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domingo, 11 de julho de 2021

CRAQUE - Jair


Jair Gonçalves Prates nasceu em Porto Alegre, em 11 de julho de 1953. Era filho de Laerte III, centromédio que jogou no Cruzeiro de Porto Alegre, no Vasco da Gama e no futebol colombiano e venezuelano.

Após largar o futebol, Laerte III passou a residir em Porto Alegre, e Jair foi treinar nas categorias de base do Internacional. Pela base colorada Jair foi vice-campeão da Taça São Paulo em 1972 e campeão em 1974.

O ano de 1974 marcou sua subida para o grupo profissional, embora tenha atuado em apenas quatro partidas, todas amistosas. Sua estreia ocorreu em 23 de junho de 1974, um empate em 1x1 com o Encantado, em amistoso jogado no interior. Jair entrou no time durante a partida, substituindo João Ribeiro. Seu primeiro gol ocorreu em 30 de outubro, na sua terceira partida, primeira em que começou como titular. O Internacional venceu o Guarany de Garibaldi por 4x0, e Jair marcou o 2º gol colorado.

Em 1975 Jair torna-se o 12º atleta. Embora na maioria das vezes começasse as partidas no banco, costumava entrar no time com frequência. Excursionou com o clube à Europa, marcando o gol que deu a vitória sobre o Cesena, na Itália. Começou atuando em várias partidas do campeonato estadual, mas não atuou na reta final. Mesmo assim participou da conquista do hepta gaúcho. No campeonato brasileiro voltou a atuar pela equipe, entrando em várias partidas, inclusive na final, quando substituiu Valdomiro nos minutos finais.

Em 1976 Jair tornou-se mais constante na equipe. Com a lesão de Paulo César Carpegiani, ganhou a titularidade. A chegada de Dario o empurrou para o banco, mas quase sempre atuava de titular, substituindo alguém do trio de meio campo (Caçapava, Batista e Falcão), seja por lesão ou suspensão. Nessa época, Dario, o "Rei Dadá", o apelidou de "Príncipe Jajá".

Em 18 de agosto de 1976 ocorreu o Gre-Nal que decidiu o 3º turno do campeonato gaúcho, no Olímpico. O vencedor chegaria na final em vantagem, pois cada clube havia conquistado um turno. O Grêmio vencia o jogo até os 45' do 2º tempo, quando Jair cobrou escanteio e Escurinho cabeceou para as redes. Com o empate o Colorado venceu o turno. Quatro dias depois, no Beira-Rio, com Jair em campo, o Internacional venceu o Grêmio por 2x0 e conquistou o octa gaúcho.

No campeonato brasileiro, Jair já começou marcando nos dois primeiros jogos, contra Figueirense (6x0) e Grêmio (3x1), Voltaria a marcar contra a Desportiva (4x1), Rio Branco (3x0), Goiás (3x0), Botafogo SP (4x1), Santa Cruz (5x1) e Ponte Preta (2x0). Jogou a maioria das partidas do campeonato, mas ficou de fora da final, contra o Corinthians.

O ano de 1977 foi de grandes mudanças no clube. A equipe que encantou o Brasil entre 1974 e 1976 foi se desmanchando, novo atletas chegando, muitos sem conseguirem se firmar. O Internacional perdeu as três competições que disputou (Campeonato Gaúcho, Taça Libertadores e Campeonato Brasileiro), mas Jair esteve presente nas três. Na partida contra o El Nacional, pela Taça Libertadores, em 13 de abril, trocou socos com Escalante, sendo expulso junto com o adversário.

