, em julho, onde o Brasil jogaria pelas eliminatórias e disputaria um amistoso, fortemente gripado. Assim, disputou apenas uma partida, em 1º de agosto, vitória de 2x0 sobre o Millonarios, da Colômbia. Perdeu a titularidade, mas tinha sua convocação para a Copa do Mundo no México como certa.

De volta ao Internacional, sagrou-se campeão gaúcho, quebrando a hegemonia gremista. Mas, lesionado, não jogou o Gre-Nal do título, em 17 de dezembro. Scala sofreu uma séria lesão nos ligamentos do joelho no dia 14 de dezembro, contra o Brasil de Pelotas.

Em janeiro de 1970 Scala apresentou-se à Seleção Brasileira, mas foi reprovado no exame médico. Mesmo assim, João Saldanha continuava apostando nele. Em matéria da revista Placar de 13 de março de 1970, Saldanha declarava: "Se ele ficar bom até a data de inscrição dos 22, eu o chamarei. Como titular." Mas menos de uma semana depois João Saldanha foi dispensado do comando da Seleção. O novo técnico, Zagallo, não demonstrava a mesma admiração pelo futebol do zagueiro colorado.

A lesão manteria Scala fora dos gramados até abril. Ele voltou ao Internacional durante o campeonato gaúcho, pelo qual disputou duas partidas. Mas em maio fraturou o tornozelo durante um treino. Após duas cirurgias, Scala só voltaria a jogar em abril de 1971. A essa altura o Internacional já tinha Pontes como dono da zaga e Valmir e Hermínio brigando pela outra vaga. Scala não conseguiu recuperar a titularidade, disputando apenas cinco partidas na temporada. Seu último jogo pelo Colorado ocorreu em 28 de novembro de 1971, na derrota de 4x1 para o Atlético Mineiro, pelo campeonato brasileiro. No jogo seguinte estrearia na zaga colorada Don Elias Figueroa, o maior zagueiro da história do clube.

Percebendo que não teria espaço no time, Scala pediu a rescisão do seu contrato, no início de janeiro de 1972. O Internacional decidiu então colocar seu passe a venda por 50 mil cruzeiros. O Botafogo estava interessado no jogador, e o próprio Scala estava negociando a transferência. No final de janeiro Scala foi emprestado ao Botafogo por seis meses. Em abril acabou negociado em definitivo.

Em no segundo semestre de 1973, Scala foi negociado pelo Botafogo com América de Natal. Pelo campeonato brasileiro de 1974, em 5 de junho, ele retornou ao Beira-Rio, para enfrentar o Colorado. O Internacional venceu por 3x0. Em janeiro de 1975, Scala encerrou a carreira de jogador. Ainda seria técnico do América, ABC e Alecrim, todos de Natal, e comentarista esportivo.

Scala decidiu continuar morando em Natal, onde foi proprietário de uma lancheria e uma imobiliária. Em 2005, Scala passou a sofre de Mal de Alzheimer. No dia 10 de outubro de 2007, Scala faleceu, devido a problemas pulmonares.

Seus números pelo Internacional:
276 partidas
162 vitórias
71 empates
43 derrotas
11 gols
Campeão gaúcho em 1969, 1970 e 1971
Campeão da Copa Festa da Uva em 1965

Suas vítimas
1 gol
Juventude, Brasil de Pelotas, Floriano, Navegantes, Santa Cruz RS, São José, Cruzeiro RS, Farroupilha, Palmeiras, Santos e Fluminense

Zagueiro alto (1,85m) e de boa impulsão, pelo menos 8 de seus gol foram de cabeça (dos outros três, um foi com o pé, um a descrição do gol não é clara e outro desconheço a descrição)

quarta-feira, 28 de julho de 2021

Jogadores do passado: Jerônimo


Jerônimo Teixeira dos Santos nasceu em 28 de julho de 1930, no Rio de Janeiro.

Titular no Rolinho, Jerônimo hoje é um nome pouco lembrado pela torcida colorada, mas foi ídolo em sua época.

