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segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Jogadores do passado: Carbone



José Luiz Carbone nasceu em São Paulo, em 22/03/1946.

Carbone começou a jogar futebol profissionalmente no São Paulo, onde atuou de 1963 a 1965. Na temporada de 1966 foi emprestado a Ponte Preta, retornando ao Tricolor paulista em 1967. No ano seguinte, foi novamente emprestado, dessa vez para o Metropol.

Em janeiro de 1969, o Internacional buscava um reforço para a posição de centromédio. O clube trabalhava com dois nomes: Piazza, do Cruzeiro, era o ficha 1, e Carbone, de volta ao São Paulo, era a 2ª opção, e jogador preferido do técnico Daltro Menezes. A contratação de Piazza estava encaminhada, mas Orlando Fantoni deixou de ser o técnico do clube mineiro e o centromédio voltou a ser titular da equipe, "melando" a negociação. Assim, o Colorado voltou-se a Carbone. Entre os clubes ficou tudo acertado, o valor do salário também agradou a Carbone. Mas o jogador estava noivo e preferiu não sair da cidade de São Paulo. Além disso, o técnico são-paulino Diede Lameiro havia prometido dar oportunidades ao jogador.
Declaração de Daltro Menezes ao jornal Diário de Notícias, em janeiro de 1969.

Nos dias seguintes chegaram a ser divulgadas na imprensa interesses do Cruzeiro de Porto Alegre e do Grêmio, pelo atleta, ambas as notícias negadas pelas direções dos clubes. Mas em julho o Internacional voltou à carga. Carbone estava descontente, pois não recebera as chances prometidas e vinha atuando na equipe B paulista. Assim, no início de agosto Carbone foi contratado.


Carbone estreou no Internacional em 17/08/1969, em um amistoso contra o Cruzeiro da capital, no Beira-Rio, vencido pelo Colorado por 2x1. Carbone e Didi estrearam no Internacional e o técnico Larry Pinto de Faria no Cruzeiro. No primeiro gol do jogo, Carbone recebeu a bola na intermediária, livrou-se de dois marcadores e da entrada da área chutou forte. O goleiro Henrique defendeu parcialmente e Claudiomiro aproveitou o rebote para marcar. Na temporada de 1969 Carbone atuou em 25 partidas, disputando Robertão e Gauchão. No dia 15/10/1969 foi decisivo na vitória sobre o Flamengo de Caxias do Sul, no Gauchão, ao marcar o único gol do jogo, cobrando falta. Em 17/12/1969 estava em campo no Gre-Nal decisivo que deu o título gaúcho ao Internacional. Jogador viril e com facilidade para bloquear os adversários, Carbone deu a força e segurança necessárias ao Internacional para quebrar a sequência de títulos gremistas. Graças às suas atuações, foi escolhido o craque do campeonato.

A disputa no meio-campo colorado era forte. Tovar, Bráulio e o jovem Paulo César Carpegiani disputavam com Carbone as duas posições do meio campo. Em algumas (poucas) partidas Carbone chegou a ficar no banco de reservas. No Gre-Nal do Robertão, em 28/10/1970, Carbone chegou a jogar na lateral-direita, improvisado. No final do ano, mais um título gaúcho. Também foi a temporada em que mais foi vitorioso pelo Colorado: 33 vitórias.

Em 1971 Carbone foi novamente campeão gaúcho, na temporada em que mais atuou pelo Internacional: 63 partidas. Em 1972 Carbone seria tetra-campeão gaúcho, mas em várias partidas, especialmente no campeonato brasileiro, foi banco de Tovar.

Em 1973, Carbone novamente começou frequentando o banco de reservas seguidamente, tendo Tovar e Paulo César Carpegiani como titulares. Em 15/04/1973 Carbone começou como titular, em uma partida contra o Esportivo, pelo campeonato gaúcho. Essa partida ficaria marcada na história por dois motivos. Foi a primeira derrota do Internacional para um clube do interior, no Beira-Rio (o Esportivo venceu por 2x1) e a primeira partida oficial de uma jovem promessa, Falcão. E pode-se apontar também como marco do fim da passagem de Carbone pelo Internacional. Falcão entrou no time exatamente no lugar de Carbone, e a partir dessa partida seria mais um a disputar espaço com o centromédio.

Carbone aproveitou algumas partidas como titular, a partir do jogo contra o Esportivo, e chegou a marcar um gol contra o AESA, em 12/05/1973, abrindo o caminho para a vitória por 3x0. Mas em junho Tovar retomou a posição e Carbone ficou vários jogos sem atuar. Mesmo assim, foi penta-campeão gaúcho. O centromédio voltaria ser titular na excursão do Internacional à Europa, atuando contra Sporting, Peñarol e Olympiakos. A partida contra os gregos, em 16/08/1973, seria a última de Carbone pelo Internacional. Sua despedida ocorreu exatamente um dia antes de se completar quatro anos de sua estreia.

Perdendo espaço para Tovar e Falcão, Carbone foi negociado com o Botafogo, para a disputa do campeonato brasileiro. Pelo alvinegro carioca, chegou à Seleção Brasileira e esteve na lista dos possíveis convocados para a Copa do Mundo, sendo cortado às vésperas da competição. No 2º semestre de 1974, voltou a Porto Alegre, para jogar no Grêmio. De retorno ao Botafogo, jogou no Rio de 1975 a 1979. Carbone encerraria a carreira no pequeno Nacional de São Paulo, onde jogou de 1980 a 1982.

Ainda em 1982, no próprio Nacional, Carbone começaria a carreira de técnico de futebol. Depois de passar por vários clubes, entre eles Fluminense, Botafogo e Palmeiras, Carbone chegou ao Internacional em novembro de 1989, substituindo no comando da equipe o ex-atleta Bráulio, a quem ele substuiu algumas vezes, na época de jogador. Uma curiosidade: na última partida de Bráulio no comando do Internacional, o time foi derrotado por 1x0 pelo Náutico, comandado por Paulo César Carpegiani, outro ex-meia da época de Carbone.

Como técnico, Carbone dirigiu o Internacional nas últimas oito partidas do campeonato brasileiro de 1989. Foram cinco derrotas, dois empates e apenas uma vitória, mas significativa, 2x0 sobre o Grêmio.

Seguindo sua carreira de técnico, Carbone trabalharia em várias equipes, inclusive do exterior, treinando clubes do Catar, Emirados Árabes, Peru, Bolívia e Sudão. Após treinar o Al-Merreikh, do sudão, em 2010, encerrou a carreira de técnico. Em 2012 tornou-se comentarista esportivo da Rádio Brasil, de Campinas.

Em 27/12/2020, Carbone faleceu, devido a câncer hepático, descoberto poucos dias antes.

Com técnico, Carbone conquistou os seguintes títulos:
campeão peruano em 1996 (Sporting Cristal)
campeão dos Emirados Árabes em 1994 (Sharjah FC)
campeão da Copa dos Emirados Árabes em 1995 (Sharjah FC)
campeão carioca em 1983 (Fluminense)
campeão paraense em 1995 (Remo)

Seus números pelo Internacional:

210 partidas
113 vitórias
66 empates
31 derrotas
2 gols marcados
campeão gaúcho em 1969, 1970, 1971, 1972 e 1973.

Das 210 partidas, jogou os 90 minutos em 165 ocasiões, foi substituído em 18 partidas e entrou no time saindo do banco 27 vezes.


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