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domingo, 30 de abril de 2023

Jogadores do passado: Júlio


Júlio Heinzelmann Petersen nasceu em Taquara (RS), em 30 de abril de 1918.

Júlio começou a jogar futebol nas categorias de base do Taquarense, atuando inicialmente como zagueiro. Em 1933, ao mudar-se para Porto Alegre com o objetivo de continuar os estudos, ele ingressou nas categorias de base do Internacional, já atuando como goleiro.

Em 7 de março de 1937, no amistoso de abertura da temporada, o Internacional venceu o Força e Luz por 6x3, nos Eucaliptos. Júlio atuou, substituindo o titular Penha, dono do arco colorado desde 1930. Na estreia do campeonato municipal, Penha voltou ao time, mas na partida seguinte Júlio voltou a atuar.

A temporada de 1937 foi marcada pela adoção oficial do profissionalismo pelo dupla Gre-Nal. A AMGEA (Associação Metropolitana Gaúcha de Esportes Atléticos), liga da capital, rachou e o campeonato foi abandonado. Em julho começou um novo campeonato, profissional, e Penha foi o titular nos três primeiros jogos. Logo em seguida o Internacional foi excursionar ao Rio de Janeiro. Penha era o titular, mas Júlio foi como goleiro reserva. Dos três amistosos disputados na capital brasileira, Júlio atuou no 2º tempo da partida contra o América carioca. O Colorado perdeu por 5x1 e Júlio sofreu dois gols. No restante da temporada Júlio atuaria no 2º quadro, enquanto Penha e Marcelo se revezavam no gol da equipe principal.

Em 1938 Marcelo começou como titular, nos primeiros amistosos, mas antes do início do campeonato Júlio tomou a posição. Em 6 de junho de 1938 ele estava em campo no Gre-Nal da Taça Martel que terminou 4x4, com o juiz Luiz Eduardo Dolce anulando três gols colorados e dois gols gremistas. No dia 1º de novembro, Júlio foi o goleiro no Gre-Nal da Taça Martel que o Internacional venceu por 6x0, em partida que o juiz Álvaro Silveira ainda anulou cinco gols colorados. Na temporada de 1938 o Internacional não chegou ao título municipal, mas Júlio foi campeão da Taça Oscar Fontoura (disputada em dois jogos contra o Cruzeiro), Troféu Sociedade Engenho Riograndense (disputado em dois jogos com o São José) e Taça Martel (disputada em quatro jogos contra o Grêmio).

Em 1939 o futebol da capital foi unificado. Mas as duas ligas que se reuniram possuíam 11 filiados e a 1ª divisão teria apenas 5 clubes. Com isso foi organizado o Torneio Relâmpago, um campeonato disputado em turno único, em estádios neutros, que classificaria os cinco primeiros para a Série A, deixando os restantes na Série B. O Internacional sagrou-se campeão do Torneio Relâmpago, mas não conseguiu chegar ao título no campeonato municipal. Júlio também consuistou a Taça Diário de Notícias, disputada com o Grêmio em dois jogos.

Na temporada de 1940 começava a história do Rolo Compresssor. Júlio foi o titular até o Gre-Nal do 1º turno, qundo o Colorado foi derrotado por 5x2. Nos três jogos seguintes Marcelo foi o goleiro, mas em 20 de outubro, no Gre-Nal do 2º turno, Júlio voltou ao gol, na vitória colorada por 4x3. A seguir Júlio voltou a ficar três partidas fora do time, mas voltou na semifinal do campeonato gaúcho, vitória de 4x2 sobre o Riograndense SM. Nas partidas finais contra o Bagé, em 19 de novembro (4x1) e 24 de novembro (2x1), Júlio conquistou o título gaúcho.

Em 1941, Júlio atuou como titular no primeiro jogo do ano, um amistoso com o Gimnasia y Esgrima, mas em seguida perdeu a posição para Rubens, recém chegado ao clube. Mas em julho o goleiro retomou sua posição. Em 11 de janeiro de 1942, na Timbaúva, o Internacional empatou com o Grêmio em 1x1 e conquistou o título municipal de 1941 com uma rodada de antecipação. Em 1º de fevereiro de 1942 o Internacional venceu o Rio Grande por 6x2 e conquistou o título gaúcho de 1941.

Para a temporada de 1942 o Internacional contratou dois novos goleiros: Ciscador, do Sport, e Ivo Wink, do São José, considerado o melhor goleiro da capital em 1941. Após os títulos de 1941, conquistados no início de 1942, Júlio jogaria apenas duas partidas. Em 4 de fevereiro, Júlio jogou um amistoso com o Sport (2x2). Com a chegada dos reforços ele perdeu espaço, só voltando a jogar em 12 de julho, um Gre-Nal pelo campeonato municipal, vencido pelo Internacional por 4x2.

No final da temporada de 1942, Júlio enfrentava um problema de saúde da esposa. O Grêmio lhe ofereceu um contrato com aumento considerável de salário. Ele procurou a direção colorada, que propôs cobrir a oferta gremista. Júlio argumentou que não aceitaria receber um salário elevado sem jogar, já que era a terceira opção colorada. Assim, o Internacional o liberou para acertar-se com o Grêmio.

No Grêmio, Júlio jogou de 1943 até o início de 1950. Pelo Tricolor, foi campeão municipal e estadual em 1946 e do Torneio Extra em 1948. Na temporada de 1949 ele disputou apenas cinco amistosos, não atuando nos títulos municipal e estadual. Mas recebeu o Prêmio Belfort Duarte da CBD, por ter pelo menos dez anos de carreira sem expulsão. Júlio foi o primeiro jogador gaúcho a receber o prêmio.

Depois de encerrar a carreira de jogador, em 1950, Júlio Petersen tornou-se juiz de futebol. Também formou uma das maiores bibliotecas particulares do estado. Em 17 de dezembro de 2001 ele recebeu o título de cidadão honorário de Porto Alegre. Júlio faleceu na capital gaúcha em 9 de novembro de 2002.

Seus números no Internacional:
91 partidas
59 vitórias
14 empates
18 derrotas
Campeão gaúcho em 1940 e 1941
Campeão municipal em 1940, 1941 e 1942
Campeão do Torneio Relâmpago em 1939

Seus números no Grêmio, segundo o site Gremiopedia:
167 partidas
95 vitórias
21 empates
51 derrotas

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