Jerônimo começou a carreira nas categorias de base do Manufatora em 1946. No ano seguinte um diretor do Colégio Silva Freire o apresentou ao técnico Gentil Cardoso, do Fluminense, que aprovou o jogador. Assim Jerônimo ingressou na base do Fluminense, onde foi campeão carioca juvenil em 1947, 1948 e 1949, e de aspirantes em 1951. Também foi campeão sul-americano juvenil pela Seleção Brasileira em 1949. Nos títulos carioca e sul-americano de 1949 teve como companheiro Emílson, que mais tarde o reencontraria no Internacional. Jerônimo era o capitão da equipe juvenil.

No time principal do Fluminense, o meia esquerda atuou em 23 partidas, nos anos de 1950 e 1951, marcando 7 gols. Seu último jogo pelo Tricolor carioca ocorreu em 24 de junho de 1951, empate em 2x2 com o América Mineiro. Em agosto de 1951 Jerônimo foi contratado pelo Internacional.

Sua estreia no Internacional estava marcada para o Gre-Nal do campeonato municipal, mas Jerônimo não foi escalado. Ela ocorreria na partida seguinte, contra o Cruzeiro, pela Taça Cidade de Porto Alegre. O Colorado venceu por 2x1 e Jerônimo marcou os dois gols. Na partida seguinte, despedida de Carlitos, vitória por 2x1, com mais um gol de Jerônimo. O novato tomou o lugar de Ênio Andrade, que acabaria negociado com o Renner. Em 25 de novembro o Internacional bateu o Renner por 4x1, conquistando o bicampeonato da cidade, com dois gols de Jerônimo. Também foi campeão gaúcho.

Na temporada de 1952, mais um título com gols de Jerônimo. Em 24 de agosto o Colorado bateu o Nacional por 3x1, conquistando o título do Torneio Extra, e Jerônimo fez dois gols. Em 7 de dezembro, o Internacional conquistou o tricampeonato municipal ao bater o Grêmio por 5x1. Jerônimo fez os dois primeiros gols do jogo. A seguir veio o tri gaúcho.

Em 1953 Jerônimo teve participação importante no primeiro título colorado fora das fronteiras do Rio Grande. Em março o Internacional disputou o Torneio Régis Pacheco, em Salvador. Na estreia o Colorado fez 7x1 no Bahia e Jerônimo marcou dois gols. No jogo seguinte, 4x1 no Vitória e mais um gol de Jerônimo. O jogador só não marcaria na última partida, empate em 2x2 com o Flamengo. No campeonato metropolitano o título veio em 1º de novembro, com a vitória de 2x0 sobre o Grêmio. Jerônimo marcou o primeiro gol. O clube também seria tetracampeão gaúcho.

No início de 1954 Jerônimo viu-se envolvido em uma polêmica na renovação de de contrato. O Grêmio tentou contratá-lo e utilizou até a esposa do jogador para pressioná-lo. Tudo documentado pela imprensa.




A temporada de 1954 começou com o título do Torneio Extra. A outra conquista do ano foi o Torneio de Inaguração do Olímpico. Na decisão o Internacional bateu o Grêmio por 6x2. O Tricolor saiu na frente, vencendo por 1x0, mas Jerônimo, cobrando falta, empatou e abriu caminho para a vitória colorada.

Em 19 de junho de 1955 o Colorado venceu o Internacional de Lajes, em um amistoso, por 8x2. Jerônimo fez um dos gols. Esta partida também marcou o reencontro com seu companheiro de juvenis do Fluminense, Emílson, que estreava no Colorado. O Colorado conquistaria o tetra municipal e estadual, nessa temporada.

No início de 1956, Jerônimo foi convocado para a Seleção Brasileira que disputaria o Campeonato Pan-Americano, no México. Mas o meia não atuou em nenhuma partida. Ênio Andrade, do Renner, que havia perdido a posição no Colorado para Jerônimo, em 1951, agora reinava absoluto na meia esquerda.