Em 1978 o Internacional começou a temporada desacreditado. Mas logo em fevereiro venceu o Torneio Triangular Cidade de Viña del Mar, batendo Colo Colo e Everton. Os tropeços nos amistosos seguintes, porém, causaram a demissão do técnico Carlos Gainete e pareciam confirmar um ano igual ou pior ao de 1977. Mas Cláudio Duarte assumiu o time e a situação mudou. No campeonato brasileiro o Colorado fez uma campanha surpreendente, vencendo oito partidas consecutivas e chegando à semifinal, quando foi batido pelo Palmeiras. Jair marcou gols em sete partidas do campeonato, com destaque para o jogo contra o Juventude, onde fez três dos quatro gols colorados. No campeonato gaúcho, o Grêmio de Telê Santana era o favorito, mas o Internacional chegou na última rodada do Hexagonal Final empatado em pontos com o rival. No clássico no Beira-Rio o time esteve vencendo por 2x0, conquistando a taça, mas cedeu o empate. Assim, um clássico extra teve que ser disputado, no Olímpico. Toda a expectativa era de um título gremista. Mas até os 40' do 2º tempo a partida seguia empatada, 1x1. Aos 41', porém, Jair cruzou da direita. na cabeça de Valdomiro, que marcou o gol da vitória e do título.

A temporada de 1979 não começou promissora. O Internacional ficou em 3º lugar no campeonato gaúcho, atrás de Grêmio e Esportivo. Jair, entretanto, marcou 24 gols no campeonato, tornando-se artilheiro e recordista de gols no gaúcho. No campeonato brasileiro, comandado por Ênio Andrade, o Internacional foi espetacular. No 3º jogo, o Colorado bateu o Figueirense por 1x0, gol de Jair, cobrando falta. No jogo seguinte, clássico Gre-Nal, aos 43' do 2º tempo Falcão cobrou falta rolando a bola para o lado. jair mandou uma bomba e venceu o goleiro Manga, marcando o único gol do jogo. Jari estava com o pé calibrado naquele campeonato brasileiro. Contra o Sport (3x0), Jair marcou de falta e pênalti. Contra o Coritiba (3x0), mais dois gols, um deles de falta. Contra o Rio Branco (5x1), mais um gol de pênalti, feito repetido contra o São Paulo de Rio Grande (3x1). Na semifinal contra o Palmeiras, Jair marcou um dos gols da grande vitória colorada por 3x2, em São Paulo. Também marcaria no jogo da volta, 1x1, em Porto Alegre. E no jogo do título, Jair abriu a festa colorada, driblando Leão e fazendo o primeiro gol do jogo, na vitória de 2x1 sobre o Vasco da Gama.

Em 1980 o Colorado começou o ano como um dos favoritos ao campeonato brasileiro e Taça Libertadores. Na estreia na competição sul-americana, no Maracanã, o Internacional foi superior ao Vasco, mas deixou a vitória escapar quando Jair cobrou um pênalti para fora. Por outro lado, dias depois o Colorado bateu o Bahia por 5x0, pelo campeonato brasileiro, e Jair fez três gols. Novamente contra o Vasco, no Beira-Rio, Jair abriu o placar da virória por 2x1. Marcaria também contra o Deportivo Galicia. Com a lesão de Bira, o Internacional sofreu com a falta de gols na reta final da Libertadores, perdendo o título para o Nacional do Uruguai. No jogo decisivo, aos 41' do 2º tempo Jair cabeceou para uma defesa milagrosa de Rodolfo Rodríguez. Se marcasse o gol, provocaria um jogo-extra para decidir a Libertadores. No campeonato gaúcho, apesar de não perder nenhum dos quatro Gre-Nais, os tropeços contra clubes do interior tiraram o título do Colorado.

Em 1981 a gestão Asmuz aprofundou a crise colorada. Falcão havia saído no 2º semestre de 1980, Ênio Andrade não teve seu contrato renovado para 1981, e Batista quebrou a perna em uma partida na qual jogou apenas por determinação do presidente, pois o técnico Cláudio Duarte não pretendia escalá-lo. Depois de eliminado pelo campeonato brasileiro, Jair foi envolvido em uma confusa negociação com o Cruzeiro, na qual o clube mineiro começou oferecendo três atletas por dois jogadores colorados e acabou levando três e mandando só dois.

