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sábado, 19 de março de 2022

Jogadores do passado: Marinho Peres


Mário Peres Ulibarri nasceu em Sorocaba (SP), no dia 19 de março de 1947.

O jovem zagueiro começou a jogar futebol no Estrada de Ferro Sorocaba, que disputava competições de base. Depois passou para o São Bento, também de sua cidade natal, onde atuou profissionalmente de 1965 a 1967. Na temporada de 1965 o São Bento chegou a ficar em 6º lugar no estadual. No ano seguinte formou a dupla de zaga do São Bento com outro jovem zagueiro que faria história no futebol brasileiro: Luís Pereira.

Em 1967 Marinho Peres se transferiu para a Portuguesa de Desportos, onde jogaria até 1971. Em 1968 foi convocado pela primeira vez para a Seleção Brasileira, jogando contra o Peru, na vitória canarinho por 4x0. Também em1968 enfrentou o Internacional pela primeira vez. Em 22 de setembro de 1968, pelo Robertão, Colorado e Lusa empataram em 3x3 no Pacaembu. Marinho Peres, cobrando pênalti, fez o primeiro gol do jogo. Em 12 de outubro de 1969, Marinho Peres participou de um jogo histórico. Pelo Robertão, no Beira-Rio, a Lusa venceu o Internacional por 3x1. Foi a primeira derrota colorada em um jogo oficial no Beira-Rio (até então o Colorado só tinha perdido um amistoso para a Seleção da Hungria, na nova casa). Em 29 de agosto de 1971, novo confronto com o Internacional, também no Beira-Rio. O Internacional massacrava a Lusa, mas não abria o placar. Marinho Peres saiu do banco para, em um contra-ataque, garantir a vitória da Portuguesa por 1x0. Em 9 de janeiro de 1972 a Portuguesa inaugurou novas obras no estádio Canindé, que recebia naquele jogo o nome oficial de Independência. O Benfica venceu a Portuguesa por 3x1, mas Marinho Peres marcou o primeiro gol da Lusa no estádio. Em 26 de abril de 1972 Marinho Peres voltaria à Seleção Brasileira, e para jogar no Beira-Rio. O Brasil venceu o Paraguai por 3x2 e Marinho foi titular. Mas em 13 de setembro de 1972, na segunda rodada do campeonato brasileiro, a Portuguesa perdeu em casa por 1x0 para o Santa Cruz. Na manhã seguinte o presidente da Lusa, Oswaldo Teixeira Duarte, afastou seis jogadores do grupo, entre eles Marinho Peres.

O Santos aproveitou a crise e ainda em 1972 contratou Marinho Peres, pagando um milhão de cruzeiros, o maior valor já pago por um zagueiro, na época. No Santos Marinho Peres foi campeão paulista em 1973. No ano seguinte voltou à Seleção Brasileira, atuando em 12 partidas, sendo 7 delas pela Copa do Mundo, onde foi titular da zaga ao lado de seu ex-companheiro de São Bento, Luís Pereira. Também foi o capitão da Seleção Brasileira na Copa.
Nos amistosos pré-Copa Marinho Peres marcou um gol contra o Paraguai. Pelo Santos, Marinho Peres enfrentou o Internacional duas vezes, pelo campeonato brasileiro, saindo vitorioso em ambas: 28 de novembro de 1973 (0x2) e 24 de julho de 1974 (1x2). Perlo Santos, Marinho Peres disputou 74 partidas e marcou 5 gols.

As boas atuações de Marinho Peres o levaram a ser contratado pelo Barcelona em outubro de 1974. Mas apesar do clube catalão contar com nomes como Cruijff e Neeskens, os títulos não vinham. Para piorar, por Marinho Peres ser neto de espanhóis, o governo da Espanha exigia que ele cumprisse o serviço militar de um ano e meio. O país vivia a agonia do franquismo, mas a extrema-direita ainda era muito forte. Em 20 de novembro de 1975 o ditador Francisco Franco morreu e começou o processo de transição, mas os ultras (a extrema-direita franquista) ainda controlavam o exército. Marinho Peres estava desesperado para voltar ao Brasil e aí apareceu o Internacional.

Marinho Peres estreou no Internacional em 17 de fevereiro de 1976, em um amistoso contra o Flamengo, no Beira-Rio. O Internacional saiu na frente aos 22', com um gol de Lula, mas dois minutos depois Marinho Peres cometeu um pênalti sobre Caio Cambalhota e o Flamengo empatou. No 2º tempo, apesar da pressão colorada, o Flamengo segurou o 1x1. Marinho ficaria de fora das sete partidas seguintes, mas retornou ao time em 8 de abril, contra o Sá Viana, pelo campeonato gaúcho. No Beira-Rio o Colorado venceu por 4x0. A dupla Marinho Peres - Figueroa garantiu a segurança defensiva do time e o zagueiro conquistava a titularidade. Na Taça Libertadores, Marinho Peres disputaria apenas as duas últimas partidas, no Paraguai. O Internacional venceu o Sportivo Luqueño por 1x0 e empatou em 1x1 com o Olimpia. Nessa última partida, Marinho Peres foi expulso aos 32' do 2º tempo, quando a partida já estava 1x1.