A temporada de 1956 também marcou o início do declínio de Jerônimo. Ele só atuaria pelo time titular do Internacional no 2º semestre. Em 1957 e 1958 também atuou poucas vezes pelo clube. Em 27 de julho de 1958, um dia antes de completar 28 anos, Jerônimo fez sua última partida pelo Internacional, na vitória de 3x1 sobre o São José, pelo campeonato metropolitano, no Passo da Areia. Seu último gol ocorrera bem antes, em 08 de novembro de 1957, na vitória de 4x2 sobre o São Paulo de Rio Grande, em amistoso. 

Depois de ser liberado pelo Internacional, retornou ao Rio de Janeiro. Em seguida, mudou-se para Curitiba, onde defendeu o Athlético Paranaense até 1961.

Seus números pelo Internacional:
204 partidas
141 vitórias
34 empates
29 derrotas
57 gols

Seus títulos:
campeão gaúcho em 1951, 1952, 1953 e 1955
campeão metropolitano em 1951, 1952, 1953 e 1955
campeão do Torneio Extra em 1952 e 1954
campeão do Torneio Régis Pacheco em 1953

Suas vítimas:
9 gols
Cruzeiro
7 gols
Força e Luz
6 gols
Nacional, Aimoré
5 gols
Grêmio
3 gols
Floriano
2 gols
Renner, Juventude, Flamengo de Caxias do Sul, Bahia e São Paulo
1 gol
Combinado União Serrano/Esportivo, Glória de Carazinho, Guarany CS, Cachoeira, Riograndense SM, São Paulo RG, Internacional SC, Vitória, Paysandu, Chacarita Juniors ARG e Peñarol URU

A última informação localizada sobre Jerônimo é de 2006, quando ele vivia no Rio de Janeiro. Nos últimos 15 anos não localizei nenhuma informação sobre o ex-atleta, que possivelmente ainda vive.

terça-feira, 27 de julho de 2021

Nossos títulos - Torneio Mercosul 1996

Origem da foto: https://1909emcores.blogspot.com/

Em 1996 a Conmebol já sonhava em organizar um torneio que reunisse os clubes do Mercosul. Mas sem condições financeiras para bancar a competição, decidiu terceirizá-la, entregando a organização a um grupo de empresários.

Os empresários também encontraram dificuldades para organizar essa competição, nomeada Torneio Mercosul (sem nenhuma relação com o torneio de mesmo nome organizado pela Federação Catarinense de Futebol, no ano anterior). Um primeiro grupo foi formado por Internacional, San Lorenzo e Universidad Catolica.

A abertura ocorreu em 21 de julho de 1996, em Buenos Aires. No estádio Nuevo Gasometro o Internacional enfrentou o San Lorenzo, e logo aos 4' do 1º tempo Fabinho marcou o único gol da partida.

No dia 23 de julho, em Santiago do Chile, o Internacional enfrentou a Universidad Catolica. Com gols de Leandro Machado e Paulo Isidoro, o Colorado voltou a vencer, 2x0.

No dia 27 de julho, no Beira-Rio, o Colorado bateu o San Lorenzo por 3x0, dois gols de Fabinho e um de Leandro Machado.
Meu ingresso nessa partida

Ainda havia uma partida atrasada do turno, entre San Lorenzo e Universidad Catolica, em Buenos Aires. Em caso de vitória dos argentinos ou empate, o Internacional seria campeão.

Mas no dia 30 de julho o Universidad Catolica bateu o San Lorenzo por 2x0, dois gols de Alejandro Kenig.

Entre o jogo com o San Lorenzo e o Universidad Catolica, o Internacional foi à Bahia, disputar o Torneio Maria Quitéria, onde não teve bons resultados, perdendo para o Vitória (0x1) e empatando com o Bahia (0x0).

