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domingo, 4 de julho de 2021

Sport Club Americano


O Sport Club Americano foi fundado em 4 de julho de 1912, por iniciativa de Jacinto Losano, João Ray, Bernardo Serrano, Erwin Siegmann, João Siegmann, Paulo Manchon, Manoel Manchon, André Ibañez, Reynaldo Preuss, Honório Ouriques e Napoleão Salatino, com a denominação de Hispano-Americano. Mas em 25/08/1912 o clube já aparece citado apenas como Americano. Nessse dia, em sua provável primeira partida, venceu o Botafogo por 5x1.

O clube passou seus primeiros tempos disputando apenas amistosos, inclusive jogos intermunicipais, ao atuar contra Novo Hamburgo e Canoense. Em 1914, após a cisão ocorrida em 1913 na liga oficial, o Americano foi convidado, juntamente com o Cruzeiro, a ingressar na Liga de Foot-Ball Porto Alegrense. Mas em julho, o Americano e o Frisch Auf romperam com a Liga e, junto ao Grêmio e Fussball, organizavam a Associação de Foot-Ball Porto Alegrense. Em 1915 o Americano continuou na liga dissidente.

Em 1916, com a unificação do futebol da capital, foi fundada a Federação Sportiva Riograndense (FSR), e o Americano ficou na 2ª Divisão. No início de 1917 o Grêmio abandonou a FSR e o Americano o substituiu na 1ª divisão. No final de 1917 a FSR foi extinta e criada a Associação Porto Alegrense de Desportos (APAD). O Americano não foi aceito na APAD. Assim, o clube participou da fundação da Federação Porto Alegrense de Foot-Ball (FPAFB), em 1918.

Em 1921, a FPAFB transformou-se na Associação Porto Alegrense de Foot-Ball, com o ingresso do Grêmio, mas no meio da temporada o Americano abandonou a entidade e filiou-se à Associação Porto Alegrense de Desportos. Seu campo, na época, ficava na Rua Felipe Camarão.

Em 1923 o futebol da capital foi unificado e em 1924 reorganizado, com a formação de duas divisões, cada uma com duas séries. O Americano ficou na divisão e série principais. Também mudou de campo, passando a jogar na Bela Vista. Com um time base formado por Fonseca; Heitor e Souza; Damião Pavani, Hugo Ghizzoni e Lary; Turco, Fernando, Nalério, Ruiz e Costa, o Americano surpreendeu a dupla Gre-Nal e chegou ao título invicto, com a seguinte campanha:

1º turno
3x3 Cruzeiro
3x1 Grêmio
1x1 Porto Alegre
2x1 Internacional
1x1 São José
2º turno
2x0 Cruzeiro
1x1 Grêmio
2x0 Porto Alegre
1x1 Internacional
1x1 São José

Para infelicidade do Americano, o campeonato estadual não foi disputado nesse ano, devido aos conflitos que sacudiam o estado desde o ano anterior.

Em 16/09/1925 foi lavrada, no cartório de Zeferino Ribeiro, a escritura de compra do novo campo do Americano, situado na Rua Larga, próximo à Azenha. O terreno fora adquirido por intermédio de um grupo de sócios. Seu novo campo foi inaugurado em 14/03/1926, na partida Casados 2x2 Solteiros, mas a inauguração oficial ocorreria em 25/04/1926, quando perdeu por 3x0 para o Internacional.

Em 1927 o Americano voltou a fazer uma campanha de destaque, ficando com o vice-campeonato, atrás apenas do Internacional. Em 1928, com um time base formado por Alegrete; Heitor e Luiz Luz; Di Lorenzi, Barulho e Nalério; Fernando, Totte, Hugo Ghizzoni, João Ghizzoni e Lourival, voltou a conquistar o título da capital. Contra o Internacional, duas vitórias: 4x2 e 2x0. Contra o Grêmio, um empate (2x2) e uma vitória por 2x1, no jogo em que conquistou o título. Como campeão da capital foi disputar o título estadual, vencendo Itapuí (8x3), Gaúcho (6x2) e Bagé (3x0).

