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segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Jogadores do passado - Gainete


Carlos Gainete Filho nasceu em Florianópolis, em 15 de novembro de 1940.

O goleiro Gainete começou a jogar futebol no Guarany de Florianópolis. Em 1959 chergou ao Paula Ramos, também da capital catarinense. Em 1960, defendendo a seleção catarinense, chamou a atenção dos gaúchos. Internacional, Grêmioe Cruzeiro, além do Santos, tentaram contratá-lo, mas em junho de 1960 Gainete acertou-se com o Guarany de Bagé. Em março de 1961 o Grêmio voltou a tentar contratar Gainete, mas ele disputaria o campeonato gaúcho pelo Guarany. Mas em 5 de janeiro de 1962 o Internacional contratou o goleiro.

Gainete estreou no Internacional em 13 de fevereiro de 1962, em um Gre-Nal válido pelo campeonato sul-brasileiro, no Olímpico. O Colorado saiu na frente, mas Elton empatou para o Grêmio, cobrando falta. Aos 42' do 2º tempo Gainete se chocou com Marino, do Grêmio, e teve que ser substituído. O Internacional ficaria com o vice do Sul-Brasileiro, mas logo começaria boas campanhas no campeonato gaúcho e na Taça Brasil. Em 8 de julho, contra o Brasil de Pelotas, o Internacional venceu por 4x0 e Gainete defendeu um pênalti cobrado por Spillmann. E também na temporada de 1962 ocorreu uma das características negativas de sua carreira: o golpe de vista. Em muitas jogadas o goleiro não pulava na bola, apenas a observava, esperando que fosse para fora. Mas em 6 de outubro, contra o Juventude, José cruzou para a área, o goleiro acompanhou com o olhar e a bola foi morrer no fundo das redes. Ao longo de sua carreira no Internacional, pelo menos dez gols foram apontados pela imprensa como "golpe de vista". Mas a temporada de 1962 continuava positiva. O Internacional rumava ao bicampeonato gaúcho e avançava na Taça Brasil. No dia 30 de novembro, porém, a situação mudaria. Após dois empates com o Botafogo, o Colorado perdeu a terceira partida, por 2x0, e foi eliminado na semifinal da Taça Brasil. No jogo seguinte, perdeu para o Aimoré, quando precisava apenas empatar para ser campeão gaúcho antecipadamente. Em seguida perdeu o Gre-Nal, e no início de 1963 perdeu outro clássico, extra, para decidir o título estadual.

Na temporada de 1963 Gainete continuou como titular do arco colorado, mas em várias partidas Beno, e depois Silveira, o substituíram. Na reta final do campeonato gaúcho, em 4 de dezembro, o Internacional enfrentava o Juventude, no Beira-Rio. No final da 1ª etapa Gainete chocou-se com Ramão, atacante caxiense, e foi substituído, tendo que ser encaminhado ao Hospital de Pronto Socorro, com fratura na clavícula. Ficaria de fora dos dois jogos restantes da temporada.

Em 1964 Gainete começa novamente como o dono do arco colorado. Mas em 23 de abril, em um Gre-Nal amistoso antes da abertura do campeonato gaúcho, Gainete fraturou o nariz, ficando de fora de algumas partidas. Quando se recuperava, lesionou o tornozelo em um treino, ficando mais tempo de fora do time. Voltaria a jogar apenas em agosto, em outro Gre-Nal amistoso. Mas Silveira continuaria como titular. Somente após o campeonato gaúcho Gainete recuperou o posto, conquistando o Torneio Quadrangular Porto Alegre-Pelotas, um torneio disputado pelas duplas Gre-Nal e Bra-Pel.

Apesar de atuar pouco em 1964, Gainete chamou a atenção do centro do país e foi contratado pelo Vasco da Gama. Seu último jogo pelo clube foi um empate com o Cruzeiro em 0x0, um amistoso disputado em 17 de dezembro de 1964. Para substituí-lo, o Internacional foi buscar Guaporé, no São José, e Célio, no Floriano. E a temporada de 1965 seria uma das piores do Internacional, terminando o campeonato em 5º lugar.

Em 10 de janeiro de 1966 o Internacional repatriou seu goleiro, buscando reforçar a equipe. Sua reestreia aconteceu em outro amistoso com o Cruzeiro, em 26 de janeiro. O Colorado venceu por 3x0. Com Gainete no gol, o Internacional chegou a ficar 22 partidas seguidas sem sofrer derrotas. Mas no final novamente o título não veio.

Em 1967 o clube estrearia no Robertão, uma competição nacional, chegando ao vice-campeonato. Gainete fez grandes partidas no torneio, mas também teve momentos negativos. Em 8 de março o Colorado empatava em 0x0 com o Flamengo quando Zezinho, atacante rubro-negro, chutou forte, de fora da área. Gainete tentou espalmar para escanteio mas, num "frango", tocou a bola para dentro das redes. O Colorado chegaria ao empate depois. Em 12 de abril o Internacional vencia o Palmeiras por 2x1, quando Rinaldo, atacante alvi-verde, chutou despretenciosamente, da intermediária, fraco, mas Gainete acabou aceitando. Mas nenhum dos resultados foi decisivo, pois foram na primeira fase e o Colorado classificou-se para o Quadrangular Final. Já no Gauchão, o título ficaria com o Grêmio. No dia 3 de dezembro de 1967 o Internacional foi derrotado pelo Guarany, em Bagé, por 1x0, resultado que deu o título ao rival. No final da partida, Gainete partiu para cima de um fotógrafo que passou todo o 2º tempo dizendo piadinhas para o goleiro, atrás do gol. Seguro por dirigentes e policiais, Gainete teve uma crise nervosa e desmaiou. Um outro fotógrafo tentou enquadrar a cena e foi agredido por Scala. O jogo seguinte era o Gre-Nal, que já não valia nada. O Internacional venceu por 1x0. No final da partida, Ortunho recusou-se a cumprimentar Gainete e logo depois agrediu o goleiro colorado, dando início a uma briga generalizada, envolvendo jogadores e dirigentes. No meio da confusão, Rafael Estrougo, vice-presidente colorado, acertou um soco no presidente gremista, Rudi Armin Petry.