No dia 6 de agosto o Internacional enfrentou o Universidad Catolica, no Beira-Rio. Um empate bastaria para dar o título ao Colorado. Em caso de derrota, dependeria do San Lorenzo, na última rodada. O zagueiro Tonhão abriu o placar para o Internacional, mas o brasileiro Catê, que jogava na equipe chilena, empatou o jogo, que foi para o intervalo no 1x1. Na 2ª etapa, porém, o Internacional massacrou o adversário, com um gol de Paulo Isidoro e dois de Leandro Machado: 4x1.

Com o título já garantido para o Internacional, a última partida, entre Universidad Catolica e San Lorenzo não foi disputada.

Os organizadores do torneio tentaram, até a última hora, formar mais um grupo, mas os clubes procurados, Peñarol e Universidad de Chile, não tinham espaço no calendário. Assim o Internacional foi declarado campeão do torneio.

Mais tarde a Conmebol vendeu os direitos da competição para a Traffic, que passou a organizar a Copa Mercosul a partir de 1998. Por questões contratuais, a Conmebol não reconheceu o torneio de 1996 como oficial.


segunda-feira, 26 de julho de 2021

Jogadores do passado - Sylvio Pirillo

Foto colorizada por Luiz Gustavo Leal Quirim

Sylvio Pirillo Cesarino nasceu em Porto Alegre, em 26 de julho de 1916.

Muitos colorados que o viram jogar não hesitavam em afirmar que Sylvio Pirillo foi o maior artilheiro que o Internacional já possuiu. Dono de uma técnica invejável, Sylvio Pirillo marcou época. Rápido e raçudo, tinha frieza, habilidade e facilidade para marcar gols.

Sylvio Pirillo começou jogando na várzea da capital. Em 1933 ele jogava e era dirigente do 20 de Setembro FBC. Em 1934 ingressou no Americano, pelo qual disputou os campeonatos municipais de 1934 e 1935.

Seu bom desempenho fez com que o Internacional fosse atrás do atacante, que trocou a Rua Larga pelos Eucaliptos no final de 1935. Sua estreia no Colorado ocorreu em 24 de novembro de 1935, em um amistoso contra o Força e Luz, onde o Internacional foi derrotado por 1x0.

Seu primeiro gol com a camiseta colorada ocorreria em seu segundo jogo pelo clube, já em 1936. No dia 5 de abril o Internacional enfrentou o São José, na inauguração do Passo da Areia (o primeiro, não o atual, inaugurado em 1940). O Colorado venceu por 3x1 e Sylvio Pirillo fez o último gol do jogo. Aos 29' do 2º tempo, Castillo lançou Sylvio Pirillo, que em frente ao goleiro Harry, apenas desviou para as redes.

Em 1936 o Internacional conquistaria o campeonato municipal. Nesse ano foi adotada pela primeira vez a Fórmula Fraga, mas o Colorado venceu os dois turnos e evitou a final. O campeonato estadual avançou pelo início de 1937, mas o Internacional perdeu a decisão para o Rio Grande.

Em 1937, Sylvio Pirillo estava em campo na primeira partida de futebol profissional no Rio Grande do Sul. Ele fez o gol da vitória sobre o Fluminense (1x0), no primeiro confronto entre as duas equipes. Também marcou no empate em 2x2 com o Flamengo. Na excursão do Internacional ao Rio, ele voltaria a marcar contra Fluminense e América. Mas no campeonato municipal o Colorado teve um fraco desempenho.

Em 1938 novamente o título municipal não veio. Mas em 1º de novembro de 1938, pela Taça Martel, o Internacional goleou o Grêmio por 6x0, e ainda teve 5 gols anulados. Sylvio Pirillo fez um gol e teve outro anulado.