No campeonato gaúcho, em 2 de maio de 1976 o Internacional venceu o Gaúcho por 4x0, no Beira-Rio, e Marinho Peres fez o último gol, o seu único pelo clube. No primeiro Gre-Nal que jogou, em 25 de julho de 1976, no Beira-Rio, o Internacional venceu por 2x0. Três dias depois, no Olímpico, vitória gremista pelo mesmo placar, que deu o título do 1º turno ao Grêmio. Marinho Peres não jogou o clássico que decidiu o 2º turno, vencido pelo Internacional. Mas em 18 de agosto estava em campo, no Olímpico, no clássico que terminou 1x1 e deu o título do 3º turno ao Internacional. No dia 22 de agosto, na decisão, no Beira-Rio, o Internacional venceu por 2x0 e conquistou o octacampeonato.

No campeonato brasileiro, Marinho Peres ficou de fora de apenas duas partidas, contra Fluminense (1x1) e Caxias (2x0). Esteve presente em todas as demais partidas, entre elas o Gre-Nal de 7 de Setembro (3x1), a semifinal contra o Atlético (2x1) e a final contra o Corinthians (2x0). O Internacional conquistou o bicampeonato brasileiro com Marinho Peres na zaga. Com suas atuações também foi mais uma vez convocado para a Seleção Brasileira, disputando um amistoso em 6 de outubro de 1976, quando o Flamengo derrotou o Brsil por 2x0.

Em 1977 Marinho Peres começou a temporada fazendo dupla de zaga com Gardel. Na estreia na Taça Libertadores, em 3 de abril, contra o Corinthians, marinho não pode jogar, pois havia sido expulso no último jogo do torneio de 1976. A partir do jogo seguinte, passou a formar a dupla de zaga com Marião. Mas no começo do 2º turno do grupo da Taça Libertadores, em 23 de abril, novamente contra o Corinthians, a zaga passou a ser Marinho Peres e Hermínio. Mas cinco jogos depois voltou a ser Marinho Peres e Gardel. Essa mudança constante na zaga gerou uma crise no Beira-Rio. Na véspera do primeiro Gre-Nal do Gauchão de 1977, em 17 de abril, os zagueiros Hermínio e Marinho Peres se recusaram a concentrar se fosse para ficar no banco de reservas. O Colorado perdeu o clássico por 3x0. Hermínio jogou, mas Marinho Peres não. No dia seguinte o técnico colorado Carlos Castilho se reuniu com a direção e foi orientado a definir de vez a sua defesa, com os dois jogadores entre os titulares.

Logo a crise parecia superada. Na Taça Libertadores o time avançou ao triangular semifinal, enquanto no gauchão nos três Gre-Nais seguintes o Internacional dominou, vencendo dois por 1x0 e empatando um em 0x0, conquistando o 1º turno. Mas o rodízio na zaga voltou. Gardel, Beliato e Beretta se revezavam ao lado de Marinho Peres e as vezes no lugar do próprio. Em uma partida o Internacional chegou a jogar com três laterais (Chico Fraga, Cláudio Duarte e Vacaria) e um zagueiro (Gardel). O Colorado foi eliminado da Taça Libertadores e trocou de técnico, com Sérgio Moacyr Torres Nunes substituindo Carlos Castilho. No dia 14 de agosto, sem Marinho no time, o Internacional perdeu para o Grêmio por 2x1. Na rodada seguinte o Colorado empatou um jogo polêmico com o Esportivo e o Gr~emio venceu o 2º turno. No dia 18 de setembro, com Marinho Peres em campo, o Colorado perdeu por 2x0 para o Grêmio, que conquistou o 3º turno. No jogo seguinte, em 25 de setembro, o Grêmio venceu o clássico novamente, por 1x0, em jogo encerrado antes do tempo. Com o resultado o Grêmio ficou com o título gaúcho.

O clássico decisivo de 1977 foi o último jogo de Marinho Peres pelo Internacional. Em 13 de outubro de 1977 Marinho Peres foi trocado, junto com Escurinho, pelo meia Vasconcelos, do Palmeiras. Marinho Peres ficou no Palmeiras até o início de 1980, disputando 72 partidas (35 vitórias, 22 empates e 15 derrotas), marcando um gol. Foi vice-campeão brasileiro em 1978 e disputou a Taça Libertadores em 1979. No Palmeiras enfrentou o Internacional três vezes, todas em 1978. Em amistoso em 18 de março (Palmeiras 2x0) e na semifinal do campeonato brasileiro, em 3 de agosto (Palmeiras 2x0) e 6 de agosto (empate 1x1).

Em 1980 Marinho Peres transferiu-se para o América carioca, onde ficaria até 1981. No América Marinho Peres logo começou a acumular as funções de técnico e jogador. na temporada de 1981 encerrou a carreira de jogador, tornando-se exclusivamente técnico. Marinho Peres trabalhou muitos anos em Portugal, comandando Sporting, Vitória de Guimarães, Marítimo e Belenenses, onde foi campeão da Taça de Portugal em 1989 e encerrou a carrreira, em 2011.

Em 20 de julho de 2019 Marinho Peres sofreu um AVC, não se recuperando completamente. Em setembro de 2023 sua saúde agravou-se e ele foi internado com pneumonia, agravada por problemas cardíacos e renais. Marinho Peres faleceu em 18 de setembro de 2023.

Seus números no Internacional:
84 partidas
57 vitórias
16 empates
11 derrotas
1 gol marcado
campeão brasileiro em 1976
campeão gaúcho em 1976

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