De Minas, Jair foi para o Peñarol, em 1982, Sagrou-se campeão uruguaio, da Taça Libertadores e da Copa Intercontinental. Antes da partida contra o Aston Villa, pela Copa Intercontinental, Jair avisou aos seus companheiros que se ganhasse o prêmio de melhor em campo, não dividiria com ninguém. O Peñrol venceu por 2x0, Jair marcou um gol e foi escolhido o craque do jogo. O atleta brasileiro já contava com o ciúmes de Morena, ídolo da torcida e que não gostava de dividir a afeição da torcida com Jair. Ao não dividir o prêmio, desgastou-se com os demais jogadores e foi afastado do grupo. Passou toda a temporada de 1983 e parte de 1984 sem jogar.

Em 13 de abril de 1984, com passe livre e treinando no Vasco da Gama para manter a forma, Jair foi anunciado como reforço do Internacional, com um contrato de três meses. Ele reestreou no Internacional em 28 de abril, na vitória colorada por 1x0 sobre o Cruzeiro, em disputa do Torneio Heleno Nunes. No jogo que daria o título colorado no torneio, em 17 de maio, Jair abriu o placar na vitória de 2x1 sobre o Santa Cruz, cobrando falta. Jair ainda participou da excursão colorada à Ásia, onde foi campeão da Copa Kirin, marcando um gol na vitória sobre o Toulouse. Mas na época, jogador de 30 anos já era considerado velho. E tendo ficado mais de ano parado, Jair não conseguia ter o mesmo rendimento físico, embora continuasse habilidoso. Em 13 de junho de 1984 o Internacional bateu a Seleção de Hong Kong por 5x0 e Jair fez sua última partida pelo clube.

Após encerrar o contrato com o Internacional, Jair ficou um tempo sem clube, até ser convidado por Cláudio Duarte para disputar o campeonato paulista pelo Juventus. Em 1985 foi jogar no Barcelona de Guayaquil, sagrando-se campeão equatoriano. Em 1986 jogou no ABC e depois transferiu-se para o Huracán Buceo, de Montevidéu. Em 1988 voltou ao Brasil para defender o Vitória. Depois ainda jogou no Juventude (1988/1989), Lajeadense (1990) e novamente Huracán Buceo (1991/1992), onde encerrou a carreira.

Seus números no Internacional:
376 partidas
235 vitórias
87 empates
54 derrotas
118 gols
Campeão Brasileiro em 1975, 1976 e 1979
Campeão Gaúcho em 1975, 1976 e 1978
Campeão do Torneio Heleno Nunes em 1984
Campeão do Torneio Triangular de Viña del Mar em 1978
Campeão da Copa Kirin em 1984

Suas vítimas:
Juventude - 8 gols
Caxias e Esportivo - 7 gols
Novo Hamburgo - 6 gols
Grêmio, Internacional SM e São Borja - 5 gols
Santo Ângelo - 4 gols
Seleção do Chile, Vasco da Gama, Bahia, Santa Cruz PE, Ponte Preta e Cachoeira - 3 gols
Palmeiras, Coritiba, Atlético GO, Sport, Londrina, Athlético PR, Rio Branco ES, Figueirense, Guarany de Bagé, São Luiz, Atlético de Carazinho, 14 de Julho PF, Bagé, Farroupilha, Gaúcho e São Paulo RG - 2 gols
Cesena ITA, Deportivo Galicia VEN, CSKA BUL, MAS MAR, Toulouse FRA, Desportiva, Goiás, Botafogo SP, Joinville, Colorado, Mixto, Botafogo PB, Guarany de Garibaldi, Riograndense RG, Internacional SB, Cruzeiro de Porto Alegre, Estrela, Avenida, Riograndense SM, Pelotas e Brasil de Pelotas - 1 gol

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