Em 1939 o futebol da capital, então dividido em uma liga amadora outra profissional, foi unificado. Para definir que clubes formariam a 1ª divisão foi organizado o Torneio Relâmpago, em turno único. O Internacional venceu a competição. No clássico do torneio, em 28 de maio, o Colorado venceu o Grêmio por 3x2, com três gols de Pirillo. Pouco depois, em 13 de agosto de 1939, o Internacional enfrentou o Grêmio, em clássico válido pela Taça Diário de Notícias. O Colorado venceu por 5x2 e Sylvio Pirillo marcou um dos gols. Essa foi a última partida de Pirillo pelo Internacional, enquanto jogador do clube. No dia 24 de agosto ele foi vendido para o Peñarol, por 20 contos de réis, tornando-se o primeiro jogador do futebol gaúcho vendido ao exterior. Outros jogadores de clubes gaúchos já haviam atuado no exterior, mas na fase amadora eles simplesmente saíam de seus clubes e ingressavam nos clubes estrangeiros.

Em sua primeira temporada no Uruguai, Nacional e Peñarol terminaram o campeonato empatados. No jogo-extra o Nacional venceu por 3x2 e ficou com o título. Em 1940 o Peñarol teve uma temporada ruim, ficando apenas em 4º lugar. Em março de 1941, Sylvio Pirillo estava em Porto Alegre e queria voltar ao Brasil. Disputou três amistosos pelo Internacional, mas o clube não teve dinheiro para pagar o valor pedido pelo Peñarol. Assim, Sylvio Pirillo partiu para o Rio de Janeiro, onde foi atuar no Flamengo, com a dura missão de substituir Leônidas.

Em sua primeira temporada no Flamengo, o clube foi vice-campeão carioca, mas Sylvio Pirillo foi o artilheiro, marcando 39 gols, recorde que permanece até hoje. Nas temporadas seguintes, participou da conquista do primeiro tricampeonato carioca do Flamengo, em 1942, 1943 e 1944. Em 1942 foi convocado para a Seleção Brasileira que disputou o Campeonato Sul-Americano no Uruguai, marcando 6 gols em 5 partidas. Como jogador do Flamengo, Pirillo enfrentou o Internacional duas vezes. Em 1945, no Rio, salvou os cariocas da derrota ao marcar dois gols no empate em 2x2. Em 1947, em Porto Alegre, nada pode fazer para evitar a goleada por 6x2. No campeonato carioca, o Flamengo ficou em 3º lugar em 1945 e 1946, classificando-se apenas em 5º em 1947. Buscando renovação, o clube negociou o "veterano" Sylvio Pirillo com o Botafogo.

Pirillo chegou ao Botafogo em um momento difícil do clube. Sem ganhar o campeonato carioca desde 1935, o Botafogo havia acabado de vender seu craque Heleno de Freitas para o Boca Juniors. E o já considerado velho Sylvio Pirillo chegava para substituí-lo. Mas Pirillo mostrou sua qualidade e levou o Botafogo ao título, marcando 13 gols na campanha. Junto com ele estava Ávila, centromédio do Rolo Compressor, contratado pelo Botafogo no ano anterior. Pelo Botafogo, Sylvio Pirillo enfrentou o Internacional em 1951, pelo Torneio Triangular de Porto Alegre. O atacante fez o gol do Botafogo, em partida que terminou 1x1. Pirillo ainda jogaria no Botafogo até 1952, quando encerrou a carreira e se tornou técnico no próprio clube.

Como técnico, Sylvio Pirillo foi campeão do Torneio Rio-São Paulo em 1957, pelo Fluminense, e foi convidado para comandar a Seleção Brasileira. Dirigiu a Seleção em quatro partidas, duas vitórias sobre Portugal, e na Copa Roca, que conquistou após perder a primeira partida por 2x1 e bater a Argentina na segunda por 2x0. Também foi o primeiro técnico a convocar Pelé para a Seleção.

No início de 1959, Sylvio Pirillo assumiu o comando do Internacional. Dirigiu o clube nos últimos jogos do campeonato de 1958 e em vários amistosos. Mas no início de maio, antes do começo do campeonato de 1959, ele aceitou uma proposta do Corinthians, abandonando o Colorado.