Em abril de 1929 a dupla Gre-Nal abandonou a APAD e fundou a Associação Metropolitana Gaúcha de Esportes Atléticos (AMGEA). Em maio o Americano aderiu à nova entidade, vencendo seu primeiro campeonato. No 1º turno o Americano foi arrasador, derrotando o Grêmio e o Internacional pelo mesmo placar: 3x2. No 2º turno foi derrotado por Grêmio (2x4) e Internacional (4x6), mas conseguiu manter-se na liderança até o final. Seu time base, até a linha média, era quase o mesmo do ano anterior, com a exceção dos ingressos de Vasco e Zezé Dinarte, nos lugares de Barulho e Nalério. Na linha de frente, porém, muitos atletas atuaram durante a temporada. João Ghizzoni foi titular na maioria dos jogos, tendo diversos companheiros: Ferreira, Totte, Fagundes, Walter Costa, Campão, Artigas, Horácio, etc. Como a APAD manteve o vínculo com a Federação Rio Grandense de Desportos, o Americano ficou de fora do campeonato estadual.

Em 1934 o Americano cedeu Luiz Luz para a Seleção Brasileira que disputou a Copa do Mundo na Itália. Foi a primeira vez que um clube gaúcho teve um jogador convocado para o Mundial. Entre 1933 e 1935 contou em seus quadros com Sylvio Pirillo, que depois seria um dos grandes centroavantes de Internacional, Peñarol, Flamengo e Botafogo. O Americano ainda venceria o Torneio Início de 1935, mas estava começando o seu período final.

Em 12 de outubro de 1935, o Americano assinou um acordo com a Federação de Estudantes Universitários de Porto Alegre, tornando-se Americano-Universitário. Pelo acordo, o clube passaria a ser representado, em todos os esportes, por universitários, e na falta destes, por alunos de outros segmentos, escolhidos pela Federação.


Em 1937 a dupla Gre-Nal aderiu ao profissionalismo. São José, Cruzeiro e Força e Luz seguiram a dupla, mas Americano e Porto Alegre mantiveram-se fiéis ao amadorismo e à FRGD. Assim surgiu a AMGEA "cebedense" (amadora), com Americano, Porto Alegre, Renner, Villa Nova e Novo Hamburgo. O campeonato foi disputado em Fórmula Fraga (campeão do 1º turno x campeão do 2º turno). O Americano perdeu todas as partidas do 1º turno, mas no 2º turno empatou com Villa Nova e Renner, vencendo o Porto Alegre e o Novo Hamburgo. Vencendo o 2º turno, enfrentaria o Novo Hamburgo em uma melhor de três partidas. Mas foi derrotado nas duas primeiras, ambas por 3x2, e teve de se contentar com o vice-campeonato. Em 1938 o Americano aderiu à liga profissional, mas ficou fora do campeonato, que só podia contar com cinco clubes.

Com a unificação das ligas, em 1939, foi disputado o campeonato relâmpago, com onze equipes e em turno único, para classificar os clubes das séries A e B. O Americano classificou-se em 5º lugar e conquistou a última vaga na Série A. Contudo, o clube já estava em franca decadência, e foi rebaixado para a Série B.

O ano de 1940 marcou o auge da crise do clube. Em 23/04/1940 o presidente Delmar Araújo Ribeiro renunciou ao cargo. O Americano abandonou o campeonato da Série B de 1940 durante o segundo turno (o campeonato teve três turnos). Seu 1º vice-presidente havia se ausentado da cidade por um prazo maior que a licença concedida pela AMGEA e foi cassado pela liga. O clube não voltaria a disputar competições oficiais. Em 1945 já era citado em uma matéria do Correio do Povo sobre clubes extintos.

Confrontos Internacional x Americano:
48 partidas
33 vitórias do Internacional
5 empates
10 vitórias do Americano
181 gols do Internacional
78 gols do Americano

Maior vitória colorada: 24/05/1914 Internacional 15x2
Maior vitória do Americano: 13/05/1928 Americano 7x2

Alguns atletas que defenderam Internacional e Americano:
Dirceu Alves, Hugo Ghizzoni, João Ghizzoni, Lourival, Russinho, Sylvio Pirillo, Miro Zanini e Zezé Dinarte

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