Na temporada de 1968 novamente Gainete reinava no gol colorado. Mas em 11 de julho Gainete lesionou-se em um amistoso contra o Andradina, no interior de São Paulo. Voltaria a disputar um amistoso no final de agosto, mas só recuperaria a titularidade em novembro, na reta final do Robertão, onde o clube foi novamente vice-campeão.

Em 1969 Gainete não jogou nas primeiras seis partidas da temporada (dois amistosos e quatro partidas pelo Gauchão). Mas depois retomou seu posto, embora em várias partidas da temporada tenha sido substituído por Schneider e Waldir. No dia 6 de abril de 1969 estava em campo, na inauguração do Beira-Rio, quando o Colorado bateu o Benfica por 2x1. No dia 20 de abril, no primeiro Gre-Nal do Beira-Rio, Gainete teve participação ativa na pacandaria que começou perto do fim do jogo. E no dia 17 de dezembro Gainete também estava em campo quando após o empate em 0x0 com o Grêmio o Internacional reconquistou a hegemonia estadual.

Em 1970 Gainete foi novamente titular, também sendo algumas vezes substituído por Schneider e Waldir. Mas estabeleceu um recorde mundial: 1202 minutos sem levar gol. Após sofrer o segundo gol do Pelotas em 31 de maio de 1970 (partida que o Internacional venceu por 4x2), passou treze partidas sem ser vazado. Somente em 6 de setembro, em um amistoso contra o Botafogo, Jairizinho acabou com a invencibilidade do goleiro. No Robertão, em 20 de outubro, contra o Fluminense, Gainete defendeu um pênalti cobrado pelo centroavante Flávio. E no final do ano comemorou mais um título gaúcho.

Na temporada de 1971 Gainete jogou a primeira partida da temporada, um amistoso contra a Seleção da França, no qual o colorado foi derrotado por 3x1. Mas nas 21 partidas seguintes Waldir e Schneider jogaram. Gainete só reapareceu em 11 de abril de 1971, quando o Colorado bateu o Farroupilha por 2x1. No final da temporada, mais um título gaúcho, o tricampeonato.

Em 1972 Gainete começou o ano disputando a reserva com Rafael, sendo Schneider o titular. No campeonato gaúcho jogou apenas uma partida na campanha do tetra, e ainda assim saindo do banco para substituir Schneider. Em agosto, após o estadual, o Internacional disputou o Torneio Cidade de Porto Alegre, um quadrangular em turno e returno contra Grêmio, São José e Cruzeiro. O colorado usou uma equipe reserva nos primeiros jogos. Gainete foi titular nas duas primeiras partidas, mas se envolveu em uma polêmica: apesar de advertido pela direção, insistiu em jogar com a camiseta da seleção da França contra o Cruzeiro e o São José. A camiseta, além de não ter o escudo colorado, apresentava a cor azul em sua gola. Essa camisa lhe fora presenteada pelo goleiro Georges Carnus, no amistoso de 1971. Em 21 de agosto de 1972 Gainete foi suspenso pelo vice-presidente de futebol, Gildo Russowki. Em seguida foi multado e teve o contrato rescindido, nunca mais jogando no Colorado.

Saindo do Internacional, Gainete ingressou no Atlético Paranaense, onde ficaria até 1974, quando voltou ao Rio Grande do Sul, para jogar no Atlético de Carazinho, onde encerrou a carreira no final do ano.

Seus números no Internacional:
410 partidas
241 vitórias
103 empates
66 derrotas
campeão gaúcho em 1969, 1970, 1971 e 1972
campeão do Torneio Cidade de Porto Alegre em 1972
campeão do Torneio Quadrangular Porto Alegre-Pelotas em 1964

Encerrada a carreira de jogador, Gainete tornou-se técnico de futebol. Assumiu o Internacional no jogo decisivo do campeonato gaúcho de 1977, quando o Colorado perdeu por 1x0. Dirigiu o time no campeonato brasileiro e continuou no comando do time no início de 1978. A temporada começou com a conquista do Torneio de Viña del Mar, mas os sucessivos tropeços nos amistosos de pré-temporada levaram à sua demissão em 18 de março de 1978, quando perdeu em casa por 2x0 para o Palmeiras. Em 1988 voltaria ao comando do Internacional, estreando em 22 de março, vitória de 3x1 sobre o Cerro Porteño. Mas caiu em 7 de maio, ao perder por 1x0 para o Pelotas.

Seus números no Internacional como técnico:
34 partidas
15 vitórias
8 empates
11 derrotas
campeão do Torneio de Viña del Mar em 1978

Fora do Internacional, Gainete foi campeão baiano em 1985 e 1990, dirgindo o Vitória e campeão goiano em 1989, dirigindo o Goiás. E foi vice-campeão brasileiro em 1986, com o Guarani.

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