Em 1962 Sylvio Pirillo comandava o Juventus de São Paulo e foi convidado para dirigir a Seleção Brasileira que disputaria o Campeonato Sul-Americano de Acesso, no Peru (um campeonato sul-americano apenas para atletas das segundas divisões). Com um time formado por atletas da 2ª divisão paulista, o Brasil foi campeão superando os donos da casa, o Paraguai, o Chile e a Argentina. Em 1963 ele teria outra conquista importante, o título paulista, com o Palmeiras.

Entre outros clubes, Sylvio Pirillo ainda treinaria o São Paulo, em 1967/1968, e o Corinthians, em 1974/1975. Encerrou sua carreira de técnico no Taubaté, em 1980. Voltando a morar em Porto Alegre, Sylvio Pirillo faleceu em 22 de abril de 1991.

Seus números no Internacional:
Jogador:
77 partidas
48 vitórias
10 empates
19 derrotas
69 gols
Campeão municipal em 1936
Campeão do Torneio Relâmpago em 1939

Técnico:
21 partidas
11 vitórias
8 empates
2 derrotas

Suas vítimas:
10 gols
Grêmio
9 gols
São José
8 gols
Cruzeiro
7 gols
Porto Alegre
5 gols
Americano
4 gols
Renner
3 gols
Força e Luz, Ferroviário, Nacional de São Leopoldo e Juventude
2 gols
Fluminense e 9º Regimento
1 gol
Atlanta ARG, Rio Grande, Atlético PR, Novo Hamburgo, Flamengo, América RJ, Esportivo, Bagé, Pelotas e Gimnasia y Esgrima

domingo, 25 de julho de 2021

Jogadores do passado - Geraldão


Geraldo da Silva, o futuro centroavante Geraldão, nasceu em 25 de julho de 1949, no município de Álvares Machado, interior de São Paulo.

Geraldão começou a carreira em pequenas equipes do interior. Seu primeiro clube foi a Prudentina, que fechou o departamento de futebol no momento em que o centroavante estava se profissionalizando. Assim, passou para o São Bento de Marília, pelo qual disputou a 3ª divisão do campeonato paulista em 1969. No ano seguinte continuou na 3ª divisão, mas defendendo a Associação Atlética Epitaciana. Mas ainda em 1970 ingressou no Botafogo de Ribeirão Preto, onde faria parte de um dos melhores times da história do clube. Atuando ao lado do jovem Sócrates, foi artilheiro do campeonato paulista de 1974, com 23 gols.

Em 1975 Geraldão foi contratado pelo Corinthians. Ele não foi titular na primeira temporada, mas enfrentou o Internacional no campeonato brasileiro, empate em 1x1 no Beira-Rio. Nas temporadas de 1976 e 1977, entretanto, ele foi titular em todas as partidas do Corinthians contra o Internacional. Em janeiro, valendo pela Taça Cidade de São Paulo, o Internacional venceu por 1x0. No campeonato brasileiro, em novembro, o Colorado sofreu uma de suas raras derrotas naquele torneio, perdendo por 2x1 em São Paulo. Geraldão marcou o primeiro gol paulista. No dia 12 de dezembro, na decisão do campeonato, Geraldão viu a torcida colorada fazer a festa pela primeira vez. Em 1977, foram dois confrontos pela Taça Libertadores (1x1 e Internacional 1x0) e um pelo campeonato brasileiro (Corinthians 1x0).

Após o campeonato brasileiro de 1978 ele foi emprestado ao Juventus, clube pelo qual disputou os estaduais de 1978 e 1979.

Em 1980 Geraldão voltou ao Corinthians, onde ficou até o campeonato brasileiro de 1981. Depois da competição nacional foi negociado em definitivo com o Juventus, começando a disputa do campeonato paulista. Mas em outubro foi emprestado ao Grêmio. Sua estreia no Tricolor ocorreu no Gre-Nal de 4 de novembro. O Colorado venceu por 2x1, mas Geraldão fez o seu gol. No seu segundo Gre-Nal, em 29 de novembro, o empate em 1x1 deu o título ao Internacional. Pela segunda vez Geraldão via a torcida colorada comemorar um título no Beira-Rio.

O Grêmio tinha a preferência para contratá-lo, mas desistiu do negócio. Em 14 de fevereiro de 1982 o Internacional contratou Geraldão, pagando 17 milhões de cruzeiros ao Juventus. Sua estreia ocorreu em 28 de fevereiro, no empate em 1x1 com o Atlético Mineiro, onde Geraldão fez seu primeiro gol com a camiseta colorada. Era a 2ª fase do campeonato brasileiro e o Colorado caiu em um verdadeiro grupo da morte, chamado pela imprensa de "Torneio do Povo", onde Internacional, Corinthians, Atlético MG e Flamengo disputavam duas vagas. O Colorado foi eliminado, mas Geraldão em quatro jogos marcou dois gols.

A primeira vitória de Geraldão veio no Torneio dos Campeões, contra o Fortaleza. O Internacional venceu por 1x0, gol de Geraldão. Se no campeonato brasileiro Geraldão tinha a concorrência de Bira, na excursão à Europa seu rival era Fernando Roberto. Geraldão entrou em campo apenas nas partidas do Torneio Teresa Herrera. Mas no campeonato estadual ele assumiu a titularidade e prometeu marcar 20 gols. E cumpriu a promessa, com direito a marcar cinco gols nos dois clássicos do Hexagonal Final. Com esses gols foi artilheiro do campeonato gaúcho.

Em 1983 o Internacional não foi bem no campeonato brasileiro. Mas na excursão à América do Norte o Colorado foi campeão do Torneio Whitecaps. No último jogo o Internacional bateu a Seleção da China, com dois gols de Geraldão. Na Europa o Internacional foi campeão do Torneio Costa do Sol. No Gauchão, mais um título, embora o gol prometido para o clássico Gre-Nal não tenha ocorrido.

Em 1984 Geraldão começou a disputar posição com Kita. Durante a 2ª fase do campeonato brasileiro, Geraldão foi negociado com o Colorado. Seu último jogo ocorreu em 14 de março de 1984, derrota de 1x0 para o Brasil de Pelotas. O grupo de atletas, surpreendido com a negociação e achando que o jogador havia sido pressionado a aceitar a venda, organizou uma reunião com a direção. Os jogadores só ficaram tranquilos ao saber que o próprio jogador estava muito contente com o negócio, pois havia recebido 16 milhões. Na sua despedida, ele pediu para a revista Placar uma foto que ele havia tirado com a família, no Beira-Rio, para levar de recordação.

Geraldão jogou no Colorado em 1984, no Mixto em 1985, e depois voltou a percorrer clubes do interior paulista, jogando no Corinthians de Presidente Prudente (1986/1987), AA Itararé (1987), AA União de Valinhos (1988) e Garça (1989), onde encerrou a carreira.

Números no Internacional:
108 partidas
55 vitórias
35 empates
18 derrotas
51 gols

Seus títulos:
Campeão gaúcho em 1982 e 1983
Campeão da Taça Cidade do Rio de Janeiro em 1982
Campeão do Torneio Whitecaps em 1983
Campeão do Torneio Costa do Sol em 1983

Suas vítimas:
5 gols
Grêmio e São Paulo RG
4 gols
Juventude
3 gols
Esportivo, São José, Novo Hamburgo e Aimoré
2 gols
Guarany de Bagé, Atlético MG, Colorado, Seleção da Costa Rica, América MEX e Seleção da China
1 gol
Internacional SM, Lajeadense, Santa Cruz RS, Caxias, São Borja, Flamengo, Fortaleza, Vasco da Gama, Brasília, Ponte Preta, Operário MT, Joinville e Valencia ESP

sábado, 24 de julho de 2021

Jogadores do passado - Miro

 
Waldomiro Bom Vasques nasceu em 24 de julho de 1907.

Começou a jogar futebol como centroavante, no pequeno Marechal de Ferro de Porto Alegre, da 2ª divisão, onde jogou até 1923. Nesse ano transferiu-se para o Ypiranga, também de Porto Alegre. O Ypiranga, na reformulação do campeonato municipal, ocorrida no final de 1924, acabou na 2ª divisão e depois chegou a sair da liga oficial.

Em 1927, já atuando como ponteiro-esquerdo, Miro chegou ao Internacional. Sua estreia ocorreu em 3 de abril de 1927, na vitória por 3x0 sobre o Nacional de São Leopoldo, e Miro fez um dos gols. O Colorado não conquistava um título desde 1922 e procurava ansiosamente quebrar o jejum. No Gre-Nal do 1º turno, em 8 de maio, o Internacional venceu por 3x2 e Miro marcou o segundo gol colorado, após tabelar com Veiga. Em sua primeira temporada no clube foi campeão municipal e estadual em 1927, o primeiro título gaúcho do Colorado. Na decisão do campeonato gaúcho, em 7 de setembro de 1927, o Internacional bateu o Bagé por 3x1 e Miro deu a assistência para os três gols colorados.

Em 1928, Miro jogou várias partidas improvisado de zagueiro, devido à deficiência do clube na função. Mesmo assim, marcou quatro gols no campeonato e ainda esteve envolvido no lance mais polêmico da competição: no Gre-Nal do 2º turno, em 26 de agosto, a partida estava empatada em 2x2 quando Miro marcou o terceiro gol colorado, que o juiz Alfredo Melecchi anulou, alegando toque de mão do atleta colorado para dominar a bola. O jornal A Federação disse que o lance foi legal, enquanto o Correio do Povo disse que o resultado final (2x2) foi "injusto, injustíssimo mesmo", devido à superioridade colorada.

Em 1929 Miro assumiria uma posição na zaga por quase toda a temporada. Só no final do ano voltou a ser atacante, posição que manteve em 1930. Em 1931, porém, voltou à zaga, posição na qual atuou na inaguração do estádio dos Eucaliptos, em 15 de março. No dia 16 de agosto de 1932 Miro passou por uma cirurgia, voltando ao time apenas em 30 de outubro, na final do campeonato, atuando na função de centromédio. O Colorado perdeu o clássico por 1x0 e viu o rival chegar ao título. O jornal A Federação assim avaliou sua atuação: "parece não estar ainda habituado à posição. Por vezes falhou. Quer nos parecer que ele não é o indicado para o posto." Nos últimos jogos de 1932, Miro voltou a jogar de zagueiro, mas na temporada de 1933 ele jogaria como centromédio. Mas em sua última partida pelo clube, em 17 de dezembro, ele voltaria a atuar no ataque. O Internacional venceu o Rio Grande, em amistoso, por 6x0, e Miro marcou dois gols.

Em 1934 Miro trocou o Internacional pelo Força e Luz, clube que defenderia até 1938, quando encerrou a carreira. Tornou-se árbitro e dirigiu partidas do Internacional em 1936, 1937 e 1940.

Waldomiro Bom Vasques faleceu em 13 de janeiro de 1975.

Seus números no Internacional:
106 partidas
66 vitórias
9 empates
31 derrotas
18 gols
campeão gaúcho em 1927
campeão municipal em 1927

Suas vítimas:
3 gols
São José
2 gols
Grêmio, Cruzeiro, Ypiranga e Rio Grande
1 gol
Nacional (São Leopoldo), São Paulo RG, Novo Hamburgo, Concórdia, Bancário, Santanense e Porto Alegre

quarta-feira, 21 de julho de 2021

Nossos títulos: campeonato municipal de basquete 1942


Em 1942, cinco clubes disputaram o campeonato porto-alegrense de basquete: Internacional, Porto Alegre, ACM, Sogipa e Ipaense. O Internacional sagrou-se campeão com 7 vitórias em 8 jogos. Eis os resultados do campeonato:



O Ipaense entregou os pontos para o Internacional, no 1º turno, e para o Porto Alegre, no 2º turno.

Classificação Final:
1º Internacional - 7 pontos
2º Porto Alegre e ACM - 5 pontos
4º Sogipa - 3 pontos
5º Ipaense - 0 ponto